What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 27
Capítulo 26 – Iris


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!
Então, aqui estou eu, 22 meses depois da última postagem com um capítulo novo... Acho que devo a vocês algumas explicações, então se puderem dispensar um tempinho para ler esse aviso...
Eu não sei se vocês continuam esperando por um capítulo novo de WDYWFM, já que eu, visivelmente, abandonei a fanfic. Não era o plano fazer isso, eu achava que depois de postar o capítulo 25 eu demoraria uma semana, duas no máximo, pra postar outro. Mas as coisas foram de acumulando, responsabilidades foram chegando e eu fui colocando escrever (não só a fic, mas tudo que eu escrevia antes) de lado.
O tempo foi passando tão rápido, mas tão rápido, que quando eu vi já tinham meses que eu tinha postado pela última vez. Sentei para escrever e não saiu nada, então eu pus de lado, de novo. Depois disso eu troquei de computador e não lembrava mais meu e-mail aqui do Nyah! e quando chegou na metade desse ano eu pensei "deixa, já foi, não vou mais continuar a história"...
Só que eu não queria deixar essa fic sem final. Então, eu sentei, me organizei, fui atrás do meu e-mail e agora eu definitivamente voltei. Não vou deixar WDYWFM sem final e é isso que eu quero conversar com vocês: toda a segunda e sexta a partir do dia 16/11 vai sair um capítulo novo entre 20h e 21h. Hoje foi uma exceção apenas e nessa sexta não vai ter capítulo, só na segunda, porque eu ainda estou me organizando e dessa vez eu não vou parar, abandonar, atrasar a fanfic por nada nesse mundo!
É bom estar de voltar!
Beijos e espero que gostem do capítulo! =)



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Capítulo 26 – Iris

A luz matinal entrou pela janela iluminando o quarto. Gina estava sentada na cama, deixando os pensamentos vagarem. O que aconteceria no dia anterior fora crucial, para o bem ou para o mal. De alguma forma ela se culpava. Devia ter impedido Harry…

Talvez fosse melhor assim, colocar os pingos nos i's de uma vez. Mas algo lhe dizia que as coisas não seriam tão simples. Poderiam até ser, mas isso era contar demais com a sorte. A porta do quarto se abriu e ela observou o irmão entrar, fechando a porta logo depois de passar por esta.

– E Harry?

– Dormindo. – respondeu o ruivo se sentando ao seu lado. Ele parecia mais esgotado do que antes. – E Hermione?

– Ainda não voltou da Ala Hospitalar. Queria ir vê-la, mas... – ela abanou a cabeça, por mais que gostaria de estar com amiga num momento difícil não conseguia se ver sentada, esperando por notícias de Voldemort – O que vai acontecer agora, Rony?

O ruivo abanou a cabeça.

– Eu não sei.

– Harry não vai aceitar isso fácil. Se é que ele chegue a aceitar.

Rony ficou calado e depois murmurou:

– Não adianta ficar toda angustiada, Gina. No momento a gente descobre o que fazer, como lidar. Agora, nada disso passa de suposição e…

– Não vai ajudar em nada. Certo.

O irmão passou os braços por seus ombros e ficou em silêncio. Esperar era o pior de tudo.

#*#*#

Hermione batucava os dedos incessantemente no banco onde ela e Jade estavam sentadas. O barulho era tão irritante, mas tão irritante que Jade pensava seriamente em arrancar os dedos da garota para que ela ficasse quieta.

– Hermione! Pelo bom Merlin!

– O que foi, Jade?

– O seu batuque!

– Ah, Jade! Estou nervosa! Há quanto tempo estamos sem notícias?

– Quase dezesseis horas.

Elas haviam passado a noite ali. Jade estava cansada e imaginava que Hermione estivesse muito mais que ela. Há cerca de cinco horas havia chegado um homem vestido de branco, com um olhar astuto e bem irônico. Era curandeiro do St. Mungus, solicitado para ajudar Pomfrey.

– O que será que está acontecendo? Como será que Tom está reagindo?

– Hermione, se alguma coisa acontecer eles virão nos avisar. Tom deve estar aguentando, ele não é de desistir…

– Mas..

– Eles irão, Srta. Granger.

As duas se voltaram para trás num pulo. Alvo Dumbledore estava parado serenamente no corredor, as encarando através dos oclinhos de meia lua.

– Di-… Professor Dumbledore! – exclamou Hermione – O senhor veio…

– Vim falar com a senhorita. Será que pode me acompanhar até meu escritório?

Hermione parecia titubear. Olhava para a porta de modo quase desesperado, mas não parecia ser capaz de pedir que Dumbledore esperasse.

– Se Tom puder receber visitas ficarei com ele até você chegar. – prometeu Jade.

– Certo. Obrigada, Jade.

Hermione e o professor se afastaram, enquanto Jade se aconchegava no frio banco de madeira, pensando em quem tinha atacado Tom. Hermione havia dito que não chegara a ver.

Seja lá quem fosse, acabara de virar a próxima vítima do Herdeiro de Slytherin.

#*#*#

Hermione já imaginava o que Dumbledore queria saber, era óbvio, ele já havia lhe feito a pergunta anteriormente quando Gunther Avery fora atacado, no entanto, a garota sabia muito bem que não poderia ser sincera com o futuro diretor sobre o assunto que ele viria a abordar quando chegassem ao escritório do mesmo: quem investira contra Tom Riddle?

Se antes haviam muitas variáveis a serem consideradas no que referia a contar a verdade sobre quem, na realidade, era o rapaz sonserino, agora havia mais uma. E essa parecia ser a pior e a mais forte de todas: a recém-descoberta paixão de Hermione pelo garoto. Ainda não pensara muito sobre isso – não havia o que pensar quando o que sentia suplantava tudo isso.

– Chegamos – disse Dumbledore mirando-a com bondade.

Depois de estar devidamente sentada, ocupando uma cadeira frente a mesa do professor, ela esperou que Dumbledore começasse lhe perguntando o que ela vira ou deixara ver, ou melhor, quem ela vira. Mas não foi isso que ele fez. Com um leve aceno da varinha, o homem conjurou um jogo de chá, que foi posto entre os dois.

A garota ficou encarando a xícara a sua frente, sem saber se deveria beber mesmo ou não. Não esperava que Dumbledore começasse aquela conversa lhe servindo chá.

– É camomila, Srta. Granger. Irá lhe acalmar os nervos. – ele lhe sorriu – Creio que esteja bem nervosa com a condição atual do Sr. Riddle.

Ela o olhou, assustada. Sim, ele tinha visto que ela estava esperando por Tom. Sim, ele provavelmente sabia que ela o havia encontrado. Mas ela também encontrara Avery e ele não assumira que ela estava nervosa com o que tinha acontecido ao outro rapaz.

– Sim. – pigarreou depois de soltar a única palavra, pegando uma xícara e acrescentando o chá e um pouco de leite – Foi horrível de ver. – ela disse.

– Eu imagino. Ainda mais vocês dois sendo próximos. – ele sorriu de novo.

Hermione ergueu os olhos para ele.

– Desculpe?

– Srta. Granger, eu sempre fui um ótimo observador. Consigo ver que se importa com ele, está nítido agora, estava nítido segundos atrás… Está nítido. – ele recostou na cadeira – Mas imagino que seja difícil, você pertencendo indiscutivelmente ao futuro e ele ao seu passado.

A garota olhou para baixo. Essa não era a parte difícil ou complicada… Não era a mais simples, também. Se apaixonar por alguém que, fazendo as contas, havia nascido quase conjuntamente com seus avós. Mas o pior realmente era o que estava dentro de Riddle… Ou melhor, o que faltava dentro dele: um coração, compaixão, misericórdia, humanidade… Mas, ainda sim, de algum modo maluco e deturpado ela havia se apaixonado por ele. E isso não havia como explicar.

– É complicado. – ela disse, não querendo entregar demais o que se passava em sua mente, mas ela achava que era quase possível que Dumbledore pudesse ver. Não que ela acreditasse que o homem pudesse se utilizar de oclumência para invadir sua mente, era que ele era… Bom, Alvo Dumbledore!

O bruxo colocou a xícara em cima do pires.

– Srta. Granger, creio que a senhorita já saiba sobre o que se trata nossa conversa. Hogwarts está sofrendo com esses ataques aos alunos. Há esse rumor, creio que tenha ouvido, sobre Salazar Slytherin e a Câmara Secreta. E eu acreditava nele piamente, para ser sincero, mas eu não consigo mais. Não com dois alunos pertencentes a Sonserina sendo atacados. Claro, que isso pode ser uma forma do agressor tentar desviar a atenção, contudo sonserinos sabem ser muito meticulosos e cuidadosos quando cabe aos seus.– ele colocou as mãos em cima da mesa – O que eu acho, e eu acho que posso confiar na senhorita para revelar minha teoria, é que há mais de um atacante. Ambos Gunther e Tom quase sangraram até a morte e isso não é o modus operandi natural do primeiro atacante.

Dumbledore era genial. Pela lógica e pelo senso de noção de um bom observador ele tinha toda a razão. Se Tom não fosse o primeiro atacante e também o atacante de Gunther, se ele se importasse em não ferir sonserinos, mesmo quando ele desobedeciam suas ordens, a linha de raciocínio do futuro diretor seria perfeita. Mas, realmente, haviam dois atacantes: Tom Riddle e Harry Potter.

O fato era que Harry não pretendia começar uma chacina ou ferir várias pessoas, como era o caso de Tom. Harry só pretendia acabar com o homem que viria a destruir sua vida antes que ele tivesse a chance de fazer isso… Mas Hermione não podia contar nada daquilo, não sem revelar o que aconteceria no futuro para o bruxo a sua frente ou revelar o que Tom era ou que Harry fizera.

– Srta. Granger, o que eu quero lhe perguntar é se você viu algo que possa nos levar a uma pista, qualquer coisa, na realidade, de quem atacou Tom Riddle.

Hermione sabia o que tinha que fazer. Ela sabia que já tinha interferido muito no passado, sabia que quando voltasse pro futuro, muito provavelmente, as coisas seriam diferentes do que quando ela o deixou, mas, ela também sabia que não podia revelar tudo o que sabia. Isso… Isso estava muito além de qualquer limite.

– Não vi, senhor. – disse ela, com toda a convicção que conseguiu reunir.

Dumbledore a fitava intensamente e ela retribuía o olhar.

– Bem, Srta. Granger. Creio, então, que já possa ir.

– Obrigada, senhor.

– Ah! Granger! – ele a chamou – Eu conheço o Tom. Eu o trouxe para essa escola, sei o que existe dentro dele, mesmo que ele acredite que consiga esconder de mim, eu sei. Contudo, eu também sei que se há alguém que pode mudar isso, mudar o que está com intrinsecamente intricado nele, é a senhorita.

Ela piscou.

– Mudar?

– O amor e o arrependimento são duas coisas muito poderosas. O amor é uma magia eterna, profunda e antiga que vários bruxos ignoram, mesmo os que não seguem a linha das trevas. Ambos, arrependimento e amor, de tão poderosos podem até mudar o curso da história, minha cara. Mas a decisão é inteiramente sua. Já lhe disse: você futuro, ele passado… Tudo o que fizer…

– Pode afetar tudo. – sim, ela sabia disso… Mas será que compreendia em sua totalidade o que Dumbledore acabara de lhe dizer, será que ele realmente lhe dissera que ela podia, fazendo nada mais do que amar Riddle, salvá-lo das trevas que se encontravam dentro dele? – Obrigada, Professor.

#*#*#

Tom abriu os olhos lentamente, pensando que aquele singelo movimento das pálpebras lhe doía o corpo todo. Percebeu que estava na Ala Hospitalar, deitado em uma das mascas ali dispostas, olhando para o teto.

– Ele acordou. – anunciou uma voz que ele não conhecia.

Pomfrey apareceu ao seu lado direito, fatigado; um homem de aspecto quase monárquico apareceu do outro.

– Tom, meu garoto! Como você se sente? - perguntou Pomfrey.

– Um trapo. – admitiu, mas ficou feliz em constatar que sua voz estava a mesma – O que faço aqui, Dr. Pomfrey?

– Você foi atacado, rapaz. Merrythought jura que é obra daquele dito Herdeiro, mas não sei… Você não está dentro do padrão dele.

Não mesmo, pensou, reprimindo a vontade de ostentar seu usual sorriso irônico. Ele era o Herdeiro! Por Merlin, ele não se atacaria!

– Lembra-se de quem lhe atacou? – perguntou o outro homem.

Forçou a mente. Tudo o que se lembrava era a voz de Hermione pedindo para que ele não se atrevesse a deixá-la. Balançou a cabeça em uma negativa como resposta.

– O que aconteceu comigo, afinal?

– Você foi atacado por um feitiço desconhecido. – quem falava, novamente, era o homem que ele não conhecia – Ele abriu talhos em diversos pontos de sua pele, por onde uma boa quantidade de sangue começou a escorrer. No início não entendíamos como podia sangrar tanto, depois percebemos que todos os talhos tinham atingido artérias. Você, provavelmente, deveria ter morrido de hemorragia nos primeiros minutos, mas o próprio feitiço que lhe foi lançado parecia impedir isso, parando o sangramento por algum tempo antes de começar novamente. Dr. Pomfrey, mais alguns de seus professores e eu tentamos estancar as múltiplas feridas quando elas se reabriam e fazer com que você recebesse um pouco de sangue também, isso é prática comum na medicina trouxa. De qualquer forma, isso tudo foi muita mais paliativo do que outra coisa.

– Então procuramos fontes sobre o seu feitiço – continuou Pomfrey – e percebemos que ninguém nunca ouvira falar dele. Ele não existia, foi criado, então o mesmo deveria ser feito com o seu antídoto.

Riddle precisou de um tempo para processar toda aquela informação. O outro curandeiro – que depois ele veio a descobrir que se chamava Dr. John Lupin – disse que eles deveriam dar ao rapaz tempo de assimilar tudo aquilo. Alguém havia criado um feitiço para atacá-lo. Mas quem? Essa era a pergunta chave. Não, a pergunta chave era por quê? Pois toda a história não se encaixava… Ele não tinha inimigos. Quer dizer, sangues ruins eram seus inimigos, mas eles não sabiam disso, Tom nunca deixara nada além de bons modos, atenção, requinte, preocupação, inteligência transparecerem para qualquer um que não fossem seus comensais.

Ouviu Pomfrey falando com Lupin sobre avisar a garota em prantos lá fora. Hermione. Assimilou Riddle na mesma hora, lembrando da voz dela lhe pedindo que não fosse covarde. Sorriu com a memória.

– Garota? – perguntou, alto o suficiente para que fosse ouvido.

– Sim. – rebateu Lupin – Hermione Granger. Está muito nervosa atrás de notícias suas.

– Ela e a Srta. Bulstrude passaram a noite esperando que ficasse melhor – emendou Pomfrey – Devo mandar chamá-las?

– Sim.

A voz de Riddle era controlada, quase indiferente. Por dentro não se sentia bem assim. Esperou pacientemente que a visão dos cachos castanhos de Hermione lhe surgissem frente aos olhos, mas obteve uma Jade Bulstrude aparentando um misto de irritação e preocupação.

Isso o fez titubear um pouco. Obviamente, ele sabia que era valiosa, mas nunca sequer cogitou que um dia a veria como a via agora: como a uma amiga. Era estranho, se ele levasse em conta que jamais tivera amigos – apenas seguidores. Mas Jade o era agora. E ele apreciava isso.

– Hermione foi chamada por Dumbledore. – adiantou a morena antes que ele pudesse perguntar onde estava a outra – Acho que para perguntar se ela tem alguma pista de quem lhe atacou.

O desejo de vingança brilhou aos olhos de Tom ao perguntar:

– E ela o tem?

– Não – retrucou Jade, parecendo imensamente frustrada. Ele também estava. Se tinha uma coisa que ele queria era descobrir quem foi que lhe colocara naquela situação, incapacitado por um feitiço que lhe cortava as artérias e lhe fazia sangrar como um qualquer! Tentou se distrair da raiva que sentia, pensando em outra coisa.

– Como está Hermione? – perguntou, se lembrando de Pomfrey e Lupin comentando que ela estava muito nervosa.

– Ela… – começou Jade, vagamente, olhando para os lados. Então exclamou: - Está bem aqui!

(N/A: link da música: http://www.vagalume.com.br/goo-goo-dolls/iris-traducao-inline.html)

E eu desistiria da eternidade para tocá-la

Pois sei que você me sente de alguma forma

Você é o mais próximo do paraíso que chegarei

E eu não quero ir para casa agora

A morena apertou a mão de Tom com carinho e lhe disse um “te vejo depois”. Viu que ela trocava algumas palavras com Hermione. E então a castanha brotou-lhe frente a visão.

E tudo que eu posso sentir é este momento

E tudo que eu posso respirar é sua vida

Porque mais cedo ou mais tarde isso acabará

E eu não quero sentir sua falta esta noite

– Oi. – ela disse, como se falasse com um bichinho acuado – Como está se sentindo?

Ele sorriu com ironia.

– Praticamente morto. Ouvi dizer que metade do meu sangue vazou por buracos mal feitos do meu corpo.

E eu não quero que o mundo me veja

Porque não creio que eles entenderiam

Quando tudo estiver destruído

Eu só quero que você saiba quem eu sou

– Isso não é engraçado, Tom! – disse a garota – Não foi nada engraçado de assistir!

Ele notou que nos olhos dela haviam várias lágrimas que pareciam custar toda a força de Hermione para não serem derramadas por seu rosto alvo. Tom não sabia o que dizer, ele precisava confortá-la, mas esse não era seu forte. Não sabia nem como começar…

E não dá para lutar contra lágrimas que não vêm

Ou o momento da verdade em suas mentiras

Quando tudo parece como nos filmes

Sim, você sangra apenas para saber que está vivo

– Imagino que não tenha sido. – comentou, tentando fazer a voz soar calorosa, mas soube que falhou, porque elas soaram quase irônicas até mesmo a seus ouvidos – Hermione, olhe para mim.

E eu não quero que o mundo me veja

Porque não creio que eles entenderiam

Quando tudo estiver destruído

Eu só quero que você saiba quem eu sou

Os olhos dela voltaram-se para ele.

– O quê?

– Como pareço?

E eu não quero que o mundo me veja

Porque não creio que eles entenderiam

Quando tudo estiver destruído

Eu só quero que você saiba quem eu sou

– Sarcástico. Irônico. Idiota. – listou ela após olhá-lo meticulosamente.

– Então, estou bem, não estou?

– Está. – ela disse – Suponho que esteja.

E eu não quero que o mundo me veja

Porque não creio que eles entenderiam

Quando tudo estiver destruído

Eu só quero que você saiba quem eu sou

Ele sentiu que ela corria as mãos por seu braço, distraidamente. Por algum motivo ficou feliz que ela estivesse mais calma e então deixou que, no silêncio, sua mente vagueasse.

Eu só quero que você saiba quem eu sou

Eu só quero que você saiba quem eu sou

Eu só quero que você saiba quem eu sou

#*#*#

Hermione passou pelo Salão Principal e pegou um suco de abóbora e algumas fatias de queijo. Comia sozinha, enfrentando os olhares que se voltavam para ela. É claro! A testemunha ao ataque do garoto modelo. É isso que sou agora. Todos querem saber o que eu vi. E, aposto, que uma boa parcela quer saber porque fiquei tão desesperada.

Tudo isso ocupava apenas metade de seu cérebro. Toda essa percepção de que, de todas as formas possíveis, o ataque de Harry a Tom mudara o norte de sua vida de lugar de uma maneira esmagadora. Não queria pensar nas consequências, mas não conseguia deixar de pontuá-las. A garota se engasgou com o suco, porque ela lhe pareciam assustadoras demais.

E havia o outro pequeno grande fato: ela estava apaixonada pelo dito monstro sanguinário.

Por Voldemort.

Por Riddle.

Por Tom.

De alguma forma ela conseguiu desassociá-los, não muito, era verdade. Mas…

Isso era tão confuso! Tudo o que ela sabia é que não conseguiria perdê-lo. Isso ficou muito claro quando o viu sendo atacado por Harry.

Harry! Oh, Merlin! O que será que vai acontecer agora? Como tudo isso vai afetar nosso presente, passado, futuro? Como isso vai afetar nossa amizade? Por que ele não vai aceitar. Ele mal aceitaria o fato de que eu me passo por Comensal, quanto mais que... Que... Que me apaixonei por Tom Riddle!

Não havia mais como adiar. Ela tinha – melhor, precisava – enfrentar as consequências de seus atos. Com certeza ela não fazia ideia que o resultado final seria o que obteve, mas agora era muito tarde para ter segundas dúvidas. O que estava feito, estava feito.

Chegou ao Salão Comunal ainda enfrentando olhares, desceu o mais rápido que pode para seu dormitório e antes que pudesse entrar ouviu vozes alteradas. Eram Harry e Gina.

– ... é você, Gina! Você é a única pessoa que conseguiria me explicar o que aconteceu com a Hermione! Não me olhe assim! Você a conhece melhor do que ninguém!

– Harry, pare! – a voz de Gina era quase um suspirar cansado – Eu não sei… Eu não posso…

Hermione não podia suportar vê-los discutindo por sua causa, aquilo era a última gota do copo cheio de culpa que ela carregava dentro de si. Ela rompeu quarto dentro e encontrou Gina sentada na cama que pertencia a ruiva, com um olhar cansado, Rony parado perto da janela e Harry em pé frente a porta do banheiro, vermelho de raiva.

– Hermione. – disse Harry.

A tensão na sala era tão grande que a castanha quase podia tocá-la. Gina a olhava apreensiva, assim como Rony. Eles sabiam, assim como ela, o que estava prestes a acontecer.

– Harry. – ela respondeu, feliz por sua voz estar firme.

Nenhum dos dois sabia como conduzir a conversa a partir dali. Com certeza, ambos queriam que ela se findasse o mais rápido possível. De alguma forma, o ato de lamber feridas parecia bem mais fácil naquele momento do que o de cultivá-los.

– Hermione, o que aconteceu ontem?

Era uma pergunta simples, quase ridícula de tão singela, mas ainda sim parecia englobar muito mais do que estava contido naquela frase de cinco palavras que Harry havia proferido, porque o que acontecera no dia anterior fora consequência de uma série de decisões e atitudes que ela tomara antes.

– Não dá para explicar, Harry – ela começou e vendo que ele estava prestes a interromper, continuou – Não dá para explicar sem antes contar como… Sem explicar tudo. – Harry parecia cansado, tudo o que ele queria era uma resposta imediata, mas Hermione não podia lhe dar uma resposta imediata sem que ele ficasse perdido. O moreno a olhou e balançou a cabeça minimamente lhe dando o aval para começar a falar – Harry, Harry, por favor, não me interrompa. – ela pediu, sabendo que seria difícil para ele, mas assim seria a única forma de deixar aquilo pelo menos um pouco menos árduo.

Ela não sabia mais como dar início a história. Pensara que seria mais simples começar pelo começo, mas qual era? O segundo dia, quando beijara Riddle sem saber que ele era ele? Quando tomara a decisão consciente de se tornar uma Comensal da Morte? Ontem, quando se vira apaixonada pelo rapaz? Decidiu contar tudo, a partir do segundo que colocaram os pés no passado, deixando que Harry absorvesse tudo que acontecera aos poucos. Ele parecia incrivelmente transtornado quando Hermione chegou na parte em que formulava seu plano de virar uma Comensal. Mas quando ela finalmente chegou ao fim, percebeu que não conseguia forçar as palavras que confessavam seu amor por Riddle deixarem seus lábios. Era tão mais difícil admitir o que sentia para Harry do que fora fazê-lo para si mesma.

Quando, finalmente, o amigo falou, ele estava praticamente cuspindo fogo pela boca.

– Hermione! – gritou Harry, furioso – Você tem noção do quão é perigoso? Você tem noção de quem ele é?

Gina e Rony encaravam os dois, eles sabiam que Hermione estava errada, mas ela ainda era Hermione, não faria nenhuma idiotice.

– Harry. – começou a garota – Sei que deve estar me odiando, mas... Eu não posso fazer nada se eu me apaixonei por... Tom Riddle.

Pronto. Estava feito. Como diria sua tia, Bianca, a merda fora jogada no ventilador. Agora a única coisa que restava a castanha a fazer era simplesmente esperar que Harry retivesse aquela informação e lidasse com ela.

– Você… Você… – ele gaguejou – O quê?

Ela suspirou..

– Harry. Não foi minha culpa. Eu só queria descobrir algumas informações, mas as coisas fugiram do meu controle.

– QUANDO SIMAS EXPLODE ALGUMA COISA E SAI TODO QUEIMADO DA AULA - berrou Harry, assustando os três amigos – ISSO É DEIXAR A SITUAÇÃO SAIR DO CONTROLE! QUANDO FRED OU JORGE ESQUECEM DE MANDAR UM BALAÇO PARA FORA – as frases desconexas pairavam no ar – MAS ISSO! - ele respirou fundo e baixou a voz para um sussurrou cheio de raiva, o que, para Hermione, parecia ser pior do que os gritos – Se apaixonar por Lorde Voldemort? Você ficou maluca?

Ela não sabia o que responder, porque, talvez, uma parte dela apostasse nisso também. Talvez realmente tivesse ficado louca, insana… Porque Tom e Voldemort eram a mesma pessoa, certo? Ainda havia muita coisa para que própria castanha se acostumasse, muita coisa para que ela conseguisse lidar.

– Harry.. – ela disse o nome do amigo quase como uma súplica – Harry, por favor, ninguém se apaixona por alguém propositalmente…

– Não! Não me venha com essa! Não me venha com o discurso “o coração tem razões que a própria razão desconhece”! Não! Se você não soubesse quem ele é… Mas você sabe! Ele matou meus pais! Ele causou a morte de Sirius! E quantas outras pessoas ele matou, Hermione? Torturou! Nascidos trouxa! Assim como você!

Não havia uma resposta para os argumentos de Harry, ela sabia que era tudo verdade, Então, as palavras de Dumbledore lhe ecoaram na mente “Eu conheço o Tom. Eu o trouxe para essa escola, sei o que existe dentro dele, mesmo que ele acredite que consiga esconder de mim, eu sei. Contudo, eu também sei que se há alguém que pode mudar isso, mudar o que está com intrinsecamente intricado nele, é a senhorita.”

Talvez houvesse uma chance… Talvez ela pudesse mudar Tom Riddle. Talvez ela podia ajeitar tudo de uma forma completamente diferente da que tinha imagino.

Harry não a olhou, tirou algo de dentro das vestes e jogou na mesa de cabeceira da castanha, saindo do quarto.

– É… É melhor eu ir atrás dele – disse Rony, dando tapinhas no braço de Hermione – Você vai ficar bem?

Ela se limitou em lhe dar um sorriso de desalento.

– Vou, Rony. Obrigada.

Quando ele saiu, ela pegou o objeto que Harry deixou antes de sair e constatou que era a varinha de Tom. Guardou o objeto e deixou que seus olhos se voltassem para Gina.

– Eu queria conseguir dizer alguma coisa, Mi, mas eu não sei o quê. – a ruiva se aproximou da amiga e lhe envolveu em um abraço.

– Nem eu, Gin. Nem eu.

Naquele momento Hermione deu-se conta de que sua vida tinha dado a tão falada volta de 360º. E, pela primeira vez, ela não tinha ideia do que fazer o que do que esperar.


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Notas finais do capítulo

E aí, povo? Que acharam?
Comentem e me contem!!

Próximo capítulo saí dia 16/11
Beijos!



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