What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 20
Capítulo 19 - Forever


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas.
Primeiramente, me desculpem. Eu sei que eu sumi, me afastei por mais de um mês sem nem dar qualquer tipo de explicação, mas eu precisava. Eu precisava me desligar um pouquinho da fic, dos livros que eu estava lendo e precisava me focar um pouco mais na escola. Eu também precisava recobrar um pouco da inspiração que tinha me fugido completamente, para poder, assim, voltar a escrever a fic.
Espero que vocês me entendam. Peço desculpas mais uma vez.
Esse capítulo é dedicado a vocês que são leitores leais, que sempre me incentivam com seus reviews maravilhosos.
Nos vemos lá embaixo.
:*



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Capítulo 19 – Forever


(N/A: link da música: http://letras.mus.br/kiss/520817/traducao.html)

Callidora era bem mais do que Harfang imaginava. Ela era o tipo de garota que, simplesmente, não se encaixava. Ela era diferente de todas as outras garotas que Harfang já conhecera.

Eu preciso te contar o que estou sentindo

Eu poderia mentir para mim mesmo, mas é verdade.

Não há dúvidas quando olho nos seus olhos

Menina, estou louco por você

- O que quer fazer? – a garota perguntou quando eles caminhavam pelas ruas apinhadas de gente – Quer tomar uma cerveja amanteigada? Um chá? Comprar doces? – ela perguntou e ele sorriu.

Eu vivi tanto tempo acreditando que todo amor é cego

Mas tudo em você

Está me dizendo que agora é...

- Podíamos comprar cervejas amanteigadas.

Eles entraram no Três Vassouras e pegaram duas garrafas de cerveja amanteigada, mas, como toda a Hogsmeade, o lugar estava cheio de gente.

Pra sempre, agora eu sei

E não tenho dúvidas em minha mente

Pra sempre, até que minha vida termine

Menina, eu te amarei pra sempre

- O que acha de tomarmos a cerveja em outro lugar? – ela perguntou, apontando para a porta – Isso supondo que a gente consiga passar por esse mar de gente.

Eu ouço o eco da promessa que eu fiz

"Quando você é forte, pode seguir sozinho"

Mas estas palavras soam distante quando olho pra você

Não, eu não quero seguir sozinho.

Ele sorriu.

- É uma excelente ideia.

Nunca pensei que colocaria meu coração na linha

Mas tudo em você

Está me dizendo que agora é

Eles saíram do Três Vassouras com alguma dificuldade, mas logo já estavam na rua de novo.

Pra sempre, agora eu sei

E não tenho dúvidas em minha mente

Pra sempre, até que minha vida termine

Menina, eu te amarei pra sempre

- E que lugar você sugere? – perguntou Harfang.

Yeah!!

- Conheço o lugar ideal. É mais voltado para os moradores, mas não creio que seja proibido aos visitantes.

Eu vejo meu futuro quando olho em seus olhos

O seu amor faz meu coração viver

Porque eu vivi minha vida acreditando que todo amor é cego

Mas tudo em você, está me dizendo que agora é...

A garota se pôs a andar e Harfang era obrigado a correr para acompanhá-la. Logo, eles chegaram a uma espécie de parquinho. Callidora limpou o gelo de um balanço e nele se sentou. Harfang imitou seu gesto e se sentou também.

Oooh!!

Pra sempre, agora eu sei

E não tenho dúvidas em minha mente

Pra sempre, até que minha vida termine

Menina, eu te amarei pra sempre

Eles começaram a beber a cerveja amanteigada sem dizer nada e Harfang se amaldiçoou por isso. Como ele poderia convidá-la para sair e ficar parecendo um completo idiota? Nem ao menos tinha se preocupado em pensar em assunto para conversarem, tamanha a euforia que sentia.

E não tenho dúvidas em minha mente

Pra sempre, até que minha vida termine

Menina, eu te amarei pra sempre

Então, sem bem saber como, ele perguntou a coisa mais estúpida que podia sair de sua boca naquele momento:

- Então... Seu namorado não se importa que você saia com outro garoto? – Callidora estreitou os olhos – Como amigos, é claro, mas... Não sei.

- Não sabe mesmo. – ela retrucou e depois suspirou – Desculpe, eu não queria ser rude. Não, Gunther não se importa.

Harfang bebericou a cerveja, pensando que deveria conter substâncias alucinógenas nesta, já que ele continuou falando coisas que poderiam ser consideradas recriminadoras.

- Eu me importaria, se fosse ele.

- Por quê?

- Por que você é muito bela, Augusta.

- Obrigada. – ela disse – Mas o que isso tem haver?

- Nada. – ele respondeu rapidamente e a garota riu.

- Você é meio estranho, Harfang. No bom sentido, é claro. – o sorriso aumentou – Gosto de você.

Harfang se sentiu feliz ao ouvir aquelas palavras, mas ao mesmo tempo se sentiu culpado. Querendo ou não, não era correto chamar uma garota que tinha um namorado para sair. Não era correto o que ele estava fazendo.

- Devíamos voltar. – ele disse, se levantando.

- Por quê? – ela perguntou espantada – Não gostou do parquinho? – ela fez beicinho ao olhar o lugar – Eu o acho particularmente interessante, sabe? Esse lugar me traz uma espécie de paz.

Ele abanou a cabeça.

- Não é correto. Você tem um namorado e... Eu não posso ficar aqui com você, sozinho.

Callidora não parecia entender.

- E por que não?

Harfang não soube o que lhe deu. Ele só se deu conta que as palavras estavam saindo de sua boca, quando ouviu o tom de sua voz confessando aquilo em uma voz tão falha quanto se podia ter.

- Por que eu gosto de você, Augusta. Você não sabe o quanto eu me senti alegre por você ter aceitado meu convite para esse passeio, mas... Não está certo. E, agora eu vejo, mesmo que você tenha aceitado esse convite... Nada muda.

Callidora estava boquiaberta.

- O que quer dizer com... Com gosta de mim? – ela perguntou.

Harfang deu as costas, praguejando.

- Eu não devia ter dito isso.

- Ah, devia, sim! – ela disse – O que quer dizer com isso, Harfang?

- Quero dizer que... Eu acho, não, eu tenho certeza, que desde que primeira vez que te vi, eu... Me apaixonei por você.

Harfang queria cavar um buraco no gelo e enfiar sua cabeça dentro. Que diabos de resposta clichê e infantil era aquela? Será que ele não podia ter estragado tudo um pouco mais não? Primeiro ele começava a falar sobre Gunther Avery, depois dizia que precisavam ir e depois assumia que amava! E do jeito mais patético que poderia existir!

Será que não há alguém disposto a lançar a Maldição da Morte em mim nesse momento?

- Harfang. – a voz de Callidora não transmitia nenhuma expressão – Olhe para mim.

Ele obedeceu e ela pegou sua mão, obrigando-o a sentar-se novamente.

- Eu sou um estúpido? – ele perguntou – E você ama seu primo? Vai se casar com ele? Não é isso que vai me dizer?

- Não. – Callidora disse com um sorriso fino – Eu vou lhe contar uma coisa, um segredo, que não pode contar a ninguém.

#*#*#

Callidora realmente pesou todas as medidas antes de começar a falar, ela não podia justificar a si mesma o que estava fazendo, mas, pela primeira vez, ela entendia o sentimento que Gunther tanto lhe descrevia. O amor incondicional.

Seria possível que ela havia se apaixonado em apenas uma semana por Harfang Longbottom? Não, aquilo era mentira. Ela sempre sentiu algo estranho quando olhava para o grifinório, algo engraçado, que ela não fazia ideia de como explicar, mas que agora parecia fazer sentido.

Ela gostava de Harfang. E, pela primeira vez em sua vida, ela sentia que as rédeas de sua vida estavam em suas mãos, não era seu pai quem estava decidindo nada, era ela mesma. E ela estava decidindo que queria experimentar esse sentimento tão acalentado pelas pessoas.

- Eu e Gunther – Callidora começou sem ter certeza nenhuma de como dizer aquilo – não estamos juntos de verdade.

- O que...?

- Por favor, não me interrompa. – ela pediu – E sim, foi exatamente isso que você ouviu, Harfang. Gunther e eu nunca tivemos nada, ele sempre foi completamente apaixonado por sua melhor amiga e eu aposto meu nome do meio que ela também é louca por ele, mas é muito orgulhosa para admitir isso. Então – ela tomou fôlego e disse –, eu tramei um plano para fazê-la perceber e admitir para si mesma que o amava. Gunther precisaria arrumar uma namorada de mentira para fazer ciúmes nela.

- O ciúme é uma arma poderosa. – ele comentou – Isso quer dizer que...

- Eu me ofereci para fazer esse papel. Gunther e eu temos uma proximidade cabível, contestável, talvez, mas nada fora do padrão. Eu nunca gostei de Gunther, não mais além do que eu realmente deveria gostar, então não haveria perigo de o plano sair pela culatra e eu acabar apaixonando-me por ele.

E nem por ninguém, ela completou mentalmente, mas essa pequena parte havia sido subestimada. Em seu íntimo, Callidora sabia que estava sendo estúpida, que estava colocando a emoção antes da razão e – para uma Black – aquilo nunca era perdoável. Ela estava fadada a ser submissa a seu pai e a seu futuro marido e ela nunca teve nenhum problema com essa perspectiva, mas agora ela parecia... Terrível! Ela sabia que estava sentindo algo diferente por Harfang Longbottom, sabia o que era, mas não podia acreditar. Afinal, é possível se apaixonar por alguém em apenas uma semana?

Callidora pôde ver que Harfang estava tentando absorver tudo aquilo que ela havia lhe dito, mas ela sabia que não deveria estar sendo fácil. Aquilo soava louco até mesmo para ela, que havia planejado e pensado em cada detalhe daquele plano.

- Certo – ele disse vagarosamente –, mas, Augusta, por que está me contando tudo isso?

A garota fechou e abriu a boca algumas vezes. Sentiu-se corar, mas não desviou os olhos dos de Harfang nem por um segundo sequer.

- Isso pode soar incrivelmente estranho, Harfang. – ela disse, sentindo como se estivesse fazendo algo incrivelmente errado. Uma loucura. E, para ela, realmente era, porque ela era uma Black – Eu sei que isso não soará bem, não soará como uma Black deveria soar. – ele ergueu as sobrancelhas quando ela disse isso – Eu nasci em uma família onde a tradição é mais importante do que qualquer outra coisa, onde o seu sangue é mais prezado do que sua pessoa, onde aquele antigo ditado “diga-me com quem tu andas e lhe direi quem é” é um mandamento crucial, quase uma lei. – ela tomou ar – E eu nunca me importei com isso, nunca me importei com o fato de que quem traçará as diretrizes de minha vida não serei eu. Até agora.

Harfang parecia completamente assustado e confuso.

- Augus-

- Eu nunca me importei com nada disso, nunca me importei que meu pai deve estar trocando cartas com cada bruxo de importância que há na face na Terra, sondando seus filhos em busca de um marido para mim... Mas agora eu me importo, Harfang. Porque eu não quero mais um casamento arranjado, eu não quero mais a submissão que me foi imposta desde o meu nascimento... Porque... Eu gosto de você.

Os olhos de Harfang se arregalaram e ele encarou Callidora avidamente.

- Você quer dizer que você gosta de mim... Gosta de mim?

- Sim. – ela disse – Eu sempre achei que tinha algo de especial em você, eu não sei se é possível se apaixonar em uma semana, mas eu não sei o que pode ser se não isso. Eu simplesmente...

Ela não conseguiu completar a frase, não por nervosismo, mas por não haver uma boa palavra para descrevê-la naquele momento.

Harfang sorriu para ela e pegou sua mão.

- Sei como é. Sei como se sente.

Ele se aproximou e lhe deu um beijo na testa.

- Que tal feijõezinhos de todos os sabores?

#*#*#

Harfang sorriu ao entrar na Dedos de Mel com Callidora ao seu lado. Ele estava feliz com tudo aquilo. Era tudo muito insano, muito pouco real, mas... Valia a pena.

Ele pegou três pacotes de Feijõezinhos de Todos os Sabores e levou para o caixa, pagou e depois saiu da loja.

- Quais foram os piores sabores que você já pegou? – perguntou Callidora.

- Vômito, cera de ouvido e meleca de nariz. – ele respondeu fazendo uma careta – Ruins, mas suportáveis. E você?

- Centopeia. – ela franziu o nariz ao responder.

- Centopeia?

- Sim, é um vermelhinho escuro. É horrível!

- Como você sabe que é de centopeia, Augusta? – ele perguntou meio descrente.

- Digamos que eu, minha irmã e minha prima costumávamos a fazer apostas estranhas quando eu era menor. Comer coisas... Exóticas, fazia parte disso.

Ele não pode evitar rir quando ela disse isso.

- Me avise se o de centopeia estiver aqui, não quero experimentar.

Ela sorriu.

- Vamos voltar para o parquinho? – perguntou.

- Sim. – ele respondeu.

Sentaram-se nos mesmos balanços e começaram a experimentar os feijõezinhos. Callidora sorria para ele e Harfang, sem perceber, foi se aproximando. Estava cada vês mais perto – muito mais do que era permitido, tratando-se de que ele estava com uma Black. Vagarosamente, ele se aproximou mais e seus lábios encontraram-se aos dela.

Foi um beijo rápido e suave, sem malícia ou segundas intenções. Era apenas um beijo inocente de dois estudantes depois de descobrirem que ambos partilhavam de um afeto. Um afeto, que graças a Merlin, era correspondido.

- Muito bonito, Callidora. Muito bonito. – uma voz raivosa soou perto deles, fazendo a garota pular no balanço a frente. Harfang virou sua cabeça para a voz e viu uma garota de longos cabelos negros. Não lembrava o nome dela, até que uma das frequentes reclamações de Minerva soou forte em sua memória.

Aquela era Jade Bulstrude e, na visão de Minnie, uma petulante sonserina que namorava um garoto mais arrogante ainda. Harfang deixou um suspiro se desprender de seus lábios.

Aquilo não estava com cara de que ia acabar bem.

#*#*#

Jade não podia acreditar no que seus olhos viam. Callidora era uma cretina! Estava traindo Gunther com o grifinório e nem tinha o menor trabalho para tentar disfarçar!

- Jade? – a voz de Callidora saiu tremida após ela se desgrudar rapidamente de Longbottom – O que está fazendo aqui?

- Passeando por Hogsmeade, Callidora. Como todos os alunos... – a morena balançou a cabeça – Você não tem vergonha na sua cara, não? Trair Gunther? E publicamente!

- Eu não estou traindo ninguém. – Callidora silvou.

- Ah, não? Então está fazendo o que?  - Jade perguntou, sarcasticamente – Eu vi, Callidora. Como você é baixa! Gunther se afastou dos amigos para ficar perto de você, abdicou de amizades de anos e você o trai?

Callidora balançou a cabeça.

- Jade, você não entende...

- Eu entendo muito bem. Não preza seu sangue, não preza sua família e não se dá ao respeito. – disse a morena com a voz tão afiada quando uma navalha – Eu até achava que você até poderia ser a pessoa certa para Gunther, que era melhor você ficar com ele, pois ele estava feliz com você, pois você o dava paz e tranquilidade, punha um sorriso nos lábios dele... Eu acho que me enganei.

Callidora continuava a balançar a cabeça, olhando para Jade como se ela fosse a maluca da história.

- Você...

- Ah, eu entendo muito bem! Você traiu um garoto bom, Callidora! Ele jamais faria isso com você... Ele precisa saber disso. Ele vai saber disso.

Callidora ficou lívida ao ouvir essas palavras e Jade sentiu um prazer indescritível ao ver a garota Black com o rosto completamente preocupado.

- Jade, você não pode fazer isso, você... Gunther não pode...

- Você, Callidora, deveria ter pensado muito bem nisso antes de trair Gunther!

- Eu não trai ninguém! Porque eu e Gunther nunca ti-

A garota parou de falar no meio da frase e tapou a boca com as mãos.

- Você e Gunther nunca o que? – perguntou Jade. A irritação atingindo cada mínima célula do seu corpo, Callidora estava lhe tirando fora do sério, o que, tratando-se de Jade, já não era muito difícil – Ande, Callidora! Você e Gunther nunca o que?

A garota dos Black suspirou profundamente. Naquele momento, toda a preocupação que ela havia apresentado consigo mesma há pouco havia se esvaído completamente. Ela parecia meditar sobre algo desagradável. Jade estava a ponto de erguer sua varinha para aquela petulante e fazê-la se lembrar de que se ela havia traído Gunther e Jade a tinha em mãos quando ela umedeceu os lábios e começou a falar em uma voz abafada:

- Harfang? – Callidora chamou sem olhar o garoto – Será que poderia nos dar um minuto? Preciso falar com Jade.

O grifinório pareceu relutante de início, mas logo concordou, deixando as duas sozinhas.

- Precisamos conversar, Jade. – disse Callidora com a voz entrecortada.

- Ah, mas é claro que precisamos. – Jade concordou, irônica – Diga-me, Black, você e Gunther nunca o que?

- Sente-se, Jade. – a outra disse, sem se abalar.

- Estou bem em pé.

- Sei que está. – rebateu – Mas não sei se vai ficar.

Não parecia uma ameaça, apenas uma constatação. Jade fuzilou a garota como olhar, mas ocupou o lugar que antes pertencera a Harfang.

- Irônico eu ter que repetir essa história duas vezes no mesmo dia. – ela sussurrou para o nada – Mas é necessário. Você está zangada comigo e não a culpo, você pensa que eu traí seu melhor amigo, pensa que eu envergonho a todos os sangues puro com a minha atitude tão... Bom, você não vai entender que eu não sou nada disso que você está pensando, não vai entender que eu valorizo minha família e minha reputação mais que a tudo nesse mundo se eu não lhe contar a história inteira.

Ladainhas, ladainhas e ladainhas! Merlin, me segure antes que eu mate a Black.

- Ande logo, Black. Eu não tenho o dia todo para ouvir suas ladainhas.

Callidora não pareceu ressentida com os modos de Jade para com ela. Apenas assentiu e voltou seu olhar para a face da morena.

- Olhe, Jade. Eu e Gunther nunca tivemos nada.

- O que?

- Deixe-me continuar. – pediu – Sim, é isso. Gunther e eu nunca estivemos apaixonados um pelo o outro e, muito menos, estivemos arranjados por algum compromisso entre meu pai e a mãe dele. Meu pai adoraria fazer um casamento entre família, para que o sangue e o dinheiro não sejam passados a uma dinastia desconhecida, mas o pai de Gunther jamais concordaria em negociá-lo, bem como tia Celine. Você, que convive tão bem com os Avery, sabe os homens daquela família jamais foram comprometidos a um casamento a contragosto e com Gunther não seria diferente. – ela tomou fôlego – Enfim, suponho que você se lembre de quando Gunther sofreu um ataque e foi levado ao St. Mungus. Eu fui visita-lo e, quando ele acordou, eu lhe disse que a sua namorada havia ficado muito preocupada e mandado várias cartas à tia Celine. – Callidora sorriu sugestivamente para Jade e o coração dela martelou fundo em seu peito quando ouviu aquilo – Mas Gunther pareceu não saber de quem se tratava, então eu disse a ele que era você. Juro que nunca vi Gunther daquela forma, por um momento, os olhos dele brilharam e, logo depois, ficaram tão opacos que nem parecia que eram os mesmos olhos que se assemelharam a diamantes. Ele me explicou que você não era namorada dele e, nas palavras dele, eu sentia o pesar por não ser. Em minha mente, eu sempre soube que um gostava do outro, que um sempre foi perfeito para o outro e não haveria outro modo, afinal, sempre unidos, mascarando esse sentimento tão belo atrás de uma amizade... Bom, Gunther me disse que você estava namorando e aquilo não me pareceu certo. Você e Gunther deveriam estar juntos, assim como sonserino não deve se misturar com grifinório! – a morena tomou fôlego – Então, eu formei um plano em minha mente. Você havia dito a Gunther que amava seu namorado, mas eu tinha certeza que não... Tudo que era preciso era te colocar a prova, e o melhor jeito de fazer isso era arrumar uma falsa namorada para Gunther... Ele relutou, mas eu o convenci e me ofereci para o papel, já que ele precisaria de alguém de confiança para...

Jade parou de ouvir o que Callidora dizia naquele momento e começou a assimilar por partes tudo que havia escutado. Gunther nunca esteve com Callidora. Gunther fingiu estar com Callidora, porque ela teve uma ideia retardada, para me causar ciúmes e me por a prova. Gunther. Nunca. Esteve. Com. Ela. Eram muitas coisas para se pensar, mas um pensamento se afixou em sua mente. Gunther me fez de idiota. Ele tentou me fazer ciúmes! Ele me fez ciúmes! Esse ciúmes idiota que me fez perceber que o amava e eu nunca quis perceber nada! Ele brincou com meus sentimentos tanto quanto Tom!

Ela se levantou do balanço. A raiva agora corria por suas veias, substituindo seu sangue. Uma coisa que Jade Bulstrude não admitia, nem em seus piores pesadelos, era ser feita de idiota. Ainda mais por uma pessoa que ela considerava tanto.

- Jade, aonde vai? – perguntou Callidora, assustada.

- Não é da sua conta, Black. – ela rugiu e depois respirou fundo – Volte a seu encontro, finja que eu não estive aqui, finja que eu não sei de nada... Ou conte tudo a Gunther... Não sei! Faça como quiser! Mas não tente me fazer de idiota de novo, isso não admitirei.

A morena deixou a outra só e partiu andando de volta a Hogwarts. Ela não queria pensar, não queria raciocinar. Ela, pela primeira vez, queria deixar a emoção ser mais forte pela razão. Abriu a bolsa que carregava e, do pacote que Andrew havia lhe entregado, tirou uma garrafa de firewhisky. Destampou-a e levou-a a boca, bebendo o liquido diretamente do gargalo. Sentiu-se melhor quando ele percorreu sua garganta, queimando-a. E isso era tudo que ela queria pensar no momento: firewhisky.

Finalmente, chegou à Hogwarts e guardou a garrafa de firewhisky. Apesar de tudo, não queria arranjar nenhum tipo de problema e, se fosse pega bebendo, uma detenção seria o mínimo que iria arranjar para si.

Andou pelos corredores sem saber muito bem para onde ir, até que avistou uma pessoa no fim do corredor. Bufou, com raiva. Com certeza aquele não era o momento para ter que lidar com Tom Riddle.

- Jade. – ele cumprimentou com uma cordialidade completamente estranha.

- Tom. – ela respondeu, mas não conseguiu manter a pose, fazendo com que ele arqueasse as sobrancelhas.

- Jade... Jade... – ele disse – Que foi que houve?

A pergunta lhe assustou. Tom nunca esteve preocupado com ninguém além dele mesmo.

- Nada. – respondeu ela, reflexivamente.

- Certo. – disse ele – Vai para as masmorras? – ele perguntou e ela deu de ombros. Começaram a andar conjuntamente em direção a elas.

Jade suspirou, inquieta, abriu a boca para bufar, mas algo diferente saiu de sua boca.

- É Gunther. – disse ela, subitamente e sem entender como um bufar tinha se transformado naquela pequena frase reveladora e que atormentava todo o seu coração.

- Entendo. – disse Tom – Vocês brigaram de novo?

- Não, mas acho que é possível que isso ocorra em breve. Ele mentiu para mim.

- Isso sim é novidade. – disse o garoto – Gunther sempre lhe colocou em um pedestal.

- Sim... – ela assentiu – Tanto zelo... Para depois me decepcionar.

Tom parou de andar e recostou-se na parede pétrea, os olhos se fixaram em Jade.

- Afinal, o que foi que Gunther fez?

Jade mordeu o lábio inferior. Não estava nem um pouco acostumada com aquele Tom... O Tom que ela conhecia jamais lhe perguntaria isso. Ele a mandaria superar e pronto. Mesmo assim, começou a falar; sentia que precisava desabafar com alguém.

- Não sei se chegou a saber, mas Gunther começou a namorar com a prima.

- Fiquei sabendo.

- Bom... Eu sempre achei que eu te amava. – ela bufou ao pronunciar aquelas palavras – Mas não. Isso nunca chegou a acontecer. Eu gostei muito de você, mas aquilo não era amor. E... Quando Gunther foi para o St. Mungus, e... Quando eu vi Gunther beijando Callidora, a prima dele, notei que... Eu o amava e não a você.

Tom assentiu.

- Sempre soube que gostava muito dele. Só não imaginava que havia sido estúpida o bastante para se deixar levar pelo amor, Jade! O amor não é algo bom, eu sempre lhe alertei isso!

- Eu sei! Tom, eu sei de tudo isso! Mas, espere, que eu ainda não cheguei ao final. – ela suspirou – O namoro de Gunther foi uma mentira. Foi apenas uma tática para me fazer ciúmes. Eu não sei se posso perdoá-lo por isso. – concluiu a morena.

Tom ficou calado por um longo tempo. Parecia pensativo.

- Você vai perdoá-lo. – disse ele, finalmente – Se está mesmo apaixonada, você vai perdoá-lo. – ele pegou a mão de Jade e tirou o anel que ele havia dado a ela quando oficializaram o namoro. Jade nem reparava mais que estava com o anel, ela já sentia como ele fizesse parte de sua mão. – Vá falar com Gunther, Jade.

- Mas se eu devo evitar o amor... Eu... – ela não estava entendendo Tom.

- Você o ama. Provavelmente, você vai sofrer, como está sofrendo agora. Isso é um fato, é uma consequência do fato de você amá-lo, mas nem por isso você vai deixar de fazê-lo. – ele olhou para o teto e não para Jade – Seres humanos são estúpidos, eles fazem as coisas, mesmos aquelas que sabem que são prejudiciais. – ele voltou a olhá-la – E nós não somos exceções.

Jade ficou emudecida diante das palavras de Tom. Mas, de repente, ela decidiu o que era o certo a se fazer.

Sorriu.

- Obrigada, Tom. Obrigada mesmo.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?
Acho que, finalmente, as coisas vão se ajeitar para Jade.
Aliás, falando em Jade, eu sei que eu dei um enfoque muito grande para JadexGunther nos últimos capítulos, mas não pensem que eu deixei Tomione de lado. Esse enfoque era necessário exatamente para que Tomione pudesse se desenvolver com mais facilidade. Daqui a um ou dois capítulos já teremos nossa dose "normal" de Tomione. E outras surpresas também MUAHAHA
Tá, parei.
Espero vocês nos reviews.
:*