What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 2
Capítulo 1 - Who Knew


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo postado, gente! Espero que vocês gostem.



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Capítulo 1 – Who Knew

— Mione!

— Aqui!

A neve fofa rodeava seu corpo, estava jogada de bruços no chão com o vira-tempo ainda em suas mãos. Gina se aproximou dela e a ajudou a levantar.

— Você está bem? – perguntou a amiga. 

— Sim... Eu estou. Você se machucou? 

— Não. minha perna está um pouco dolorida, mas nada preocupante. 

Hermione passou seus olhos pelo local onde estavam. Era Hogsmeade, não havia como negar, mas não era o mesmo vilarejo que eles conheciam. Tudo estava bem mais novo. 

Oh meu Merlim! Isso só pode que significar que...

— Nós voltamos no tempo. – disse Rony, como se lesse seus pensamentos. 

— Sério Ronald? – perguntou Hermione sarcástica. 

Gina mandou um olhar silenciador para o irmão e voltou a encarar a amiga. 

— Mione, o vira-tempo está com você? – perguntou Gina. 

— Sim! – ela respondeu, aliviada. Claro! Era tão simples! Era só usar o vira-tempo novamente e voltar. Isso a ensinaria a não resolver dar cabo a ideias malucas! 

Mas quando seus olhos se fixaram no objeto ela percebeu que as coisas não seriam tão simples assim.

— Está partido. – declarou, a voz saindo quase como um engasgo. 

— Não pode ser! – exclamou Harry, aproximando-se e examinando o vira-tempo. Uma rachadura o cortava de uma extremidade a outra – Ah, meleca! 

— Isso significa que estamos presos aqui? – Rony perguntou, sua voz saiu aguda devido ao pânico – Estamos presos há sabe Merlim quantos anos de nossa época? 

— Rony, cale a boca. – pediu Gina – O que podemos fazer? Pedir ajuda? 

— Pra quem? – perguntou o ruivo – Não sabemos nem em que ano estamos, vamos simplesmente de porta em porta falando "Olá, estamos perdidos. No tempo. Tem quatro pratos de sopa de abóbora sobrando"? 

— Rony – Gina disse, entredentes – Eu juro pelas calcinhas de Morgana que se você não ficar quieto... 

Hermione sentia que os olhos de Harry a fitavam. Ele balançou a cabeça de leve, como se soubesse o que ela pensava. 

— Vamos a Hogwarts. – disse ela

— Hogwarts? – questionou Rony, parecendo incerto. 

— É nossa melhor opção – disse Harry – talvez tenha alguém lá que possa nos ajudar. 

— Dumbledore. – falou Gina, entendendo onde os outros dois queriam chegar.

Hermione acenou em concordância e se colocou em movimento. Enquanto andava observava o vilarejo e estranhava que não houvesse muito movimento. Qual seria o motivo? Hogsmeade não era conhecida por ficar inativa. A menos... Oh, Merlim, não! Não podemos ser tão azarados assim!

— O que pretendia fazer com aquele vira-tempo? – perguntou Gina, fazendo Hermione tomar um susto. Não havia percebido que a amiga estava ao seu lado. Olhou para trás e viu que Harry e Rony conversavam, parecendo distraídos. 

— Não quero falar sobre isso Gina.

— Mione, por favor. 

— É estupidez. – declarou, pensando seriamente em terminar o assunto com aquela frase, mas ao olhar para Gina percebeu que a amiga não deixaria – Eu... Eu estava magoada e não estava pensando direito. Ronald e Lilá... Vê-los sempre agarrados em qualquer lugar e não saber o que fazer para que pare de doer... Eu só... Eu queria voltar no tempo para falar para ele que o amava, que o amo... 

— Oh, Merlim! Mione... 

— Eu sei, Gina. Isso foi a mais completa loucura, por isso eu desisti. Mas devo ter esquecido de devolver o vira-tempo. 

A ruiva a olhou como se tivesse tido um estalo.

— Falando em vira-tempo, onde você encontrou esse? 

— Sala Precisa. Eu não sei como... Eu disse, foi uma ideia descabida e um ato de desespero. Sinceramente, não entendo como eu consegui esse vira-tempo.

Realmente, quando colocou em restrospecto o que aconteceu não conseguia entender como a Sala Precisa havia lhe fornecido um objeto daquele nível tão facilmente. 

Elas ficaram em silêncio até chegarem ao castelo e esperaram os outros dois para entrarem. Estava vazio, completamente vazio, igual ao vilarejo. isso não deixou a castanha exatamente animada. Eles andaram dois ou três passos até que uma voz os chamou.

— Voltem direto a seus dormitórios! Já não foi avisado? Qualquer aluno que for pego andando sem a companhia de um professor depois de terminada as aulas será duramente punido! – quando Hermione se virou deu de cara com uma linda jovem de cabelos castanhos e olhos verdes severos – Mas... Quem são vocês?

— Nós... Eh... – ela olhou para Harry e depois para Gina e Rony, todos pareciam esperar que ela fizesse alguma coisa. Ela suspirou – Nós precisamos ver Dumbledore.

— O Professor Dumbledore? – perguntou e Hermione assentiu – Mas quem são vocês? – repetiu.

— Acredite – disse Rony – é muito difícil de explicar.

A garota pareceu pensar por alguns segundos, olhou para os quatro claramente os avaliando. Seus olhos mediram suas roupas e refletiram estranheza. Ela pareceu perceber que havia algo de errado com eles.

— Certo, venham comigo.

O caminho até a sala de Dumbledore foi silencioso. Depois de andarem por algum tempo, a garota parou em frente à uma porta de carvalho e começou a bater.

— Professor? Com licença, posso entrar? – ela abriu a porta um pouco e colocou a cabeça para dentro.

— Oh, claro, Srta. McGonagall! O que deseja?

A garota entrou e fez sinal para que eles fizessem o mesmo. Dumbledore os encarou com certo interesse e depois olhou para McGonagall novamente. 

— Esses senhores e essas senhoritas disseram que precisavam falar com o senhor. Encontrei-os perto do Salão Principal.

— Ah, claro. Muito obrigada, senhorita. Pode deixar-nos a sós. 

Assim que a porta se fechou, Dumbledore olhou para os quatro. Analisou-os bem antes de falar.

— Presumo que não sejam dessa época. – disse por fim.

— Não, senhor. – respondeu Harry, ele era mais próximo de Dumbledore e Hermione achou por bem deixar isso com ele. – Nós estudamos em 1996, senhor.

— Fascinante! E como vieram parar aqui?

— Por meio de um vira-tempo, senhor. Minha amiga, Hermione Granger, tem um e ele acabou por se partir quando estávamos em Hogsmeade.

Dumbledore deu algumas voltas pela sala, sua expressão era indecifrável. Ele tinha as sombrancelhas unidas do que a garota achava ser preocupação.

— Seus nomes, por favor? – ele perguntou depois de algum tempo.

— Hermione Granger. – ela respondeu instantaneamente – Este é Harry Potter e aqueles dois são Ronald e Ginevra Weasley.

— Onde está o vira-tempo?

Hermione lhe entregou o objeto. O diretor passou os dedos por ele e depois suspirou pesadamente.

— Creio que irá demorar um pouco para voltarem a 1996.

— Quanto tempo, senhor? – perguntou Gina.

— Cerca de três meses ou mais. Um vira-tempo não pode ser consertado com um simples “reparo”, é perigoso demais. Vocês correm o risco de se perderem no tempo e jamais voltarem a sua época. – ele pausou – Não disponho de vira-tempos agora e... Digamos que não é uma boa hora para pedir ao Ministério mais vira-tempos.

— Por que, senhor? – perguntou Rony que se mantivera calado até o momento.

— Presumo que não saibam em que ano estão. – eles balançaram a cabeça negativamente – Estamos em 1942 e estamos em guerra. Mas disso vocês já devem saber não é?

— Sim. – concordou Hermione com um suspiro – Uma guerra contra Gillert Grindelwald. – o diretor se limitou a assentir, parecia desconfortável com a menção ao nome do bruxo.

Isso explica porque Hogsmeade parecia uma cidade fantasma. Oh, Merlim! Nós realmente temos sorte, não? 

— Os senhores estudam em Hogwarts, certamente? – Harry confirmou com um aceno – Irei levá-los ao diretor Dippet, ele decidirá onde será o melhor lugar para acomodá-los.

Dumbledore saiu da sala e os quatro o seguiram, passaram por diversos corredores até chegarem a Gárgula que em sua época guardava o escritório do bruxo a sua frente.

— Hogwarts. – disse o professor e a Gárgula se moveu para o lado dando passagem aos visitantes. Eles subiram e ao chegarem à porta, Dumbledore bateu nela três vezes.

— Entre – ouviu-se uma voz cansada falar.

Armando Dippet era um senhor idoso, de cabelos prateados e bigode, sua barba era rala, o nariz era reto e pontudo, mas o que chamava mais atenção no diretor eram, com certeza, seus brilhantes e astutos olhos verdes.

— Alvo! – saudou o homem – A que devo a visita? Espero não ser má notícia que é o que mais escuto nesses tempos.

— Armando – cumprimentou – tenho um assunto um tanto delicado para tratar com você, mas não acredito que seja má notícia.

— Sim?

— Esses senhores e essas senhoritas – apontou para o grupo no final da sala que não parecia ter chamado a atenção do diretor até o presente momento – vieram do futuro, mais precisamente do ano de 1996, por meio de um vira-tempo que se partiu. Acredito que não tenho jeito de mandá-los de volta a sua época antes de três meses, até que eu consiga consertar o vira-tempo.

Dippet baixou os olhos de Dumbledore para sua mesa, parecia pensar no que deveria ser feito. Hermione se sentia completamente apreensiva, ela não podia deixar de evitar o pensamento de que, se não fosse por ela, estariam todos de volta ao Salão Comunal da Grifinória. Harry provavelmente estaria lendo aquele livro idiota; Gina e Dino estariam namorando em alguma sala vazia e Rony... Ronald estaria se agarrando com a Lilá. É claro que não posso esquecer que a culpa não foi só minha, se ele não tivesse pego o vira-tempo...

O tempo de reflexões da garota foi o suficiente para o diretor também e, ao voltar a fitar Dumbledore, ergueu a varinha no ar.

— Accio Chapéu Seletor. — o surrado chapéu voou diretamente para as mãos do homem – Devemos classificá-los para alguma das casas e eles permanecerão lá até que o vira-tempo seja devidamente consertado.

Dumbledore apontou a cadeira à frente da escrivaninha do diretor para Hermione, ela se sentou e logo depois ele colocou o chapéu em sua cabeça.

Uma viajante do tempo. - sussurrou o chapéu em sua mente— Huum, corajosa, muito racional, inteligente, leal e tanto passional, se me permite dizer. Acredito que a melhor escolha para você seja a GRIFINÓRIA.

A garota se levantou se sentindo aliviada. Ela observou Harry se sentar na mesma cadeira que antes ela ocupara. Não tiveram que esperar muito para que o chapéu desse a sua resposta: Grifinória.

O próximo foi Rony, ele estava apreensivo, mas Hermione já sabia qual seria a resposta. Eles não tiveram uma mudança grande em seus caráteres que indicassem que deveriam mudar de casa. Assim que ele se levantou, Gina sentou-se na mesma cadeira com um ar mais confiante. Ela parecia saber, tanto quanto Hermione, qual seria a resposta do chapéu. Ele a anunciou e ela se levantou indo para o lado da castanha.

— Certo. Que ano vocês cursam senhores...?

— Potter, Harry Potter. – ele respondeu – Eu, Hermione Granger – ele apontou para a garota – e Ronald Weasley – apontou para Rony – cursamos o sexto ano. Ginevra Weasley – ele apontou para Gina que vez uma careta quando ouviu seu nome – cursa o quinto ano.

— Ótimo. Dumbledore os levará para Torre da Grifinória. Vocês ficarão em um dormitório separado dos outros alunos. Creio que será melhor assim, as pessoas podem ser muito curiosas quando se envolve o futuro, ainda mais por estarmos em uma guerra.

Eles estavam quase saindo quando ele exclamou um “ah”.

— Seria melhor apresentar vocês aos alunos hoje, já que permanecerão aqui por tanto tempo.

— Hoje? – perguntou Rony.

— Sim, Sr. Weasley. Hoje teremos um banquete de despedida para aqueles que pretendem passar o natal com suas famílias, acho que será uma boa ocasião para não termos que apresentá-los duas vezes.

Eles se limitaram a assentir e o diretor sorriu. O caminho até a Torre da Grifinória foi silencioso, Dumbledore não tinha a necessidade de ficar falando para preencher o espaço e isso era muito bom, pois Hermione podia pensar no que estava acontecendo.

Realmente, é maravilhoso que tenhamos saído da época de uma guerra para entrar em outra. Pensou irônica. Pelo que li e ouvi dizer Grindelwald é um bruxo horrível e que só perde para o próprio Voldemort. Ele também tinha uma grande inclinação contra os nascidos trouxas. Merlin! Três meses para sair daqui? Como poderemos esperar tanto tempo? É claro que quando voltarmos ninguém perceberá que viemos, mas, ainda sim... Ah! Hermione Jean Granger! Onde você estava com a sua cabeça quando você teve aquela ideia odiosa do vira-tempo? Nada se resolveu e agora você presa numa época em que seus avós tinham a sua idade!

Ela bufou irritada o que atraiu a atenção de Harry.

— O que foi?

— Nada. Só estou... Irritada.

— Hermione, se acalme. Nós iremos voltar, mesmo que seja... Daqui a três meses.

Ela percebeu que Harry estava tão feliz quanto ela por ter voltado no tempo, mas ele disfarçava muito melhor do que ela.

— Veritasserum! – disse Dumbledore após parar a frente do buraco do retrato – Essa é a senha para entrar.

Quando entraram no Salão Comunal vários olhares espantados se fixaram neles, Dumbledore se limitou a sorrir para os alunos e murmurou para eles “É por aqui”. Ela esperava que começassem a subir os degraus para os dormitórios, mas o diretor passou reto pelas escadas entrando em uma porta que, em 1996, era onde ficava um quadro de duas irmãs gêmeas. Ele desceu uma escadaria que dava um corredor, duas porta, uma de frente para a outra, foram avistadas.

— Aqui será o dormitório de vocês por esses três meses. Os senhores Potter e Weasley podem ficar com o da direita e as senhoritas Granger e Weasley com o da esquerda.

— Desculpe senhor. – começou Hermione – Mas o que é aqui?

Dumbledore sorriu.

— Aqui, Srta. Granger, é o lugar onde está localizado os antigos dormitórios. Quando eu estudei em Hogwarts os de baixo pertenciam aos meninos e os de cima as meninas.

— E por que houve essa mudança? – perguntou de novo.

— Por causa da guerra. Sabemos que Hogwarts é extremamente segura e Gillert Grindelwald não ousaria jamais atacá-la, mas é uma precaução que teve de ser tomada. Se, por ventura, Hogwarts sofrer um ataque os alunos terão mais facilidade em sair de seus dormitórios.

— O senhor acredita que pode haver esse ataque? – perguntou Harry.

— Sinceramente, não. Mas é melhor pecar pelo excesso do que pela falta. – ele sorriu e mudou de assunto – Acredito que seja melhor os senhores ficarem em seus dormitórios até a hora que eu virei buscá-los para levá-los ao banquete.

Dumbledore se virou antes mesmo que Hermione pudesse lhe agradecer ou lhe perguntar por que ele deveria buscá-los.

#*#*#

Hermione e Gina estavam no dormitório que Dumbledore indicara. Não era muito diferente do dormitório que ela dividia com as outras garotas, exceto que este só tinha duas camas o que o deixava bem mais espaçoso. A castanha passava as mãos pelos braços, não estava com mínimo frio, mas continuou fazendo isso até que Gina perguntou.

— O que foi?

— Não sei, Gina. Eu realmente não sei.

A ruiva se sentou ao lado da amiga esperando que ela continuasse a falar.

— É só que... Eu estou realmente muito feliz de não ter que ver o Rony se agarrando com a Lilá. – Gina sorriu com o comentário – E ao mesmo tempo, penso no quanto essa ideia foi estúpida! O vira-tempo se partiu, estamos a cinqüenta anos da nossa época e outra guerra está acontecendo.

Hermione colocou a cabeça entre as mãos e Gina pode ver as lágrimas saindo dos olhos dela.

— E... Quando voltarmos ela vai estar lá, exatamente do jeito que ele a deixou. Ela não vai saber que ele esteve longe por três meses e ele vai estar morrendo de saudades.

Gina comprimiu os lábios. Eles se amavam, se amavam tanto e eram tão orgulhosos para poderem admitir.

— Mione, se ele te amar, se ele realmente te amar do jeito que você o ama vocês ficarão juntos. Pode não ser agora e ele pode não saber, mas, se for assim, vai dar tudo certo.

— É isso que você espera do Harry? – perguntou à castanha se dando conta que Gina jamais se esquecera do moreno como dissera a ela – Que ele perceba que te ama tanto quanto você o ama?

— Sim, mas você sabe que eu não vou ficar esperando sentada até o dia que ele se perceber. Não mesmo! Quando ele perceber que eu sou a pessoa certa para ele, como o Ron é para você, seremos felizes. – ela parou e depois continuou - Eu acho que você não deveria ficar esperando pelo Rony, ele é meu irmão, mas não vale à pena deixar de viver ou tentar ser feliz.

A castanha sorriu, sabia que jamais conseguiria estar com ninguém enquanto pensasse em Rony, mas era bom saber que ela ainda tinha uma chance, se fosse paciente.

Batidas na porta anunciaram a entrada de Harry e Rony.

— Dumbledore está aqui.

As garotas se levantaram e Hermione percebeu o livro que estava na mão de Harry.

— Você trouxe esse livro? Não acredito que você o levou até para Hogsmeade! – ela falou com raiva.

— Qual o problema, afinal? – perguntou Rony – Você também vive com um livro, tudo bem que o Harry fica muito chato com esse livro. Até dormir com ele, ele dorme.

Hermione encarou Harry esperando por uma resposta, este censurava Rony com o olhar.

— Quê? Não começa, Mione! Já decidimos que o livro do Príncipe Mestiço não tem nada de perigoso!

A castanha bufou. Às vezes Harry consegue ser um completo ingênuo. Ela encarou o livro e depois Harry.

— Ok, vamos, mas se você aparecer por ai fazendo coisas que possam ser consideradas suspeitas eu vou queimar esse livro.

Hermione partiu andando na frente um pouco contrariada. Dumbledore estava parado no final da escadaria, quando os viu acenou.

— Senhores e senhoritas! É um prazer revê-los. Acredito que vocês já conheçam o caminho para o Salão Principal?

Hermione assentiu. O caminho até o Salão foi silencioso, ainda que a castanha tivesse várias perguntas para fazer ao professor.

Afinal, por que Dumbledore está nos acompanhando?

Ela tinha uma ideia do porquê, mas não queria acreditar que estivesse correta. Quando chegaram ao Salão Principal, várias cabeças se viraram para eles, mas Dumbledore, como no Salão Comunal da Grifinória, continuou a andar e só parou quando chegou à frente da mesa dos professores.

— Caros alunos e professores – disse o diretor Dippet – hoje à tarde recebemos uma visita completamente inesperada. Esses quatro jovens apareceram no Salão Principal e foram encontrados por Minerva McGonagall. – ele pausou e vários olhares se voltaram para a garota que havia encontrado os quatro naquele dia – Como podem ver claramente por seus trajes, eles não são dessa época. São do futuro, um futuro um tanto distante.

Um burburinho preencheu o Salão; Hermione olhou para o lado e viu que Rony e Gina estavam com o rosto escarlate.

— Como não há nenhum modo de voltarem a sua época em um futuro recente, eles permanecerão conosco por, no mínimo, três meses. Sendo estudantes de Hogwarts no futuro creio que seria melhor se fossem selecionados para uma das quatro casas, e os quatro foram selecionados para a Grifinória. – houve outro burburinho e o diretor falou novamente – Espero que eles não sejam incomodados, de nenhum modo, com perguntas a respeito do futuro; do ano que vieram ou ainda da atual guerra.

Hermione viu uma mão se erguer no ar.

— Sim, Srta. McGonagall?

— O senhor esqueceu-se de nos dizer qual é o nome deles.

— Mas é claro! – ele deu um sorriso – Que falha a minha, Senhorita. Essa senhorita de cabelos castanhos chama-se Hermione Granger; o rapaz a seu lado é Ronald Weasley, irmão mais velho da Srta. Ginevra Weasley e o rapaz ao lado da Srta. Weasley é Harry Potter. – ele se sentou – Acho que é só, os senhores podem se sentar na mesa da Grifinória.

Hermione sorriu agradecida, ela e Gina foram à frente e localizaram lugares perto de Minerva McGonagall.

— Podemos no sentar? – perguntou a ruiva.

— Claro. – ela respondeu Minerva com um meio sorriso.

Gina se sentou ao lado de Minerva e Hermione a seu lado; Harry e Rony sentaram de frente para elas, respectivamente.

— Eu sou Minerva McGonagall. – disse ela – Estes são Charlus Potter – ela apontou para o garoto sentado ao lado de Harry -, Septimus Weasley – para o garoto ao lado de Charlus -, Harfang Longbottom. – para o garoto de cabelos negros a seu lado.

Gina estava paralisada observando o garoto de nome Weasley. Ele era uma mistura de Gui Weasley e Rony. Esse é o avô de Gina e Rony. Então Charlus deve ser avó de Harry. E Harfang de Neville! Hermione teve certeza disso ao observar melhor o rapaz, ele tinha os cabelos longos penteados para trás, no que ela pensou ser um penteado de época, usava óculos parecidos com os de Harry, mas suas feições eram diferentes, um pouco mais marcantes. O outro garoto não era nada parecido com Neville, a única coisa em que se pareciam eram os olhos castanhos, quase verdes claro.

— Prazer. – ela respondeu depois de ver que os amigos não diriam nenhuma palavra por enquanto – Hermione Granger, Gina e Ron Weasley e Harry Potter.

Estava claro a todos ali que Harry e Charlus e Ron, Gina e Septimus eram parentes de algum modo, o que os deixou muito desconcertados.

A castanha tentou puxar assunto com Minerva, mas era um pouco difícil. Os tremores e inseguranças quanto ao futuro estavam presente em cada frase e Hermione sabia o que iria acontecer, ela sabia que dali três anos Dumbledore derrotaria Grindelwald. Mas algo que Minerva disse chamou sua atenção.

— Por que é proibido sair à noite? – perguntou.

— Não só à noite, Srta. Granger.

— Hermione, por favor. – pediu a garota.

— Hermione – começou Minerva – não está tudo devidamente esclarecido, mas há rumores.

— Rumores? De quê?

— Rumores de que a Câmara Secreta tenha sido aberta. Vários alunos, nascidos trouxa, foram encontrados petrificados e...

— Minnie – interrompeu Charlus – será que eles sabem o que é a Câmara Secreta?

— Sim. – respondeu Gina que estava completamente lívida – Sabemos, sim.

Hermione sabia que a amiga não estava bem, se levantou rapidamente e olhando para o grupo a sua frente disse:

— Sinto muito, mas acho melhor nós irmos indo.

Ela puxou a ruiva da mesa e a guiou até a Torre da Grifinória. Gina estava tão abalada que se deixou guiar sem falar nenhuma palavra se quer.

— Veritasserum. – ela ouviu a voz de Harry logo atrás delas; Hermione passou pelo buraco do retrato e levou a amiga até o dormitório em que estavam. Gina sentou na cama e fitou o chão deixando a todos mais preocupados do que já estavam.

— Gina? – chamou a amiga. Gina sacudiu a cabeça e uma pequena e brilhante lágrima escorreu pelo rosto dela.

— De novo não, Mione. – o pânico na voz da amiga era palpável. A castanha queria dizer que estava tudo bem, que tudo ia ficar tudo bem, mas ela não podia. Ela não sabia se tudo ia ficar bem, mais uma vez ela se arrependeu profundamente por aquela ideia idiota do vira-tempo.

— Gina... – ela tentou encontrar as palavras adequadas, mas não as tinha.

— Escute. – disse Harry que tinha entrado no quarto e agora estava de agachado na frente da ruiva e olhava diretamente nos olhos dela – Gina, não é você que está provocando isso, você nunca provocou isso. Foi sempre ele, sempre Tom Riddle.

Mais lágrimas caíram do rosto da amiga e Hermione sentiu que seus olhos marejavam também, ela sentiu uma mão em seu ombro direito e viu Rony parado atrás dela.

— Gina – disse Harry mais uma vez – estamos aqui! Não vamos deixar mais nada de ruim acontecer. Eu prometo.

A ruiva enxugou as lágrimas e deu um meio sorriso.

— Ok, está bem. É só que a Câmara Secreta ainda me deixa muito... Abalada.

— Não é pra menos – disse Ron -, mas se estamos na época em que ele foi aberta pela primeira vez isso significa que estamos na época em que Você – Sabe – Quem estudava em Hogwarts?

Aquela pergunta pareceu atingir a todos como se fosse uma Maldição Imperdoável. Harry se levantou, fechando a porta.

— Sim, Ron. É exatamente isso que significa.

Aquilo era assustador. Não, mais que isso, bem que isso. Hermione não conseguia achar uma palavra que pudesse ser suficiente para descrever o que sentia. O medo a engolfou e ela não tinha ideia do que fazer.

— Mas como isso foi acontecer? – perguntou Gina. A castanha lembrou-se de algo que tinha lido em um livro antigo da biblioteca Passado, Presente e Futuro: a magia dos vira-tempos.

— Rony, no que você pensou quando segurava o vira-tempo?

— Eu acho que já falei pra você, lá em Hogsmeade. – Hermione arqueou as sombrancelhas e ele continuou – Eu pensei em como a sua ideia era brilhante, voltar no tempo e mudar as coisas, evitar todas as mortes.

Claro! Faz todo o sentido agora!

— Mione? – chamou Harry.

— Está bem óbvio, não? – ela respondeu.

— Na verdade, não.

Ela suspirou e virou-se para a janela do quarto.

— Evitar mortes, mudar tudo. O vira-tempo voltou para o ano de 1942, quando Você – Sabe – Quem ainda não tinha matado ninguém.

— Mas e a Murta? – perguntou Gina.

— Vocês ouviram o que a McGonagall disse, os alunos ainda foram apenas petrificados, não houve nenhuma morte.

Harry se levantou indo para o lado da garota, ela o encarou e viu que o rosto dele estava quase tão lívido quanto o Gina há segundos.

— Temos de contar a Dumbledore! Temos de contar a Dumbledore que Tom Riddle é o herdeiro de Slytherin.

— Harry, não podemos! – ralhou a garota.

— Hermione, se não contarmos a ele, Hagrid será expulso.

— Você entende que coisas horríveis aconteceram a bruxos que mexeram com o tempo? – perguntou ela repetindo o que falara há três anos – É muito perigoso! Se contarmos a Dumbledore pode ser que a Hogwarts que nós conhecemos seja alterada.

— Se não era para interferirmos então para que o vira-tempo? – perguntou ele, ela sentiu a raiva que emanava dele. Suspirou pela segunda vez.

— Harry. – o nome do amigo foi o que se limitou a dizer, sabia que estava errada e sabia que não poderia confessar o real motivo dela ter pegado o vira-tempo.

— Ele é nosso amigo, Mione. E se o preço a pagar para que ele se forme e seja feliz é que ele não seja mais... Então eu estou disposto.

Ela sabia que estava errado, que qualquer erro, por menor que fosse, poderia ter conseqüências absurdas. Seus olhos se fecharam e se abriram quase um segundo depois.

— Precisaremos de um plano. Tentaremos impedir Riddle, se não conseguirmos, contaremos a Dumbledore.

Harry a abraçou, ela sabia que impedir a expulsão de Hagrid significava muito para ele. Ela sorriu. Espero que dê certo.

#*#*#

Hermione estava sentada no beiral da janela do quarto; Gina, Harry e Rony conversavam animadamente, mas ela estava triste e sem ânimo.

Ela tentava entender o que lhe acontecia, mas era impossível. Ela vivia uma fase de altos e baixos e estava com medo, não só da guerra, mas das escolhas de seu insensato coração. Ela lançou uma olhar a Rony.

Ronald Billius Weasley. O nome dele não saía de sua mente, todos os dias, todas as horas, tudo o que fazia era amar Rony. Amar Rony. Será que estou certa? Estou sofrendo tanto que não sei mais se isso é certo. Não parece ser certo: eu sofro, e ele? Ele sorri, ele se agarra com Lilá Brown, ele não se importa que esteja sofrendo. Uma pequena parte de seu cérebro perguntou se ele sabia, mas que grande diferença fazia ele saber ou não? Lilá também não fazia ideia se ele a amava e falou. Como sou estúpida! A culpa não é dele, é minha, é total e completamente minha.

Ela olhou para a Lua e sentiu simpatia. Sei como é estar rodeada de estrelas e ainda estar sozinha, pois o Sol não está. Ela não sabia quanto tempo ficou observando o astro, mas só parou quando sentiu uma mão em seu ombro.

— Ei. – Ron estava parado atrás dela, olhava para as estrelas e ela agradeceu a Merlin por isso; ele não pôde vê-la corar.

— Oi – ela respondeu, ele se sentou no chão tirando a mão do ombro dela – Tudo bem?

—Sim. – ele respondeu. Ele parecia bem, mas algo em seu tom de voz disse a ela que era uma mentira muito bem contada.

— O que foi, Ronald? – ela perguntou voltando a olhar a Lua.

— É só que... É estranho não ter mais a Lilá por perto. - confessou.

Hermione sentiu seu ar faltar e os olhos enxerem de lágrimas. Ele espera que eu fique aqui ouvindo ele se lamentar porque Lilá não está aqui? Antes que ela pudesse derramar as lágrimas que ameaçavam cair saiu do dormitório, despertando a atenção de Harry e Gina que pareciam só ter percebido agora que Rony não estava com eles.

— MIONE! – gritou da Gina da porta do dormitório – Aonde você vai?

(link da música: http://letras.terra.com.br/pink/453762/traducao.html)

Você pegou na minha mão, você me mostrou como

Você me prometeu que ficaria por perto,

Aham... Tá certo

Eu absorvi suas palavras e eu acreditei

Em tudo, que você me disse,

É, aham... Tá certo

Se alguém dissesse há três anos

que você iria embora

Eu me ergueria e socaria todos eles

porque eles estariam errados

Eu sei melhor que eles, porque você disse "para sempre"

"E sempre", quem diria...

Hermione fingia não ouvir as vozes de Harry e Gina gritando atrás dela, ela começou a correr ao ouvir a voz dele, ela não queria se aproximar daquele idiota do Ron Weasley.

Lembra-se quando nós éramos tão bobos

E tão convencidos e tão legais,

Oh não... Não não

Eu queria poder te tocar de novo

Eu queria poder ainda te chamar de amigo

Eu daria qualquer coisa

Ela saiu correndo belo buraco do retrato antes que eles resolvessem ir atrás dela. Não fazia ideia para onde deveria ir, se estivesse na sua época iria para o banheiro interditado. E foi para lá que ela foi, ignorando completamente o fato de ser a entrada para a Câmara Secreta, ela sentou no chão frio e deixou a as lágrimas caírem.

Quando alguém disse "seja agradecido agora,

antes que eles estejam muito longe"

Eu acho que eu não sabia,

eu estava totalmente errada

Eles sabiam melhor que eu, ainda sim você disse "para sempre"

"E sempre", quem diria

Yeah yeah

Ela queria que a Murta aparecesse a qualquer hora para zombar de sua infelicidade, mas ela não o faria. Hermione estava sozinha.

Eu te manterei trancado em minha mente

Até nós nos encontrarmos novamente

Até nós...

Até nós nos encontrarmos novamente

E eu não te esquecerei, meu amigo

O que aconteceu?

Ela se sentia mais sozinha do que nunca. Ele sente falta de Lilá. Ele sente falta de Lilá, Merlin! Ele nunca vai notar que eu existo, eu não passo da melhor amiga dele.

Se alguém dissesse há três anos a partir de agora,

você estaria muito longe

Eu me ergueria e socaria todos eles

porque eles estariam errados

Aquele último beijo, eu vou valorizar

até nós nos encontrarmos novamente

E o tempo torna tudo mais difícil

Eu queria poder me lembrar

Mas eu mantenho sua memória

Você me visita enquanto durmo

Por quê? Por que eu tenho que amá-lo tanto? Enquanto eu estou aqui, sofrendo por ele, sua mente está lá com ela... E seu coração também.

Meu querido, Quem diria

Meu querido, Meu querido

Quem diria, Meu querido

Sinto sua falta, Meu querido

Quem diria, Quem diria

A castanha ouviu o barulho de passos se aproximando, ela se levantou rapidamente sem nem ao menos secar as lágrimas que banhavam o rosto dela. Correu para a saída do banheiro com o intuito de sair de lá antes que alguém entrasse e a visse nesse estado. Ela abriu a porta do banheiro, deu dois passos, e esbarrou em algo.


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Notas finais do capítulo

E ai?
O que acharam?
Ficou bom?
Uma droga?
Me digam, pelo amor de Merlin!