What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 18
Capítulo 17 - Born To Be My Baby


Notas iniciais do capítulo

Olááá, pessoinhas!
Então, aqui estou eu *----*
Bom, o capítulo da vez é mais intermediário, mas não deixa de ser importante =)
Bom, eu queria dedicar o capítulo para uma pessoa muito especial. Eu sei que esse é o segundo capítulo seguido que eu dedico para ela, mas, gente, não tem como não fazer isso... Besta, o capítulo vai pra você! Obrigada por ser minha melhor amiga, por me aguentar, por ser a minha beta com toda a paciência, por me apoiar em todos os momentos da minha vida. E um mês? Um mês não é nada! Vai passar rapidinho, você vai ver! Te amo, minha Beta Besta. =)
Vamos ao capítulo, então.
Espero que gostem e vejo vocês lá embaixo *-*



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Capítulo 17 – Born To Be My Baby



Muitas pessoas dizem que amar é sublime... E realmente, amar é sublime... Quando as coisas se encaixam. Quando tudo dá certo e as coisas parecem funcionar. Amar é sublime... Quando a pessoa que você ama também te ama.

Amar é sublime.

Mas quando as coisas não são um mar de rosas, amar se torna um pesadelo, uma tortura... Algo doloroso, que poderia até ser taxado de maléfico, tamanho os danos que provoca.

Porque amar é não é fácil.

E Gunther Avery poderia dizer que sabia disso melhor do que ninguém. Ele estava apaixonado por Jade, tinha tentado de tudo – até ouvir sua prima maluca – para tentar fazê-la gostar dele também... Mas talvez tudo que ele fez tenha sido uma bobagem tão sem tamanho...

Fazer ciúmes em Jade? Em Jade?

Isso era demência... Até mesmo para ele.

Jade amava Tom Riddle. Ela havia deixado isso muito claro e ela não tinha nenhuma pretensão de mudar esse sentimento. A única coisa que Gunther conseguira com esse plano estúpido fora fazer com que Jade se afastasse ainda mais dele.

– Talvez seja a hora de por um fim nisso. – ele pensou, ponderando se devia falar com Callidora para que aquele ridículo namoro de mentira acabasse na hora. Sabia que a prima iria tentar contrariá-lo, dizendo besteiras sem sentido para que ele continuasse com aquela bobagem... Mas ele não queria continuar com aquilo.

Ele continuou deitado em sua cama, em seu dormitório. Deixava seus pensamentos vaguearem... Soltos, mas pesados e tristes. Gunther não queria que as coisas tivessem chegado aquele ponto. Ele queria simplesmente que tudo voltasse a ser como era quando eles eram crianças mimadas e ingênuas... Correndo pelos jardins da casa de Gunther e de seus tios.

Tudo era fácil naquela época. Gunther não fazia ideia de como era difícil crescer... Como era difícil ter que lidar com cada mínima consequência de cada mínimo detalhe que nem poderia ser tachado como um ato.

A porta do quarto se abriu e ele viu seu amigo de longa data e companheiro no time de quadribol, Alphard Lestrange, entrando no quarto com cara de cansado.

– Ei, Avery! – Alphard saudou – Onde esteve todo o jantar?

– Alphard. – ele saudou – Aqui. Por quê?

– Abraxás decidiu que fará um treino essa noite. – ele comentou com um curto sorriso em seu rosto fino.

– De última hora? Abraxás é louco?

– Não. Você sabe o quanto está sendo difícil conseguir um horário decente para os treinos – Lestrange revirou os olhos – Bom, de qualquer forma, Slughorn conseguiu convencer Dippet que era injusto que a Sonserina não tivesse tempo de treinar também, apesar do próximo jogo ser contra os grifinórios, já temos que nos preparar para arrasar com a Corvinal.

Isso conseguiu arrancar um meio sorriso de Gunther.

– Exato. Bom, estarei lá. – ele consultou o relógio de pulso – Acho melhor eu comer algo, então.

O garoto saiu do dormitório, andando vagarosamente. Um treino de quadribol! Era tudo que ele precisava para colocar sua cabeça nos eixos e espairecer um pouco, coisa que ele precisava – e muito – fazer.

Quando entrou no Salão Principal, viu Jade e Amatha sentadas juntas em um canto da mesa da Sonserina. Elas pareciam conversar sobre algum assunto de grande relevância, pois a duas estavam compenetradas e Abraxás estava sentado do outro lado com o time de quadribol, coisa que ele raramente fazia quando Amatha estava por perto.

Gunther tinha que admitir que, por mais machista que fosse, Abraxás era um patético apaixonado. Por mais que o Sr. Yaxley fosse contra aquele casamento e tentasse a todo custo entregar a mão da única filha para Alphard, Abraxás não desistia da garota.

Assim como não desisto de Jade. Ele pensou. Mas isso é muito diferente. Amatha ama Abraxás tanto quanto ele a ama... Já Jade... Só tem olhos para o Lorde.

O rapaz abanou a cabeça, de mal humor. Ele tinha que esquecer Jade, principalmente depois do que acontecera naquele dia. Ela deixara muito claro que não queria nada com ele, então, por que ficar insistindo? Por que tentar fazer com que Jade enxergasse que o Lorde nunca a faria feliz... Ela estava cega. Cega de amores por alguém que nem se dignava a conhecê-la direito!

– Gunther! – Abraxás exclamou com um sorrisinho brotando em seus lábios – Você está vivo, afinal!

– Certo, Abraxás. Isso não é nem um pouco engraçado. Vamos falar do que interessa.

O loiro riu.

– E o que lhe interessa assim?

– Quadribol.

Os garotos do time sorriram, apreciando a única palavra que Gunther havia dito.

– Lestrange já lhe avisou do treino? – Abraxás lhe perguntou com uma ligeira careta.

Gunther sabia muito bem que Abraxás não tinha nada contra Alphard Lestrange propriamente dito, mas a atordoante ideia do rapaz poder vir a se casar com a garota que Abraxás amava não o deixava querendo dar saltinhos de alegria.

– Já. Achei meio repentino, mas para mim está perfeito.

– Ah! Imagino que esteja... Só não vai contar nossos planos de ataque para sua namorada.

O moreno franziu o cenho. O que Callie tem haver com isso?

– Como?

– Você sabe, Gunther. Sua namorada é a apanhadora da Corvinal. Ágil, inteligente... Sei que ela é sua prima, mas vocês começaram a namorar num momento oportuno demais para ela, não?

Gunther riu com a insinuação descabida do amigo.

– Não direi nada a Callie. Apesar de achar que ela não precisa que eu espione para fazer um ótimo trabalho em campo.

Abraxás arqueou a sobrancelha esquerda.

– Quando foi que você esqueceu Jade e se apaixonou pela sua prima, Gunther?

O moreno olhou para os lados. Os companheiros do time já estavam dispersos em pequenas conversas paralelas.

– Não esqueci a Jade. – ele confessou baixo – Mas tenho, Abraxás. Gostar dela só fere meu próprio ego.

– Certo, certo. – Abraxás comentou sarcasticamente.

– Eu estou falando sério, Malfoy. Jade disse hoje que nós devemos nos afastar e olha que não somos nada além de amigos. O fato dela saber que eu gostava dela atrapalhou tudo.

O loiro abanou a cabeça, num sinal claro de uma negativa.

– Não sei, meu amigo. Jade passou todos os dias que ficou no St. Mungus choramingando para Amatha que sentia sua falta. Ela escreveu para sua mãe todo o santo dia... Não importa o que ela diga, ela se importa com você.

– Como amiga! Amiga! Amiga! – Gunther repetiu a palavra três vezes, parecendo um completo imbecil – E agora nem mais minha amiga ela quer ser. Desisto, Abraxás. Desisto de tentar entender a cabeça de Jade, seus gostos suas manias, suas loucuras... Ela mesma pediu que fosse assim: cada um para o seu lado. E é isso que será agora.

Abraxás abanou a cabeça.

– Se você está dizendo isso... Bom, eu vou voltar para o Salão Comunal. Você deveria comer alguma coisa... Daqui à uma hora vamos ter o treino.

Abraxás se levantou, saindo do Salão Principal, sendo seguido pelos outros rapazes do time. Gunther puxou um prato para si começou a preenchê-lo com algumas frutas... Não estava com muita fome, mas precisaria da glicose para lhe dar energia para o treino de quadribol que se seguiria logo.

Ele comeu rapidamente, mal prestando atenção na comida que estava descendo por sua garganta. Quando, de repente, Dippet se ergueu e sorriu para os alunos.

– Eu não quero, de maneira nenhuma, interromper o jantar de vocês, mas quero avisar a todos que o toque de recolher se estendeu um pouco mais essa noite. Hoje teremos o treino da Sonserina e quero ver todos lá. É só isso.

Gunther bufou. Perfeito. Agora teremos o nosso treino sendo assistido por toda a Hogwarts! Talvez se Slughorn tivesse conseguido que nosso treino fosse de madrugada as coisas fossem melhores! Não quero nenhuma escória em meu treino!

O garoto perdeu a fome instantaneamente. Ergueu-se da mesa rapidamente e saiu do Salão Principal. Talvez devesse dormir um pouco antes de ir para o treino...

– Gunther! – ele ouviu seu nome sendo chamado, interrompendo sua linha de pensamentos. Virou-se, mirando a pessoa que o chamava.

– Callie. – ele disse o nome da prima baixo – Queria mesmo falar com você.

– Sério? – ela perguntou surpresa – Sobre o que?

– Sobre... – ele olhou o corredor que ainda estava cheio de alunos – Ah! Precisamos de um lugar mais calmo para conversarmos.

Callidora ergueu a sobrancelhas.

– Certo. Vamos procurar uma sala vazia.

Ela pegou a mão do primo e o guiou pelos corredores até uma sala de aula vazia no segundo andar. Callidora fechou a porta e lacrou-a com um feitiço, para que não pudesse ser forçada por alguém de fora a entrar.

– Agora, pode me dizer que há?

– Temos que acabar com isso, Callie. – ele soltou rapidamente – Eu adoro você, é minha prima querida, minha prima favorita, aliás, mas eu não posso continuar seguindo com esse seu plano descabido.

Callidora encarou Gunther.

– Por que? Aconteceu alguma coisa?

Ele assentiu.

– Briguei com Jade.

– E...? – Callidora perguntou sem entender nada.

– Callie, esse plano não está dando certo. Ele só me afastou de Jade. – ele sorriu para a prima e passou a mão por seu rosto pálido – Eu aprecio a sua ajuda, Callie, mas não posso continuar com isso.

Callidora ficou calada por muito tempo, tanto tempo que Gunther ficou até assustado. Mas depois desse incansável tempo, Callidora ergueu as sobrancelhas negras e sua expressão se esfriou. Como a de uma perfeita Black que ela era.

– Gunther Avery, acho que você puxou algum DNA defeituoso de sua parte paterna! Gunther, você é estúpido? – ela perguntou e ele a olhou como se ela fosse um ser anormal.

– Não, Callidora. Que pergunta!

– Então pare de agir como um. – ela disse – Gunther! Se Jade ficou irritada, com o quer que seja relacionado ao nosso suposto namoro, quer dizer que ela gosta de você.

Ele riu amargamente.

– E depois eu que sou o estúpido! Ah! Por Merlin! Coloque nessa sua cabecinha defeituosa: Jade me quer apenas como um amigo... Bom, agora nem isso mais.

Callidora suspirou, irritada.

– Gunther, ouça a voz da razão! Lembra-se que eu lhe disse que se Jade gostasse de você ela iria mudar? Iria se portar de forma diferente? Mais arredia? – ele assentiu – Responda-me se não é exatamente o que ela está fazendo.

– É, mas... Ela disse que não quer mais me ver! Ou falar comigo! Ela quer que nos afastemos!

Gunther estava à beira do desespero.

– Gunther... – a prima disse, suavizando um pouco a voz fria, tentando ser menos Black do que ela realmente era – Eu acredito que Jade está com ciúmes. Um ciúmes envenenado, sim, mas se ela está com ciúmes... É um bom sinal, Gunther.

Gunther ficou quieto, pensando nas palavras de Callidora. Sim, ele tinha vontade de colocar toda essa frieza de Jade a prova, de tentar saber e entender se ela realmente não gostava dele, ou se tudo isso era fruto de sua mente, tentado enganá-lo. Ele queria saber se Jade realmente amava tanto Tom Riddle como ela dizia, mas Gunther não sabia até que ponto ele poderia aguentar se as suposições da prima se provassem falsas e Jade não sentisse nada além do normal por Gunther. Ele não sabia se poderia suportar mais uma briga como aquela, mas uma enxurrada de palavras amargas, de palavras injustas. Será que seu coração aguentaria Jade dizendo que não queria vê-lo mais uma segunda vez?

– Callie, sim, ela está diferente. Sim, eu realmente acho que Jade mudou e... Eu quero acreditar, mas meu coração já foi iludido. Eu quero pô-la a prova, mas não sei se posso aguentar se isso se provar ser apenas uma ilusão, entende?

A morena balançou a cabeça.

– Gunther, não seja imbecil. Você e Jade são perfeitos um para o outro, vocês nasceram para ficarem juntos.

– Será? As vezes tenho vontade de arrancar esse sentimento de mim, você não faz ideia de como é isso, Callie.

– Não faço mesmo e, provavelmente, nunca farei. Escute, Gunther, como a toda a mulher da família Black, assim que eu me graduar em Hogwarts meu pai vai me arrumar um noivo de boa família e vou me casar com alguém que eu nunca vi em minha vida. Isso não é ruim, Gunther, não para mim. É a vida que eu quero ter, é a vida que eu quero seguir como uma Black, mas nem Jade e nem você serão prometidos a alguém. E isso é algo que deve te deixar feliz! Você não vai ter que lutar contra algo impossível para tê-la, você só tem que fazer ela enxergar que ela te ama! E isso pode ser difícil agora, mas depois... Depois tudo isso vai valer a pena!

Callidora tinha um grande sorriso no rosto e Gunther não pode deixar de imaginar o depois. Ele e Jade juntos, andando pelos corredores unidos, ela usando uma joia da família Avery... O depois parecia ser maravilhoso!

– Talvez...

– Devêssemos continuar com isso? – ela completou a pergunta – Mas é claro que sim! – ela disse, sorrindo – Agora vamos! Vamos! Você tem um treino e eu tenho que decorar cada movimento do seu apanhador para poder capturar o pomo antes dele.

Gunther riu, aceitando ser puxado pela prima.

– Eu duvido muito que consiga, Callie. Mas pode tentar, pode tentar.

#*#*#

Ele a olhava de longe. Ela estava junto com seus amigos grifinórios.

Abraçada com ruivo.

Abraçada. Com. O. Ruivo.

Eles se sentaram na ala das arquibancadas destinada a Grifinória e ficaram conversando. Ele observava, mesmo ao longe, cada pequeno detalhe da garota... Sua feições delicadas, seus sorriso fácil, seu riso difícil, seu olhar mandão e petulante.

Ela era linda.

E ele estava ficando louco.

Afinal, o que tinha dado nele? Observá-la não era de todo inaceitável, mas aquilo que observá-la provocava nele certamente era. Tom ainda não sabia como nomear aquilo que sentia e isso era estranho, primeiro porque sentir não era uma palavra usual no vocabulário de Tom e, segundo, porque ele nunca havia sentido aquilo antes.

Era estranho.

O ruivo passou a mão levemente pelos cabelos dela e o rapaz sonserino sentiu uma raiva tão gigantesca que poderia matar todos ali com um breve aceno da varinha.

Mas, afinal de contas, o que era aquilo?

Ele suspirou sem achar nenhuma mísera resposta. Recostou seu corpo no banco e desviou o olhar do casalzinho. Bom, Hermione já havia lhe dito que ela gostava do rapaz, mas eles não pareciam ter nada sério, não havia nenhuma jóia em sinal de compromisso... Sim, até Tom sabia que se dava uma jóia quando se comprometia seriamente com uma garota.Ele mesmo dera a Jade um anel. Não era nada extravagante, mas era bem bonito, Jade o usava no dedo médio da mão esquerda, ela nunca o tirava.Nem mesmo depois do castigo que Tom aplicara em Gunther.

Talvez ela já o use tanto que se esqueça que ele está lá.

Logo que seus pensamentos se direcionaram para Jade, a própria apareceu ao seu lado, sentando-se no lugar a sua direita.

– Você vendo jogos. – ela comentou com sarcasmo na voz – Nunca pensei que fosse ver isso...

Tom torceu o nariz, sabendo que o comentário dela tinha grande fundamento. Ele não gostava de quadribol.Na verdade, ele não gostava de esportes em geral. O único esporte que praticava era uma corrida pela manhã quando estava fora de Hogwarts, para não ser obrigado a passar tanto tempo naquele hospício que era o orfanato onde morava.

Ninguém sabia que Tom morava no orfanato de trouxas. Na verdade, todos tinham muito medo dele para lhe perguntarem o que é que ele fazia durante as férias.

– Há uma primeira vez para tudo, Jade. Nunca pensei que você e Avery brigariam. – ele disse sem olhar para ela.

– Como disse? – ela perguntou com a voz impregnada de confusão e raiva.

– Você me ouviu, Jade. E não venha me perguntar como eu sei, as paredes tem ouvidos.

Ela bufou.

– É, Tom, para tudo há uma primeira vez. – ela fechou os olhos e suspirou – Primeiras vezes acontecem, até mesmo para pessoas como nós.

Tom não entendeu o que Jade queria dizer com aquela frase, mas sentiu que ela fazia muito mais sentido do que qualquer outra coisa que ele já havia ouvido em toda a sua vida.

#*#*#

Gunther trocou de roupa no vestiário e colocou o uniforme verde e prata do time de quadribol sonserino. Ele conseguia ouvir Abraxás fazendo um discurso apaixonado de onde estava e aproximou-se em silêncio, recostando-se na parede, enquanto ouvia o rapaz completamente fora de controle.

– Nós temos que mostrar para eles, para todos eles, do que a Sonserina é capaz, temos que mostrar que nós jogamos para ganhar. Sempre.

– Abraxás, isso é um treino. – Mark Dolohov falou abanando a cabeça – Não seja tão maníaco.

– Eu? Maníaco? Não seja estúpido, Dolohov. É apenas um treino, sim, mas nós somos o time perfeito. Sempre ganhamos e sempre iremos ganhar. Nós vamos mostrar que nós levamos o quadribol a sério, mesmo que seja apenas um treino. – ele frisou as últimas palavras com o semblante carregado e severo.

Eles saíram do vestiário com as vassouras e, no caso de Gunther e de Abraxás, o taco em mãos. Sobrevoaram todo o perímetro do campo planando tão alto que todos lá embaixo se transformavam em rostos disformes. O rapaz moreno ouviu um apito soar ao longe e ele sobrevoou perto dos companheiros, esperando que algum balanço chegasse perto para que ele tivesse trabalho a fazer.

Dolohov partiu em busca do pomo e um balaço foi em sua direção : Gunther virou sua vassoura para lá e inclinou para frente, tentando ser mais rápido que o balaço. Quando a bola arredia estava a um centímetro da pele do apanhador, o moreno conseguiu arremessá-lo para longe.

Voltou a percorrer o campo de longe, sempre seguindo as orientações de Abraxás, mas também seguindo seu próprio instinto. Gunther sempre jogou quadribol, sua mãe tinha por hábito dizer que ele já nascera com sua vassoura e seu taco... E ele não duvidava nem um pouco que isso fosse verdade, porque estar jogando quadribol era algo tão natural para ele quanto respirar... Talvez ele pensasse mais para respirar do que para jogar. Quando jogava, nenhum problema o alcançava.

Mas é claro que nada é um mar de rosas.

Assim que ele sobrevoou perto da arquibancada, viu Jade ao lado de Tom Riddle, com um sorriso que ia de orelha a orelha. O ódio e o ciúmes deram lugar a toda a leveza que Gunther sentia e ele quase perdeu um balaço. Abraxás teve que se desdobrar para rebatê-lo antes que Cygnus quebrasse um braço.

– Avery! – Abraxás gritou irritado – Faça o favor de prestar atenção no jogo!

– Estou prestando. – respondeu o moreno com raiva, mas ele não conseguia mais prestar atenção no jogo. A face sorridente de Jade não saia da mente.

Abraxás pediu para que houvesse uma pausa de alguns minutos e todos os jogadores se direcionaram ao chão. O garoto Malfoy se aproximou de Gunther com o rosto escarlate, pela fúria, mas ainda sim compreensivo.

– Eu sei que lhe dói vê-la com o Lorde. – ele disse baixo para que ninguém o ouvisse – Eu imagino o quanto seja difícil para você se enganar que vai tentar esquecê-la, mas tente fingir que Jade não está ali, por Merlin! Ou eu serei obrigado a pedir a ela que não compareça mais aos treinos e jogos! Ela te atrapalha!

– Jade não está me atrapalhando, Abraxás. – a voz de Gunther soou raivosa, mesmo que ele estivesse tentando se conter.

– Ah! É claro que não! Imagine se ela estivesse, então, o que aconteceria! – o loiro colocou a mão no ombro do amigo – Somos o melhor time que a Sonserina conseguiu reunir em séculos, essa é a nossa chance de ganharmos o campeonato por cinco anos seguidos! E nós vamos!

– Você vai virar batedor profissional, não é? – perguntou Gunther com as sobrancelhas erguidas.

– Não sei. O que eu sei é que agora nós temos a chance de ser um time mais do que magnifico! Agora, o que temos que fazer é nos concentrar.

Gunther assentiu, mas em sua cabeça não havia um único pensamento relacionado ao quadribol. Ele pensava em Jade.

– E Jade...

– Esqueça Jade! Não para sempre, isso você jamais conseguiria fazer... Esqueça Jade por uma hora, por alguns minutos, por algum tempo que seja, mas não faça dela a sua principal meta na vida. Você a ama e você vai conquistá-la, mas tudo no devido tempo, meu amigo, tudo no devido tempo...

#*#*#

Ele deveria estar se concentrando no treino da Sonserina que se desenrolava bem a frente de seus olhos, mas ele não conseguia. Seus olhos estavam fixados na menina de pele alva, cabelo negro como a noite e olhos azuis elétricos.

– Não vá babar, hein. – ele ouviu a voz risonha de Charlus soando baixo perto dele.

– Chas, faz um favor? Cale a boca.

Charlus riu.

– Harf, é sério. Você gosta da Black há Merlin sabe quantos milhões de anos, acho que desde que colocou seus olhos nela, me responda com sinceridade: por que não tenta se aproximar dela?

Harfang bufou.

– Ela tem namorado, o primo. E ela é uma Black.

Charlus franziu o cenho.

– E o que tem isso?

– Os Black são... Tradicionais. Ríspidos e...

– Você é um idiota. – Charlus disse – Se realmente gosta dessa garota, eu acho que não deve deixar ela ir para o altar sem fazer nada. Lute por ela, seu idiota. Ou você nunca vai esquecer que a deixou ir.

Harfang absorveu as palavras de Charlus vagarosamente. Ele não queria expor seus sentimentos para Callidora, isso era humilhante, lembrando-se do fato de que ela estava com seu primo, e namoro entre primos em famílias tradicionais sempre levava ao casamento.

Mas ele também não queria deixá-la ir, não queria deixá-la sem lutar... Charlus estava certo, ele tinha que fazer alguma coisa antes que fosse tarde demais.

(N/A: letra da música: http://letras.mus.br/bon-jovi/4966/traducao.html)

Um apito soou, anunciando aos espectadores que o treino havia sido finalizado. Harfang se levantou de pulo, saindo do lugar abarrotado de alunos antes que qualquer outra pessoa tivesse a menor chance de se mexer, Callidora estava se levantando devagar, andando ao lado de Dorea – sua prima – e Cedrella – sua irmã – Black. Harfang não queria falar com ela quando ela estivesse perto de outras pessoas, por mais que ele estivesse embriagado de coragem, o momento era constrangedor.

Noite chuvosa e trabalhamos o dia todo

Nós dois arrumamos empregos porque há contas a pagar

Temos algo que eles não podem tirar

Nosso amor, nossas vidas

Pelo que pareceu ser um milagre de Merlin, Callidora deixou cair sua fivela embaixo do banco. Ela fez sinal para as garotas irem sem ela e retirou a varinha das veste, pronta para pegar o objeto.

Feche a porta, deixe o frio lá fora

Eu não preciso de nada quando estou ao seu lado

Temos algo que nunca irá morrer

Nossos sonhos, nosso orgulho

Accio fivela! – a voz de Harfang soou sem ele saber bem como e o objeto voou direto para suas mãos. Os olhos de Callidora se voltaram para ele e ele sentiu uma sensação estranha.

Meu coração bate como uma bateria (a noite toda)

Carne na carne, um por um (e tá tudo certo)

E eu nunca vou te deixar porque

Tem algo que eu sei aqui dentro

A garota se aproximou dele e pegou o pequeno objeto.

– Obrigada, Sr. Longbottom.

Você nasceu para ser minha garota

E garota, eu fui feito para ser seu homem

Nós temos algo em que acreditar

Mesmo se nós não sabemos onde pisamos

Harfang ficou tão inebriado com o fato dela saber seu nome que demorou um pouco para responder.

Somente Deus sabe as razões

Mas eu aposto que Ele planejou

Porque você nasceu para ser minha garota

E garota, eu fui feito pra ser seu homem.

– De nada, Srta. Black. Importa-se se eu acompanhá-la de volta ao castelo?

– De maneira nenhuma e me chame de Callie. Não gosto de meu nome, e acho Srta. Black muito formal.

Acenda uma vela, deixe o mundo de lado.

Mesa para dois em uma bandeja de Tv

Nada é divertido (contas a pagar), mas tá tudo bem.

Nosso tempo, nosso jeito.

Ele sorriu.

– Que tal “Augusta”? É o seu nome do meio, não?

– Sim, Sr. Longbottom e eu gostei.

– Harfang, por favor.

Então me abrace bem perto, segura firme

Aperte os cintos, querida, é um passeio acidentado.

Nós somos duas crianças de carona na estrada da vida

Nosso mundo, nossa fuga.

Ela era linda, Harfang não podia evitar se sentir um completo idiota olhando para ela, com um sorriso bobo nos lábios. Callidora Augusta Black era, com certeza, a mais diferente garota com quem ele já tivera o prazer conversar. Ela era despojada, diferente daquelas garotas que tinham o pensamento retrógrado...

Se nós ficarmos lado a lado (a noite toda)

Existe uma chance de que vamos conseguir (e isso é certo)

E eu saberei que você viverá

No meu coração até o dia em que eu morrer

– O que achou do treino? – ela perguntou.

– A Sonserina está armada de um bom time, isso é importante, mas Malfoy é um pouco descontrolado.

Você nasceu para ser minha garota

E garota, eu fui feito pra ser seu homem.

Nós temos algo em que acreditar

Mesmo se nós não sabemos onde pisamos

Ela riu.

– Realmente. Acho que iremos ganhar o próximo jogo.

Somente Deus sabe as razões

Mas eu aposto que Ele planejou

Porque você nasceu para ser minha garota

E garota, eu nasci pra ser seu homem.

Eles já estavam quase chegando à entrada do castelo, quando Harfang tomou coragem e olhou bem dentro dos olhos azuis elétricos de Callidora. Ela tinha um sorriso tímido nos lábios.

Meu coração bate como uma bateria (a noite toda)

Carne na carne, um por um (e tá tudo certo).

E eu nunca vou te deixar porque

Tem algo que eu sei aqui dentro

– Hm... Augusta, o que acha de ir comigo a um passeio a Hogsmeade no sábado? – ela o encarou avidamente e ele corrigiu – Como amigos. – frisou.

Ele mordeu o lábio, esperando que ela respondesse. Callidora fez um pequeno beicinho e ele achou que ela fosse responder-lhe com uma negativa.

Você nasceu para ser minha garota

E garota, eu fui feito pra ser seu homem.

Nós temos algo em que acreditar

Mesmo se nós não sabemos onde pisamos

– Claro. Como amigos. – ela sorriu, estonteante – Melhor eu me apressar antes que minha irmã e minha prima pensem que eu morri.

Somente Deus sabe as razões

Mas eu aposto que Ele planejou

Porque você nasceu para ser minha garota

E garota, eu fui feito pra ser seu homem.

Ela se foi. Com um sorriso nos lábios, a postura leve e indecifrável.

– Até mais. – Harfang sussurrou para o nada.

Você nasceu para ser minha garota

E garota, eu fui feito pra ser seu homem.



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Notas finais do capítulo

Então?
O que acharam?
Quero opiniões aqui, gente!!!
:*