What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 15
Capítulo 14 - A Beautiful Lie


Notas iniciais do capítulo

Eeei, meus lindos!
Estou ficando cada vez mais rápida...
Então, capítulo novo aqui... Haha.. Vocês devem estar tão doidos para saber quem pegou o Tom e a Mione que nem devem estar lendo isso...
Bom, deixa eu apressar as coisas então.
O capítulo é dedicado à safira-pierre, a linda que recomendou a fic *---*
Vejo vocês lá embaixo...
Bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/152283/chapter/15

Capítulo 14 – A Beautiful Lie



Gina observava Hermione pelo canto de seu olho. A castanha, no momento, estava lendo, mas Gina havia notado muito bem o estranho comportamento da amiga assim que saiu do banheiro. Apesar de estar com sono, Gina decidiu que ficaria alerta.

Gina não sabia bem como, mas durante aquele banho que tomara a tarde, ela tinha se lembrado de uma coisa esquisita. Aliás, uma coisa muito esquisita... A voz de Hermione falando “obliviate”, um vislumbre da amiga com sua varinha...

Não. Gina só podia estar louca. Isso deveria ser produto de um daqueles sonhos que mesmo quando a gente acorda não consegue esquecer porque parecer muito real, mas não é. Não pode ser...

Hermione fechou o livro e o colocou na mesinha de cabeceira.

– Importa-se se eu apagar a luz, Mione? – Gina perguntou a amiga, que apenas acenou a cabeça negativamente. A ruiva o fez e se enfiou debaixo das cobertas – Boa noite, Mi.

– Boa noite. – a voz da castanha soou fracamente do outro lado do dormitório.

A ruiva fechou os olhos, mas não dormiu. Tinha muitas coisas em sua cabeça... A primeira delas era, obviamente, a Câmara Secreta. Por mais que Gina soubesse que não era ela quem causava todo aquele mal, ela nunca deixou de se sentir responsável por todos aqueles ataques que haviam ocorrido em seu primeiro ano em Hogwarts, aquele, sem sombras de dúvidas, havia sido o pior ano de sua vida. Outra coisa que também estava deixando-a louca era Harry... Ele se comportava tão estranhamente com Gina que ela mal o reconhecia, todo sorridente e carismático, mas no segundo seguinte estava o mesmo Harry de antes, fechado para com a ruiva... Isso não fazia sentido.

Gina ouviu o barulho de cobertores sendo afastados e fingiu que estava dormindo. Ela podia ouvir o barulho dos passos de Hermione e a porta sendo aberta. A ruiva não podia acreditar em seus ouvidos e teve que abrir seus olhos para ter certeza de que não estava ficando louca. Mas quando viu a cama da amiga vazia e o barulho de passos fora do corredor não teve dúvidas de que Hermione estava aprontando algo.

A ruiva mordeu os lábios, enquanto a dúvida se instalava dentro de si. Quando fora, de todo tempo que conhecia a melhor amiga, que a vira saindo na calada da noite numa época onde tudo e todos corriam perigo?

Talvez Harry tenha tido alguma ideia para destruir Tom Riddle antes mesmo que ele chegue a matar todo mundo, mas... Por que ninguém me contaria? Fui com eles para o Ministério, participei da AD...

Ela se levantou na ponta dos pés e se enrolou em seu robe negro que havia sido deixado para seu uso no armário do dormitório, pegou sua varinha e abriu a porta devagar, procurando fazer o mais completo silêncio. O corredor estava vazio... Ela não pensou duas vezes antes de correr por ele em busca de uma certa castanha.

Gina ia seguindo meio de longe. Esperando que Hermione não a visse nem ouvisse seus passos pelo corredor deserto, mas, para que isso não ocorresse, ela teve que aumentar a distância ainda mais.

Oh, Santo Merlin! A Mione está indo para a floresta? Ela perguntou a si mesma. Mas que diabos essa maluca vai fazer lá?

Isso estava cada vez mais estranho, na opinião de Gina, principalmente porque não fazia o feitio de Hermione ficar andando na floresta no meio da noite. Se Gina se lembrava bem, Hermione só tinha entrado na floresta três vezes na vida, e em todas elas havia uma situação de vida ou morte.

Quando a castanha entrou na floresta, Gina resolveu apertar o passo. Não podia se perder da amiga agora, isso seria suicídio, ou homicídio... Para a ruiva, perder-se de Hermione significava, sem sombras de dúvidas, a morte de qualquer uma das duas.

Mas, quando a ruiva entrou na floresta, não havia nenhum vestígio de Hermione. Ela começou andar as cegas no escuro, procurando a amiga, mas não a achou em lugar algum.

Ah, Merlin! Ah, Merlin! Eu a perdi! E acho que não sei como voltar para o castelo sozinha... Aaah! Eu devia ter chamado Harry ou Rony... E não resolvido bancar a espertinha e vir aqui sozinha.

A ruiva sentou-se em um tronco qualquer e enfiou a cabeça entre as mãos. Ela não podia deixar se abater... Ela era Ginevra Molly Weasley, uma grifinória... Ela não desistia, não se sentava em um canto qualquer em uma floresta escura e ficava remoendo a estupidez que a levara aquela situação. Ela levantava. E ela procurava sua saída.

E foi o que ela fez, tirou a varinha do bolso e a colocou na altura do colo...

Lumus. – ela murmurou. A ponta da varinha se acendeu, iluminando pelo menos um pouco de seu caminho.

Gina não gostava muito da floresta... Não gostava da sensação que a floresta passava a ela, quando ela andava pela escuridão, como se houvesse alguma coisa a espreita, esperando que ela desse seu primeiro passo em falso para atacar...

Ela ouviu barulho de passos e achou que era melhor manter a varinha apagada... Se realmente houvesse algo a espreita, a luz seria um chamativo para o que quer que fosse.

Nox. – ela sussurrou e virou à direita quando chegou ao que parecia ser uma enorme bifurcação verde e cheia de musgo. Não era hora de se prender a superstições bobas, mas, segundo sua mãe, sempre que chegasse a uma bifurcação a escolha deveria ser o caminho da direita. O caminho da direita sempre irá mostrar a verdade. Ela pensou, recitando o ditado de sua mãe. Espero que também mostre a saída...

Ela chegou a uma pequena abertura das árvores da floresta, um lugar onde a floresta era mais iluminada. Mas seu coração pulou quando ela viu a cena que se desenrolava ali...

É a Hermione... Hermione beijando... Hermione beijando Tom... Riddle.

Gina balançou a cabeça e piscou duas ou três vezes. Não... Isso só podia ser um daqueles sonhos malucos... Como aquele que Hermione a obliviava... Meu Merlin! Se Hermione está beijando Tom Riddle, não tenho dúvidas de que ela pode ter me obliviado...

A ruiva saiu das sombras, ficando a vista e antes que pudesse se conter falou.

– Mas, por Merlin, que diabos está acontecendo aqui?

Hermione se desprendeu de Riddle imediatamente, parecia que o som da voz de Gina havia a acordado completamente.

– Gina? – a castanha perguntou, incrédula – Gina, o que...?

– Eu estou fazendo aqui? – ela completou, a voz impregnada de raiva e certa indignação – Isso não importa... Mas acho que já sei o que você anda fazendo toda a vez que some... – Gina suspirou – Bom, não precisam parar por minha causa... Já estou indo embora.

Gina saiu dali. Agora, mais do que nunca, ela queria achar a saída daquela floresta, queria voltar ao castelo e... O que vou fazer? Não sei se Harry vai aguentar isso. Não sei se Rony vai aguentar isso. Nem eu mesma aguento isso.

Ela ouviu passos atrás de si e andou mais rapidamente, até sentiu que alguém tocava seu braço. Era Hermione.

– Eu não quero falar com você. – a ruiva silvou – Eu não quero olhar para essa sua cara, Hermione... Nunca mais.

Jurava que podia ouvir Hermione fungar, mas, naquele momento, pouco importava. A Hermione que Gina conhecia jamais iria sair da cama sorrateiramente no meio da noite... E nunca, nunca, nem que sua vida dependesse disso, iria dar um beijo no monstro infeliz, sanguinário e sem coração que era Tom Riddle.

– Gina... – a castanha murmurou – Deixe-me explicar... Dê-me uma chance, eu posso explicar tudo isso...

Mas a ruiva não ouviu uma única palavra da castanha, estava compenetrada demais procurando a saída daquela floresta.

– Ah! Essa porcaria não tem saída, não? – perguntou a ruiva num estouro de raiva.

– Gina! – Hermione praticamente berrou – Olhe para frente... A saída da floresta está bem em frente.

Gina bateu com a mão na própria cabeça. A saída da floresta estava a dois ou três metros, ela não saberia calcular direito em seu atual estado. Apertou o passo e Hermione praticamente teve que correr para segui-la.

Quando finalmente chegaram ao castelo, Hermione correu e parou na escada a frente de Gina.

– Deixe-me explicar, Gina.

Os olhos de Hermione estavam cheios de lágrimas, ela estava completamente fora de seu estado normal. Gina deu um longo suspiro e cruzou os braços na frente do corpo.

– Explique-se, então... Se é que há uma boa explicação para o que você fez...

– Obrigada. – Hermione disse – Mas acho que devíamos entrar ali... – e apontou para uma pequena saleta vazia.

Gina concordou, a contragosto. Já que tinha concordado em ouvir Hermione não queria que esta fosse interrompida por algum professor em busca de algum arruaceiro ou, considerando a data, do Herdeiro de Slytherin. Gina sentiu as bochechas esquentarem de raiva ao se lembrar de quem era o Herdeiro e quem ele beijava há pouco.

Hermione fechou a porta da saleta e se sentou no chão de frente para Gina. A ruiva sabia que sua cara não deveria estar muito boa, mas ela não podia evitar... Estava tão decepcionada com Hermione.

– Já faz algum tempo que eu... Eu ando... Eu...

– Que você está mentindo para seus melhores amigos? – Gina perguntou em um tom de voz mais frio do que gelo – Meu Merlin! Pela primeira vez na vida, eu não sei quem você é. – Hermione fungou alto, mas Gina não parou, ela não conseguia parar de falar... Precisava soltar tudo que estava engasgado em sua garganta – Porque a Hermione que eu conheço jamais iria se levantar as escondidas para ir encontrar um monstro cruel que...

Gina se calou. Havia um enorme bolo em sua garganta. Assim que as palavras saíram de sua boca, ela notou que tudo aquilo era real e não um maldito sonho, como ela gostaria que fosse...

– Gina... – Hermione disse olhando para baixo – Gina, por favor, deixe-me explicar. Eu quero, eu espero que você possa entender tudo o que aconteceu... O motivo, na verdade... É um bom motivo.

A impressão que Gina tinha era que Hermione estava tentando convencer a si mesma e não a Gina. A castanha respirou fundo algumas vezes e se pôs a falar.

– Lembra-se da primeira noite em que eu sumi? – ela perguntou e Gina assentiu – Assim que eu saí do banheiro interditado , eu encontrei um garoto. Um monitor sonserino. Ele me repreendeu por estar fora da cama e eu lhe prometi que iria para meu dormitório, mas eu não fui. Eu estava me sentindo mal por toda a história de Rony e Lilá... Apesar de ser uma atitude injusta. Eu fui para a Torre de Astronomia e fiquei lá, até que o tal monitor apareceu de novo... Não fui com a cara dele, ele era tão prepotente e mandão. – Hermione fechou os olhos e continuou a falar – Na noite seguinte eu saí do dormitório de novo... Eu realmente não sei onde estava a minha cabeça, mas eu não podia deixar de culpar por termos voltarmos no tempo... Eu encontrei o monitor de novo e... Nós nos beijamos.

Gina não entendeu o que isso tinha haver com Tom Riddle. A menos que... Ah, Merlin! Tomara que eu esteja errada...

– Eu me senti mal por beijar outro sabendo que meu coração pertence a Ron. Saí correndo, sem rumo, e acabei indo parar na floresta. Eu me perdi por lá, até que comecei a ouvir vozes... Parecia uma reunião... E realmente era. Uma reunião de Tom Riddle com seus Comensais... Foi ai que eu percebi que o garoto que eu havia beijado era Riddle. Fiquei com nojo de mim mesma e saí correndo como uma completa maluca pela floresta... Até que bati a minha cabeça em uma árvore e perdi a consciência...

Gina ainda estava se recuperando do choque. Quer dizer que ela beijou Riddle pelo menos duas vezes até agora... E... Ela continua beijando-o... Ela sabe quem ele é e continua beijando-o... Eu não sei quem é essa garota na minha frente.

– Quando eu acordei, me lembrei de tudo que havia feito... Eu senti tanta vergonha de mim mesma... Do que eu havia feito... – ela abanou a cabeça – E minha varinha havia sumido... Você lembra que Riddle havia dito que ele não sabia onde estava minha varinha? – Gina assentiu – Logo depois, ele foi me procurar na biblioteca... E fomos à floresta procura-la... Minha varinha foi roubada.

– Roubada? – Gina perguntou, incrédula.

– Sim... Bom... No meio da busca eu percebi uma coisa...

(n/a: link da música: http://letras.mus.br/30-seconds-to-mars/267823/traducao.html)

A ruiva não queria saber o que a castanha havia percebido durante uma busca a varinha roubada com Tom Riddle. Ela queria fingir que aquela noite nunca teria acontecido... Ela queria esquecer completamente de tudo que ela havia descoberto.

Fique acordado na cama à noite

E pense sobre a sua vida

Você quer ser diferente? [diferente]

Tente esquecer a verdade

As batalhas da sua juventude

Porque isso é só um jogo


Porque às vezes é preferível a mentira do que a verdade.

Porque a verdade... Bom, ela dói.

– Eu percebi... – Hermione continuou, ainda de olhos cerrados – Que se Dumbledore queria que Harry aprendesse o passado de Riddle, algo de importante nele deveria haver e... Que, talvez, eu pudesse descobrir se... Eu me tornasse uma Comensal da Morte.

É uma linda mentira

É uma perfeita negação

Tão linda mentira para se acreditar

Tão linda, linda mentira, que me faz...


Isso era demais para Gina. A ruiva não sabia o que fazer... Nem o que pensar...

Ela se ergueu e caminhou até Hermione, puxou o braço esquerdo da castanha fazendo-a abrir os olhos, depois puxou a manga da blusa... Sabia o que iria encontrar, mas não queria ver, preferia ficar cega a ver...

É hora de esquecer o passado

Passar uma borracha no que aconteceu (No que aconteceu)

Esconda-se atrás de um rosto vazio

Não tem muita coisa a dizer

Porque tudo isto é só um jogo


– A Marca Negra. – Gina sussurrou numa voz esganiçada. Ela soltou o braço de Hermione e virou de costas.

Quando, em toda a sua vida, que ela poderia imaginar que iria ver essa marca do horror no braço de Hermione Granger? Hermione Granger era uma boa garota, a bruxa mais inteligente de sua idade, uma grande conselheira, uma pessoa com a cabeça no lugar... Onde estaria essa garota agora? Gina não sabia dizer, ela mal podia olhar para castanha sem sentir a decepção e dor preenchendo seu coração.

É uma linda mentira

É uma perfeita negação

Tão linda mentira para se acreditar

Tão linda, linda mentira, que me faz...


Eu devo contar a Harry e Rony. Ela pensou. Mas não sei se consigo... Não sei se posso lidar com o que eles vão sentir se não consigo lidar com o que eu mesma estou sentindo nesse momento... Simplesmente não sei.

Ela virou para Hermione e decidiu o que ia fazer.

Todo mundo está olhando para mim

Estou andando em círculos, babe

Um desespero silencioso está crescendo

Eu tenho que me lembrar isso é só um jogo


– Hermione. – ela chamou e a castanha voltou os olhos para ela – Eu não vou falar nada para Harry ou Rony, porque quem deve fazer isso é você... Porque foi você que... Que fez tudo isso. – a ruiva suspirou – Talvez suas intenções fossem boas e você quisesse descobrir o que Riddle estava tramando, mas... Beijá-lo não se enquadra nisso. E você dizia que amava meu irmão. – as palavras de Gina se tornaram amargas.

– Eu amo...

Tão linda, linda

Tão linda, linda, é uma linda mentira...

Tão linda, linda, é uma linda mentira...

Tão linda, linda, é uma linda mentira...

Tão linda, linda Mentira...


– Não ama. Não realmente, então. Eu não vou compactuar com o que você está fazendo, só estou tentando proteger as pessoas que eu amo... Mas eu não posso fingir que essa noite não aconteceu.

De repente, Gina se lembrou de seu sonho. Da castanha com a varinha da rua apontada para esta e não pode evitar a pergunta que saiu da sua boca.

É uma linda mentira

É uma perfeita negação

Tão linda mentira para se acreditar

Tão linda, linda mentira, que me faz...


– Alguma vez você lançou um obliviate em mim? – Hermione não respondeu, mas não precisava. O choro baixo de Hermione já lhe assegurava que aquilo não era nenhum sonho... Que fora real – Quem é você, Hermione? – a ruiva perguntou antes de sair da sala e deixar a outra sozinha.

#*#*#

Voltar no tempo para apagar os erros não é uma solução... É uma consequência. E quando se está sob o efeito do passado... Não se pode fazer nada.

Hermione nunca soube como arrumou forças para voltar para seu dormitório. Gina já estava em sua cama e se ela percebeu que Hermione estava entrando, tratou de fingir muito bem que não.

Não sei por que fiquei tão surpresa ou magoada com Gina. Sabia que se um dia ela viesse a saber de tudo seria horrível. Talvez conjurar Fogo Maldito seja mais seguro... E pior é que ela tem razão, eu traí a todos que amava e a troco de que?

A garota acordou bem cedo, entrou no banheiro e colocou seu uniforme. Desceu antes de todos e tomou seu café, precisa ficar só... E foi isso que fez. Recebeu o horário das mãos de Dumbledore e quando ele indagou sobre seus amigos, ela disse que estavam dormindo.

Sua primeira aula era Runas Antigas, mas começaria dentro de uma hora e o Salão Principal já começava a encher. Hermione não queria estar ali quando Harry, Rony e Gina chegassem, então ela foi para a biblioteca.

Quando as coisas haviam saído tanto de seu controle? Quando seu mundo havia virado de cabeça para baixo tão bruscamente? Quando ela tinha deixado de ser Hermione Granger e havia se transformado em uma mentirosa-calculista?

Ela não sabia dizer.

Foi até a Seção de Estudo dos Trouxas. Precisava de algum outro livro que lembrasse sua casa, as coisas que ela amava, a pessoa que ela era... Pegou um outro clássico das irmãs Brontë: Jane Eyre.

Ela queria fazer igual a Jane... Recomeçar. Recomeçar sempre que parecesse que seu mundo ia cair e que tudo ia se perder na loucura de sua própria vida.

Quando deu por si, a tal hora que tinha que matar até o começo de sua aula passou tão rapidamente que ela mal viu. Guardou o livro e seguiu para sala, indo pelos caminhos menos conhecido por todos, os quais ela havia aprendido no Mapa do Maroto.

Hermione nunca se sentiu tão mal em toda a sua vida, nunca se sentiu tão sozinha. Estava tão acostumada com as bobagens de Ron, o jeito calado de Harry e com os conselhos de Gina... Será que ela poderia viver sem isso?

Não é uma opção, Hermione. Desde o momento em que você começou a mentir isso deixou de ser uma escolha sua para ser uma consequência.

Ela entrou na sala de aula, que já estava quase cheia, e se aproximou da mesa do professor. Era um homem de estatura mediana, cabelos bem negros e incrivelmente roliço.

– Bom dia. – ele disse numa voz agradável – Você é Hermione Granger, não? Uma das... Visitantes do futuro.

– Sim. – ela respondeu.

– Meu nome é Marlon Adler e sou o professor de Runas Antigas. – ele sorriu – Acho que a Srta. vai precisar de um livro...

Ele se virou para trás e procurou alguma coisa no armário, logo em seguida apareceu com um livro um pouco gasto nas mãos e entregou a Hermione. Ela sorriu e procurou ocupar um lugar bem na frente, para que pudesse acompanhar a aula como sempre fazia. Isso lhe deu uma sensação de conforto, era como se nada tivesse mudado.

O barulho de passos começou a preencher o ambiente. A garota abriu o livro e começou a folheá-lo aleatoriamente, não era o mesmo livro com o qual ela trabalhava em 1996, mas ela se lembrava daquele conteúdo... Provavelmente já deveria tê-lo pego em alguma de suas visitas a biblioteca...

– Bom dia, Hermione. – uma voz irritadiça soou ao seu lado e a castanha ficou surpresa de reconhecê-la imediatamente.

– Bom dia, Tom. – ela respondeu.

A sala ainda não estava cheia, Tom depositou as coisas ao seu lado e olhou para ela, mas a garota desviou o olhar.

– Vejo que se sentou em meu lugar...

– Seu nome não está escrito nele... – ela sussurrou

– Você disse alguma coisa?

– Nada. Eu não disse nada. Eu nem estou aqui. – ela suspirou alto e seu olhar fugiu para o rosto de Tom.

– Você está bem, Hermione? – perguntou – Imagino que depois de ontem e de sua amiga... – ele se calou quando a castanha o fuzilou com o olhar – Aliás, por que ela ficou daquele jeito?

Porque eu te beijei. É! Por isso! Porque você é um monstro e vai piorar cada vez mais! Você vai te destruir a vida do meu melhor amigo e, ao que parece, acabou de destruir minha amizade com Gina... Ah! Esqueci-me... Não posso responder isso a você, senão estarei morta no próximo minuto. Então, aqui vou eu inventar mais uma mentira.

– Ela ficou brava porque... Ela pensava que eu... Gostava de Rony, o irmão dela.

Não era mentira, mas não era verdade. Como sempre.

– Ah... E você não... Gosta? – ele perguntou devagar.

– Gosto. – ela disse antes que pudesse evitar. Os olhos de Tom se estreitaram um pouco – Ah, Tom! Não me diga que os beijos significavam algo para você? – ela perguntou, assustada com a ideia – Você namora a Jade, não é...?

– Calma, Hermione. Não precisa se preocupar em magoar meus sentimentos... Eu não os tenho. Está tudo bem... Mas já que gosta do tal Rupert...

– Rony. – ela corrigiu.

– Tanto faz. Já que gosta dele, porque sua amiga ficou brava?

Hermione mordeu o lábio. Hora de contar mais uma meia verdade, ao que parece.

– Porque se eu gosto dele... Por que eu te beijei então? No meio da noite? Na floresta?

Tom franziu o cenho.

– Ela te seguiu até lá?

– Acho... Acho que sim. Não cheguei a perguntar.

Tom cravou os seus olhos nos de Hermione.

– Por favor, tenha a certeza que ela não virá a descobrir nossas... Reuniõezinhas amigáveis. Sua amiga não parece ser alguém muito... Hm... Alguém que se encaixaria em nossa causa.

Nesse instante, o professor começou a aula e Tom virou sua face para frente. Hermione se endireitou também e procurou varrer tudo aquilo de sua cabeça, independentemente da época em que se encontrava seus estudos sempre seriam sua principal prioridade.

O Prof. Adler começou sua aula. O assunto era a escrita cuneiforme.

– Bom – começou ele –, na última aula nós falamos sobre uma escrita desenvolvida pelos antigos sumérios, a escrita cuneiforme. Agora, alguém pode me responder porque essa escrita recebeu esse nome?

Hermione e Tom ergueram seus braços praticamente ao mesmo tempo. Adler sorriu para Tom.

– Eu tinha quase certeza de que seria você a responder a essa pergunta... Ao que parece, não estou errado, mas temos mais alguém aqui que sabe a resposta... Hm... Acho que vou dar uma chance a Srta. Granger de responder, ela parece tão inteligente quanto você, Tom.

Tom deu um sorriso frio ao professor e virou-se para Hermione, ela não perdeu tempo em começar a falar.

– A escrita cuneiforme recebeu esse nome porque os objetos utilizados para gravar as inscrições na pedra eram chamadas de cunha.

– Perfeito, Srta. Granger. Absolutamente perfeito. – ele comentou com um ligeiro sorriso e depois continuou – Inicialmente a escrita representava formas do mundo, os chamados pictogramas, mas por praticidade as formas foram se tornando mais simples e abstratas. Os primeiros pictogramas eram gravados em sequências verticais de escrita com um estilete feito de cana. Com o tempo, as pessoas começaram a escrever em sequências horizontais e um novo estilete em cunha inclinada passou a ser usado para empurrar o barro. Assim, o escritor poderia usar uma única ferramenta para fazer uma grande variedade de signos.

Adler começou a andar pela sala.

– A escrita cuneiforme é a mais antiga e foi incrivelmente essencial para o nosso estudo em Runas. A maioria das inscrições encontradas, que não fazem sentido para os trouxas, são o pontapé inicial para a criação dos primeiros feitiços de que se tem conhecimento.

Ele consultou o relógio.

– Acho que não temos muito tempo, por isso, já irei direto ao ponto. Quero um metro de pergaminho sobre a escrita cuneiforme. Vocês devem ir a fundo na origem da escrita, nos povos que a utilizavam, o quão importante ela foi para bruxos e para os trouxas. Obrigada. – ele consultou o relógio novamente – Diria que a aula está encerrada, por isso vou leva-los a próxima aula.

Todos começaram a se levantar e, aproveitando o barulho, Riddle inclinou sua cabeça para o lado e sussurrou para Hermione:

– Teremos uma reunião muito em breve. Fique atenta a meus avisos, certo?

Ela assentiu e ele elevou seu tom de voz.

– Qual é sua próxima aula?

– Aritmancia. – ela respondeu, sem precisar olhar para o horário que Dumbledore entregou, já o havia decorado.

Riddle sorriu de lado.

– Parece que teremos mais uma aula juntos.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

...
Capítulo apenas com dois POV's, mas necessário...
Agora que o circo vai pegar fogo, pessoiinhas!!!!
Quero saber o que vocês acharam... Por isso, aguardo vocês nos reviews...
:*