Sábado, 07 de setembro, 8:00, deitada.

 Cadê o Michael?? Acabei de acordar e ele simplesmente não está aqui. Chamei por ele e não ouvi resposta nenhuma, mas a preguiça de levantar pra ver se ele deixou um bilhete é maior ainda, então resolvi ficar deitada esperando ele fazer contato.

AI MEU DEUS! Minha mãe vem aqui hoje de manhã! O que ela vai pensar se encontrar o Michael aqui? E de roupa de trabalho, o que significa que ele não chegou aqui hoje Cedo e sim Ontem à noite.

Eu sei que ele não foi embora porque a bolsa dele está no meu campo de visão.

Tudo bem, vou ligar pra ele. Confesso que só vou ligar porque meu celular esta do meu lado.

Epa, que barulho é esse?? Ah, ele deixou o celular aqui!

Tem alguém entrando, acho que é ele.

Sábado, 07 de setembro, 9:00.

“Bom dia!!” ele disse quando viu minha cara de quem tinha acabado de acordar.

“Bom dia!” tentei responder na mesma empolgação.

Ele veio me beijar e eu virei o rosto, fazendo que ele beijasse minha bochecha.

“O que foi?” Michael disse parecendo ofendido por que não ter aceitado o beijo dele.

“Acabei de acordar” eu o lembrei, como se fosse a coisa mais obvia, o que deveria ser pelo menos.

“E daí??”

“Daí que eu não escovei os dentes”

“Mia, eu já disse, eu gosto dos seus germes!” ele riu.

“Que bom, mas eu não gosto dos meus germes Michael!!”

“Quem tem que gostar sou eu, não você!” ele riu.

“Os germes são meus!! Enfim, onde você estava? Procurei você por toda parte.” eu sou uma mentirosa tão grande! Deviam me dar um título de Garota mais mentirosa ou coisa assim.

“Tem certeza que você me procurou Mia?”

“Tenho, não te vi no banheiro, nem por trás de nenhuma caixa...”

“Então porque meu bilhete continua preso na porta do banheiro?”

Instantaneamente eu olhei para o banheiro e lá estava um super papel escrito “Fui na rua, não demoro!Michael.”

“Esta certo, eu confesso, não levantei da cama, estava esperando você fazer contato!”

Ele riu e colocou uma sacola na mesa-caixa que jantamos ontem.

“O que é isso?” eu perguntei

“O nosso café! Seria bem legal se você levantasse porque eu estou mesmo com fome!”

Levantei com muita dificuldade e realmente expressando minha falta de vontade em sair dali. Fui ao banheiro fazer minha higiene matinal e quando voltei tinham dois cafés sabor caramelo com bastante espuma do Starbucks e alguns bagels.

“Já posso te beijar ou tem mais alguma coisa pra fazer?” ele disse no tom irônico que eu adoro.

“É... você pode” eu ri.

Michael me beijou e depois sentou no chão para tomarmos café.

Ele me deu umas idéias, sobre como arrumar o quarto. Disse que é bem útil fazer uma mini-cozinha e ter algo mais adequado que uma caixa para comer alguma coisa de vez em quando. Como o quarto é um pouco maior que os normais, Michael sugeriu fazer um mini-loft, e eu particularmente gostei bastante da idéia.

Sábado, 07 de setembro, 9:30.

“Mia, eu estava pensando, numa coisa.Você vai dividir o quarto com alguém?”

“Eu não sei! Parece que sim, tem duas camas aqui, mas a pessoa ainda não deu sinal de vida.!”

“Falando e dividir quarto, o Boris vai lá para o loft hoje a tarde.”

“E falando em ir para o loft, minha mãe vem aqui daqui a pouco.”

“Ah, eu aproveito e dou a baqueta que eu comprei pro Rocky, está lá no carro.”

Ele COMPROU uma baqueta para o meu irmão??! Definitivamente eu amo meu namorado! Minha mãe vai matar ele, mas tudo bem, ele é perfeito!

“Você comprou uma baqueta pro Rocky?”                                          

“Comprei. É uma menor que as comuns, deve ser pra criança ou coisa assim. Sua mãe e o Sr. Gianini vão me odiar por isso, mas tudo bem!” ele riu.

“A questão não é essa Michael, o negócio é que a minha mãe vai te ver aqui.”

“E qual é o problema disso?”

“Ela vai ver que Dormiu aqui.”

“Continuo com a minha pergunta...”

“Michael!”

“Mia, a sua mãe sabe que a gente frequentemente dorme juntos desde o seu baile de formatura!”

“Mas ela nunca realmente te Viu no meu quarto, então ela deve manter uns 5% de ilusão de que a gente só conversa quando eu vou pra sua casa.”

“Eu realmente não acho que sua mãe cultive essa ilusão, muito pelo contrario. Ela me parece bem realista quanto a isso.”

Certo, minha mãe sabe, não que eu tenha contado, mas ficou bem na cara quando eu cheguei no dia seguinte da formatura de mãos dadas com o Michael, mas a minha mãe não precisa Ver ele aqui pra ela ter Certeza de que a filha dela não é mais virgem.

Juro que meu celular tocou e era minha mãe dizendo que estava chegando em 10 minutos com o Rocky.

“Michael, tchau! Minha mãe esta chegando com o meu irmão.”

Ele riu e disse:

“Para de me expulsar!!!Olha que oportuno, seu irmão também vem, ai eu entrego a baqueta pra ele.”

“Pode deixar que eu entrego.”

“Eu não! Você vai ficar com os créditos de ter comprado.”

“Eu falo que foi você. Vai Michael, minha mãe esta chegando.”
Ele estava rindo horrores e eu sinceramente não estava vendo nada de divertido naquilo.

“Michael...” eu disse impaciente para que ele fosse embora. Não que eu quisesse que ele fosse, mas pela coisa com a minha mãe. E o Rocky  vinha e crianças sempre fazem perguntas inconvenientes como “Michael, porque você esta aqui tão cedo?”

“Posso sair, esperar sua mãe entrar e finjo que estou chegando naquele momento?”

“Não Michael, você esta com a sua roupa de trabalho, ninguém usa isso num sábado de manhã pra visitar a namorada!”

“Caramba como você é maluca!! Esta bem eu vou” ele disse revirando os olhos e sem acreditar que eu estava mandando ele ir embora.

Então ele levantou, pegou a bolsa dele, me deu um beijo e saiu.

Fui ate a janela do quarto que dava pra rua e vi minha mãe sair do táxi. Pelo menos Michael tinha saído do meu quarto, logo, a chance dela encontrar ele era bem pequena. Mal se passaram 3 minutos e bateram na porta. Caramba como a minha mãe é rápida! Fui abrir a porta e me deparo com...

“Michael! O que você está fazendo aqui? Minha mãe já chegou. Eu disse que não era pra fingir que chegou hoje, não vai colar. Não com você vestido desse jeito e...”

“Mia!” ele me interrompeu. “eu esqueci a chave do carro.”

“Ah sim.” Peguei a chave dele, fechando a porta logo depois.

Agora sim, 2 minutos depois era a minha mãe e meu irmão.

Sábado, 07 de setembro.

Minha mãe está toda surpresa por eu ter “conseguido” arrumar tudo tão rápido. Ela esta revirando tudo pra ver se não tem nada faltando.

“Tinha gente aqui?”

 Como ela descobriu? Será que eu estou com o cheiro do Michael?

“Nã-ão! Por quê?”.

“Tem dois copos de Starbucks!”

DROGA! Como eu fui me esquecer disso. Pensa rápido Mia, pensa numa desculpa.

“É que eu tomei um ontem a noite pra sabe como é né, ficar acordada, tinha muita coisa pra arrumar! E outro hoje de manhã”

Até que eu me sai bem, mas sério, eu sou tão burra! Como eu fui me esquecer logo disso? Tive tanto trabalho pra tirar o Michael daqui e a primeira coisa que ela nota é justamente os copos do Starbucks??

Meu irmão está correndo de um lado pro outro do quarto. Preciso comprar uns brinquedos pra deixar aqui quando ele vier.

“Mia, mia, você não vai mais voltar lá pra casa?” o Rocky perguntou. Como eu posso deixar uma criança assim? Vou sentir tanta falta dele.

“Vou sim, mas só de vez em quando, pra ver você, a mamãe, o Sr. Gianini e o Fat Louie.”

“Mas por que só de vez em quando?”

“Por que eu  vou estudar aqui.”

“Por que você vai estudar aqui?”

“Porque foi aqui que me aceitaram.”

“E por que não aceitaram em outro lugar?”

“Na verdade, aceitaram em outros lugares, mas eu quis aqui...”

“Por que você quis aqui?”

Aaai isso não tem fiiiim????

“Porque eu quis Rocky!”

“Por que você quis Mia??”

“Rocky, deixa a sua irmã, a gente já falou disso” Minha mãe pôs fim as perguntas intermináveis. Sério, por que criança faz tanta pergunta? As únicas pessoas que tem paciência de responder a todas intermináveis dúvidas de meu irmão é o Pai dele, grandmère ( e isso pra mim será um eterno mistério!) e o Michael, que as vezes esquece que o Rocky tem 3 anos e conversa com ele como se tivesse a mesma idade de Michael.

O Rock é uma espécie de admirador do Michael ou sei lá o que! É sempre assim: Michael senta, o Rocky senta. Michael encosta no sofá, Rocky encosta no sofá. Michael cruza a perna, Rocky cruza a perna ( essa parte ele só tenta, já que crianças tem sérias dificuldades em por um pé em cima da outra perna!). E assim eles batem altos papos.

Ai meu Deus por que a minha mãe não consegue cuidar do filho dela? Será que ela não vê que ele está desarrumando meu guarda roupa todo? Tudo bem, ela não está vendo. Definitivamente tenho que comprar brinquedos pro Rocky.

Sábado, 07 de setembro, 20:00.

Agora sim meu quarto está arrumado. Mamãe e Rocky foram embora e eu tive que reorganizar tudo.

Ainda não sei se vou ter colega de quarto ou não. Teoricamente eu tenho, mas as aulas começam segunda feira e ninguém apareceu aqui.

Com toda essa correria eu acabei deixando meu livro de lado, não vi se tem e-mail da  Claire (a editora) nem nada . Ela deve estar louca porque o livro está prestes a ser lançado( na próxima segunda, dia dezesseis)  e eu sumi nos últimos quatro dias, já que estava desarrumando meu quarto e arrumando este.

Depois que Daphine Delacroix foi descoberta, acabei tendo alguns privilégios como a agilidade no processo de lançamento. Um mês depois do livro ter sido aceito, ele estava revisado. A editora quis fazer algumas alterações, adaptar o livro para adolescentes mas eu não aceitei, então ele será publicado exatamente como escrevi, sem uma vírgula a mais (exceto as da correção!).

Pelo o que me lembro falta eu fazer os agradecimentos e escolher a capa.

Grandmere é claro que já expressou sua falta de apoio a “Liberte meu coração” mas esta empenhada com a festa de lançamento simplesmente porque é uma festa e isso pra ela já é mais do que o suficiente. Eu já entendi o objetivo dela! É fazer uma super festa com imprensa, revistas, fotógrafos e abafar a parte principal que é o livro e virar uma festa pra sair nas colunas de fofoca com entrevistas e tudo mais. Mas eu não vou deixar ela fazer isso, não fiquei um ano e meio escrevendo um romance pra ela chegar e mudar tudo.

Michael me ligou a tarde querendo fazer alguma coisa a noite, mas o Boris esta lá de mudança, então sugeri fazermos alguma coisa nós quatro (eu e Michael, Tina e Boris) amanhã. Vou aproveitar a noite livre pra por minhas coisas com a Claire em dia.

Sábado, 08 de Setembro, 10:30.

Fiz meus agradecimentos. Fiquei horas pensando em quem eu não poderia deixar de agradecer e resolvi que só colocaria quem realmente merece.

“Agradecimentos:

A minha mãe e meu pai (Helen Thermopolis e Philipe Grimaldi Renaldo). Tina Hakin Baba, por me apresentar ao mundo do romance. Dr. Loco. Lilly Moscovitz. Michael Moscovitz por sempre acreditar em mim, até quando eu não acredito. Fat Louie por ter ficado ao meu lado (literalmente) em todos os momentos deste livro e a todos os leitores!.”

Acho que homenageou a todos que realmente merecem:

Meus pais: Eles são meus pais! Sem eles eu simplesmente não estaria aqui. Ok, isso é bem clichê, mas é verdade. Eles são as pessoas que vão estar sempre comigo, independente de qualquer coisa.

Tina Hakin Baba: Ela é a chave de tudo! Sem ela eu não ia ter lido tantos romances e não teria me apaixonado e valorizado tanto assim este gênero literário!

Dr. Loco: Me ajudou no pior momento da minha vida, mesmo com seus insistentes conselhos de mustangs, foi ele quem me incentivou a fazer algo da minha vida além de me lamentar pela coisa toda com o Michael.

Lilly Moscovitz: Não esteve presente neste momento da minha vida, mas esteve em muitos outros, sempre me incentivando ( da forma muitas vezes torta dela, mas sei que sempre quis o meu bem) a ser uma pessoa melhor.

Michael Moscovitz: Preciso mesmo de um comentário pra ele? Só porque ele foi o primeiro a ler meu livro, sempre acreditou em mim, achou um absurdo eu “não ter passado” pra nenhuma faculdade (coisas que meus amigos não fizeram, só lamentaram por mim). Foi ele quem me disse que meu talento oculto era escrever!

Fat Louie: Ele é meu gato oras! Ficou comigo todo o tempo, no meu colo, quando ninguém sabia que eu estava escrevendo.

Os leitores: Foi pra eles que eu escrevi!

 Vou ligar pra Tina pra combinarmos a hora de ir para o loft do Michael. Acho que vou chamar a Lilly também.

Resolvi ir almoçar em casa, já que eu ainda não fiz a mini-cozinha que Michael sugeriu e não quero comer sozinha.

Domingo, 08 de Setembro, 20:00, no loft do Michael.

 A folga de Lars terminou, então ele foi me buscar na faculdade e me levou pra casa, almoçou lá e tudo!

Rocky ficou especialmente feliz em me ver, nem parecia que tinha me visto ontem. Ele pegou aquele monte de brinquedos e espalhou tudo pela sala, ele tenta brincar com o Fat Louie, mas ele não sabe que o Louie não gosta dele. Rocky puxa o gato pelo rabo e sempre pega os objetos brilhantes que o Fat Louie junta no meu banheiro.

Sr. Gianini estava corrigindo uns testes e fiquei realmente muito feliz por não ter um teste meu naquela pilha. Também foi bom não precisar ficar rodeando o Sr. G . pra tentar saber minha nota antes do resto da turma.

Depois de almoçar macarrão de arroz e uma salada com gergelim ( o que não pareceu ser o suficiente para o apetite do Lars) fiquei vendo um programa entediante sobre galerias de arte, que a minha mãe estava assistindo enquanto fingia brincar com o Rocky, logo depois Lilly me ligou perguntando que horas eu ia pro Michael , porque ela precisava de uma carona já que a mãe dela tinha feito um monte de comida congelada pra mandar pra ele e ainda tinha umas coisas decorativas que ela tinha comprado, uma vez que segundo a Sra. Moscovitz, quando os filhos saem de casa eles precisam de coisas que lembrem a família para não se sentirem sozinhos e tudo o mais, só que Michael já passou quase dois anos sozinho, mas enfim!

Passei na casa da Lilly e o carro ficou cheio de almofadas e peças de decoração completamente desnecessárias e que tenho 90% de certeza de que Michael não vai usar.

Quando chegamos, Tina já estava lá. Michael, Boris e Lars tiveram o trabalho de subir com tudo. A coisa mais útil foi o lance da comida congelada e ainda tinha os biscoitinhos super gostosos da vovó Moscovitz ( acabamos com eles em dois tempos!).

Kenny chegou uns 30 minutos depois de nós e agora estamos esperando a super pizza que pedimos pra comer enquanto vemos um filme que ainda não escolhemos.

Estão falando pra eu parar de escrever.

A pizza chegou, depois eu escrevo mais.