Foi uma longa noite, regada a muito choro e decisões. Uma delas foi não falar com nenhum Maroto alem do Peter. O dia estava amanhecendo quando eu consegue dormir um pouco. Acordei eram 20 para as nove, ou seja, foi a maior correria para me trocar, passar maquiagem e chegar à aula a tempo. Chequei e a McGonagall estava entrando na sala. Ela me lançou um olhar severo, mas eu apenas dei um sorriso maroto e entrei, me sentando ao lado da Lily, logo atrás de sós duas estava meu irmão e o Black.

Por que não me acordou? ― escrevi em um pergaminho e passei para Lily enquanto a professora começava a falar sobre animagos.

Eu vi a hora q vc foi dormir e achei melhor q vc dormisse ate a hora do almoço. Agora me deixe prestar atenção na aula.

Por que se vc já sabe tudo e ainda eh uma?

Ela me olhou severamente e eu revirei os olhos com um sorriso maroto.

Porque assim como vc (eu espero) não quero q ninguem perceba que eu não prestei atenção na aula e acertei tudo na prova.

Eu dei uma risada baixinha e guardei o pergaminho e voltei a atenção para a aula, mas logo alguém me cutucou e me passou um pergaminho dobrado. Eu reconheci as letras imediatamente.

Foi mal, maninha, eu não deveria ter desconfiado de vc, muito menos ter pensado em te bater se vc fosse comensal da morte. ― esse era James, é claro.

Lena, ME DESCULPA!?! ― esse era o Remus.

Maninha do Pontas, sinto mto pelas minhas palavras na noite passada, eu não deveria nem ter cogitado a ideia de te bater, por mais que eu saiba que se vc fosse mesmo uma comensal eu não conseguiria bater em vc. Perdoe-nos! ― Sirius.

 “Maninha do Pontas”? “Maninha do Pontas”!? “MANINHA DO PONTAS”?!? Sério mesmo que ele só me via como a “Maninha do Pontas”? Bom saber.

Eu rasguei o pergaminho e joguei na mesa de trás quando a Mimi (apelido carinhoso criado pelo Black) virou de costas. No almoço eles tentaram falar comigo de novo, mas eu simplesmente dei as costas e fui para a cozinha.

Pedi para os Elfos prepararem um prato para dois e fui para o dormitório masculino da Grifinória. O Peter estava bem melhor, mais do que achava que ele estaria. Eu o acordei com delicadeza e entreguei um dos pratos para ele, que comeu tudo e mais metade do meu, já que eu não estava com um pingo de fome. Passei as lições para ele, na verdade lição já que só a Mimi passou lição, 60cm sobre animagos. O resto do dia passou como a manhã, os Marotos pedindo desculpa a cada estante livre e eu ignorando.

No meio da noite eu desci para o salão comunal quando ficou claro que o sono estava de zoação com a minha cara e tinha decidido não aparecer hoje. Fiquei observando as chamas com um aperto no coração até sentir uma mão no meu ombro. Claro que eu dei um pulo gigante e meu coração, antes apertado quase saiu pela boca.

― Quer me matar do coração, Black? ― perguntei com a mão no peito e raiva na voz.

― Não antes de você me desculpar...

― Não tem o que desculpar. ― eu comecei e ele abriu um sorriso lindo, um sorriso que ele só dava quando estava em cima de uma vassoura comemorando uma vitória ― Vocês não confiam em mim, eu entendi.

O sorriso dele morreu e eu virei meu rosto em direção às chamas, mas ele colocou a mão em baixo do meu queixo me fazendo olhá-lo nos olhos.

― Não fale isso. ― ele pediu com os olhos suplicantes. ― Se eu não confiasse em você não teria me confidenciado com você nas férias.

Ele estava muito perto, perto o suficiente para eu sentir sua respiração, para eu sentir seu perfume, e isso não estava me deixando pensar direito. Merlin, ele esta se aproximando! A onde esta a garota que estava determinada a não falar com os Marotos? Agora ela esta prestes a beijar um. Tudo bem que eu sou apaixonada per ele desde o quinto ano, mas mesmo assim ele me ameaçou!

Nossos lábios estavam quase se encostando quando um barulho na escada nos despertou. Eu dei uns três passos para trás enquanto na escada aparecia um James Potter mais descabelado do que já é.

― Maninha?

Ele ia começar a falar algo, mas eu o impedi.

― Eu vou dormir.

Subi sem olhar para nenhum dos dois. Já na cama lembrei do Sirius me contando tudo o que passava na casa dos pais, me contando tudo o que ele sentia com relação á isso.

― Eu ainda tenho esperança, sabe? ― ele falava olhando para o copo de água na sua mão ― Esperança de que um dia eles percebam a besteira que estão fazendo se juntando a esse Lord, só espero que se isso acontecer não seja tarde de mais, nem para eles nem pro Regulus.