Remendo escrita por juvsandrade


Capítulo 3
Amarelo


Notas iniciais do capítulo

N/A: Quero avisar que eu precisei retirar muitas frases e até mesmo cenas do livro original para completar esse capítulo e apenas esse será assim. Mas ao invés de ver tudo pelo ponto de vista do Harry, coloquei esse capítulo do livro HP e a Pedra Filosofal no ponto de vista do Rony. Quero lembrar-lhes que sim, eu peguei frases que a própria JK escreveu e as coloquei aqui, porque se inventasse frases para um momento que já existe, ficaria meio estranho e surreal. Enfim, espero que vocês entendam.

Leia escutando Staind Believe.



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Algumas vezes as coisas mudam. Não é sempre, e quase nunca é de repente... Mas as coisas possuem uma tendência a mudar para pior, na maioria das vezes... Todavia, a vida de Ronald Weasley melhorou no dia 1º de setembro, o que foi um tanto quanto irônico.

Ronald, até então, nunca tinha tido sorte para nada.

— ...Cheio de trouxas, é claro! — a sua mãe dizia, enquanto marchava furiosamente à frente, observando pelo rabo dos olhos os filhos, para ter a certeza de que eles não se perderiam ou aprontariam algum tipo de confusão. E ela também não soltava a mão de Gina. — Agora, qual é o número da plataforma? — perguntou aos meninos.

— Nove e meia — Gina sussurrou. — Mamãe, não posso ir...

— Você ainda não tem idade, Gina, agora fique quieta. Está bem, Percy, você vai primeiro.

Percy simplesmente desapareceu contra a linha divisória entre as duas plataformas. Molly empurrou Rony para o lado com o quadril, dando espaço para os gêmeos se posicionarem.

— Fred, você agora. — Molly falou exasperada.

— Eu não sou Fred, sou Jorge. — um dos gêmeos retrucou. — Francamente, mulher, você diz que é nossa mãe? Não consegue ver que sou o Jorge?

Rony segurou uma risada.

— Desculpe, Jorge, querido.

— É brincadeira, eu sou o Fred. — com um sorriso zombeteiro Fred confessou, enquanto Jorge gritava para ele se apressar. Logo depois, Jorge sumiu, deixando-o sozinho com a sua mãe e irmã.

E foi só.

Pelo menos era isso que ele imaginava.

Como fumaça, um garoto mais ou menos da altura dele se conjurou ao lado de sua mãe. A coruja branca como a neve piava que piava dentro da gaiola o entregou. Ele também era um "aprendiz de bruxo" e também estava perdido como ele.

— Com licença... — o garoto murmurou.

— Olá, querido. É a primeira vez que vai a Hogwarts? O Rony é novo também.

Ótimo. Agora a sua mãe precisava fazer amigos para ele... Ou simplesmente fazê-lo passar vergonha.

— É. — o garoto de óculos respondeu. — A coisa é, a coisa é que não sei como...

— Como chegar à plataforma? — sua mãe disse com bondade e o garoto concordou com a cabeça.

— Não se preocupe. Basta caminhar diretamente para a barreira entre as plataformas nove e dez. Não pare e não tenha medo de bater nela, isto é muito importante. Melhor fazer isso meio correndo se estiver nervoso. Vá, vá antes de Rony.

— Hum... Ok. — o garoto se viu obrigado a responder e correu contra a parede, sumindo em seguida.

Finalmente chegou a vez de Rony. Molly mandou-o se acalmar e fez com que ele atravessasse. Logo ele estava recebendo beijos e mais beijos, abraços e mais abraços. Depois de quase vinte minutos Ronald conseguiu despedir-se de sua mãe e entrar no trem depois que ela tentara limpar algo sujo em seu nariz... Mas recuou, assim que escutou o comentário de Fred (ou Jorge): — Ei, mãe, advinha? Adivinha quem acabamos de encontrar no trem?

Rony olhou para os gêmeos, que pareciam realmente empolgados.

— Sabe aquele menino de cabelos pretos que estava perto da gente na estação? Sabe quem ele é?

— Quem?

— Harry Potter! — Gina soltou um grito depois que Jorge (ou Fred) contou.

— Ah, mamãe, posso subir no trem para ver ele, mamãe, ali, por favor...

— Você já o viu, Gina, e o coitado não e um bicho de zoológico para você ficar olhando. É ele mesmo, Fred? Como é que você sabe?

— Perguntei a ele. Vi a cicatriz. Está lá mesmo, parece um raio.

— Coitadinho.Não admira que estivesse sozinho. Foi tão educado quando me perguntou como entrar na plataforma.

— Deixa para lá, você acha que ele se lembra como era o Você-Sabe-Quem?

— Proíbo-lhe de perguntar a ele, Fred. Não, não se atreva. Como se ele precisasse de alguém para lhe lembrar uma coisa dessas no primeiro dia de escola.

— Está bem, não precisa ficar nervosa.

O apito do trem soou alto.

— Depressa! — Molly disse e colocou Fred, Jorge e Rony para dentro do trem. Os três debruçaram-se na janela para a mãe lhes dar um beijo de despedida e Gina começou a chorar.

— Não chore, Gina, vamos lhe mandar um monte de corujas.

— Vamos lhe mandar uma tampa de vaso de Hogwarts.

— Jorge!

— Estou só brincando, mamãe.

Os vagões trasbordavam alunos e Rony até pensou em se unir a Fred e Jorge, mas sabia que eles o irritariam até quando o trem parasse. Por isso pensou duas vezes e seguiu em frente. O único vagão meio vazio era o de... Bom, talvez Fred e Jorge estivessem de brincadeira, como sempre estavam.

Rony criou coragem e abriu a porta, afinal, não poderia viajar até Hogwarts em pé.

— Tem alguém sentado aqui? — ele perguntou, apontando para o assento em frente ao do garoto. — O resto do trem está cheio.

O "suposto-Harry" respondeu que não, com um aceno de cabeça, e Rony se sentou. Olhou para o "suposto-Harry" e em seguida olhou depressa para fora, fingindo que não tinha olhado.

— Oi, Rony! — os gêmeos estavam de volta.

— Escuta aqui, vamos para o meio do trem. Lino Jordan trouxe uma tarântula gigante.

— Certo. — Rony resmungou e quis se afundar no banco ao escutar a palavra tarântula.

— Harry — disse o outro gêmeo —, nós já nos apresentamos? Fred e Jorge Weasley. E este é o Rony, nosso irmão. Vejo vocês mais tarde, então.

— Tchau. — Rony disse e o "Harry Potter" tambémOs gêmeos fecharam a porta da cabine ao passar.

— Você é Harry Potter mesmo? — Rony deixou escapar e quis sair correndo da cabine, depois daquilo. Ainda mais quando o garoto confirmou com a cabeça. — Ah, bom, pensei que fosse uma brincadeira do Fred e do Jorge e você tem mesmo... Sabe...

Harry Potter levantou a franja negra para mostrar a pequena cicatriz em forma de raio que Você-Sabe-Quem havia deixado como "lembrança". Rony ficou boquiaberto.

Ele, Ronald Weasley, estava sentado no mesmo vagão que Harry Potter, o menino que sobreviveu. Um dos bruxos mais famoso e conhecido do Mundo inteiro... E ele era apenas Ronald Weasley, o garoto com uma sujeira no nariz e um rato gordo.

É, as coisas mudavam.

E o mais estranho foi que o assunto surgiu fácil. O assunto surgiu fácil com Harry Potter! Ele não conseguia nem conversar com Gina, então como conseguia conversar daquela forma com Harry Potter?

Até estava se divertindo, provando os feijõezinhos de todos os sabores. Deu azar de tirar um com sabor de couve de Bruxelas... Pelo menos deu mais sorte que Harry, que tirou torrada, coco, feijão cozido, morango, caril, capim, café, sardinha e pimenta.

E teriam provado mais sabores, conversado mais um pouco e rido outras vezes se garotinho gorducho não tivesse aparecido na porta da cabine à procura de um sapo. Quando os dois meninos disseram que não haviam visto sapo nenhum, a porta se fechou. Mas logo se abriu de novo, e, daquela vez, o menino gorducho era acompanhado de uma menininha com os cabelos rebeldes e nariz arrebitado.

— Ninguém viu um sapo? Neville perdeu o dele. — a garota do cabelo armado perguntou em um tom mandão.

— Já dissemos a ele que não vimos o sapo. — Rony respondeu, mas foi ignorado completamente. Os olhos castanhos da menina estavam direcionados a varinha em sua mão.

... Isso porque ele havia dito a Harry Potter que conhecia um feitiço para deixar o seu rato velho e gordo amarelo.

— Você está fazendo mágicas? Quero ver. — a garota sentou na poltrona onde Harry Potter estava, finalmente olhando fixadamente nos olhos do ruivo, o que o deixou desconcertado.

— Hum... Está bem. — Rony pigarreou e chacoalhou a varinha. — Sol margaridas, amarelo maduro, muda para amarelo esse rato velho e burro.

Não houve nenhuma mudança, para o constrangimento de Rony. Perebas continuou sendo o mesmo rato velho, gordo, fedido e cinzenta de sempre.

As sobrancelhas da menina se arquearam de forma que o reprovava. Quem ela pensava que era? A sua mãe?

— Você tem certeza de que esse feitiço está certo? — ela perguntou. — Bem, não é muito bom, né? Experimentei uns feitiços simples só para praticar e deram certo. Ninguém na família é bruxo, foi uma surpresa enorme quando recebi a carta, mas fiquei tão contente, é claro, quero dizer, é a melhor escola de bruxaria que existe, me disseram. Já sei de cor todos os livros que nos mandaram comprar, é claro, só espero que seja suficiente, aliás, sou Hermione Granger, e vocês quem são? — Rony reparou em como as bochechas dela coraram por ter falado tudo tão

E o que ela dissera? Que tinha lido todos os livros? Rony nem ao menos sabia quais eram os nomes dos livros que teria que ler no ano letivo...

— Sou Rony Weasley.

— Harry Potter.

— Verdade? Já ouvi falar de você, é claro. Tenho outros livros recomendados, e você está na História da magia moderna e em Ascensão e queda das artes das trevas e em Grandes acontecimentos do século XX.

Rony tragou a saliva, incomodado. A tal da Hermione Granger por acaso era cega e não estava vendo que ele estava ali, bem diante dela?

— Estou? — admirou-se Harry sentindo-se confuso.

— Nossa, você não sabia? Eu teria procurado saber tudo que pudesse se fosse comigo — disse Hermione. — Já sabem em que casa vão ficar? Andei perguntando e espero ficar na Grifinória, me parece à melhor, ouvi dizer que o próprio Dumbledore foi de lá, mas imagino que a Corvinal não seja muito ruim... Em todo o caso, acho melhor irmos procurar o sapo de Neville. E é melhor vocês se trocarem, sabe, vamos chegar daqui a pouco.

E, da mesma forma como entrou, Hermione saiu: como um furacão.

Ronald entreabriu a boca e Harry Potter coçou a nuca.

— Seja qual for a minha casa, espero que ela não esteja lá. — Rony comentou e jogou a varinha de volta na mala. — Feitiço besta. Foi o Jorge que me ensinou, aposto que sabia que não prestava.

Ele escutou a risada de Harry e suspirou, ainda meio contrariado com a garota que acabara de sair dali.

Ah, e Ronald Weasley não tinha noção de como havia acertado quando pensara que Hermione Granger era como um furacão, pois ela entraria em sua vida, abalaria as suas estruturas e o deixaria louco.

As coisas estavam mudando.

E mudariam mais.


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