A Marca escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 42
Surpresa (James)


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOI!
Raz, dva posle pyati
Ma-ma papa prosti
Ya so-shla s u-ma
Raz, dva posle pyati
Ma-ma papa prosti
Ya so-shla s u-ma ♪♪
*-* quero aprender Russo
LEIAM ESSE EPISÓDIO COM MUITO CARINHO PORQUE ELE É MUITO ESPECIAL PQ É O PENÚLTIMO E ai caralho, to chorando, na boa... ): é o fiiiiiiiiiim! buaaaaaaaaaaá! )))):



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-Licença, por favor? – pedi, esperando que com isso o senhor que estava na minha frente, que por sinal era bem acima do peso, me desse passagem.

Ele bufou, irritado.

-Eu já disse, espere um pouco! – exclamou tentando, mais uma vez, colocar sua bagagem de mão naquele compartimento acima das poltronas. Bom, além de acima do peso, o senhor também tinha a estatura baixa.

-Deixa que eu te ajudo. – ofereci-me, esticando e guardando a bolsa dele lá antes que ele pudesse negar minha ajuda.

Sem ao menos agradecer, ele finalmente sentou-se em seu lugar.

Revirei os olhos. Viajar de classe econômica era barra.

Finalmente cheguei ao meu lugar. A pessoa que deveria ocupar a poltrona ao lado da minha – que era entre a da janela e a do corredor – não havia chegado ainda. Suspirei e sentei em meu lugar.

-Deseja alguma coisa, James? – perguntou Mary, uma aeromoça que era minha amiga.

-Não, não... Obrigado por me fazer esse favor, Mary. – eu disse. Ela sorriu.

-Por nada. – Mary foi até onde as outras aeromoças estavam.

Olhei para cima, encontrando uma criança me observando com um olhar curioso sentada no banco da frente – na verdade devia estar em pé, mas minha mensagem foi transmitida de qualquer forma.

-Papai, esse garoto tem uma estrela no pescoço! – disse a criança. O pai dela se levantou e lançou um olhar enojado para mim.

-Não fale com esse garoto. – murmurou o homem, puxando a criança para que ela se sentasse.

Provavelmente achava que eu era um judeu. Como se minha religião alterasse em meu caráter... Tudo bem que eu não era o cara mais legal de todos, mas mesmo assim, me julgar pela minha possível religião não era legal.

Levantei e fui ao banheiro. Lidar com estupidez me dava vontade de mijar.

Observando meu reflexo no espelho, toquei a estrela de Davi em meu pescoço.

-Não é exclusividade da cultura judaica... – repeti as palavras de Rebeca em voz baixa.

Foi o que ela disse naquele dia. No dia do quase-beijo. Disse que a estrela era um talismã, um amuleto e que não era exclusividade judaica. Pouco antes de vir com aquele papo de ervilha ser amor...

Pouco antes de descrever exatamente tudo o que eu sentia como sendo amar e eu ser estúpido o suficiente para continuar achando que eu não amava porque amar era para perdedores...

Observei meu reflexo no espelho, um sorriso nos lábios tomava lugar do olhar sarcástico e de falsa superioridade que podia ser visto há cerca de um mês. É, eu havia mudado; De falso vencedor me tornei um perdedor apaixonado...

Toquei a marca novamente.

-Bem, eu tenho a eternidade para tornar o amor algo para vencedores. – disse sorrindo.

Literalmente, completei em mente.

Saí do banheiro e voltei para o meu lugar. Uma garota de cabelos negros estava com a cabeça apoiada na pequena janela, segurando em mãos um livro negro que devia ter algumas milhares de páginas, recém reescrito, mas com escrituras que iam de milhões de anos atrás há algumas dezenas. Todas registradas pelo único homem que pôde viver por todo esse tempo. Sentei ao seu lado.

-Uma vez conheci uma garota de aparência frágil e indefesa como a sua, mas que tinha o coração mais forte que eu já vi. Essa garota experimentou do pior que a vida tinha a mostrar em tão pouco tempo e mesmo assim foi capaz de seguir em frente de cabeça erguida, como se jogasse na cara da vida que não pode ser derrotada. – eu disse – Essa garota também que ensinou que...

A menina levantou o olhar, surpresa.

-James! – exclamou, lançando-se em meus braços.

-... Suturas sem anestesia doem pra caralho. – completei.

Ela riu, puxando-me para um beijo rápido e urgente nos lábios.

-Eu... Eu... – ela tentava falar, mas a emoção a impedia.

-Eu sei, eu sei. Você está super animada em me ver e essa animação faz você me desejar mais loucamente, mas já vou dizendo que apesar de eu ser quem sou, não faço essas coisas num banheiro de avião.

Em resposta, ela me deu tapas, tentando conter o riso. Fingi sentir dor, mas como eu finjo muito mal, ela percebeu e riu ainda mais, ainda com as lágrimas de felicidade rolando por seu rosto.

-Você é o pior, James! – ela disse tentando conter ambos o riso e o choro. Secou as lágrimas com a manga do casaco – Estava tudo perfeito até você fazer a piadinha idiota! – fingiu irritação, e ela fingia bem melhor que eu, admito. O único porém é que eu aprendera a ler seus olhos e eu sabia que ela estava feliz. Feliz demais para me odiar.

Já estávamos no ar quando Mary veio nos oferecer algo. Paramos de debater sobre o quão perfeito eu sou por tê-la surpreendido daquele jeito e sobre como eu adoraria conhecer o Lucas – eu duvidava muito dessa segunda parte – para responder:

-Água, por favor. – Mary sorriu.

-Vou trazê-la num minuto. – ela disse.

Rebeca levantou-se para ir ao banheiro, dizendo que voltaria em breve. Quando Mary voltou com a água, sorriu fraternalmente para mim.

-Ela parece bem feliz. – ela disse.

-E está. Ela realmente não esperava por isso...

-Fico feliz em tê-lo ajudado a fazer uma garota sorrir depois de fazer tantas outras chorarem. – apenas sorri em resposta a isso. Ela se afastou para atender aos outros passageiros. Depois de certo tempo Rebeca voltou simplesmente pegando a água da minha mão e bebendo toda ela.

-Eu pedi para mim, mas tudo bem... – eu disse.

-O que eu vou dizer para o meu pai? Ah, papai, olha, meu namorado americano pervertido com mais de dezoito anos veio comigo? Ele vai me deixar de castigo! E depois te matar!

-Calma, Rebeca... Veja bem, eu posso me apresentar a ele formalmente. Ele sabe falar inglês?

-Sabe, claro, ele vive viajando a trabalho... Aliás, acho que ele ainda está viajando. Se não me engano ele está em Praga nesse momento... Não tenho certeza, ele estava apresentando suas palestras pela Europa, disse que voltaria em cinco meses... É, ele volta mês que vem.

-Nesse caso seu pai não vai ser problema... Eu só vou poder ficar um mês.

Ela me encarou surpresa, em seus olhos eu podia ver tristeza, abriu a boca para dizer algo, mas nenhuma palavra saiu, portanto tornou a fechá-la. Mordeu os lábios, contendo as lágrimas que tentavam sair.

Então ela sorriu.

-Claro. O que eu estava pensando? Você tem vida, família e amigos nos Estados Unidos... Largar tudo por uma garota seria idiotice...

-Rebeca...

-Mas a gente não precisa terminar, né? Quero dizer, existem muitas pessoas que namoram virtualmente, e você prometeu que ia ser fiel a mim. Você prometeu isso ao Miguel! Não se quebra uma promessa feita com um melhor amigo. Então vai dar tudo certo, né?

Sorri em resposta, mas Rebeca captou o “Claro” implícito em minha expressão.

-E eu posso te ensinar português! Vai ser interessante... Sempre quis ensinar algo à alguém, que não fosse Física ao Lucas, ele realmente tem dificuldade nessa matéria... Bem, o importante é que... – beijei-a.

Quando afastei nossos lábios, ela me encarou confusa.

-Você fala demais às vezes. – em resposta, Rebeca revirou os olhos.

-Desculpe. – disse – Eu só... Fui pega de surpresa por uma obviedade e me animei com minha ideia.

Sorri.

-Sabe o que eu percebi? Já estamos no ar há cerca de uma hora e você ainda não surtou. Superou o medo de voar?

Seu corpo se enrijeceu.

-Droga, James! Eu tinha me esquecido disso! Droga, droga! Agora eu vou ficar tensa e apavorada a viagem inteira, principalmente se tiver turbulência! Que droga, porque você não ficou quieto!

-I apologise. Pardon. Mi dispiace. Prosti menya. Gomen nasai. Yo lo siento.

-Tá, tá, entendi, Sr. Wolrdwide. Você sabe falar francês, italiano, russo, japonês e espanhol enquanto eu só sei inglês e português, não precisa jogar na cara. – ri alto em relação a esse comentário.

-Foi mal, queria te distrair do fato de que estamos a vários quilômetros acima do chão. – ela gritou e agarrou-se a poltrona. Ri mais – Calma, mia belle, calma... – ela me olhou por alguns minutos.

-Isso é tortura psicológica, sabia? – disse depois de um longo silêncio – Minha mãe morreu num acidente de avião e eu não quero morrer assim, ok?

Mas tudo que eu fiz foi rir. Rebeca me bateu com força.

-Ai!

-Cante para mim! – ordenou, apoiando a cabeça no meu ombro.

-O quê?

-Quando a gente foi para a Itália você cantou para mim e eu dormi e fiquei bem. Cante para mim.

-All the pretty little horses?

-Sim.

Pigarreei antes de começar.

Hush a bye, don't you cry

Go to sleep, my little baby

When you wake, you shall have

All the pretty little horses


As pessoas começaram a me encarar.

-Continue. – disse Rebeca. Sua respiração já estava mais suave e seu corpo mais relaxado. Pigarreei novamente.

Dapples and greys, pintos and bays,

All the pretty little horses


Algumas crianças pequenas começavam a dormir. Continuei cantando:

Way down yonder

In the meadow

Poor little baby crying 'Mama'

The birds and the butterflies

Flutter 'round his eyes

Poor little baby crying 'Mama'

Hush a bye, don't you cry

Go to sleep, my little baby…


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Notas finais do capítulo

Jabeca's Love Theme para tornar o capítulo mais especial...
A continuação já tá sendo planejada e eu espero alcançar suas expectativas... *chora*
Falo com vcs nos reviews que vcs vão me mandar pq são sexy e seduzentes!
^^'
ps: não querem me emprestar 100 reais, não? Ou só 50 já dá... e aí, alguém?