A Marca escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 3
Viagem (Rebeca)


Notas iniciais do capítulo

Hey, honeys!Enjoy.



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Avião:

Foi quando me decidi: Eu iria descobrir o significado da marca, mesmo que eu tivesse que atravessar meio mundo para isso!

Claro que quando tomei essa decisão. Não achei que seria realmente necessário.

–Deseja alguma coisa, senhorita? - perguntou a aeromoça.

–Não, obrigada.

Desde pequena, tinha pânico de voar. Talvez porque minha mãe tenha morrido num acidente de avião. A questão é que, naquele momento, meu coração batia acelerado e eu suava frio, sem falar do velho com cara de tarado sentado ao meu lado. Pelo menos ele dormia. Dormir… Talvez eu devesse tentar isso.

Encostei minha cabeça na janela fechada do avião e fechei os olhos, para tentar dormir.

Sonhei com os acontecimentos importantes daquela semana. Acontecimentos que me fizeram tomar tal decisão como embarcar num voo para Londres…

“Ao ver a marca em meu pulso, Jorge entrou em pânico. Ele segurou meu braço com força e me puxou até a porta de seu escritório, me empurrando para fora e me entregando o livro.

–Fátima! Tire essa garota daqui! E garanta que ela nunca mais vá voltar! - ordenou.

Apesar de confusa, Fátima obedeceu seu chefe, guiando-me até a porta. Ajeitei minha munhequeira, escondendo novamente a marca.

Estranho…, pensei, Por que Jorge ficou tão desesperado ao ver o livro e mais ainda ao ver minha marca?

Ainda um tanto indignada por ter sido expulsa de seu escritório com tanta agressividade, dei a volta na casa, me dirigindo até os fundos, onde me escondi atrás da janela do escritório de Jorge.

–Eu sei o que vi, Pablo! Ela tinha a marca! - dizia ele. Estava no telefone - 16 anos, por quê? Como? Mas Pablo… - ele respirou fundo - Tem certeza? Absoluta? Acha que eu deveria avisá-la? Certo, então, não vou contar… Vou relaxar. Mas então, como vão as coisas aí em Londres? Bem? Que ótimo…

Me afastei. Definitivamente o resto da conversa não seria interessante.

Me perguntei o quê exatamente ele conversou com esse tal de Pablo. Foi sobre mim, como pude perceber. Eu sabia que ter a marca era algo ruim, ou pelo menos parecia ser. Sabia que, o fato de eu ter 16 anos tornava isso tudo menos mau, pelo que pareceu. E Jorge sabia sobre isso, mas não iria me contar. O que significava que eu teria que descobrir sozinha…

Ou não.

[…]


–Rebeca?

–Oi, Lucas, posso entrar?

–Ahn… Tá.

Entrei e subi as escadas, indo direto para seu quarto. Lucas entrou logo depois de mim.

–O que foi? - perguntou.

–Lucas. Você é meu melhor amigo, certo?

–Claro.

–Pode encobrir meu sumiço?

–Hã?

–Preciso ir pra Londres. Acabei de comprar a passagem…

–Por que você vai pra Londres em pleno período escolar, nerd?!

–É… É importante. E não me chama de nerd!

Ele me encarou por alguns segundos.

–Certo, o que preciso fazer?

–Meu pai viajou, sabe como é, negócios. Ele disse que só volta ano que vem, então ele não vai ser problema. O problema é a escola. Você pode dizer a eles que viajei com meu pai?

–Se é só isso… Posso. - ele parou por um minuto, como se estivesse raciocinando - Péra, mas não é necessário seu pai mandar um bilhete assinado…

–É. - sorri como uma criancinha de 6 anos, então ele entendeu.

–Não. Não! De jeito nenhum! Eu não vou falsificar a assinatura do seu pai!

–Por favor…

–Não, Rebeca, nem vem!

–Eu te trago uma lembrança de Londres…

–Não.

–Eu te apresento a minha prima…

–Qual prima?

–A ruivinha.

–A canadense?

–É.

Ele pensou um pouco.

–Ok, me dá papel e caneta aí.

Eu ri e lhe entreguei o que ele pediu.

Cara Diretora Lúcia,

–Meu pai nunca começaria com “Cara”. - eu disse.

Diretora Lúcia,

–O aviso é pra direção, não só pra Lúcia. - falei. Ele revirou os olhos.

À Direção,

–Perfeito, agora. - disse sorrindo.

À Direção,

Informo que minha filha, a aluna Rebeca Cortez, me acompanhará em minha viagem de trabalho e ficará fora por tempo indeterminado.

Grato, Paulo Cortez.

–Ótimo! Valeu. Só falta a assinatura… - falei, entregando-lhe um papel de um bilhete de passeio escolar, com a assinatura do meu pai.

–Amanhã eu copio a assinatura. - ele falou.

–Entregue o bilhete a diretora, ok?

–Ok.

Abracei-o.

–Se eu morrer num acidente de avião, diga ao meu pai que… Não diga nada. Finja que você não sabia.

Ele sorriu.

–Você não vai morrer.

Olhei para a munhequeira que escondia minha marca.

–Espero que não.

–Quando você parte?

–Amanhã.

–Quê?! Tipo, você comprou a passagem hoje para viajar amanhã?

–Dei sorte. - sorri e me levantei - Eu tenho que ir agora, vou arrumar minhas malas.

–Tchau e… Boa sorte. Com o que quer que for. - ele sorriu e em seguida me guiou até a porta de sua casa.”

Acordei repentinamente, me lembrando de um detalhe importante. Eu não sabia onde esse tal de Pablo morava.

–Merda… - sussurrei. O velho com cara de tarado olhou pra mim como se eu tivesse cometido um crime. Fiquei um tanto constrangida.

Ajeitei meus óculos. Como eu pude ser tão idiota?, pensei. Tipo, eu peguei um voo para Londres, para achar o tal do Pablo e descobrir o significado da marca, sendo que eu nem tentei descobrir onde o cara mora. Ou qual o sobrenome dele.

–Vou morrer procurando-o. Mas eu vou encontrar Pablo. - murmurei.

–Amor jovem é belo, não? - disse o velho com cara de tarado - Tomara que você o encontre…

–Hã?

O velho sorriu e fechou os olhos para voltar a dormir.

Relaxei. Eu chegaria a Londres aquela noite e não sabia por onde começar minha busca. Mas eu daria um jeito…



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Notas finais do capítulo

Reviews, please?Bye, honeys!