A Marca escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 26
Lenda (James)


Notas iniciais do capítulo

HELLO, EVERYBODY!
então, novamente, eu li todos os reviews, mas o zoado do nyah não me deixa responder de tão lerdo que tá, sem falar que fica travando.
er... amo vocês, issaê, bro!
dedico esse capitulo à Leticia Nascimento que finalmente voltou a ler a fic e me deixou muito feliz e dançante *dança*
E para que o final se faça mais claro, leia esse flashbackzinho:
"Você mostrou pra ela?
Não. Eu percebi que ela estava meio estranha quando parei para analisar tudo. Ela achou que algo rolasse entre nós. ela levantou o olhar A Marie de verdade saberia que não rola nada. falei rindo.
Ela abaixou o olhar novamente.
É. - ela deu uma risadinha fraca - Não rola nada..."



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O velho piscou duas vezes e olhou pra mim.

-Ela é sempre tão séria assim? – perguntou.

-Na maioria das vezes. – respondi. Rebeca pisou no meu pé.

-Ei, foco aqui, tio! – ela chamou a atenção do velho estalando os dedos – Primeira pergunta: Por que você chama a gente de Killsters?

Ele sorriu.

-Porque vocês são monstros assassinos.”Killers” + “Monsters” = Killsters. Eu pensei nisso sozinho. – ele disse, sorrindo.

Contive uma risada. Não que aquilo fosse engraçado, mas a voz de velho dele deixava engraçado.

Rebeca o encarou como se ele fosse retardado.

-Tá, né... Seguinte: Por que você achou que eu fosse a Katherine?

-Você tem o cheiro dela.

Dessa vez eu ri mesmo. Rebeca pisou no meu pé de novo.

-Como assim “você tem o cheiro dela”? Eu tô fedendo? É isso?

O velho riu, tossindo ao final da risada.

-Cheiro de vingança. Ódio, ciúme. Dor. Você tem a alma fraca, escura... Está prestes a deixar os sentimentos ruins vencerem, sem ao menos lutar contra eles. Você é fraca, como Katherine.

Ok. Dessa parte eu tive medo. Mas tive mais medo ainda da cara da Rebeca quando o cara disse isso. Eu senti o ar pesar por conta da ira em seu olhar. Ela o segurou pela gola da camisa.

-Eu. Não sou. Fraca. – disse pausadamente. Senti uma corrente de ar frio subir pela minha espinha. Ela soltou a camisa de Enzo e respirou fundo – Você não sabe o que eu passei, não sabe quem eu sou. Me chama de fraca de novo e eu arranco seu coração pela boca.

Ela disse aquilo sem ao menos piscar, encarando o homem no fundo dos olhos dele. Convenci-me de que isso fazia parte da transformação.

O velho engoliu em seco e o silêncio dominou o lugar.

-Antes de o Pablo morrer... – comecei – Ele estava nos contando uma história que tinha algo a ver com uma criança que foi abandonada as margens de um rio e foi resgatada por uma índia cuja tribo fora destruída em uma guerra por território, acho. E essa criança registrou todos os rituais em um livro, incluindo um para criar o mais forte de todos os humanos, um ser invencível. Mas Pablo não pode terminar a história por ter sido assassinado logo em seguida. Você sabe o resto dessa história? Poderia nos contar?

O homem respirou fundo.

-Os índios criaram esse ser sobre-humano através de um ritual invocando os 6 mais fortes Deuses da tribo: Yrah, Deusa da Ira. Nokka, Deus da Imortalidade. Yok, Deus do Poder. Hannyh, Deusa da Vingança. Kurnis, Deus da Morte. E Kuranys, Deusa da Escuridão.

-Seis deuses, por isso seis pontas na estrela? – perguntei.

-Exato. A união do poder de seus Deuses era sempre representado por uma estrela, cada ponta representando um deles. Os Tupuri-kanã, tribo da qual estamos falando, desenharam no chão um grande hexagrama e deixaram o escolhido para testar o poder do ritual no centro da mesma. Sacrificaram seis animais e os colocaram um em cada ponta, representando os Deuses. Em volta do círculo a tribo começou o ritual, dançando e cantando para invocar os Deuses, enquanto o chefe da tribo dizia as palavras para que eles passassem parte de seu poder para o homem no centro. Sabe-se apenas que uma grande luz iluminou o local e todos apagaram.

Na manhã seguinte, quando todos acordaram, percebeu-se que os animais sacrificados não estavam mais nas pontas da estrela, porém o escolhido continuava no centro, caído como se estivesse morto. O dia inteiro ele não moveu um único músculo. Acreditando que ele estivesse realmente morto, os outros da tribo o levaram até as margens do rio, onde faziam seus “enterros”, acreditando que a água purificaria a alma do morto e a guiaria até a próxima vida. Colocaram o corpo em uma canoa e a empurraram até a água, para que ele fizesse a viagem até a próxima vida.

Uma semana se passou. Era bem cedo e era dia de caçada. Os homens acordaram primeiro, para buscar comida para a tribo. Perceberam uma canoa atracada a beira do rio e estranharam. Aproximaram-se para analisar e acharam os corpos dos animais sacrificados para aquele ritual dentro dela. Ouviram um barulho e, ao se virar, depararam-se com Kory, o homem que havia morrido no ritual, parado ali, de pé. Parecia mais forte. Seus olhos estavam vermelhos e ele tinha uma estrela – um hexagrama, para ser mais exato – em seu abdômen. Kory aparentava estar com raiva. Em seu olhar via-se sua sede de vingança. Seus olhos tornaram-se negros e o hexagrama surgiu em sua íris, então ele atacou. Tentaram matá-lo, mas parecia impossível. Ele estava com vários ferimentos, mas nenhum o matava. E a maior parte deles fechava-se depois de um tempo. Ele matou a maior parte da própria tribo, até que finalmente, ao perceberem que ele era imortal, conseguiram acorrentá-lo e prendê-lo em uma caverna no alto de uma montanha.

Ouviam-se seus gritos de ódio vindos daquela caverna todo dia, até que um dia eles pararam. Um grupo subiu para investigar, entre eles estava Hanaggan, o garoto encontrado as margens do rio, o mesmo que registrou os rituais em um livro. Chegando a caverna, tiraram todas as pedras que haviam usado para fechar a entrada cerca de 5 anos antes, quando prenderam o selvagem. Dentro da caverna, o homem estava sentado, abraçado a suas pernas, parecia mais fraco. Quando viu os outros da tribo parados a sua frente, apontando-lhe uma lança, tentou atacar, mas Hanaggan atingiu-o com a lança e, dessa vez, ele morreu. Todos voltaram para a tribo, para dar as notícias de que Kory estava morto finalmente, mas Hanaggan acrescentou um último detalhe em seu livro, em relação ao “Ritual da Invencibilidade”, que é como ele o chamou: “Cerca de 5 anos sem matar ninguém bastam para lhe tornar novamente mortal. Seus poderem vem do assassinato.” Então ele fechou o livro e escondeu-o, enterrado em algum canto da caverna.

-Uau... – eu disse, sentindo um arrepio. Olhei para Rebeca e pude ver uma lágrima escorrer de seus olhos, ela logo a secou.

-Annabeth era arqueóloga. Ela e Charles. Aliás, foi nesse ramo que eles se conheceram. Estavam pesquisando sobre as sociedades latinas extintas há anos, como os Maias, tentando descobrir como foram extintos. Em uma caverna na montanha, Anna encontrou o livro. Levou-o consigo para casa, ao invés de entregá-lo a um museu, como deveria ter feito. Ela e Charles estudaram-no por dias, talvez meses, para traduzi-lo. Depois de muito tempo conseguiram. Descobriram sobre o ritual da invencibilidade e, por desejo de poder, resolveu aplicá-lo em si mesma. Como sabiam que precisariam de algumas pessoas para dançar e cantar enquanto invocavam os deuses e alguém para dizer as palavras do chefe da tribo, chamaram seus amigos mais íntimos: Julliet, Pablo, Victor, Katherine e eu. Todos concordaram em ajudar, contanto que também passassem pela transformação. Todos exceto eu. Ajudei-os, claro, mas me neguei a passar pelo processo. Diferente de Kory, nenhum deles “morreu” após a transformação. Talvez por sendo menos pessoas invocando os espíritos os poderem eram menores, consequentemente, menos devastadores. A transformação deles foi mais longa.

-E foi assim que eles se transformaram em... “Killsters”?

-Exatamente. Eu os segui e os dei cobertura por anos. Testemunhei quando Annabeth ficou grávida e quando Julliet também. Talvez por eu ser o único incapaz de os prender por cinco anos para depois matá-los, eles contassem comigo para me contar as coisas. Annabeth me contou que sua filha era filha de Charles e Charles, ao descobrir que eu sabia me proibiu de contar para qualquer outro. Não me matou porque, como eu não havia feito nada, isso levantaria suspeitas. Me afastei depois da morte da família de Julliet. Eu sabia da existência de um segundo filho e também sabia que Raquel, filha de Annabeth, tinha tido uma filha. Mas me afastei para não contar, esperando que o gene criado pelo ritual passasse para vocês e que um dia vocês pudessem derrotá-los. Parti antes de Pablo ter sua filha, portanto descobri sua existência recentemente. Onde está ela, afinal?

-Possivelmente morta. – respondeu Rebeca. Senti hesitação na sua voz ao dizer a palavra morta. O velho sorriu.

-Me enganei quanto a você garota. – um sorriso maior se formou em seus lábios e ele fechou os olhos – Você é mais forte que Katherine. – ele deixou a cabeça tombar para o lado.

Inicialmente achei que ele estivesse dormindo, até que vi os olhos de Rebeca brilhando de tristeza.

-Eles sempre morrem. Pablo, Jorge, Fátima, Richard, Colby e agora Enzo. Talvez até Marie esteja morta...

Ela levantou. Abracei-a.

-Rebeca, esse cara tinha idade de ser nosso bisavô, ou talvez tataravô.

A garota de cabelos azuis entrou no quarto. Ela olhou para o corpo inconsciente na cama e levou as mãos aos lábios, preocupada. Correu até ele e sentou ao seu lado, sentindo seu pulso.

As lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Então ela respirou fundo.

Rebeca me abraçou com mais força. Pude sentir suas lágrimas molharem meu ombro.

Suspirei.

Quem eu estava tentando enganar?

Estava claro que rolava alguma coisa.


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Notas finais do capítulo

então é isso aí. bjs bjs, mandem reviews, please!
até o próximo cap.