A Marca escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 17
Passado² (James)


Notas iniciais do capítulo

AÊÊÊÊÊÊ!!!! POSTEI ANTES DO PRAZO!
Considerando a classificação indicativa do cinema, eu diria que esse capítulo é proibido para -14, por conta de insinuações de sexo, mas não tem nada que uma criancinha de 8 anos da atualidade (pelo menos uma criancinha carioca) não saiba. E também, são apenas insinuações. Não tem nenhuma narrativa detalhada. Até porque o próprio James deixou claro que a vida sexual dele não é da conta de ninguém.
E sim, a Rebeca bate em tudo e em todos jogando GTA.



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Um fato era: Nós iríamos morrer e matar todo mundo.

Por isso fechei os olhos e comecei a rezar. O que foi muito cara de pau da minha parte, já que eu era ateu.

De repente, paramos.

–Então assim é o inferno? – perguntei, olhando para o prédio ao lado de onde paramos – Parece muito a fachada do hotel que nos hospedamos em Londres.

–Esse é o hotel que nos hospedamos, babaca! Não é o inferno. – disse Rebeca.

–Estamos vivos? – saí do carro e me joguei no chão – Terra firme!!! Chão, achei que nunca mais fosse senti-lo sob meus pés! Deus perdoa! Deus perdoou todos os meus pecados! – levantei e estendi os braços para o alto – Obrigado, Jesus! Senhor, juro nunca mais duvidar de sua existência!

A Rebeca saiu do carro e abriu a porta de trás, ajudando Marie a sair.

–Marie! Estamos vivos! – gritei, abraçando-a.

Ela gritou. Soltei-a.

–Vamos entrar, as pessoas estão olhando. – disse a mexicana.

Subimos para meu quarto.

–Oh... Que mágico! – disse Rebeca, parecendo retardada.

–O quarto do James tá arrumado! – exclamou Marie.

–É, tá sim. Pra isso existem camareiras. – eu disse, jogando a chave na cama e indo para o banheiro.

–Ahm... Eu vou no meu quarto, tenho que... Resolver umas coisas. – disse Rebeca.

Marie a encarou desconfiada.

–Quer que eu vá com você? – perguntou.

–Não, obrigada.

Dizendo isto, saiu. Ficamos sozinhos no meu quarto, eu e Marie.

–Ahm... Vou no banheiro. – eu disse.

Fui no banheiro, devo dizer que nunca fiz tanto xixi na minha vida. Não sei bem como isso mudaria sua vida, mas quis comentar.

Depois de lavar as mãos, encarei meu reflexo no espelho. Meu sorriso e meu olhar de malandro haviam sumido, dando lugar a uma expressão séria, vazia. Eu estava triste. Aliás, eu era triste.

Olhei para a marca em meu pescoço, sendo dominado por um repentino ódio de mim mesmo. Soquei o espelho com força, quebrando o vidro. A porta do banheiro se abriu e Marie entrou, aparentemente preocupada.

–Vai ter sete anos de azar por isso. – comentou, ao ver que eu estava bem.

–Minha vida já está uma merda mesmo. – falei, saindo do banheiro, ela me seguiu.

–Como assim?

Sentei-me na cama e Marie sentou-se ao meu lado.

–Há treze anos atrás, quando eu tinha seis anos e minha irmã, Jane, oito, meu pai foi assassinado. Quer dizer, tudo indica que ele cometeu suicídio, mas eu sei que ele não faria isso. Meu pai tinha, no abdômen, uma marca igual a essa. – virei o pescoço – Foram tempos difíceis para nós. Eu e Jane ficamos sem fazer amigos por uns... 7 anos. Eu estava com treze anos e minha irmã com quinze quando ela chegou em casa reclamando de uma extrema dor no braço. Eu estava sozinho com a babá, mas esta estava no quarto de minha mãe, limpando-o. Jane tirou o casaco para ver qual era o problema.

“Ao ver a causa da dor no braço, nos encaramos. Confuso, lhe perguntei se ela havia tatuado aquela estrela no braço em homenagem ao nosso pai. Ela negou. Encarei-a e seu olhar demonstrava preocupação, mas sendo uma boa irmã, ela apenas me abraçou e disse que não devia ser nada demais. Não contamos para mamãe nem para nosso padrasto – nossa mãe havia casado de novo.

Um tempo depois, cerca de um mês, minha irmã foi para o Canadá, num passeio escolar. Ela ficaria lá por cerca de uma semana. No quinto dia da semana, ligaram lá para casa e eu atendi. ‘Ela se foi.’, disse uma voz sussurrando, ‘Seu corpo foi jogado no Lago Moraine. Boa sorte com a busca.’. Fiquei muito confuso com isso, mas preocupado, comentei com minha mãe sobre a ligação, mas sem comentar sobre o lago, que logo entrou em contato com a diretoria da escola. Fizeram uma checagem no hotel e descobriram que minha irmã estava desaparecida. Fomos para o Canadá aquele dia, ajudar na busca. Lembrando da ligação, logo falei com um policial que seu corpo estaria no lago...”

Engoli em seco.

–E estava? – perguntou Marie.

–Estava. Bem, mais ou menos.

–O que você quer dizer?

–Ela foi desmembrada. – tentei conter as lágrimas, sem sucesso – Não tentaram fazer parecer suicídio dessa vez... – respirei fundo – Tudo que encontraram no lago foi um baú e, quando o abriram... Bem, era ela. Partes dela. Eu passei os 5 anos seguintes visitando um psicólogo, parei ao completar 18. Minha mãe e meu padrasto compraram uma nova casa para eles e me deixaram ficar com a mansão. Eles acham que eu já superei... Acho que a ninfomania foi uma espécie de terapia sexual para superação. – completei rindo sem humor.

Marie riu comigo.

–Mas, tipo, sua irmã morreu quando você tinha 13 anos!

–Eu me controlei até os 16. – falei rindo, apesar de estar emocionalmente abalado.

Ela sorria para mim. Parei para reparar um pouco mais na Marie. Seus olhos eram azuis claro e seus cabelos loiros eram levemente ondulados. Ela vestia uma blusa de mangas compridas rosa, uma saia preta e botas pretas. Olhei para seus lábios carnudos. Ela usava um batom rosa, provavelmente para combinar com sua blusa. Desci o olhar, parando em seus... bem, é. Odiei Marie por não estar usando uma blusa com decote. Fechei os olhos e abaixei a cabeça. O corpo dela era simplesmente perfeito. O que me fez pensar em Rachel. Minha ex namorada, também loira, com um corpo bonito, até. Bem, antes eu o considerava perfeito, mas aí conheci a Marie. Ouvi dizer que as brasileiras eram as mulheres mais bonitas do mundo. Talvez Marie fosse brasileira, mas não soubesse. Mas e Rebeca? Ela era brasileira, né? Ou mexicana? De todo modo, ela não era nenhuma prova viva de que as brasileiras eram as mais bonitas do mundo. Não que ela fosse feia, ela só não era muito atraente. Se bem que, sendo um homem, qualquer mulher me era atraente. Mas tendo uma Marie ao meu lado, a Rebeca não era atraente, me entende? Até porque eu achava que ela era lésbica.

Abri os olhos novamente.

–Marie, talvez nós devêssemos ir ajudar a... Uau. – automaticamente esqueci o que eu iria dizer. A francesa estava em pé na minha frente. Praticamente nua. Bem, na verdade, ela estava vestida até demais na minha opinião, mas eu acho que a sociedade considera uma pessoa de roupa íntima seminua, e não vestida.

Ela apenas sorriu.

–Ajudar quem? – perguntou, sentando no meu colo.

–A... A... – ela me beijou – Ninguém.

Marie tirou minha camisa e me empurrou, fazendo-me cair deitado.

Por uma estranha e desconhecida razão, impedi Marie de prosseguir.

–Espera! – ela parou e me encarou confusa – Por que você tá fazendo isso?

–Por que não estaria?

–Você ficou com raiva quando eu coloquei na lista que você me queria.

–Você queria que eu fizesse o quê? Te agarrasse ali na frente da Rebeca?

Parei para pensar.

–Marie. Eu não quero ferir seus sentimentos, mas eu não tô apaixonado por você nem nada. Então se você espera que isso acabe como um relacionamento sério...

–Se eu esperasse isso eu seria retardada. Tá escrito na sua cara que você não quer saber dessas merdas. Aliás, por que é tão difícil acreditar que uma mulher só queira sexo? Quem foi que disse para os caras que todas as mulheres são pobrezinhas encontrando o cara certo? Cara, eu sinceramente acho isso muito ridículo. Existem muitas mulheres com uma personalidade igual a sua. Assim como existem caras que esperam a garota certa, mas esses são mais raros... Enfim, posso continuar ou você resolveu criar juízo agora?

–Ahm... Desculpe por isso. É que depois de ter sobrevivido a um ‘passeio’ de carro dirigido por uma pessoa que aprendeu a dirigir no GTA, passei a acreditar em Deus, acho que essa nova conexão meio que me impediu de continuar.

Fizemos silêncio.

–E continua impedindo. – disse ela, saindo de cima de mim. Me sentei novamente.

–Esse é o dia mais constrangedor da minha vida.

–Calma, James, essas coisas acontecem.

–Não comigo.

–Todo dia alguém morre. Talvez hoje tenha chegado a hora dele. – disse ela.

Fitei-a séria.

–Isso não teve graça, garota.

–Desculpa. – pude ver que ela se esforçava para segurar o riso.

–Você é muito insensível, sabia? A pior coisa que pode acontecer com um homem está acontecendo comigo e você não demonstra o mínimo de sensibilidade?

–Tá, desculpe... Talvez você precise de um azulzinho.

–Não! Eu prometi a mim mesmo eu nunca precisaria da ajuda de pílulas antes dos cinquenta! – gritei, indo para o banheiro e batendo a porta. Ouvi a francesa rir. A partir daquele momento, eu odiava Marie mortalmente.

Tirei minha calça e o que eu fiz ou deixei de fazer lá dentro não é da conta de ninguém.

Saí do banheiro.

–Me mata? – pedi – Um tiro na cabeça. Rápido e fácil.

–Não. – ela riu.

–Para de rir dos meus problemas. – pensei um pouco – Tudo bem, se você não me matar, o tal do Thomas mata.

–Uma vez isso aconteceu com meu ex. Aquele traíra, sabe?

–Aham. E aí?

–Bem... Ele relaxou. Ele só estava meio nervoso.

–Não... Eu não posso estar nervoso. Eu nunca fico nervoso.

–É que esse lance de acreditar em Deus é novo para você, né? Fica calmo. Deus perdoa isso.

–Eu sei. Se não eu estaria morto.

–Então.

Um silêncio constrangedor dominou o quarto.

–Nada. – falei com a voz chorosa.

–Talvez você precise de mais incentivo... – disse, tirando o sutiã.

Eu chamo o acontecimento seguinte de milagre.

Marie sorriu.

–Olá. – ela disse, mordendo os lábios em seguida – Viu? Foi até simples.

Eu não consegui dizer nada, ainda estava constrangido pela minha situação anterior. Marie andou em minha direção e me olhou nos olhos.

–Só uma noite? – perguntou.

–Só uma noite. – confirmei.

Ela sorriu, lambeu os lábios e se abaixou. E eu me nego a narrar o que aconteceu a seguir. Minha vida sexual não é da conta de ninguém. É.



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Notas finais do capítulo

Eu até tentei escrever um capítulo grande, mas o word é mó troll. Esse capítulo ocupou 5 páginas e um pouquinho no modo 1 folha e 9 páginas e um pouquinho no modo 2 folhas. Aí chega aqui e o capítulo é pequeno? Ah, vai se ferrar, word!
REVIEWS PLEASE?