Amor por Contrato escrita por pandorabox240


Capítulo 6
Paixão à flor da pele


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todas pelos reviews e aproveitem o capítulo!



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Edward Masen POV

           Desde o dia em que finalmente pude realizar a minha vontade de transar com Isabella, não parei de pensar nela. O que era incomum para mim. Com Rosalie, era diferente. Após o sexo, nós simplesmente ficávamos na cama e eu tinha de aguentar o que ela falava, quando eu mais queria dormir. Estaria mentindo se eu dissesse que as minhas transas com Rosalie eram ruins, mas estava tudo muito monótono e eu meio que agi como um robô quando nos encontramos no último final de semana. Sorte que Rosalie não percebeu a minha atitude, estava tão ocupada em si mesma para variar... Ela também não pôde perceber que eu estava mais distraído enquanto ela falava pelos cotovelos. O motivo real da minha distração? Isabella Marie Swan. Como mencionei antes, eu não consegui pensar em outra coisa a não ser nessa mulher. Por que ela estava daquele jeito, desinteressada, mesmo depois do que fizemos? No meu entendimento estava tudo certo: eu queria transar e sentia que Isabella queria também. Qual o problema nisso? Eu fiz algo de errado? Não agi da maneira correta? Ainda assim explica o comportamento de Isabella quando a deixei em Hertford?

          Havia acabado de estacionar o Volvo um pouco mais longe da entrada principal de Hertford, quando Bella já se preparava para sair do carro.

-Hey, espera aí! – disse, puxando-a de volta pela mão – Não vai ficar mais um pouco?

      Eu sempre lhe perguntava isso e Isabella se derretia, ficando mais alguns minutos comigo no carro.

-Não posso... – respondeu – Está tarde! Minha mãe já deve estar preocupada, não posso demorar muito.

-Certeza...?

-Claro Edward. É uma pena, mas infelizmente, eu já tenho de ir.

-Tudo bem...

-Tchau, Edward! Até mais! – disse, dando-me um beijo na bochecha e saiu do carro.

      Isabella deu a volta pela frente do carro e entrou na propriedade dos barões sem me olhar ou dar um aceno, como ela sempre fazia.

         Por que ela estava daquele jeito? Ela sempre se fechava para mim, eu não tinha ideia do que ela sentia. Mas logo percebi que ela estava indiferente para o que aconteceu! Porra! Era para ela estar melosa como todas as outras! Por que ela agia dessa maneira? Nem Rosalie demonstrava tanta apatia assim!

          Eu estava refletindo demais sobre o que aconteceu. Tanto que nem percebi a sirene tocando na Eton, avisando aos alunos que o horário de provas havia terminado. Após os garotos do último ano saírem do auditório, eu ainda continuava lá corrigindo as provas, quando senti o celular vibrando dentro do bolso da minha calça jeans. Era uma mensagem da Vicky dizendo que Ben tinha contraído uma gripe e que deveríamos visita-lo essa noite.

-Sabia que você iria me retornar logo, Edward! – disse Vicky quando atendeu a minha ligação.

-Olá para você também, Vicky! – disse, marcando um grande X vermelho em uma questão da prova de um dos moleques – O que o Ben tem dessa vez?

-Uma gripe das bravas, foi o que ele me disse. Deveríamos fazer uma visita a ele. – ela falava alto, parecia estar em um lugar movimentado.

-Fala sério, Vicky! Visitar Ben e me expor ao vírus da doença letal dele? Prefiro ficar em casa corrigindo provas a ficar doente!

-Deixa de ser exagerado, é só uma gripe! Por favor, Edward, vamos! – ela suplicou - Faz tempo que nós três não nos vemos. Além disso, a família dele mora no interior e a mãe dele não pôde vir para cuidar dele.

         Pensando melhor, Vicky estava certa (como sempre) e era bom que nós visitássemos Ben. Ele era meu amigo e eu precisava me distrair um pouco. Uma noite jogando conversa fora com meus melhores amigos seria bom para esquecer um pouco da situação em que eu me encontrava.

-Tudo bem, Vicky... Eu vou. Que horas você vai para o apartamento do Ben?

-Assim que eu terminar de arrumar essa sala na galeria! Espera um momentinho... Henry, querido, coloca o quadro nessa parede direito! Desse jeito, você vai quebrar! – Vicky podia ter afastado o celular de sua boca, mas pude ouvir tudo. Eu sabia que Victoria estava ficando com o tal Henry pela maneira como ela falava com ele.

-Henry, não é? – perguntei, rindo – O que aconteceu com aquela francesa que você estava saindo?

-Nada... Sophie só estava passando as férias aqui, voltou para casa. Falando nisso, como estão as coisas entre você e as suas garotas?

-Hum... Meio complicadas. Não dá para contar por telefone.

-Okay... Quando terminarem as coisas aqui, eu te ligo para marcarmos o horário.

-Tudo bem! Vou ficar aqui no colégio até a minha hora de sair! Tchau!

-Tchau!

          Vicky desligou o celular e voltei à correção de provas. Algumas horas depois, estávamos em uma loja do Mc Donald’s perto de Neasden, o bairro onde Ben morava, comprando lanches para levarmos a ele.

-Então...? – perguntou Vicky quando entrávamos no meu carro – Que complicação, ou melhor, complicações você anda tendo em seus relacionamentos?

-Não estou com muita vontade de falar sobre isso, Vicky. – respondi, girando a chave de ignição do carro e guiando-o em direção ao apartamento de Ben.

-Edward, diga... Eu sei que algo mais está acontecendo para você ficar desse jeito... Pode me dizer o que é...

-Eu transei pela primeira vez com a Isabella. – respondi, tentando me concentrar no trânsito – Está satisfeita?

-O quê?! – perguntou surpresa – Você realmente fez amor com ela? – Vicky sempre usava aqueles termos, mesmo sabendo que não era assim que deveria ser nomeado.

-Sim... – disse dobrando na rua em que ficava o condomínio de Ben.

-Mas por que está abatido? Não minta por que eu te conheço bem! O que aconteceu? Não era isso que você queria tanto?

-Era, mas...

-Mas...?

        Preferi não falar nada a respeito enquanto chegávamos ao apartamento de Ben.

-É a atitude de Bella que me deixa intrigado. – disse, por fim – Depois que transamos, ela simplesmente ficou diferente. É como se ela não tivesse gostado, não sei... Será que eu fiz errado? – questionei-me enquanto saíamos do carro e entramos no prédio.

-Isso eu não posso afirmar, Edward. Eu não estava lá para avaliar seu desempenho sexual, portanto... – respondeu quando subia as escadas; Ben morava no primeiro andar.

-Mas você é mulher, Vicky... Deve entender isso.

-Não, eu não entendo... Mas já posso adivinhar...

-Adivinhar o quê?

-Do jeito que você é, Edward, aposto que deve ter se empolgado e traumatizado a garota.

-Pois é... Acho que você deveria iniciar uma carreira como vidente. – comentei, sem humor.

-Você é horrível! – reclamou, revirando os olhos.

           Vicky arrumava as sacolas que trazia nas mãos, enquanto Ben aparecia na porta enrolado em um lençol e com um lenço nas mãos.

-Ben, amor! – disse Vicky, abraçando-o.

-Ai, não me aperta! Meu corpo está todo dolorido! Parece que levei uma surra!

-Como você está, cara? – perguntei.

-Eu estou morrendo, isso sim... Olá, Edward! Oba! “Comida decente”! – disse quando viu as sacolas do Mc – Valeu mesmo, gente! Mas vamos entrando...

             Entramos no apartamento e nos acomodamos no sofá-cama que havia na sala e Ben se sentava em uma poltrona. O apartamento era simples, composto apenas por uma sala, que também servia como quarto, havia uma cozinha e um banheiro.

-Eu que estou doente, quase três dias de cama, comendo sopa aguada e o Edward é que está com essa cara amuada? O que aconteceu?

-Não tenho nada a declarar sobre isso... – disse, jogando uma sacola para Ben.

-Se você não fala, eu falo. – disse Vicky – Edward transou com Isabella, ao que parece, ela não gostou e ele está em um momento emo por conta disso.

-Depois eu é que sou o chato... – ralhei com Vicky; Ben dava uma gargalhada alta. – Não precisava ter falado disso!

-De qualquer forma, eu iria saber mesmo, Edward. – comentou Ben, com os olhos lacrimejando de tanto rir – Mas me diz... O      que aconteceu mesmo?

-É como eu dizia à Victoria... Ela ficou diferente depois do que fizemos. Não foi como as outras garotas que vinham para mim cheias de frescurinha. Era como se estivesse indiferente ao que aconteceu. Não era para ser assim...

-Ah, Edward... Para tudo na vida, há uma primeira vez. – afirmou Vicky – Na primeira vez, nenhuma mulher é obrigada a gostar, sentir prazer e ter vontade de dar que nem uma coelha!

-Eu sei, mas...

-Edward é tão mimado que não suporta a ideia de que as coisas não sejam como ele deseja... – disse Ben, enquanto comia o sanduíche.

-Que seja... – eu me aborreci logo.

-Só me diz uma coisa, Edward... – pediu Vicky.

-O quê é? – perguntei já irritado.

-Vocês, pelo menos, usaram camisinha?

       No momento, eu tive um insight daquele dia. Como eu havia esquecido um detalhe tão importante como aquele? Estava me preocupando com outras coisas que...

-Putz! – disse, dando um tapa na minha testa – Como é que pude esquecer disso?!

-Eu já deveria prever... – comentou Vicky enquanto Ben continuava a rir – Mesmo doente você adora rir da desgraça alheia, não é Ben?

-Desculpe... Mas é que a cara do Edward estava hilária!

-Não vejo a menor graça nisso, Ben. – afirmei – Mas eu não deveria me preocupar tanto com isso... Até então, Bella era virgem.

-Mas você não era... – disse Ben – Pelo que eu conheço você, Edward, o número de mulheres que já pegou ultrapassa as dezenas. Portanto, eu acho que você deveria se preocupar...

          Por que motivo eu precisaria de inimigos se já possuía amigos como Ben?

-Acontece que, em todas as vezes, eu me preveni, ok? Até mesmo com a Rosalie! Eu só não entendo por que eu simplesmente esqueci-me disso... Se bem que eu estava me concentrando em outras coisas para me lembrar desse detalhe.

-Como o quê? – perguntou Vicky.

-Bella é tão cheirosa, tão gostosinha e tão apertada que não pensei em outra coisa! – respondi.

-Pervertido! – reclamou, revirando os olhos castanhos – Safado!

-Quem mandou perguntar?

       Vicky me lançou um olhar mortal e disse:

-Cala a boca e come!

-Tudo bem, mamãe... – me encolhi, fazendo os outros rirem.

        Nossas conversas sempre terminavam assim em xingamentos, mas estava sendo divertido ficar com os meus amigos, fazia tempo que não nos encontrávamos para conversar. Pelo menos, eu estava me distraindo...

         Nos dias seguintes, eu continuava com meus pensamentos voltados para Isabella. Eu ainda não conseguia parar de pensar nela em nenhum minuto. Na sexta-feira, o dia em que nós nos encontrávamos, eu estava ansioso. Mais do que nunca! E eu nem podia fumar os cigarros que tanto necessitava para ficar mais calmo. Agradeci mentalmente quando acabou a última aula e fui direto para o meu apartamento tomar banho e trocar de roupa rapidamente para ver Isabella em Londres logo. Cheguei à cidade em pouco mais de meia hora por conta do trânsito no horário. Estacionei em uma rua perto da Biblioteca Britânica e esperei Isabella aparecer como sempre fiz. Esse era o nosso combinado.

40 minutos depois...

       Eu continuava esperando Isabella dentro do carro, mas ela não havia aparecido. Ela não costumava se atrasar o que aconteceu?

30 minutos depois...

     Isso já estava me deixando impaciente! Eu já havia saído do carro e cheguei a dar uma volta no quarteirão para tentar encontrar Isabella, mas sem sucesso. Será que ela não pode vir hoje? Se, ao menos, ela pudesse me avisar... Mas a garota nem tem celular!

10 minutos depois...

     Resolvi ir até a Biblioteca atrás de Isabella. Ela mesma me disse uma vez que perdia a noção do tempo quando lia. Quem sabe ela não deve estar lá, perdida entre os romances que ela encontrava na biblioteca ou nos livros que eu emprestava?

     Entrei no prédio da Biblioteca e comecei a procurá-la por todos os corredores, prateleiras de livros e mesas de estudo, mas não a encontrei. Comecei a perguntar por Isabella a cada funcionário que eu via passar. Não era possível que não a reconhecessem pela descrição que fiz! A garota vem aqui sempre, não seria difícil lembrar-se dela.

-Vi a garota entrando aqui. – disse a bibliotecária de meia-idade, cheia de sorrisos para mim e eu tinha de aguentar caso quisesse obter mais informações sobre Isabella – Entrou na biblioteca virtual e depois saiu.

-Entrou aqui, foi na área dos computadores e simplesmente saiu?

-Sim! Foi o que eu falei... – a velha continuava a olhar para mim, tentando fazer um olhar sedutor. Eu fiquei amedrontado com o que a velha fez, isso sim!

-Então, muito obrigado. Até mais! – disse, saindo rapidamente da recepção.

        Então quer dizer que Isabella apareceu por aqui, saiu para não sei onde e me deixou esperando feito um idiota? Ah, quando eu a visse... Ela ia se ver comigo! Procurei desesperadamente um maço de Marlboro e um isqueiro nos bolsos da calça, acendendo um dos cigarros logo depois. Assim que passei a tragar a fumaça, ouvi a voz de Isabella me chamando. Olhei para o lado de onde vinha a voz, com o cigarro ainda na boca. Droga! Era a primeira vez que Bella me via assim! Confesso que eu não queria que ela me visse fazendo isso...

Isabella Swan POV

        Quase uma semana se passou desde que tive minha primeira relação sexual com Edward. Pelo que eu pude perceber em livros e alguns filmes que vi na televisão, escondida, a mulher se sente feliz, relaxada! Parece até que vê fogos de artifício*! Confesso que adorei tudo! As preliminares, a maneira com que ele me beijava e me tocava, era tão bom... Só não entendo como uma pessoa podia ser tão inconstante em tão pouco tempo... Edward fora gentil no início, mas durante o ato em si, parecia outra pessoa! Aqueles olhos verdes, antes tão claros, estavam negros de desejo. Mas não entendi o porquê de sentir uma dor imensa, enquanto ele me penetrava, se eu sentia que estava preparada para ter a minha primeira vez com o homem que estava começando a gostar. Eu sentia uma dor horrível, mas não queria que ele parasse; tinha medo de desagradá-lo.

        Se bem que depois do que nós fizemos, eu quase não falei com Edward sobre o assunto. O que ele deve ter pensado sobre o meu comportamento? Eu ainda estava refletindo sobre o que tinha acabado de acontecer e não sabia muito bem o que fazer... Será que ele ainda gosta de mim mesmo depois do que fiz? Ou será que ele me odeia e me trocou por outra mulher imediatamente? O que faço para sentir este prazer descrito nos livros e nos filmes? O que faço para ver os tais fogos de artifício que tanto falam? Eu tenho de fazer algo para resolver este problema... Mas não sei o que fazer! Estou tão desorientada e não posso contar nada do que estou passando a ninguém, muito menos a minha mãe, a única pessoa de confiança aqui nesta casa. Se eu contasse tudo a ela, aposto que ela me mandaria terminar tudo com Edward e não quero isso.

        Por hora, eu vou me ocupar com o trabalho aqui em Hertford. Margaret continuava mais repugnante do que nunca. Ela continuava a infernizar a minha vida e a de minha mãe, fazendo comentários odiosos a nós. Minha mãe ainda não se importava com os comentários de Maggie, mas isso já está me deixando aborrecida.

         Eu estava indo deixar roupas limpas no quarto de Rosalie, quando não a encontrei pelo cômodo. Entrei no quarto e separei as roupas para guardá-las em seu closet. Abri uma das gavetas para guardar suas blusas quando vi um frasco médio de vidro com comprimidos. Quando peguei o frasco para saber que tipo de remédio era, Rosalie entrou no quarto e se assustou por ter me visto com o frasco de remédios na mão.

-O que faz com isso nas mãos? – gritou.

-Nada, eu... – respondi.

          Eu não conseguia responder mais nada. As palavras saíam atropeladas e não conseguia formular uma frase inteligível. O nervosismo por ter sido pega naquela situação, me deixou assim.

-Responde logo, Isabella! – Rosalie reclamou – O que você estava fazendo com isso?

-Rosie, calma! Eu me desculpo. Não foi a minha intenção. – respondi, por fim – Eu só estava guardando suas roupas quando vi isso, nada demais. Não sei o motivo de fazer esse chilique!

          Espera aí! Eu havia falado isso mesmo?

-Ah, não sabe? – perguntou debochada – Sabe muito bem que seu trabalho aqui consiste apenas em arrumar, não remexer no que é dos outros!

-Mas eu já lhe disse Rosalie, que não estava remexendo nos seus pertences. Eu vi esse frasco de remédio por acaso!

-Não importa! Deixe essas roupas aqui e saia do meu quarto!

-Mas Rosie... Eu tenho que terminar o meu trabalho!

-Já disse para sair daqui!

-Tudo bem... Se é o que a milady deseja...

        Deixei o cesto de roupas perto do closet onde estava Rosalie. Um dia ela estava tratando todo mundo com delicadeza, hoje é isso... Já estou sem paciência para essa TPM sem fim de Rosalie. Andei pelos corredores do casarão, chateada pelo que aconteceu. Se não fosse por minha curiosidade, Rose não tinha se estressado comigo daquele jeito... E por que falei aquilo com ela? Nunca falei daquela maneira com ela! Rosalie deve ter ficado irada!

         Perdida em pensamentos, eu nem percebi que vinha uma pessoa a minha frente. Só me dei conta disso quando me choquei com a senhora Margaret.

-Não olha por onde anda, garota lesada? – perguntou.

-Desculpe-me, senhora Maggie. Eu estava distraída e...

-Isso não me interessa, Isabella! Saia do meu caminho!

-Sim, senhora! – disse, dando passagem a ela.

         Margaret foi embora e eu continuei parada, no mesmo lugar, tentando me acalmar. Esse dia ficando ótimo para não dizer o contrário...

-Terminou o serviço rápido, Isabella! – comentou Renée.

         Tinha ido ao quartinho que dormia com a minha mãe para relaxar um pouco. Renée estava arrumando as poucas roupas que possuía em sua parte do armário.

-Sequer comecei; a Princesa me expulsou do quarto dela só por que eu iria colocar o remédio dela em outro lugar.

           Eu não estava contando nenhuma mentira. Primeiramente, eu iria verificar do que se tratava, depois eu guardaria em um local mais adequado. Problema é que a Rosalie não deixou.

-Mas por quê?

-E eu que sei mãe? – perguntei irritada, enquanto caía de bruços na minha cama – Rosalie está mais intragável do que nunca! Está impossível aguentar os ataques de nervos que ela tem sem nenhum motivo!

-Tenha mais paciência com a Rose, Bella. Sabe que ela é assim mesmo!

-Ter mais paciência, mãe? Há tempos, tenho feito isso e já esta mais difícil de aguentar!

-É... Eu sei Bella... Mas tenha paciência...

        Levantei-me da cama e encarei Renée.

-Por quanto tempo iremos continuar vivendo aqui? Estou odiando esse lugar! – bufei, levando as mãos a cabeça.

-Tenha calma, logo teremos dinheiro suficiente para sairmos daqui e pagarmos seus estudos.

-Assim espero... – disse, aborrecida.

-Eu não entendo essa sua atitude, Bella... Estamos bem aqui. Não temos motivo nenhum para reclamar!

-Não temos? – perguntei, incrédula – Mãe, a Maggie sempre que pode inventa algo para nos infernizar e torrar ainda mais a nossa paciência! A senhora ainda me diz que não temos nenhum motivo para reclamar?!

        Certo, eu estava irritada e estava começando a me estressar com o que Renée disse, mas precisava falar assim com ela?

-Eu sei que nós temos problemas aqui, mas eu estou me esforçando para que não seja mais necessário trabalharmos aqui.

-Às vezes penso que não precisaríamos suportar todas essas humilhações se a senhora tivesse procurado o meu avô para nos ajudar quando perdeu o Charlie.

      Renée estava de costas para mim, fechando a porta do armário. Quando ela se virou e me encarou, a expressão em seu rosto era de assombro.

-O que você disse, Isabella?

       Eu devia saber que não poderia falar sobre esse assunto com a minha mãe. Em hipótese alguma. Mas na situação em que eu me encontrava, já não me importava com o que ela pensaria disso.

-O que a senhora ouviu, mãe. Já parou para pensar que poderíamos ter desfrutado de uma vida mais confortável se não tivéssemos pedido ajuda ao meu avô?

-Ainda assim seríamos dependentes! Prefiro depender dos barões a pedir ajuda daquele velho asqueroso! – gritou, aproximando-se de mim. Mesmo depois de tanto tempo, ela ainda prefere não dizer o nome do homem. Por quê?

        Se bem que eu poderia olhar o nome dos meus avós maternos na minha certidão, mas Renée esconde o documento sabe-se lá onde! Minha mãe gosta mesmo de continuar aqui!

-Mas nós não teríamos que passar por essas humilhações todos os dias! – protestei – Eu ainda estaria estudando e a senhora trabalhando em algum muito melhor do que isso!

-Isabella, você não sabe o que diz! – Renée gritou – Você não acha que depois da morte de seu pai, eu não fui procurar o velho Swan? Eu realmente pedi para falar com ele... Mas quem disse que ele quis me receber? Preferiu mandar um dos empregados me dizer que não queria ver a concubina que dizia ser casada com o filho dele.

       Caí estupefata, na cama sem ter ideia do que fazer ou dizer.

-Ele não fez isso...? Fez?

-Por que motivo eu mentiria para você, Bella? – Renée sentou-se ao meu lado – Eu nunca tive uma relação boa com seu avô. Charlie muito menos. Ele brigou com o pai dele quando nos casamos, já que o velho Swan não gostava da relação do filho dele com uma garota pobre e sem família. Eu achei que, com a morte de Charlie, a situação entre nós iria abrandar, mas...

      Depois disso, eu é que não iria quer conversa com esse homem! Chamar minha mãe de prostituta?

-Ele nem quis te ouvir...

-Entende por que eu nunca quis falar do seu avô? Eu juro que sempre desejei uma vida melhor para você, mas nada saiu como eu planejava. Essa situação que passamos revolta-me também, mas tenha calma... Logo sairemos daqui e não teremos mais que aturar a porca irlandesa ou a loira magricela da Rosalie!

        Dei um meio sorriso e abracei Renée.

-Desculpa por ter falado aquelas coisas, mãe...

-Não tem problema nenhum... Só não devia se estressar tanto... O que há com você?

       Eu transei com um cara que estou namorando escondido de suas vistas, mas não fiquei satisfeita! O que faço para ver os fogos de artifício que tanto falam?

-Nada, mãe... Só estou um pouco cansada...

-Tudo bem... Descanse por hoje... Os barões irão viajar em lua-de-mel, mas os outros empregados podem largar de serem preguiçosos e ajudar.

-Tem certeza?

-Claro! Não se preocupe que eu invento uma desculpa para a Margaret...

-Tudo bem então... – disse, deitando-me na cama.

-Eu volto para chamar você para o jantar.

-Obrigada, mãe...

             Renée me lançou um sorriso e saiu do quarto. Talvez eu precisasse mesmo ficar aqui no quarto, descansando.

             Logo chegou o dia em que Edward e eu nos veríamos e estava ficando agitada por conta disso. Confesso que não sabia como agir quando eu visse Edward, ainda mais depois daquele dia em que saí de seu carro, sem falar com ele direito. Como será que ele vai falar comigo?

           Desci do metrô em King’s Cross e andei um pouco até chegar a Biblioteca Britânica. Lá, eu fui direto para a área dos computadores, mas todos estavam sendo utilizados. Não tinha vontade nenhuma de estudar hoje, então fui a um cybercafé que havia próximo a Biblioteca. Sentei-me na última cabine que havia e iniciei a minha pesquisa sobre relações sexuais em sites de revistas femininas. Se é algo totalmente voltado para a mulher, deve haver que sirva para mim. Confesso que o conteúdo não me ajudou em nada. Quem escreveu a matéria da revista deveria ser tão experiente quanto eu neste quesito. De onde que a técnica do bondage (É esse mesmo o nome?) é uma ideia boa para essas situações? O máximo que eu posso conseguir com isso é uma baita de uma dor nas costas! Não leio mais essas porcarias! Mudei o tipo de pesquisa e passei a olhar em outros sites. O conteúdo era similar ao da revista feminina. Havia conselhos interessantes, mas havia também umas coisas estranhas, como umas posições sexuais exóticas... Só sendo um contorcionista para realizar tais proezas... Passei a olhar outros sites e um me chamou a atenção. Falava tudo o que eu precisava. Se eu não podia questionar a ninguém sobre as minhas dúvidas, a Internet poderia fazer isso. Li o site por muito tempo, perdendo a noção de quanto tempo estava ali... Só percebi que estava tarde quando o funcionário do cybercafé perguntou se eu iria ficar mais tempo ou poderia liberar a cabine para outra pessoa. Eram mais de cinco horas...

          Meu Deus! Edward já deve estar me esperando há tempos! E eu aqui lendo essas coisas... Saí rapidamente do cybercafé e corri até a rua onde iria encontrar Edward. Passei pela Euston Road e o encontrei ao longe, em frente à Biblioteca, procurando algo nos bolsos da calça. Diminuí o passo, para ver o que ele iria fazer. Logo o vi tirando um maço de cigarros e colocando um à boca, acendendo logo depois. Edward fuma? Por que nunca o vi fazendo isso? Por que ele nunca me disse nada? Isso não importava agora; iria falar com ele sobre o assunto depois... O importante é que eu estava vendo Edward mais uma vez. Aproximei-me dele, e o cumprimentei alegre:

-Oi, Edward!

        Eu deveria saber que Edward estaria com raiva por tê-lo feito esperar por tanto tempo. Não sei por que ainda fiquei surpresa quando ele virou para mim, furioso, com o cigarro na boca ainda.

-Por que demorou tanto a aparecer, Isabella? E onde esteve? – perguntou depois de jogar o cigarro no chão.

          Seus olhos apresentavam o mesmo negror daquele dia, mas eu sabia que não era pelo mesmo motivo.

-Bom, eu...

-Eu fiquei lhe esperando por quase duas horas aqui, acho bom você ter uma ótima desculpa para me dar! – disse num ímpeto.

          Não gostei nenhum pouco da maneira que ele falou comigo. Eu sabia que estava errada, mas precisava falar comigo daquele jeito? Ainda mais no meio da rua com todas aquelas pessoas passando e olhando...

-Isso não é do seu interesse! – respondi, aborrecida.

         Passei a me afastar dele. Vi que Edward resmungava algo, mas não pude ouvir.

-Hey, aonde você vai? – gritou, correndo.

-Para casa! – virei-me para ele com raiva.

-Ah, eu não acredito nessa agora! Era só o que me faltava... Eu fiquei uma hora e meia lhe esperando e você ainda faz isso, mulher? – gritou.

         As pessoas passavam por nós, espantadas com a situação. Mas Edward não parecia se importar.

-Esperou-me por vontade própria! Ninguém te pressionou a fazer isso! – respondi zombeteira.

         Edward olhou para mim, confuso. Claro, até eu não entendia o motivo de falar assim com ele!

-Que seja! Vamos logo por que já perdemos muito tempo aqui!

-Eu não vou com você! Eu vou para casa!

       Eu andava para a estação do metrô; Edward permanecia me seguindo.

-Não sei por que continua com isso. – parei encarando-o – Você foi um grosso!

-Entendi... – disse depois de respirar profundamente – O que quer que eu faça? – perguntou impaciente.

-O que você acha? – indaguei, estreitando o olhar para ele.

-Tá... Eu me desculpo pelo que fiz a você.

-Não foi convincente. – continuei a andar em direção à rua que Edward sempre me esperava.

       Logo alcançamos o carro e continuei sem falar com ele. Eu iria explicar a Edward o que aconteceu, mas ele nem me ofereceu chance! Foi totalmente bruto!

       Já estávamos fora de Londres, a viagem era um pouco longa, mas eu não tinha o mínimo interesse de manter um diálogo com Edward; ele dirigia feito um louco! E se ele gritasse comigo novamente?

       Enquanto dirigia, Edward ligava o som automotivo e zapeava pelas emissoras de rádio tentando encontrar algo para ouvir. Logo, o silêncio constrangedor foi interrompido pela voz aguda da Minnie Riperton cantando Lovin’ you.

-Droga! – Edward disse desligando o som – Você vai continuar calada mesmo, Isabella?

      Assustei-me com o que Edward falou. Nem imaginava que ele fosse perguntar isso. Limitei-me a olhar pela janela e não responder a sua pergunta.

-Foi o que pensei. – disse minutos depois – Você deveria entender que eu fiquei preocupado por não ter aparecido logo, Bella.

-Ficou?! – perguntei. Ele estava furioso daquele jeito por que estava preocupado comigo?

-Lógico! Você demorou a vir, logo achei que deveria ter acontecido algo de ruim, mas pelo que vi, não aconteceu nada... – respondeu, ainda olhando para a estrada.

        E calou-se mais uma vez. Eu estava odiando aquilo tudo. Quando chegamos ao seu apartamento, Edward continuava em silêncio. Ele andava pela casa como se eu não estivesse ali. Aquela situação estava ficando insuportável.

-Edward, por favor, eu já lhe pedi desculpas e se me deixasse explicar a situação... Eu estava num cybercafé realizando umas pesquisas e... – falei apoiada ao aparador no canto da sala.

- Eu não devia ter agido daquele jeito...  – disse, passando as mãos pelos cabelos – É que você não aparecia e nem tinha como saber onde estava me deixou preocupado. Eu não sabia o que fazer... Desculpe-me, Bella.

-Não gostei daquele jeito que falou comigo na rua! Foi grosseiro e todos estavam olhando! – disse sem encará-lo, com os braços cruzados.

       Eu queria demonstrar para Edward que não seria tão fácil assim. Ele achava que bastava somente me dizer que estava preocupado comigo para dar-lhe desculpas e ficar tudo bem? Não mesmo!

-Eu prometo que não faço mais isso... – disse vindo em minha direção, silencioso como um felino.

         Edward estava tão próximo, aquele olhar tão intenso... Era evidente que eu não iria me manter firme por muito tempo. Confesso que ainda sentia medo quando Edward me olhava daquele jeito.

-Promete mesmo...? – perguntei, sem tirar os olhos dos dele.

-Prometo... – disse, dando aquele sorriso torto que me deixava sem jeito.

         Lancei um sorriso a Edward e o abracei.

-Senti tanto a sua falta... – disse ele falando ao meu ouvido. Suspirei ao ouvir aquilo; meu coração estava aos pulos dentro do peito.

-Sentiu...?

-Mas é claro... Senti falta do teu cheiro... – roçou o nariz em pescoço, fazendo-me estremecer – Da tua boca...

          Edward me abraçou ainda mais, fazendo com que eu sentisse o seu cheiro, uma fragrância amadeirada, máscula. Busquei os lábios de Edward para beijá-los com ardor, sendo correspondida de imediato. Eu nem me importava com o seu hálito que ainda estava com o odor de cigarro. Senti as mãos dele vagarem pelas minhas costas e entrarem pela babylook que eu usava. A maneira com que Edward me tocava, deixava o meu corpo mais quente, mesmo naquele dia de temperatura amena. Confesso que ainda estava nervosa por conta do nível que a nossa relação chegou em tão pouco tempo. Edward beijava o meu pescoço, roçando seu corpo em mim e eu me agarrava a ele, desarrumando ainda mais seus cabelos acobreados, enquanto o puxava para mais perto. Aquele contato não me deixava falar ou pensar nada coerente, só podia estar louca! Senti que ele acariciava os meus seios por cima da blusa; não resisti e tirei a blusa, jogando-a longe na mesma hora. Edward me encarou, assustado, mas continuou a beijar meus seios por cima do sutiã. A peça de algodão teve o mesmo destino que a blusa e o homem a minha frente levantou-me, colocando em cima do aparador.

      O homem de olhos verdes fez uma trilha de beijos vorazes do meu seio ao pescoço, retornando a minha boca, que já sentia falta daqueles lábios. Rapidamente, retirei a camisa que ele usava, atirando-a longe. Eu me apoiava com as mãos em seus ombros, enquanto tentava desabotoar sua calça em vão. Ao perceber isso, Edward livrou-me deste entrave, abrindo o zíper e logo tirei seu membro da boxer e iniciando os movimentos de vaivém nele; ele ofegava com a carícia.

      Enquanto nos beijávamos com paixão, Edward buscou minhas coxas, levantando impaciente a minha saia branca george, me fazendo retirá-la pela cabeça. Alisava-lhe as costas, quando percebi que ele afastava minha calcinha para o lado e tocava minha intimidade com as pontas dos dedos, buscando o ponto sensível que me proporcionava mais satisfação. Ao encontrá-lo, Edward esfregou-o com o polegar, enquanto realizava uma massagem voluptuosa com os outros dedos, me deixando mais excitada.

      Eu delirava com seus lábios e sua respiração quente em meu pescoço, por ter seu membro grosso e pulsante em minha mão e pela ótima sensação que se espalhava por todo o meu corpo em ondas de prazer crescente devido ao trabalho de suas mãos tão habilidosas. Sentia o meu corpo se contorcer todo com o manuseio de Edward no meu clitóris. Comecei a pensar que estava enlouquecendo de vez ao perceber que necessitava dentro de mim algo maior que os dedos dele. Tudo em mim pedia para ter o membro dele entrando e saindo freneticamente!

     Eu não conseguia respirar direito, ofegava muito. Eu já não imaginava a possibilidade de vir a sentir dor ou desconforto, como senti na primeira vez; meu corpo estava preparado. Edward parou com o que estava fazendo e eu reclamei, gemendo. Ele me sorriu com aquele sorriso torto e afastou-se para o lado para abrir uma das gavetas do aparador, retirando um pacote pequeno que rasgou e puxou um preservativo com o qual pôs em seu pênis. Voltou-se para mim, afastando minhas pernas uma da outra e colocou minha calcinha de lado, posicionando-se entre as minhas pernas e endireitando sua extremidade na minha entrada, já encharcada.

      Agarrei-me ao seu pescoço, quando Edward me puxou pela cintura, dando um beijo lascivo, enquanto seu membro rígido me invadia de tal maneira, deixando-me alucinada de prazer. Gemi quando Edward passou a estocar vagarosamente e a temperatura do meu corpo só aumentava. Edward voltou a acelerar seus movimentos aos poucos, enquanto eu movia meus quadris para facilitar as estocadas. Sentia que meu corpo emanava mais ondas de prazer a cada vez que Edward se movimentava com força e pressa. Minha respiração estava irregular, faltava-me o ar e ao mesmo tempo, meu corpo ia se enrijecendo, minha intimidade se contraindo em espasmos e passei gemer alto, sem me envergonhar por não conseguir conter essas atitudes. Nem me importava se alguém do apartamento vizinho poderia me ouvir. Acho que finalmente pude ver os fogos de artifício que tanto ansiava em “ver”.

      Edward acelerou as estocadas, aparentemente incentivado por meus gemidos descontrolados. Senti meu corpo se enrijecer e minha intimidade se contrair novamente por repetidas vezes e pude “ver” de novo os fogos de artifício. Eu ainda não acreditava em tudo aquilo que estava passando. Era bom demais para ser verdade!  Edward prendeu o ar por um momento, tremeu, ejaculando e recostou-se em mim num abraço.  Ainda estávamos juntos quando senti Edward me levantar e me levar para o quarto, para transarmos mais uma vez.

[...]

      Estávamos deitados em sua cama; eu estava abraçada a Edward, me aninhando em seu corpo, enquanto ele fitava o teto. Nossa, eu estava me sentindo tão bem depois de tudo aquilo! Edward me desejava; depois do que nos aconteceu hoje, a dúvida se tornou certeza. Não podia estar mais feliz! Eu estava começando a gostar tanto dele que...

-Eu gosto muito de você, Edward... – disse simplesmente.

        Senti que o homem de olhos verdes se enrijeceu depois do que falei. Eu não entendi essa sua reação. Olhei para Edward, que continuava fitando o teto, com os olhos arregalados. Errei em ter declarado aquilo? Meu Deus, por que continuo a fazer coisas erradas? Eu nunca tenho êxito no que digo ou em algo que eu faça.

-Edward...? – perguntei, ao me virar para vê-lo.

          Quando pude encará-lo, Edward estava com um meio sorriso nos lábios e me puxou para dar um beijo. De imediato achei que ele me queria pronta para mais uma vez!  Levei uma das minhas mãos até o seu abdômen e passei a alisar, descendo para aquele lugar. Estranhei quando Edward tirou minha mão e parou de me beijar. Estranhei ainda mais quando ele disse:

-Não, Bella... Melhor não...

-O quê? – perguntei, confusa.

-Já está ficando tarde...

       Era verdade que já tinha anoitecido há algumas horas, mas nem me importei. Como é que eu importar-me-ia com uma coisa dessas, se estava me concentrando em uma coisa muito mais interessante?

-Oh...  Tudo bem... – disse, sem olhar para ele. Eu não queria Edward visse o quanto eu estava chateada.

        Levantei-me da cama e passei a me vestir. O único problema é que as minhas roupas estavam espalhadas por toda a sala e pelo corredor. Senti vergonha ao ter de recolhê-las, ainda nua, enquanto Edward fazia o mesmo. Ainda não estava acostumada com isso.

-Eu gostaria de lhe falar algo... – disse Edward, aparentando estar com receio.

-Pode falar... – disse, colocando a blusa. Eu tentava olhar para Edward, mas ele sempre desviava o rosto. Ele estava escondendo algo de mim ou era somente minha impressão? Confesso que não gostava dessa situação...

-É que... Nas próximas semanas, os alunos da Eton prestarão exame simulado.

-Ah, eu entendo... – falei, olhando para os meus pés.

-Hum, que bom entende, Bella... – disse, aproximando-se de mim, parecendo triste – Eu terei de dedicar mais tempo para corrigir as provas e infelizmente, não poderei te ver nesse período.

-Em nenhum dia?! – perguntei, abatida. Eu já devia saber disso...

-Não... Infelizmente não vai dar para nos vermos.

-Tudo bem... – confirmei, ainda olhando para o chão – Podemos ir logo? Já é noite...

-Espere! Eu quero te dar uma coisa...

-E o que seria...?

-Fique aqui que eu volto logo.

     Edward correu para o seu escritório e voltou com um aparelho de celular nas mãos.

-É para você. – disse, entregando-me o aparelho – A operadora renovou o meu contrato e me ofereceu esse aparelho de graça. Eu já estava pensando em lhe dar mesmo...

-Para mim?

-É! Eu não sei quando poderemos nos ver novamente ou pode ocorrer a mesma coisa que nos aconteceu hoje.

-Ah... Eu não sei o que dizer... Obrigada. – disse com um meio sorriso.

-Não é nada... Eu prometo que te mando mensagens quando puder.

-Tudo bem... Podemos ir?

-Vamos...

       Quando já estávamos no caminho de Hertford, nós não nos falávamos, assim como foi na viagem de ida a Berkshire. A única diferença era que o silêncio estava sendo preenchido pela voz do Alex Turner, vocalista do Arctic Monkeys. Só por que hoje as coisas entre nós estavam se encaminhando direito! Só por que não senti dor ou desconforto nenhum durante a transa e finalmente pude “ver” os fogos de artifício que tanto eu queria! Droga! Por que fui falar aquilo tão impulsivamente? Achava que Edward gostava de mim tanto quanto eu estava gostando dele...  E para piorar vamos ficar sem nos vermos por um bom tempo. Chegamos à propriedade dos Cullen e me prometeu que faria o impossível para nos vermos logo. Sorri para ele e lhe dei um selinho, somente. Não estava com a maior vontade de conversar sobre o assunto. Se ele não quis me dar uma resposta, tudo bem. Talvez eu tenha sido rápida demais em falar aquilo.

FIM DO CAPÍTULO 6


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