Amor por Contrato escrita por pandorabox240


Capítulo 26
(II) Amor aos pedaços


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoas bonitas! Há quanto tempo! Desculpem-me pela demora a postar a fanfiction. Os últimos dias foram muito corridos e não tive muito tempo para escrever. Espero que gostem do novo capítulo. Beijos!



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Isabella Swan POV

O mês de outubro estava acabando e ao contrário do ano passado, o outono estava deixando tudo mais frio. Para piorar, as ruas de Surrey já estavam com enfeites natalinos. Eu não gostava nenhum pouco dessa época. Só tinha lembranças de coisas ruins nessa época e com o que ocorreu no ano passado, eu não tinha nenhuma vontade de colocar um pinheiro com enfeites natalinos ou qualquer coisa do tipo. Edward até perguntou se eu iria fazer alguma coisa em casa, mas respondi que não. Falando no diabo, estava notando um comportamento diferente em Edward nesses últimos dias. Parecia até que ele queria se aproveitar de mim quando fingíamos estar juntos. Sempre dava um jeito de me tocar ou me beijar por mais tempo. Às vezes eu o pegava me observando quando eu vestia algum tipo de roupa curta com meia-calça ou vestido. Confesso que não iria aguentar essa situação.

Em um dia mais ameno, fui a Londres me encontrar com Emmett em seu escritório. Depois dele me mostrar toda a situação dos meus bens, resolvi falar com ele o que Alice havia me falado há dias.

–Você podia, pelo menos, ter ouvido o que Rosalie tinha a lhe dizer! – afirmei.

–Não é tão fácil, Izzy. Ela só fez isso por que viu vocês se casando! Mulheres ficam emotivas em casamentos e...

–Deixa de ser machista, Emmett! Rosalie pensou que era melhor resolver a situação que existia entre vocês. Eu vi isso!

–Você viu? Mas é claro que viu. Até Georgina veio me perguntar por que Rosalie estava chorando.

–Por que não experimenta conversar com ela? Ouvir o que ela tem a dizer? Se não der certo, vocês seguem com suas vidas.

–Acha que pode acontecer o mesmo que aconteceu com você e Edward?

–Talvez, sim. Talvez, não. Isso só depende de vocês.

–Às vezes penso em falar com ela. Mas só de lembrar das coisas que ela me falava, de toda a humilhação, até aquele noivado...

–Eu entendo que se sinta assim, mas parece que a vontade de tentar é maior que isso.

–Eu vou tentar falar com Rosalie, mas não garanto nada.

–Tudo bem.... E quanto aquele outro assunto?

–Fala de James Dwyer?

–Sim. Os detetives que contratou não têm mais notícias, nem a polícia americana...

–Sabe como ele é escorregadio. A essa hora deve estar enganando alguma mulher e viajando em um cruzeiro.

–Também acho...

Dias depois, Alice e eu havíamos nos encontrado com Esme e Rosalie em um restaurante. Eu estava tentando participar da conversa das três, mas não conseguia pensar em nada para contribuir com o assunto. Melhor dizendo, sempre que conseguia pensar em algo, o assunto mudava. Rosalie falava, no momento, sobre as aulas de fotografia que estava tendo. Mais uma ocupação para a dondoca entediada.

–Deveríamos marcar outro jantar em minha casa. – comentou Esme.

–É, seria uma boa ideia. – afirmou Alice – Não acha, Bella?

–Concordo plenamente.

–Tenho certeza de que será agradável. – comentou Rosalie – Nós ligamos para vocês quando marcarmos a data.

–Tudo bem. – afirmei.

–Alice e como anda seu ateliê? – perguntou Esme.

–De vento em popa! Em janeiro, farei uma viagem para pesquisar novos tipos de tecido para apresentar uma nova coleção em meados de setembro. Com o que já tenho nos meus croquis, tenho certeza de que sairá muita coisa bonita.

–Alice é muito talentosa. Tenho certeza de que essa nova coleção também será um sucesso.

–Obrigada, Bella.

Em uma tarde, Esme ligou marcando o jantar na noite seguinte. Não encontrei Edward em casa para avisá-lo do compromisso no dia seguinte. Estava comendo um pedaço de bolo de laranja e tomando com café com leite, quando Edward apareceu na sala de jantar. Mas o que estava acontecendo com ele? Estava com uma péssima aparência. A barba por fazer, o cabelo já estava crescendo e olheiras profundas marcavam o rosto dele. Resolvi falar sobre o jantar em Hertford e ele me pareceu aborrecido. Como se ele tivesse a opção de não me acompanhar nesse evento...

Ao chegarmos à casa dos barões, encontramos Billy no hall de entrada e conversei com ele enquanto íamos a sala de jantar da casa. O mordomo anunciou a nossa entrada e eu sentindo a ansiedade aumentar, segurei na mão de Edward, que reagiu assustado. Estávamos conversando educadamente com os Cullen quando o restante dos convidados chegou.

Durante o jantar, tudo correu bem. Nem me importei quando Maggie me fuzilava com os olhos ou quando Edward e Rosalie conversavam demais. Após o jantar, eu estava conversando com Emmett e Jasper enquanto Alice e Rosalie se ocupavam com os seus celulares. Pareciam até estar em sincronia. E Edward estava isolado no canto do cômodo.

Eu estava mandando mensagens de texto para Emmett encorajando-o a falar com Rosalie, mas ele fingia estar interessado na conversa sobre aviões de Jasper. Acho que o meu trabalho como conselheira amorosa tinha acabado antes mesmo de começar.

–Não é, Bella? – perguntou Alice. Não fazia a mínima do que estavam falando.

Alice começou a explicar o leilão, a brincadeira que ela, Rosalie e eu brincávamos quando estudamos em Malborough. Segundo Alice e pelo que me lembro, o leilão acontecia quando nós três víamos um garoto no colégio e dávamos lances. Quem dava o lance maior, ganhava prêmios como dinheiro ou maquiagem e tinha a chance de falar com o garoto. Obviamente quem ganhava sempre era Rosalie.

– Ah, agora sim lembrei! Lembrei mesmo!

Alice, Rosalie e eu ríamos enquanto Emmett e Jasper ficavam com cara de paisagem e reclamavam de que os homens eram tratados como objetos sexuais. Como se eles não fizessem a mesma coisa com as mulheres na rua. Pensei que as brincadeiras iriam terminar naquele momento, mas parecia que Alice estava com o espírito da provocação:

–Lembrei-me de algo que a Isabella disse.

–O que? – perguntou Edward.

–Que você seria rica um dia e que daria um lance maior! – disse rindo para Edward.

–Não falei nenhuma mentira. – afirmei.

–Então o Edward...? – perguntou, surpresa.

–Pergunte a ele. – falei encarando Edward.

–É verdade, Edward?

–O que é verdade? – perguntou demonstrando enfado.

–O que a Izzy falou.

–Alice gosta demais de brincar. – comentou Jasper – Não dê ouvidos a ela.

–Se não acreditam...

–Então é sério, Edward?

–Da parte de minha esposa eu não sei e acredito que apenas ela poderá lhe dizer, Alice. Quanto a mim, posso garantir que me casei unicamente pelo que recebi com a compra da Masen Textiles. Devo entender que minha mulher mudou da ideia em que estava de pagar um marido de maior preço.

Não acredito que ele havia falado aquilo. Edward não tinha amor à vida? Se ele queria fazer chacota do nosso casamento, ele que se preparasse.

–Não era isso que queria ouvir, Alice? Quer saber mesmo se comprei Edward e por qual preço? Não faço nenhum mistério disso; comprei-o e muito caro. Me custou bem mais. Me custou o coração; por isso já não o tenho! – falei, rindo.

Todos começaram a rir da situação achando que era algum tipo de brincadeira minha e de Edward. No entanto, Alice nos olhava como se percebesse algo. Sempre achei que a fadinha era sensível a essas coisas, mas não é como se ela visse que o meu casamento era uma fraude.

Ao voltarmos para casa, Edward me chamou para conversarmos na biblioteca. Enquanto ele buscava uma maneira de como começar a falar, eu me deitava no chaise do cômodo olhando para o teto. Tinha vontade de dormir ao invés de discutir com Edward. Eu já sabia do que ele iria reclamar mesmo.

[...]

Estava tentando dormir quando me lembrei da discussão daquela noite:

“-Tanto quanto como você!

–É aí que você se engana. Você não pode desacreditar meu marido e expô-lo a zombaria.

–Mas a mulher desse infeliz tem todo o direito.

–Você o deu.

–Use o termo certo: vendi”.

Nós estávamos tão próximos. Edward me encarava de um jeito estranho... Confesso que se não tivesse saído logo da biblioteca não teria me aguentado e teria agarrado Edward naquela mesa velha. Como se eu fosse de ferro... Havia tanto tempo em que nós não ficávamos juntos. Era óbvio que, por conta dessa tensão e dessa aproximação toda, essas vontades viriam algum dia.

Nos outros dias, eu mal via Edward. Prometeu que viria fazer as refeições comigo e agora só almoça na fábrica e fica até tarde por lá. Por que ele estava fazendo aquilo? Os empregados já estavam a comentar de novo.

Em uma manhã, por algum milagre, Edward veio tomar café da manhã comigo. Estava com cara de quem não havia dormido nada e tentava se manter acordado. Eu ia perguntar se estava tudo bem com ele, quando Emmett me ligou ao celular.

Você deve vir a Londres depressa! – falou assim que eu atendi.

–Bom dia para você também, Emmett!

Bom dia, Izzy! Desculpe-me por falar assim com você. Tenho algo importante a lhe dizer.

–Mas o que seria para você me ligar tão cedo?

Encontraram James Dwyer na fronteira com o México. Primeiro acharam-no em San Diego, mas ele conseguiu fugir até perto de Tijuana.

–O que?!

Eu também não acreditei, mas a polícia foi quem me avisou que ele já tinha sido deportado para cá. O mais bizarro: ele quer conversar com você antes de ser levado a penitenciária.

–Eu tenho de trocar de roupa. Eu aviso quando estiver próxima a Londres.

Desliguei o celular e Edward percebeu a minha tensão. Ele perguntou como eu estava e lhe expliquei toda a situação: meu adorado tio estava de volta e queria falar comigo. Fiquei ainda mais surpresa quando Edward afirmou que iria comigo até a delegacia. Enquanto seguíamos de carro a Londres, a tensão aumentava. Quando chegamos à delegacia, eu estava ainda mais nervosa, mas queria acabar com tudo aquilo de uma vez.

Entrei na sala que me fora reservada e fechei a porta.

–Minha querida sobrinha Isabella Marie! – falou o homem sentado do outro lado da sala – Senti muito a sua falta!

–Para com essa encenação de quinta categoria, James, e me diz o que você ainda quer de mim? – perguntei, sentando-me a frente dele.

–Já disse. Senti sua falta. Estou implorando pelo seu perdão antes que me prendam de uma vez por todas.

–Não me venha com truques baratos, James. Não sou aquela garota do ano passado. Não vou cair na sua conversa. Lembre-se que as posições se inverteram e que eu posso transformar sua vida em um inferno!

–Sem ressentimentos, Bella.

–Não me chama assim! Diga logo o que quer para que eu possa sair daqui logo e nunca mais olhar na sua cara!

–Quero que você me ajude com um advogado. Não tenho condições de contratar e um defensor público leva tempo.

–E você acha que eu tenho cara de que? De Madre Teresa de Calcutá? Acorda! Eu espero que você vire mofo na cadeia!

–Por favor, Isabella. Ajuda o titio. Esqueça o que vivemos no passado. Eu estou disposto a consertar tudo. – ele remexia as mãos com frequência.

–Faça-me o favor: poupe-me de suas mentiras. Pode ter enganado todo mundo, mas a mim não! Me roubou e ainda quer ajuda? Eu quero mais que você morra e vá para o quinto dos infernos!

De repente, o homem se levantou e veio para cima de mim.

–Mas como...?

–Eu tentei fazer por bem, mas não tive escolha!

–Vai querer me matar? Tenta! Aqui está cheio de câmeras! Logo os policiais virão para me ajudar e você terá mais uma condenação. Não fez o que eu pedi. Estaria tudo bem se você não tivesse entrado no esquema com aqueles bandidos que se diziam meus advogados.

James se aproximava ainda mais de mim, mas eu continuava a enfrentá-lo.

–Quis me derrubar, mas olha quem está na pior? Você. Enquanto isso, a minha fortuna cresce mais a cada dia.

James se aproximou de mim, tentando me esganar enquanto eu dava chutes e socos nele. Minutos depois, Edward aparecia, separando a briga.

– Não basta o que fez a mim e ao Jacob naquele dia? Quer acabar comigo de novo? Eu deveria ter pedido medida cautelar de distância ao invés de entrar nessa sua armadilha! Você vai apodrecer na cadeia!

Emmett apareceu com os policiais logo depois, que levaram James arrastado para a cela. O delegado veio pedindo desculpas pelo que aconteceu, que foi um erro por parte de seus policiais ter demorado tanto a vir e mais um milhão de desculpas... A única coisa que eu queria fazer no momento era voltar para casa.

Estava voltando de Londres com Edward no carro. Eu tentava arrumar uma forma de agradecer a ele pelo que fez na delegacia, mas não sabia como. Fui me aproximando dele...

–Obrigada por ter vindo à delegacia comigo.

–Isso não foi nada. – falou me encarando.

–Foi muito. Não quero pensar no que James faria comigo se você não tivesse se oferecido para ir junto.

Eu olhava para aqueles olhos verdes que me faziam ter vontade de me afogar neles mais uma vez.

–Obrigada. – disse, dando-lhe um beijo no canto da boca.

Edward veio se aproximando do meu rosto e quando achei que nós íamos nos beijar... o celular dele tocou e eu voltei ao meu lugar, constrangida. Edward estava falando com aquele amigo jornalista dele, o Benjamin. Ao que parece, Ben estava nos convidando para um jantar com Victoria. O problema era que os dois queriam marcar este jantar para hoje e pedi que Edward remarcasse para outro dia, mas depois do que aconteceu, achei melhor me distrair.

[...]

À noite, Edward e eu estávamos em um restaurante conversando com Benjamin e Victoria. A ruiva falava empolgada do novo trabalho que iria expor na Tate Modern e que esperava resposta de um galerista de Barcelona para expor na cidade. O amigo de Edward olhava para ela, admirado. Se não estavam juntos, Ben estava fazendo de tudo para ficar com Vicky.

O jantar estava indo às mil maravilhas até que eu me ofereci para pagar tudo o que foi gasto e Edward se irritar comigo. Não foi por mal. Tive de passar quase a viagem inteira de volta para casa com Edward buzinando nos meus ouvidos que eu havia agido de forma errada e que estava expondo o nosso casamento. O tom dele foi como se dissesse: “Está querendo comprar o Benjamin e a Victoria como fez comigo e com minhas irmãs?”. Como ele é exagerado...

À noite, eu estava exausta por conta de todos os acontecimentos do dia, mas não conseguia dormir. Coloquei para tocar músicas relaxantes no celular e pouco tempo depois, apaguei. No entanto, comecei a ter pesadelos terríveis durante o sono... Via James tentando me esganar e eu tentava gritar pedindo socorro, mas a voz não saía.

–Isabela, acorda! Sou eu!

Abri os olhos e não conseguia enxergar muita coisa devido à pouca luz no quarto, mas eu reconhecia aquela voz.

–Edward? Não me deixe! – disse, abraçando-o.

Ficamos um bom tempo na mesma posição: Edward sentado na minha cama e eu agarrada a ele com minhas as pernas em seu colo.

–Quer que eu fique aqui até você dormir novamente?

–Sim. – foi apenas o que consegui responder depois de muito pensar.

Não queria que Edward ficasse longe. Aquele momento era tão bom.

–Pode dormir aqui se quiser. – falei quando liguei o abajur.

Edward ficou me encarando sem entender, mas nada respondeu. Estava se preparando para dormir no sofá quando...

–Ao meu lado.

Edward deu a volta na cama e se deitou no canto que eu havia indicado. Nós nos encaramos e enquanto o sono não voltava, toquei seus cabelos avermelhados.

[...]

Quando amanheceu, acordei abraçada a ele. Era a primeira vez que não brigávamos e dormíamos juntos na mesma cama desde que nos casamos. Afastei e fingi estar dormindo quando ele acordou.

–Bella? – perguntou, tocando no meu braço – Bella?

–O que foi?

–Eu vou me arrumar para ir à fábrica. Você vai ficar bem?

–Não se preocupe comigo. Pode ir.

–Tudo bem. Se tiver algum problema, você tem o meu número.

–Obrigada.

–Vou pedir para a Zafrina trazer seu café para cá.

–Não precisa. Não quero comer agora.

Edward saiu do meu quarto e fiquei deitada na cama sem ter vontade de me levantar. Tomei coragem de sair do quarto e fui à cozinha preparar o meu próprio café da manhã. Depois, passei a andar pelos jardins da propriedade que estava com as marcas do outono enquanto brincava com Liev, o galgo inglês que havia sido de meu avô. Fiquei pensando nos acontecimentos do dia anterior quando vi Edward voltando de bicicleta à residência. É claro que ele iria continuar me provocando, eu o irritei ontem.

Continuei o passeio pelos jardins com Liev quando vi Edward se aproximar de mim:

–Está aproveitando o tempo bom com o Magrelo?

–Magrelo?! Está falando do que?

–Estou falando do cachorro, ora. Foi o que apelido que coloquei nele. Ninguém sabia me dizer o nome...

–Ah sim... É o Liev. Phillip era fã de Tolstói.

–Suspeitei desde o princípio. Você está bem?

–Estou. – respondi, olhando para as minhas sapatilhas.

–É que... Eu fiquei bem preocupado quando te ouvi gritar. Ainda mais com o que aconteceu na delegacia.

–Foi só um pesadelo. Não acontece sempre. – Não era sempre que tinha pesadelos com James. Às vezes eu sonho com os meus pais e meu avô e é bem pior.

–Tudo bem... Eu vou voltar à fábrica.

–Vou ficar estudando. Terei provas com os professores de Malborough antes do recesso do colégio.

–Isso é bom. Eu vou indo...

–Certo.

O homem de cabelos avermelhados sorriu e saiu pedalando em sua bicicleta em direção ao portão.

[...]

Após o jantar, eu estava na cama resolvendo alguns dos exercícios do livro de Biologia quando ouvi alguém batendo à porta.

–Entra. – respondi, com os olhos no livro.

–Com licença. – ouvi Edward entrar – Ah, você está estudando? Desculpe-me.

–Não se desculpe. Está tudo bem. O que houve?

–Nada. – afirmou. Edward estava com sacolas nas mãos e parecia se aproximar ainda mais da porta. – Eu achei que estivesse entediada e quisesse assistir algo para se distrair, mas acho que não vim em uma boa hora.

–Não tem problema. Eu posso dar uma pausa. – falei, colocando o livro e o caderno em cima da mesa – Amanhã eu recomeço isso.

–Bom, eu trouxe a primeira temporada de Sherlock e outros filmes, mas é você quem escolhe. – disse, colocando as sacolas na mesa e retirando os Blu-ray de uma delas.

–Sherlock. – foi o que decidi.

–Tudo bem.

Enquanto Edward colocava o disco no aparelho de Blu-ray, eu remexia nas outras sacolas para ver o que tinha.

–Você trouxe sorvete de chocolate belga! É o meu favorito!

–Eu sabia que não tinha errado. – disse, sorrindo.

Edward veio se deitar ao meu lado na cama, de bruços. Enquanto ele comentava dos episódios, eu pensava no que estava fazendo. Estava dando abertura a Edward! Isso era... isso era... eu nem sei o que dizer sobre toda essa situação! Eu não posso confundir as coisas... Nós não fizemos as pazes, Edward só estava sendo gentil comigo depois do que aconteceu. Essa época não era boa para mim. Já tinha completado um ano da morte da minha mãe... Ele só queria ficar por perto.

Depois de assistir aos três episódios do seriado e a metade de Vertigo – Um corpo que cai, Edward tinha dormido na minha cama. Não tive coragem de acordá-lo. Deixei que ele dormisse por lá mesmo.

Nos dias seguintes, Edward sempre conversava comigo. Parece que arrumava situações para tal e em um belo dia, ele me apareceu com dois pares de entradas para assistir a uma versão moderna de Pigmalião na noite seguinte.

–Podemos convidar Alice e Jasper, se quiser. – comentava, empolgado – Será bom para você ver sua amiga.

Estava arrumando meus materiais na biblioteca enquanto Edward tentava me convencer de assistir à peça.

–Ainda tenho de falar com Alice, Edward. Saber da disponibilidade dela...

–Tudo bem. Vou deixar as entradas com você. Se não quiser mesmo, eu as devolvo para o Ben, mas ele ainda deve estar sem ânimo para sair.

–Ainda com dor de cotovelo por causa da Victoria?

–Benjamin tem de entender que a ruiva é avessa a relacionamentos. – respondeu Edward me dando um beijo na bochecha – Eu te vejo mais tarde.

–Eu vou pensar nesse caso.

Edward saiu da biblioteca e eu fiquei olhando para as entradas em cima da mesa. Imediatamente liguei para Alice.

Bom dia, Bella! Há quanto tempo!

–Bom dia, Alice! Eu liguei para saber se você está bem.

Sou eu quem deveria lhe ligar! Izzy, eu vi a notícia no jornal! Aquele canalha está preso finalmente! Emmett me ligou dizendo o que aconteceu, eu disse a ele que iria lhe ver, mas esse ateliê, essa viagem... Eu queria muito que os dias tivessem, pelo menos, 48 horas! Você está bem?

–Sim, eu estou bem. Eu acho. É complicado...

Deve ser ruim mesmo...

–Está ocupada? Se estiver, eu te ligo outra hora.

Eu posso me dar uns cinco minutos de folga.

–Então... Edward tem dois pares de entradas para assistir Pigmalião amanhã à noite. Ele pediu para chamar você e o Jasper. Ele quer que eu me distraia.

E Edward está certíssimo! Depois que se casou, tem saído muito pouco, Izzy. Ficar em casa não é bom. Nós vamos com vocês ao teatro e depois jantamos juntos.

–Tudo bem. Você sabe do endereço do Lyceum?

Sim! Nós nos encontramos lá.

[...]

–A peça foi ótima! – comentou Alice quando estávamos no banheiro do restaurante – E é por que prefiro My Fair Lady.

–É verdade, mas a atriz que interpretava a Eliza Doolittle cantava muito bem. – afirmei.

–Também achei. Eu queria conversar algo com você sobre algo que percebi quando jantamos na casa dos Cullen.

–E o que seria? – O que ela iria perguntar?

–Devo estar imaginando coisas, não sei... Sabe que eu sempre fui sensível a essas coisas... Bom, pelo menos é o que dizem, mas enfim... Você e Edward brigaram ou já estão passando por algum momento ruim no casamento?

–Não! De onde você tirou isso?

–Há de convir de que quando um casal faz comentários daquele tipo na frente dos amigos não quer dizer que está tudo indo às mil maravilhas.

–Foi apenas um momento ruim. Está tudo bem agora. – Não tenho coragem de falar sobre isso naquele momento.

–Assim espero. Sabe que eu peço a Deus todos os dias pela felicidade de vocês. E pelo que vi, Edward está se esforçando bastante para isso.

–Você acha?

–Claro! Só você que é cega e não vê. O que quer que tenha acontecido para vocês brigarem dessa forma, ele está fazendo de tudo para não se separar outra vez. Vamos voltar à mesa?

–Sim!

Alice e eu voltamos à mesa, onde Edward e Jasper conversavam animadamente. Sentei-me ao meu lado e Edward e este segurou a minha mão. Será mesmo verdade o que Alice falou? Edward estava se esforçando para ficar comigo mesmo ou tudo que ele estava fazendo era por conta do que aconteceu?

O pior que toda essa situação estava me afetando e eu não conseguia mais negar para mim mesma: o amor que eu sinto por Edward não mudou.

FIM DO CAPÍTULO 12


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