Amor por Contrato escrita por pandorabox240


Capítulo 18
(II) Cartas na mesa


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas bonitas!Há quanto tempo! Só agora tive tempo de aparecer aqui para vocês. Desculpem a demora... Mesmo terminando a faculdade a psicopata da minha orientadora me fez entrar em congresso em cima de congresso. Isso me faz escrever mais artigos... Mas estou aqui de volta com mais um capítulo para vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/151338/chapter/18

Edward Masen POV

-Espere, espere aí… O que você veio falar comigo? – perguntei a Emmett.

-Eu vim representando lady Isabella Swan, a minha cliente. Como sabe, lady Isabella comprou parte da grife Serenity, que é de propriedade de Alice Brandon.

-Tá, isso eu sei... Vamos logo para o que é de interesse. O que eu tenho a ver com essa história toda?

-A grife precisa de tecidos para iniciar uma produção em larga escala e essa é a solução mais viável e barata que tivemos.

-Certo. Acho que entendi isso. – falei, incrédulo – Mas eu queria que você me respondesse uma pergunta, McCarthy.

-Pergunte.

-Com tantas indústrias que atuam no ramo têxtil do país, por que vieram se interessar logo pela fábrica da minha família?

-Eu desconheço os reais motivos para tal, mas garanto que podemos esclarecer tudo isso quando nos reunirmos para conversar sobre a sociedade.

-Reunião?!

-É, Masen. Vamos marcar reuniões para conversar sobre as clausulas do contrato e prevenir eventuais embates antes de chegarmos a um acordo.

          A maneira como Emmett falou pareceu que ele previa o que iria acontecer nessas reuniões.

-Tá, mas em que horário vamos marcar essas reuniões? Eu só saio do jornal tarde da noite, como pode perceber, e só tenho uma hora para o almoço.

-Bom, podemos marcar a noite mesmo. As senhoritas Alice e Isabella têm horários flexíveis.

    Ou seja: não estão fazendo porra nenhuma.

-À noite? – perguntei, enquanto saímos do estacionamento.

-Exatamente. Eu vou ligar para você quando elas definirem uma data.

-Certo. Lembrei agora que, a partir da próxima semana, o jornal vai contratar mais dois revisores e talvez eu possa vir a ter uma folga no meio da semana.

-Tudo bem. Não deve passar da semana que vem. Fique com o meu contato para avisar dessa folga. – disse, dando-me um cartão.

        Feito isso, Emmett entrou em seu carro, provavelmente o modelo do ano, enquanto eu olhava para a minha bicicleta velha, quase caindo aos pedaços. Droga! Estava voltando para casa e pensava: “O que poderia sair de bom dessa transação”? É evidente que viriam muitas melhorias para mim e para a minha família e muitas pessoas que estavam desempregadas nesse país.

       Poderia dar a minha mãe e as minhas irmãs a vida que elas tanto ansiavam ter de volta. Ah, isso seria ótimo! No entanto, era Bella quem iria resolver todos os meus problemas. Eu havia prometido a mim mesmo que daria um jeito de não vê-la mais, mas ao que parece, o acaso me resolveu pregar uma peça.

      Cheguei a casa e vi Elizabeth e minhas irmãs assistindo a uma soap opera. As três riam com a confusão causada pela esposa adúltera da trama.

-Essa Anita é mesmo uma dissimulada. – dizia Kate.

-Olha só quem chegou! – disse Claire – Sente aqui conosco para assistirmos.

-Ah... Não. Na verdade, eu tenho algo para falar.

-E o que seria, Edward? – perguntou Elizabeth.

-Emmett McCarthy, o advogado do barão Cullen, veio me procurar quando eu estava saindo do trabalho.

-Mas ele foi lhe procurar por causa do empréstimo?

-Não. É outra coisa. Ele também trabalha para lady Swan. Emmett veio me dizer que ela tem interesse em comprar a Masen Textiles.

-Como é? – perguntaram as três em uníssono.

-Eu vou me reunir com ela na semana que vem para saber os rumos desta sociedade.

-Então quer dizer que se ela realmente comprar a fábrica, podemos sair dessa situação? – perguntou Elizabeth.

-Lógico, mãe.

          As três mulheres ficaram mais chocadas do que eu com a notícia. É claro que a notícia causou impacto a todos nós; a possibilidade de voltarmos a ter uma vida boa, nos deixou alegres.

        Na semana seguinte, eu estava indo a primeira de muitas reuniões marcada no The Wolseley. Confesso que estava nervoso e temeroso por ter de reencontrar Isabella e ver Alice e Emmett. Não sabia como iria agir na frente deles, uma vez que todos tiveram problemas no passado. Como seria? Parecia até que eu estava indo para a forca.

      Cheguei ao restaurante, onde falei com o maître d’ que havia pessoas me esperando. O homem me encaminhou até a mesa onde dei de cara com Isabella me encarando. Sabe aqueles efeitos cinematográficos em que tudo se move em câmera lenta? Eu me senti em algo parecido.

      Enquanto ia até a mesa, eu encarava Isabella que fazia o mesmo. Nisso, acabei me lembrando de todos os nossos momentos juntos, desde o dia em que nos conhecemos até o dia que prometi ficar com ela. Isabella sorria para mim com o mesmo sorriso que me dava quando estávamos juntos em minha cama. Não havia mudado nada.  Foi então que aconteceu algo que me fez mudar de opinião.

-Boa tarde, Edward. – disse quando me cumprimentou. Ela não me chamara de senhor como na primeira vez em que nos vimos, mas a forma polida e estudada como falou, me fez perceber que eu não estava falando com a mesma pessoa.

-Boa tarde, lady Swan. – cumprimentei-a, constrangido – Desculpem-me o atraso.

-Ora, vamos deixar dessas formalidades... Eu simplesmente odeio isso. Por favor, sente-se conosco.

-Ah, claro. – sentei-me, ainda constrangido. Tinha a leve impressão de que essa reunião seria looonga... – Boa tarde, Alice. Boa tarde, Emmett.

-Boa tarde, Edward. – respondeu Alice, parecendo simpática.

-Olá, Edward. – o único que parecia sério na reunião. Sabia que não estava com medo à toa.

      Fui pegar a taça com a água que o maître d' e de tão nervoso que estava, acabei entornando a taça e a água caiu nos sapatos de couro do homem.

-Mil desculpas. – foi só o que consegui falar.

       Alice e Isabella não sabiam para onde olhar e Emmett olhava para o teto. Com certeza, para não rir.

-Bem, como é do seu conhecimento, nós marcamos essa reunião para tentar iniciarmos uma sociedade. É claro que, antes disso, nós vamos lhe apresentar uma proposta para a compra da fábrica. Caso não entenda alguma das cláusulas do contrato, o Emmett vai tirar quaisquer dúvidas que surgirem.

-Ah, claro... Isso é bom. – confesso que eu me sentia mais intimidado com aqueles três me encarando...

-Antes dessa parte chata da reunião, eu queria explicar um pouco da situação da Serenity. – começou Alice – Como sabe, a grife é voltada para o público feminino de faixa etária de 15 a 20 anos. Iniciou há pouco tempo e ainda estamos com alguns problemas estruturais, como por exemplo, a distribuição de tecidos para a produção de roupas. Emmett já deve ter explicado a você, Edward, que tentamos ir atrás de distribuidoras de tecidos que aceitassem a nossa oferta.

-Sim.  Emmett me falou deste entrave. Mas qual é o real interesse da Serenity na Masen Textiles além de tecidos? Pelo que sei, há muitas outras fábricas que atuam nessa área.

-Entenda, senhor Masen. – disse Isabella – O nosso orçamento é pouco e a solução mais viável e barata era criar uma sociedade, um vínculo entre as duas empresas. É uma espécie de protocooperação, em que duas partes se ajudam mutuamente, como é chamada na Biologia. Você nos ajuda com a distribuição dos tecidos e o crescimento da Serenity e nós ajudamos a fábrica a se reerguer, ajudando também a situação de sua família.

      O que?! Como ela já sabe? Deixa pra lá... As notícias se espalham rápido mesmo... 

-Tudo bem... Vamos ver esse acordo...

-Ótimo. Sabia que nós iniciaríamos bem. – comentou.

-Bom... Agora vamos à parte chata, como Alice diz. – disse Emmett, colocando uma pasta em cima da mesa e tirando os contratos – Eu vou ler o contrato e qualquer dúvida que surgir, é só me dizerem.

         Por que eu me meti nisso? Deve ser uma espécie de castigo divino... Eu só posso ter jogado pedras na cruz! Aguentar Emmett McCarthy falando de cláusulas e mais cláusulas era horrível! E sempre que eu questionava algo do contrato, parecia que o clima de tensão só aumentava quando Emmett me explicava, já impaciente.

[...]

-Ainda bem que consegui sair daquele inferno... – disse, quando conversava com Vicky em sua casa.

-Deixa de drama, Edward. – comentava.

-Como assim?! Aposto que Emmett estava se segurando para não me matar e não sei como Isabella não fez o mesmo!

-Por que ela quer que a sociedade entre vocês dê certo! Pensa por um lado bom, Edward, com a grana que vai receber dessa transação, poderá arrumar a situação da sua família.

-É a única coisa que me faz continuar indo à próxima reunião com eles.

-Achei que já tivesse resolvido.

-Ainda não. Vão refazer o contrato até a semana que vem. Se houver mais alguma cláusula que não estiver em acordo entre ambas as partes, será refeito novamente.

-Bom, espero que dê certo.

        Na semana seguinte, estávamos reunidos novamente no mesmo restaurante. Dessa vez, em uma área mais reservada do local. Emmett nos mostrava, em seu notebook, as planilhas com as porcentagens de lucros da sociedade, bem como os gastos com a reforma, a contratação de pessoal, a compra de máquinas novas...

-Como podem ver, somando tudo, os gastos com a reforma ficaram em 300 mil libras. – falou Emmett.

-Está bom assim. – comentei.

Emmett havia feito uma pesquisa de preços sobre o que precisaríamos comprar e já havia acertado quanto pagaria pela parte de Isabella e Alice na fábrica. 50% das ações por 500 mil libras. Com esse dinheiro, eu poderia ter toda a minha vida de volta.

-Então quer dizer que nós somos sócios a partir de agora? – perguntou Isabella.

-Sim, sócia. – respondi, sorrindo.

Depois de muita conversa, a situação entre nós parecia ter se amenizado. Eu conseguia conversar mais sobre outras coisas com Emmett e as mulheres.

-E quando os trabalhos serão iniciados? – perguntou Alice.

-A partir do mês que vem.  – respondeu Emmett.

-Hum, isso é ótimo! Podemos fazer uma festa de inauguração! – comentou, entusiasmada.

-Alice, menos... – comentou Isabella – Não é o momento para festas.

-Eu sei, mas poderíamos fazer uma pequena reunião, convidando apenas 300 pessoas. Só isso!

-Por mim, não há problema. – comentei – Isso pode ser bom para a publicidade.

-Graças a Deus e a São Jorge! Alguém aqui fala a minha língua! Não percebem o que Edward falou? Pode ser bom para a publicidade! Pensem bem!

-Vamos pensar nisso, Alix... Mas não agora. – comentou Isabella – É uma boa ideia mesmo.

-É, vendo por esse lado... Vamos começar a pensar nisso também. – afirmou Emmett – Bom, eu tenho de voltar logo para o escritório.

-Tudo bem... Alice e eu vamos ver a quantas anda o ateliê da Serenity.

-Tudo bem. Foi bom fechar negócios com vocês. – disse, cumprimentando os três.

   Alice, Emmett e Isabella saíram do restaurante. Resolvi telefonar para Elizabeth.

-Mãe, pega as meninas no colégio e vem pro The Wolseley. Nós vamos almoçar fora hoje.

-Mas por quê?

-Hoje vamos comemorar!

[...]

Em duas semanas, havíamos alugado uma sala para as reuniões em um prédio comercial perto do ateliê da Serenity. Melhor do que termos de reservar mesas em restaurantes pela cidade.

Naquele dia, as garotas organizavam a festa para comemorar a sociedade feita, enquanto eu olhava os perfis dos currículos mandados para compor os setores administrativos da fábrica.

-Podemos realizar essa festa num espaço maior, Bella. – comentava Alice – O palácio de seu avô em Surrey é uma ótima opção.

-Pode ser, mas eu só estive lá uma vez com Phillip. Não sei se será bom fazer algum tipo de comemoração lá.

Ela devia sentir a falta do avô então resolvi dar a minha opinião depois de horas calado.

-Pode ser em qualquer lugar. Podemos alugar um espaço. Ou até mesmo na fábrica quando estiver reformada.

-Não acho que a fábrica seja uma boa ideia. O aluguel de um espaço é uma boa ideia também, mas Emmett vai querer baixar os custos. Acredito que o palácio em Surrey seja uma melhor opção.

-É, tem razão... Lá em Surrey deve ser muito bonito.

   Isabella sorriu para mim e disse:

-E é sim! Tem um grande salão de festas e os jardins são iluminados, já até imagino como vai ser a festa!

-E como não vi isso? – perguntou Alice.

-Por que você estava viajando na época. Foi quando comecei a morar com Phillip.

-Ah, entendi...

-Quero muito conhecer!

-Claro que vai!

Eu olhava para as duas, demorando mais em Isabella, que me encarava, sorrindo. Faz tempo que não via aquele sorriso. Confesso que tinha saudades de ver aquele sorriso... Confesso também que me vi apaixonado novamente por Isabella.

-Parece uma coisa... – dizia, quando caminhava com Ben – É como se aquela garota tivesse o poder de me enfeitiçar, sei lá...

-Ou... Eu diria algo mais pornográfico, mas o horário não me permite.

Estávamos andando por Notting Hill em um sábado de manhã. Havia acordado cedo e combinamos de nos encontrar com Vicky em uma delicatessen próxima.

-O que você iria dizer? – perguntei.

-Deixa pra lá... Melhor nem falar.

-Tudo bem, isso não me importa... O que importa é que me deu vontade de tentar falar algo para ela novamente, sabe? A maneira com a que ela fala comigo, como ela sorri... Eu quero tentar algo.

-Pois vá em frente e não vá reclamar depois.

-Isso não vai acontecer...

    Estávamos indo atravessar uma rua quando Ben comentou:

-Olha só que gata!

-O que?

-Olha ali!

Quando me deparei com a mulher que Ben havia olhado, era nada mais nada menos que Isabella Swan acompanhada por quatro seguranças, vestindo apenas um top e um legging pretos, que ressaltavam ainda mais suas curvas. Mas para onde ela ia vestida daquele jeito?

-Bella?!

-O que? Aquela ali é a Isabella Swan?! Minha Nossa! Hey, cara... Mil perdões! Não sabia que era a mulher alheia...

-Para onde será que ela vai? – perguntei, atravessando a rua.

-Hey, Edward... A delicatessen é para o lado de cá!

Corri até ela, que me reconheceu. Os seguranças já estavam a postos para manter-me afastado dela, quando Isabella sinalizou a um deles que estava tudo bem.

-Bom dia, Edward! – cumprimentou, sorrindo.

-Bom dia, Isabella! Como está?

-Porra, cara! Da próxima vez que correr é para me esperar, seu traste! – gritou Ben, cansado – Nossa, me desculpe pelo vocabulário. Bom dia!

-Bom dia! Você é o...

-Benjamin Hardy. Eu estive no lançamento da Serenity fazendo a cobertura do evento.

Não estava gostando da maneira como Ben falava com ela.

-Ah sim... – disse, sorrindo – Foi bom te ver, Edward. Não posso me demorar muito. Tenho aula de muay thai agora em poucos minutos.

-Ah, boa aula. – foi somente o que pude dizer.

Imaginar Isabella sendo instruída por um homem como dar golpes capazes de derrubar outra pessoa, me deixou raivoso.

-Até mais!

-Até...

Isabella continuou a sua caminhada, enquanto eu a seguia com o olhar.

-Preciso praticar muay thai. – disse, sem tirar os olhos de Isabella que dobrava a esquina.

-Até já sei o motivo... – disse Ben, demonstrando enfado – Vamos logo que Vicky deve estar nos esperando há tempos.

-Eu pareci um mongoloide falando com ela... – comentei enquanto íamos à delicatessen.

-Eu percebi.

-E por que não me falou nada?

-E perder a graça do momento? Deveria ter filmado e jogado no Facebook.

Fiz uma careta para Ben e continuamos a andar até a delicatessen, onde Vicky nos esperava em uma mesa do lado de fora.

-Onde vocês estavam? – perguntou quando fomos falar com ela – Tricotando e falando da vida alheia?

-O Edward se perdeu no caminho quando viu a Swan com roupas justas. – respondeu Ben, rindo.

-Tinha que falar...

-Isso aconteceu mesmo? – perguntou Vicky.

-Aconteceu. – respondi, enquanto olhava o cardápio.

-Logo vi...

-E ainda ficou falando feito um retardado... – Ben gargalhava ainda mais.

-Ah, para Ben! – Vicky reclamou - Edward está apaixonado de novo.

-É isso aí mesmo!

-E vai começar tudo de novo... – comentou – Já estou prevendo tudo...

-Pois é...

[...]

Alguns dias depois, as reformas na fábrica já haviam se iniciado e maioria dos cargos dos setores administrativos estavam ocupados. A ideia de se realizar uma festa para comemorar a sociedade saíra do papel e contratamos também um assessor para lidar com essas questões de imprensa e eventos da empresa. Tudo para dividir ainda mais o trabalho que se iniciava.

No dia da tal comemoração, eu levava Elizabeth e minhas irmãs a Surrey para onde seria realizada a festa.

-Então quer dizer mesmo Lady Swan vem de família humilde? – perguntou Elizabeth.

-Por parte de mãe, sim. – respondi.

-Então ela era plebeia?

-A mãe dela foi empregada dos Cullen e... Por qual motivo saber disso? Não importa.

-É, mãe, não importa. – disse Cathy – Não vê a futura noiva do príncipe de Gales? Uma plebeia em que, um dia desses, estava dançando totalmente embriagada em uma boate! Além disso, Lady Swan deve ser uma pessoa encantadora... Não é, Edward? Você não a conhece tão bem?

Era evidente que Kate me perguntava isso para saber mais do que não contei no dia do lançamento da Serenity, mas eu não iria falar nada sobre o assunto.

-Sim, já falei com ela várias vezes durante as reuniões, se é o que quer saber. – respondi, para por fim à conversa.

-Ah, sei... - comentou descrente.

-Olha, que bonito! – exclamou Claire – Já estamos quase perto do palácio!

-É muito bonito mesmo! É do século 18! – comentava Elizabeth, enquanto entravamos na rua que dava acesso à imponente construção – Os Swan sempre tiveram bom gosto.

Passamos pelo portão principal da residência, onde desde a entrada, a tecnologia fazia um contraste com a construção antiga. Dava para notar inúmeros carros estacionados pela entrada do palácio. Eu deveria ter acreditado que Alice convidaria muitas pessoas para a comemoração.

Chegamos ao hall da residência, onde já se podia ver o salão de festas apinhado de gente. Fui com a minha família até o salão e percorri o local com os olhos, atrás de certa pessoa de olhos chocolate.

-Se está mesmo atrás dela – falou Catherine ao meu ouvido – Lady Swan está bem ali com o que parece ser o primo dela.

-O que disse? – perguntei.

-Quem você quer ver está bem ali. – respondeu, fazendo um sinal com a cabeça.

Pude ver Isabella conversando entediada com Michael Newton. Parecia que ela tentava, a todo custo, se afastar dele, mas ele sempre arrumava um jeito de mantê-la ao seu lado. Foi quando ela me pegou, observando-a e sorriu para mim.

Isabella Swan POV

-Tem certeza de que isto dará certo, Bella? – perguntava Alice, angustiada.

-É claro que vai. Confie em mim. – garanti.

-Ele está atrasado. – dizia Emmett.

-Só alguns minutos. – comentei – Ele virá.

-Está entrando no restaurante neste exato momento. – comentou Alice.

-Onde?

Foi então que eu o vi. Mais lindo e mais charmoso do que antes. Aquele sorriso torto que ele sempre lançava quando estávamos juntos. E, de repente, lembrei-me de um passado não muito distante. Um passado em que sempre dava um jeito de vê-lo escondida, para ficarmos em seu apartamento, assistindo filmes ou qualquer outra coisa na televisão, conversando sobre qualquer assunto ou fazendo amor.

Enquanto Edward se encaminhava até a mesa, me lembrei das coisas bonitas que ele me dizia e o quanto fui ingênua em acreditar. Edward Masen deveria saber que eu não era a mesma garota crédula de antes. Cumprimentei-o da mesma maneira que cumprimentava os membros da família do meu avô, os políticos que atuaram no mesmo mandato em que Phillip e outros nobres que eu obrigada a tratar de forma cortês.

Vi-o piscar os olhos várias vezes, surpreso. É... Com certeza não estava preparado para isso. Pareceu constrangido ao me cumprimentar e pediu desculpas pelo atraso.

-Ora, vamos deixar dessas formalidades... Eu simplesmente odeio isso. Por favor, sente-se conosco. – falei, polida. Será que ele estava com medo de mim? Chamou-me de Lady Swan!

No início da reunião, Alice explicou a Edward a situação da grife e os motivos de iniciarmos a sociedade com a Masen Textiles. Ela estava se saindo bem ao falar com Edward, mas ele parecia ainda mais nervoso. Entornou toda a água nos sapatos do maître, de tão apreensivo que estava. E Emmett só tornava a situação pior pela maneira com que tratava Masen.

Já estava começando a me arrepender de ter tido essa ideia. A cada cláusula do contrato que Edward lia mais questionamentos apareciam e mais a tensão se tornava mais palpável...

-Bem que poderíamos ter sido mais educados, não é Emmett? – comentei, enquanto saímos do restaurante.

-Izzy não me vem com essa conversa que eu sei que a sua verdadeira vontade era a de praticar o que você vem aprendido nas suas aulas de muay thai! – replicou.

-Mas pelo menos eu não estava fuzilando o nosso futuro sócio com os olhos! – respondi, colocando as mãos na cintura e encarando-o com raiva.

-Meus queridos, fofinhos... Vamos parar com essa briga! – gritou Alice.

-Como é?! – Emmett e eu perguntamos em uníssono.

-Prestem atenção. Em primeiro lugar se vocês continuarem brigando desse jeito o contrato não sai do canto.  Em segundo lugar, Emmett, esquece o que aconteceu e vamos tratar de negócios realmente! Eu preciso do dinheiro para fazer de Serenity um sucesso. Como vamos entrar em um acordo com o Masen e iniciar os trabalhos se a sua maior vontade era a de matá-lo?

-Mas Alice, tente entender...

-Emmett, quem vive de passado é curador de museu. Eu sei que todos nós tivemos problemas, mas precisamos resolver isso, entendam! Alô! Na próxima reunião, vamos ver esse contrato com mais calma. Até lá estará revisado. Pode até ser que a sociedade seja então firmada no próximo encontro se tudo correr bem.

-Tudo bem, Alice... Vou dar os meus jeitos. – falou Emmett – Jasper realmente fez uma ótima escolha.

-Obrigada. – disse Alice, sorrindo – E isso vale para você também, Bella. Eu vi que você quase riu quando Edward derramou a água.

-Deixe de invenção... Nem percebi quando isso aconteceu.

-Mas que você ia rindo, ia... – comentou Emmett.

-Seus mentirosos! Não foi nada disso. Agora falando sério...  O que deixamos pendente para a próxima reunião?

-Revisar o contrato e refazer algumas cláusulas e elaborar planilhas. – respondeu Alice – Essa parte chata fica com o Emmett.

 Emmett fez uma careta para Alice.

-Tudo bem... Eu mando por e-mail para vocês olharem. Agora eu vou para casa. Tenho várias coisas para fazer ainda. Até mais, senhoritas!

 Despedimo-nos de Emmett e fui com Alice até o apartamento dela. Enquanto íamos até Notting Hill, Alice veio me falar:

-Bella, esqueci-me de lhe perguntar antes...

-O que?

-O que sentiu quando viu Edward novamente?

-Como é?! – perguntei, assustada.

-Pergunto se ficou abalada, nervosa, triste... Ou nenhum nem outro?

E agora? O que eu iria responder?

-Nenhum nem outro Alice. De onde você tirou essa? A única coisa que quero tratar com Edward Masen é esta sociedade.

-Mas sabe que percebo coisas...

-Tipo o que? – perguntei. Onde ela queria chegar com isso?

-Eu vi como ele te olhava... Se não achasse que ele é um tremendo de um canalha, diria que ele se mostrou mesmo interessado em você.

-Logo você Alice? Vai se enganar por um homem que tem aparência angelical, mas na verdade é o diabo?

-Só achei que...

-Não é verdade!

Era evidente que não era. Alice não se lembrava do que acontecera no ano passado? Acredito que não. Eu não iria conversar com Edward sobre outra coisa senão a fábrica.

-Se você acha isso... – comentou.

Alice e eu conversamos durante o tempo em que fiquei lá. Logo depois, Jasper apareceu e se juntou a nossa conversa. Resolvi ir para casa para deixar o casal matando as saudades. Jasper havia viajado, tendo passado muitos dias fora. Tinham mais que ficarem juntos mesmo que Jasper tenha me convidado para jantarmos em um restaurante japonês.

-Vai ser divertido, Bella! – dizia Alice – Vamos!

-E aguentar o sentimentalismo de vocês enquanto como sushi? – perguntei, enfadada – Não mesmo!

-Bella, não vamos fazer nada disso... – comentou Jasper – Vem jantar conosco.

-Não. Precisam de um momento apenas para vocês. Além disso, tenho de continuar a ler Madame Bovary para as minhas aulas de francês.

-Pode ler depois... – disse Alice, tentando me convencer.

-Sabe como é a minha professora...

-Sei... – falou Alice, incrédula.

-Já vou indo. Tchau, Alice! Tchau, Jasper! – disse, abraçando os dois.

O casal ainda tentou me convencer de ir com eles, mas logo dei um jeito de ir para casa. Quando cheguei a minha casa em Notting Hill, pedi que Zafrina fosse descansar e fiz eu mesma o próprio jantar. Depois, tomei um banho, peguei qualquer pijama no meu closet e peguei o livro no criado-mudo. Onde estava a coragem para ler depois de um dia como aquele? Ainda não havia chegado nem à metade do livro! Liguei o aparelho de som e comecei a ouvir James Blunt enquanto lia o livro na cama.

Estava me entediando com a rotina entediante de Emma Bovary e passei a me lembrar do que havia acontecido naquele dia e da rápida conversa que tive com Alice. Não acreditava que Alice pudesse mesmo acreditar que Edward Masen poderia sentir realmente alguma coisa por mim. Não mesmo... Não depois do que ele me fez.

De repente, o aparelho de som trocou o CD que estava tocando e a voz de uma cantora que estava embalando as dores de cotovelo de todas as mulheres recentemente.

- C'était juste ce dont j'avais besoin! Je suis désolé, madame Herveaux, aujourd'hui, c'est pas mon jour[1] .  - disse, desligando o aparelho de som.

Enrolei-me nas cobertas, arrumei os travesseiros e tentei dormir. Seria difícil...

[...]

Na semana seguinte, nós havíamos entrado em um acordo com Edward. Tudo havia se acertado de forma amigável e todos concordaram com a quantia a ser paga para o início do projeto. Estávamos nos falando de forma mais tranquila, depois de termos conversado sobre o contrato sem o clima tenso que rondava a reunião anterior.

Para não termos que nos encontrar sempre em restaurantes para tratar dos assuntos da fábrica, decidimos alugar uma sala em um prédio comercial perto do ateliê da Serenity. Estava comentando com Alice como e onde seria a festa em comemoração a sociedade feita. A ideia havia sido dela... Alice que me ajudasse então.

Enquanto conversava com Alice, pude perceber que Edward que nos observava. Daria uma libra para saber o que ele estava pensando. Aposto que Alice já percebia algo; ela era expert nisso.

-Quero lhe contar algo que constatei hoje. – Alice falou enquanto íamos até o ateliê.

-Poupe a sua fala, Alice. – pedi – Acredito que já sei o que vai falar.

-Intuição?

-Não, a situação em que nos encontrávamos me fez perceber também.

-Hum... Foi o que imaginei. Mas o que acha? Não concorda comigo?

-Não sei... Na minha humilde opinião, Alice, mas ainda não acredito nisso. Não quero confundir uma coisa com outra.

-É verdade...

-Além disso, não se lembra do que ele me fez?

-Sim... Eu me lembrava disso, mas eu tenho a tendência a pensar positivo. Devo começar a considerar isso como um grande defeito.

-Tudo bem... Eu entendi...

Chegamos ao ateliê e o celular de Alice tocou. Fiquei olhando para as costureiras trabalhando em suas máquinas de costura, enquanto Alice tentava procurar o celular dentro da bolsa.

-Hoje é mesmo o dia de revirar o baú. – disse, olhando o visor do celular.

-Por quê?

-Oi, Rose! Tudo bem? Não, eu estou aqui no ateliê com a Isabella.

Eu deveria ter adivinhado quem era.

-Almoçar fora? Claro que sim! Isabella e eu vamos almoçar com você! Precisamos relaxar um pouco.

Arregalei os olhos por conta do que Alix acabara de dizer. Almoçar com Rosalie e conversar sobre assuntos banais? Nem pensar!

-Tem ideia do que fez, Alice? – perguntei.

-O que eu fiz?

-Disse para a Rosalie que iríamos almoçar com ela! Não tem condições!

-Eu sei, mas ela tem vontade de retomar a amizade... As amigas que ela tinha antes, não falam mais com ela.

-Que seja! Eu vou para casa! Tenho aula de Matemática e Língua Inglesa hoje.

-Bella...

-Alice, eu ainda não tenho vontade de vê-la novamente. Desculpe-me por isso, eu não quero ir... Vão vocês duas.

-Tudo bem.

-Eu já tenho de ir. Até mais!

-Até!

Saí do ateliê, disposta a me ocupar com as aulas em casa. Porém, quanto mais eu tentava prestar atenção na explicação do professor, mais eu me distraía com o que havia acontecido.

-Desse jeito não irá aprender nada sobre elipses, Lady Swan. – falou o senhor Price, o professor que me dava aulas de Matemática.

-Desculpe-me... Estou com a mente em outro lugar. Podemos recomeçar?

-Tudo bem... Vamos fazer isso pela terceira vez. – a maneira com que ele falou me fez rir – A elipse é o conjunto de pontos do plano cuja soma das distâncias a dois pontos fixos, que são chamados de focos...

[...]

Em uma manhã de sábado, estava indo com os meus seguranças para as minhas aulas de muay thai. Enquanto escolhia músicas no meu iPod, pude ouvir alguém gritar por mim. Quando me virei para ver quem era, vi Edward correndo em minha direção.

Um dos seguranças já estava a postos para afastá-lo, porém falei:

-Está tudo bem, David. Eu o conheço.

Edward sorriu para mim e retribuí. Incrível como aquele homem ficava bonito até mesmo vestido casualmente. Ele tirou os óculos wayfarer que usava e me cumprimentou. Logo depois, chegou um homem correndo. Era o mesmo que vi na festa de lançamento da Serenity. Era engraçada a maneira como ele falava com Edward; percebia-se que os dois eram amigos há tempos.

O homem que acompanhava Edward se apresentou para mim como Benjamin Hardy. Percebi que Edward me encarava, colérico. Será pelo modo que o amigo dele falava comigo? Espera aí! Ele tinha ciúmes pelo fato de o amigo dele estar falando comigo? Era só o que me faltava!

Logo depois, me despedi e segui para a academia onde tinha aulas de muay thai. Ainda pude sentir os olhos verdes esmeralda de Edward cravados em mim enquanto dobrava a rua. Minha Nossa!

[...]

Dias se passaram e logo chegou o mês de junho. Londres estava mais fria naquela época, chegando a chover quase todos os dias. Os preparativos para a comemoração da sociedade realizada entre Serenity e Masen Textiles já haviam se iniciado, e para tal, fez-se necessária a contratação de um assessor para cuidar dos eventos e das relações com a imprensa. Assim, eu permanecia com menos preocupações e minha rotina normal.

No dia, Alice e eu estávamos em um salão em Londres arrumando os cabelos para a comemoração. Eu estava animada com o evento; esperava que tudo corresse bem.

-Os Cullen confirmaram a ida deles a reunião. – falou Alice, enquanto a cabeleireira aparava as pontas dos seus cabelos curtos – Falei com Esme e Rose mais cedo.

-É sério?! – perguntei, enquanto esperava para ter meus cabelos escovados.

-Sim, Rose quer mostrar que está bem. Acredita que ela está praticando tênis?

-Não sabia.

-É, arrumou uma forma de ocupar a mente com alguma coisa. É melhor do que nada.

Então quer dizer que os Cullen estariam em uma festa na minha propriedade mesmo depois do que aconteceu naquele fatídico jantar em que Emmett e Jasper riram? Quero só ver o que vai acontecer...

-É, tem razão...

A noite chegou e a reunião havia começado. Alice e eu estávamos cumprimentando todos os convidados. Até mesmo os meus primos queridos, Michael Newton e a mãe dele, Charlotte. Alice e Jasper estavam do meu lado conversando com os meus parentes. Mas não sei o que era pior: Charlotte tentando se fazer de amiga ou Mike tentando me flertar com comentários ridículos?

-Não faz ideia de como ainda me lembro daquele beijo. – dizia.

-É sinal de que você tem a memória muito boa e que não vai sofrer de mal de Alzheimer na velhice. – retruquei, já entediada. Alice, Jasper e a minha prima haviam me deixado sozinha com esse indivíduo inconveniente.

-Isabella, você falando assim me deixa mal...

-Claro! Nunca ouvi tanta asneira na minha vida... Já disse para você usar essas cantadas do tempo que a minha bisavó usava combinação com outras mulheres e não eu!

-Isabella, mas o que eu posso fazer? Você é diferente... Não sei realmente o que falar com você.

-Então vá atrás de outra pessoa, por que eu não quero você perto de mim!

Afastei-me de Michael e vi Edward e sua família. A irmã mais velha dele falava algo ao ouvido que parecia irritá-lo e esta ria mais ainda da situação. A mãe e a outra irmã observavam a tudo, deslumbradas. E então Edward me encarou e sorri para ele. Aproveitei um momento de distração de Michael e fui até os Masen.

-Boa noite, sejam bem-vindos a minha casa. – cumprimentei-os educadamente – Senhora baronesa, senhoritas, senhor Masen.

-Boa noite, Lady Swan.  – falou a mãe de Edward – Sua residência é mesmo maravilhosa, senhorita Isabella.

-Obrigada, senhora baronesa. É ótimo contar com a presença de vocês em minha casa.

-Nós é que agradecemos pelo convite, Isabella. – falou Edward, dando aquele sorriso torto.

-Que gentileza sua... Por favor, me acompanhem. – disse, encaminhando-os pelo salão.

-Lady Swan, no caminho para cá, estávamos comentando que, além de ser uma pessoa muito elegante, você é também uma pessoa adorável. – comentou a irmã mais velha de Edward.

-Falaram isso? – Será mesmo que falaram? Não acredito nenhum pouco.

-Sim. Edward estava falando sobre isso conosco hoje. – respondeu Claire, a mais nova.

Vi Edward lançar um olhar furioso para a irmã, que ria divertida. Olhei para os dois, sorrindo. Edward percebeu e pareceu encabulado.

-É mesmo? Edward é mesmo um cavalheiro. – comentei.

Antes que Edward viesse a falar algo, Alice reapareceu trazendo Jasper a tiracolo.

-Edward! – dizia – Achei que não viria! Lembra-se de Edward, Jasper?

-Claro que lembro. Tínhamos aulas de História Inglesa com o mesmo professor. Como vai?

-Eu vou bem, obrigado. Queira conhecer minha mãe e minhas irmãs... Mãe, ainda se lembra de Jasper Whitlock? Estas são Catherine e Claire, minhas irmãs...

A conversa entre eles transcorria de forma agradável. Era incrível a capacidade do casal Allie/Jazz se dar bem com as pessoas. Alice e Jasper falavam com os Masen sobre quaisquer tipos de assuntos, enquanto tocava músicas em estilo lounge no ambiente. Eu estava me sentindo bem ao lado deles até que...

-Olha só quem chegou! – comentou Alice – Rosalie e os pais dela.

Percebi que Edward começou a ficar tenso. Medo de se reencontrar com a ex-noiva? Mas por quê? Não foi ela quem o abandonou? Deve haver algo mais nessa história toda.

-Boa noite, senhor Carlisle e senhora Esme. Boa noite, Rosalie. – disse, quando fui cumprimentá-los – É um prazer tê-los aqui em minha casa.

-Boa noite, Isabella. – disse Carlisle – A decoração da festa está magnífica.

-Agradeço a gentileza, senhor barão. Por favor, me acompanhem. Esme, a senhora está belíssima. Como sempre, é claro.

-Isabella, você é mesmo um doce de pessoa. – disse – Você está mesmo deslumbrante, querida!

-Não foi nada. – afirmei – Rosalie, esse seu vestido está lindo.

Não era como tentar retomar a amizade com Rosalie e sim, uma forma de tentar ser agradável com os convidados, mesmo que a minha maior vontade era a de esganá-la.

-Ah, obrigada. É de uma grife que está começando agora, a Serenity. Conhece?

-Ah, claro! – respondi, rindo.

Levei os Cullen para falar com Alice e Jasper; Edward já havia se afastado com a família. Deve ter alegado qualquer desculpa para não ter de falar com Rosalie e a família. Não entendo o motivo. Ele poderia fingir educação para os Cullen, como estou fazendo. Aliás, como todos fazem. Por acaso ele esqueceu que Alice mandou chamar a imprensa? Daqui a pouco irão especular sobre isso nos jornais.

No entanto, vi o senhor Cullen dar um breve aceno para os Masen, que logo retribuíram. De repente, pude ver Emmett chegando ao salão com sua família. Ele sorriu para Alice e eu quando conversávamos com Rosalie.

Olhei para Rosalie e vi que ela olhava para todos os lados, menos para Emmett. Seria vergonha?

-Emmett, querido! – disse, abraçando-o – Até pensei que não viria!

-Acha mesmo que perderia isso, Izzy?

 -Claro que não! Boa noite, senhor Neil! Boa noite, senhora Georgina!

Fiquei conversando com Emmett e os pais dele sobre qualquer coisa. Percebi que Rosalie nos encarava sempre e parecia não gostar muito de seu ex-amante casual se divertir mais comigo. Do outro lado do salão, via Edward conversando com outras pessoas e me encarando. Vai entender essa gente...

Logo depois, Alice, Edward e eu proferimos um discurso pela formação da sociedade, bem como o compromisso de gerar mais empregos e renda, e todos aqueles valores sobre empreendedorismo. Após o discurso, nós três posamos para os fotógrafos dos jornais que havíamos convidado para a reunião.

Alice adorava a exposição, enquanto que Edward e eu ficávamos sem saber como agir.

-Chega de fotos minhas! – dizia para os fotógrafos – Tirem fotos de Isabella e de Edward. Eles ficam bem juntos!

O que Alice pretendia com isso?

-Ah, por mim tudo bem... – afirmei – Se você não se importar, Edward...

-Não há problema nenhum.

Edward fechou mais a distância entre nós e os fotógrafos se posicionaram para nos fotografar. Olhei para Alice que observava tudo, divertida. Não sei se era a minha imaginação pregando peças, mas pude perceber que Edward sempre dava um jeito de me olhar por mais tempo ou roçar os dedos nas minhas costas e na minha cintura.

O que ele pretendia com isso? Será que as observações de Alice eram mesmo verdadeiras ou Edward queria apenas me sacanear? Confesso que eu queria me deixar ser hipnotizada por aqueles olhos verde-esmeralda novamente.

FIM DO CAPÍTULO 4

[1] Trad.: Isso era só o que me faltava! Eu sinto muito, senhora Herveaux, hoje não é o meu dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!