Little Princess Ii escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 7
Lobos


Notas iniciais do capítulo

Bom, viram a capinha nova? Foi uma leitora queridíssima, Aline Swan, que fez pra mim. Por esse motivo, esse capítulo é dedicado à ela.

Espero que goste tanto quanto eu gostei de escrevê-lo, Aline. Aliás, espero que todos gostem =D

Beijos, Emmy



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Capítulo 7 – Lobos

Pov's Bella:

         Voltar para a escola na quinta-feira foi uma coisa boa e uma coisa ruim. Foi bom principalmente, pois eu gostava de ser normal – ou pelo menos fingir ser. Ir com meus amigos, rir com eles, conversar com eles e ter o máximo de normalidade que eu conseguiria extrair dessa experiência na Terra.

         Foi ruim porque Edward Cullen não estava lá.

         Não me entenda mal, não estou viciada nele – longe disso. Claro que ele é lindo e tem um corpo de Adônis, e também parece absurdamente charmoso, e... Foco, Bella, foco! Você é a Princesa do Sol, não pode gostar de um vampiro.

         Acho que estava, na realidade, interessada em todos os Cullen. O que eles tinham haver com Isab... Bella Swan, ou Cullen? Por que os olhos dourados? Mas, por mais que odiasse admitir, eu estava interessada mesmo, mesmo é na reação de Edward ao eu sentar-me ao seu lado em biologia.

         Claro que ele estava com sede, porém ignorou todos os seus instintos, obviamente, se não pulou e matou a mim. E também nem mesmo chegou perto de minha casa para me matar a noite ou algo que um vampiro normal faria com uma humana com cheiro particularmente bom.

         Ou talvez ele suspeitasse quem eu era. A possibilidade me deixava ansiosa, mas podia ser. Os vampiros que sabem quem eu de fato sou não ousam tomar uma gota do meu sangue, não se não querem ser incinerados até a morte. Uma vez que se prova do meu sangue não tem volta.

         Mas... Mas os demais Cullen não pareciam ter a mínima idéia de quem eu era, Bella, a Princesa do Sol. Isso era bom.

         No almoço, sexta-feira, eu bem tinha pensado em sugerir que contássemos aos Cullen o que éramos de verdade. Entretanto, abstive-me de qualquer comentário ou sugestão. Ora, se os Cullen não tinham desafiado a mim e meus amigos, por que deveríamos incomodá-los? Eu tinha vindo aqui com o objetivo de achar aliados, não matar inimigos.

         E – nesse redemoinho de emoções que me impedia de saber por que – eu não queria matá-los.

         Sábado veio rápido, para minha felicidade.

         Eu, Ben, Ang e Lucy iríamos treinar em uma parte da floresta que meu padrinho tinha achado durante sua corrida. Como eu não treinava há algum tempo, a coisa pareceu boa para mim.

         Como não teríamos que ir a qualquer lugar com humanos normais, vesti um short curto preto, uma regata branca e tênis Nike. Enquanto cantarolava em frente ao espelho prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto.

         Olhei contente o resultado. Eu nunca, mas nunca, poderia treinar com essas roupas no Sol. Quero dizer, podia, até fazer dez onze anos e só conseguir usar longos vestidos e salto alto. Bom, era tudo muito lindo, sim, mas... Mas todo mundo gosta de usar algo no mínimo normal de vez em quando, certo?

         Ang novamente cozinhou panquecas com chocolate derretido maravilhosamente bem – eu poderia viver eternamente com isso. Lucy estava tão animada que quase derrubou a jarra de suco de laranja – desculpou-se mil vezes dizendo que faria uma laranjeira em miniatura crescer num vaso (vantagem de Fada do Bosque vá entender).

         Quando estávamos todos prontos, Ben transformou-se e pediu com o olhar para segui-lo. Cada um tinha seu meio. Lucy não era muito rápida, levando em conta sua espécie, então fez com que – imaginem só – a terra sob seus pés mexesse, impulsionando-a para frente quase tão rápido quanto o "leopardo tamanho família na nossa frente".

         Angela era uma Bruxa, ou seja, poderia simplesmente se teletransportar para o lugar, mas como não sabia, fez à moda antiga: vassoura voadora. Eu sei: clichê. Mas, ei, Bruxas são do tempo da Criação – e se quer saber, vassouras são muito rápidas e divertidas.

         Eu poderia usar uma vassoura tanto quanto Ang usa, afinal, também sou parte Bruxa (Vassouras mágicas só correspondem à Bruxos e Bruxas. Se você colocar um Transformo lá a vassoura provavelmente bateria nele, sem brincadeira).

         Mas eu gostava de correr. A velocidade era uma das minhas paixões. Como eu possuo o Sangue Real do Sol, não sou humana, óbvio. Meu corpo foi "projetado" para suportar as mais altas temperaturas, as mais baixas, o mais forte impacto, para ouvir coisas a distância, para correr como nunca.

         Obvia e infelizmente, não sou tão rápida quanto um vampiro poderia ser – sinceramente e por mais que doa admitir, nenhuma espécie na Lua ou no Sol é tão rápida quanto os vampiros. No entanto, minha própria velocidade era agradável e eu a amava.

         Corremos por alguns minutos de agradável silêncio até chegarmos a uma clareira grande. Ouvi o som de um riacho próximo e sorri – mais tarde eu poderia usar magia e jogar Ben lá (cruel).

         Lucy "acalmou" a terra e foi parando aos poucos do meu lado. Angela desceu de sua vassoura, fazendo-a sumir com um simples aceno de mão. Eu ri quando vi que Ben queria falar, mas em sua forma de animal nenhuma palavra escaparia de sua boca, a não ser rugidos de leopardo, claro.

         Todas rimos e Angela estalou os dedos, fazendo com que os pensamentos de Ben se transformassem em legendas. É uma pena que não possamos fazer isso na frente dos humanos para saber o que eles pensam, seria divertido, como seria.

- Incrível, me sinto uma aberração com legendas flutuando na minha frente Ben "falou".

         Quando li aquilo lhe lancei um olhar divertido a ele: - Como se não fizéssemos isso sempre que você se transforma.

- E como se toda vez ele não reclamasse – Lucy completou risonha, nos entreolhamos antes de cair na risada.

- Isso. Riam da desgraça alheia – o leopardo bufou.

- Desgraça? – perguntou Lucy com ironia. Depois, quando ela fala que eu sou irônica, ela não tem idéia do por que... Ah, tá. Tendo uma melhor amiga dessas, quem não seria?

         Saltitei no meu lugar, balançando os braços e estalando os dedos. Estava ansiosa por um bom treino há algum tempo. Angela riu quando me viu fazer isso.

- Quem se oferece para perder? – chamei para uma luta num tom falsamente arrogante.

- O impressionante é que nossa afilhada é muito modesta, Ang – Ben comentou, eu quase podia ver seu rosto humano com as sobrancelhas sarcasticamente arqueadas.   

         Revirei os olhos: - Realista, padrinho, realista.

- Eu gostava mais da época que eu tinha pelo menos uma chance de ganhar – Lucy resmungou, cruzando os braços e formando um biquinho nos lábios.

- Quando foi essa época? – perguntei sonsamente convencida.

         Ela rolou os olhos: - Quando você não podia andar nem falar.

- Mas eu nem treinava naquela época – contestei logicamente e dei um largo sorriso – acho que quando comecei a treinar ganhei sempre, não é?

- É, estamos nesse esquema há alguns longos anos... Isso porque você tinha três anos quando começou a ganhar. Agora você tem vinte e ainda está na liderança – ela murmurava.

- Você faz parecer uma competição... E eu tenho quinze anos – corrigi sorridente, enquanto saltitava até o meio da clareira.

- Só na aparência, Belleen, só na aparência – Lucy retrucou lançando-me um sorriso brincalhão.

- Tudo bem então, Lucyellow – brinquei, devolvendo. Realmente, juntar os nomes não era muito bonito, mas para me divertir com Lucy parecia bom.

         Ela infantilmente me mostrou a língua.

- Certo, agora que as duas crianças acabaram – Angela riu – temos que treinar, viemos aqui para isso. Quem quer lutar para aquecer primeiro?

- Eu não – Lucy anunciou, sentando-se a sombra de uma árvore.

- Eu também não, da última vez fiquei "alguns" dias incapacitado, se é que você me entende, Ang – Ben disse, quer dizer, pensou, porque eu tenho certeza que a última parte não era para ser mostrada, mas os pensamentos legendados são, digamos, um tanto quanto públicos.

- Ah, seus bebês chorões – Angela falou, puxando-me pela mão pela clareira – vamos, Bella, seremos nós duas dessa vez.

         Eu ri, posicionando-me a sua frente, a alguns metros de distância. O aviso de que o treino tinha começado foi quando Angela fez surgir dez lutadores de armadura feitos de pedra.

         Sorri de canto de boca. Era por isso que eu adoro lutar com Ang.

         Num movimento elegante, fiz fogo aparecer a minha volta. Ele dançava deslumbrantemente e por alguns segundos ele ficou em cima de minha mão, sem queimar minha pele, somente acariciando-a.

- Também senti sua falta – eu disse para meu amigo. Chame-me de louca, mas fogo é isso para mim: um amigo, um companheiro que me ajuda quando eu preciso.

         Quando cinco guerreiros de pedra vieram em minha direção de uma vez, fiz um arco de fogo que poderia ser sólido – somente para mim, claro, que quando minha mão segurou o arco perfeitamente não me queimou – e flechas de fogo foram perfeitamente posicionadas, antes de serem lançadas em conjunto, atravessando os guerreiros e incendiando-os.

         Os outros cinco lutadores vieram com mais brutalidade, pisando no chão com tanta força que ele tremeu. Respirei fundo – concentrando-me e divertindo-me imensamente – e fiz o fogo espirar tão rápido sob meus pés que fui tirada do chão.

         Em cooperação com meu amigo, ataquei os guerreiros, dizimando-os em poucos segundos. Angela riu alegremente e fez um canhão enorme aparecer num movimento de mão – às vezes eu esquecia que Angela é uma Bruxa muito experiente em luta devido a sua bondade.

         Sem grande espanto, vi o canhão atirando bolas de água. Girei o pulso e uma barreira de pedra impediu a água. Era engraçado o fato de que Bruxos possuem Magia Elemental como principal recurso de magia – sendo que as outras coisas que fazem vêm somente com anos de treinamento -, mas não podem usar fogo. Não é irônico que Solares mágicos não possam fazer justamente o fogo aparecer?

         Somente a minha família faz isso e como eu posso fazer tudo que uma Bruxa faz, mais com meu sangue, faz com que eu sempre ganhe. Claro que enquanto não ganho – como Lucy diz, sempre e enjoativamente – podemos nos divertir lutando.

         Meu fogo avançou ferozmente em direção a Angela e, quando estava próxima o suficiente para ela não usar magias de proteção, começamos a lutar a base de socos e chutes. Tudo bem que tinha um pouco mais de elegância, já que ambas sabíamos estilos de luta.

         Eu parei no ato de aplicar um chute de kung fu em Ang quando ouvi algo. Acho que ela pareceu tão surpresa por eu ter parado de repente, que nem cogitou a possibilidade de ser um truque meu – e não era.

- Ouviram isso? – perguntei, sabendo que Lucy talvez tenha sentido algo com seu olfato especialmente bom, ou Ben que podia ouvir tão bem quanto um animal nessa forma. Somente Angela levava a desvantagem de ter características humanas.

- Tem cheiro de... – Lucy levantou-se, farejando delicadamente o ar – floresta de pinheiros, ou... Madeira... Não sei exatamente. Parece com Ben, provavelmente um Tranformo. Fabuloso! – ela começou a bater palminhas animadamente.

         Patas pesadas pisaram no chão e, aos poucos, lobos foram saindo das árvores. A primeira vista, você poderia pensar que era um urso – um urso bem grande. Mas eram, indubitavelmente, lobos. O primeiro – que imaginei ser líder do bando – era grande e preto, seus olhos me encararam. Um pouco mais atrás havia um num tom vermelho amadeirado. Um cinza que, somente com o olhar, vi que gostava de lutas – bizarro. Também havia mais dois num tom castanho escuro e pardo.

         Dei um sorrisinho ao ver o olhar preso e perdido que o lobo avermelhado lançava a Lucy, que parecia presa em uma espécie de magia ou algo do tipo. Já até sei – a mesma coisa aconteceu com Ang e Ben, só que, bem, há muito, mas muito, tempo atrás.

- Ben, pense em branco – falei baixinho para meu amigo, que já estava próximo a Ang. Os lobos se assustariam de inicio se vissem legendas flutuando sem motivo e explicação aparente.

         Eu dei um passo à frente. Não adiantava fingir que éramos simples humanos, não depois deles nos terem visto lutar e de verem um leopardo desse tamanho agindo normalmente a nossa volta.

- Olá – eu disse o mais amigavelmente que consegui. Afinal, eu buscava aliados e aqui estavam Transformos terrestres.

         Os lobos obviamente não responderam em palavras, mas o preto maior deu um passo para frente e baixou levemente a cabeça, num comprimento.

- Sou Bella – eu não tinha exatamente um sobrenome para falar, pensei – essa é Lucinda Yellow – indiquei Lucy, que estava tão hipnotizada com o olhar no lobo avermelhado que nem torceu o rosto numa careta de desagrado ao nome sem apelido – e estes são meus padrinhos, Angela Weber e Benjamin Cheney – eu ainda não entendo por que Ang não vira uma Cheney. Acho que para não despertar suspeitas nos humanos ou algo do tipo.

         O lobo uivou algo. Franzi o cenho: - Ah, sinto muito. Sei o que são, mas não consigo compreender o que dizem... Talvez Ben possa traduzir.

         Meu amigo assentiu e andou um pouco na minha frente, ainda protetor com todas nós.

- Olá – meu amigo rugiu enquanto suas "falas pensamentos" apareciam.

         Os lobos obviamente ficaram surpresos com as letras amarelas flutuando, mas o preto ganiu algo.

- Ele disse "oi" – Ben simplesmente comunicou e o lobo uivou novamente – o nome dele é Sam Uley e ele pergunta como nós sabemos o que eles são.

- Bom, Ben é um Transformo, como vocês. Angela, sua imprinting (N/A: assim que se escreve? O.o), é uma Bruxa – se os lobos falassem, provavelmente ficariam em silêncio de qualquer forma, tamanho o choque – e Lucy é uma Fada do Bosque.

         O lobo preto assentiu. O lobo de cor parda uivou algo.

- Este é Embry – apresentou-nos Ben – e ele perguntou o que você é, Bella.

         Pensei melhor... Havia muitas maneiras de responder essa pergunta, mas talvez falar na cara deles que eu era Princesa do Sol seria chocante demais.

- Ah... Sou uma hibrida – decidi-me por responder assim.

         Mas os lobos não estavam satisfeitos. O lobo de pelos castanhos escuros uivou.

- Ele se chama Quil. E está perguntando "hibrida do quê"?

- Hm. Sou metade Bruxa e metade... Bom, talvez seja melhor vocês voltarem a suas formas humanas, isso é muito mais complexo do que imaginam e Ben não pode ficar traduzindo algo do tipo.

         Os lobos arregalaram os olhos tão em conjunto que pareciam ter combinado, mas rapidamente concordaram ansiosos por entender sobre essas estranhas pessoas que entraram na floresta.

         O lobo avermelhado pareceu vacilante em virar e deixar Lucy na clareira, mas o fez quando o lobo preto pareceu mandar. Quando deixaram a clareira para ir se transmutar nos arbustos, assim como Ben, vir-me-ei para Lucy sorridente:

- Caindo de amores por aquele lobinho, amiga? – indaguei, mexendo as sobrancelhas repetida e maliciosamente.

- Ain, não enche vai, Bella – ela corou loucamente e me provocou quando eu me rachei de rir – algum dia – ela previu – você vai se apaixonar e eu que vou tirar com você assim, ok?

- Ah, tá – foi o máximo que consegui dizer entre meu acesso de risos.

         E fiquei contente que fosse Ben que estivesse sob o efeito "pensamentos legendados", pois, nesse momento, o que eu menos queria era que Lucy visse meus pensamentos.

         E descobrisse que eu estava me apaixonando por Edward Cullen, por mais que parecesse ridículo.


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Notas finais do capítulo

Gente, por favorzinho, façam essa caridade e deem uma RECOMENDAÇÃO *autorachorandocopiosamente*

Por favor, buááááááá

Nos vemos *funga* no próximo capítulo

Beijos,

Emmy *.*