Little Princess Ii escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 16
Sempre Bella


Notas iniciais do capítulo

Oii, gente! Obrigada pelos comentários, primeiramente.

Bom, devo dizer, DESCULPE pela demora, mas eu queria que esse capítulo fosse absolutamente perfeito. Eu o reescrevi pelo menos mil vezes, mas adorei o final. E deu no que deu.

É um dos meus favoritos até agora - seja de LP ou LP II.

Espero que gostem tanto quanto eu, nos vemos lá embaixo!

PS: Eu vi que o link de uma das fotos não está funcionando exatamente. Caso aconteça no seu:

http://www.mundoglam.com.br/wp-content/uploads/2009/09/calendario_zacefron_2010_01.jpg

Aí você pode vê-la.

=D



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Capítulo 16 – Sempre Bella

"Você acredita em vida depois do amor?

Eu sinto algo dentro de mim dizendo

Que eu realmente não acho que você é forte de verdade, não"

(Believe, música da Cher)

Pov's Bella:

         Minha mão segurava em algum tecido. Minha cabeça estava encostada a algo duro, mas com cheiro bom. Senti que estava deitada em uma cama muito confortável, que logo reconheci como sendo a minha.

         Alguém cantarolava uma canção de ninar no meu ouvido e eu me vi embalada pela bela melodia. Era suave e estranhamente familiar, porém não liguei, somente continuei ouvindo-a alegremente até o final.

         Suspirei levemente e abri os olhos. Levantei um pouco a cabeça – percebendo que a mesma estava encostada ao tórax de alguém – e vi os olhos dourados de Edward na leve escuridão do quarto.

         Era noite, notava-se pela janela. Mas meus olhos eram ajustados para ver no escuro, então, não houve problema algum.

- Olá – ele quase cantarolou e abriu um sorriso para mim. Dizer o meu sorriso seria muito possessivo?

- Oi – murmurei.

         Ficamos em silêncio por alguns segundos. Edward acariciava o meu cabelo espalhado pelo travesseiro. Uma leve manta branca separava seu corpo e o meu.

- Pra que isso? – indiquei a manta branca.

         Ele deu de ombros: - Meu corpo é frio. Não sabia se seria ruim para você.

- Não é ruim – eu dei uma leve risadinha – meu corpo tem mais de quarenta graus de temperatura. Eu nunca sinto frio, ou calor. Então, essa sua temperatura é tão...

- Agradável – ele completou para mim – sim, eu sei. Seu corpo quente contra o meu também é bom.

         Edward beijou minha testa.

- Eddie?

- Sim, Bella?

- Sabia que um beijo na testa significa proteção? – perguntei e, sem esperar sua resposta continuei – E sabia que um beijo na boca significa eu te amo?

- É complicado, então – Edward riu levemente – Eu te protejo porque te amo.

- Então, beije-me – pedi com olhos pidões.

         Ele riu de novo, dessa vez de meus olhos implorativos, mas juntou seus lábios aos meus. O frio de sua boca produziu correntes elétricas por todo o meu corpo, tornando o beijo melhor. Sua boca dançou contra minha por alguns instantes, até eu finalmente precisar respirar. O beijo tinha terminado rápido demais para meu gosto.

- Você subestima meu autocontrole – Edward sussurrou contra meu ouvido.

- Dificilmente – respondi. Fechei os olhos mais uma vez e me permiti relaxar.

         Não liguei para que horas ou que dia era. Estava cansada como nunca depois daquela luta e a ardência em minha garganta estava voltando. O melhor que eu poderia fazer agora era dormir.

         Eddie voltou a cantarolar a canção de ninar familiar e eu senti meu corpo desprender na inconsciência.

         Duas pessoas estavam sentadas de costas para mim sobre uma janela aberta. Era grande o suficiente para ambos sentarem-se confortavelmente. A janela era pintada de branco e ficava no andar de cima de uma grande casa, mas o homem e a mulher não pareceram se importar.

         Levei alguns segundos para processar que estava flutuando, mas era um sonho e levando em conta que ninguém me via, acho que não faria diferença alguma se eu fosse um pato, de qualquer forma.

         Aproximei-me andando – ou flutuando – calmamente da janela e espiei por cima dos ombros das duas pessoas o que elas viam: um quarto de bebê. Estranho.

         O quarto era azul claro, com os móveis de bebê brancos. Era bem bonito, mas levando em conta que eu não vi quase nenhum quarto de bebê – exceto o meu – na minha vida, não podia dizer muita coisa.

         Como não havia ninguém no quarto, olhei para as duas pessoas ali. Arregalei tanto os olhos que podiam saltar do rosto. Ever!

- Bella – minha irmã sorriu diante do meu choque, como se fosse engraçado ou algo do tipo. Como se fosse o esperado.

         Ever estava falando comigo! Pela primeira vez na minha vida, eu ouvi sua voz... E era tão parecida com a minha que me senti explodindo em felicidade por dentro. Não sei, mas ter algo parecia com a irmã que você nunca conheceu parece algo gratificante.

         Seus olhos estavam calorosos – literalmente, havia fogo ali – e o castanho era profundo. Seus cabelos mogno caiam até a cintura, encaracolados de uma maneira tão perfeita que invejaria qualquer pessoa que usa baby-liss.

         Ao seu lado, estava um homem mais velho que minha irmã, não muito, mas que não reconheci. Sua pele era branca, mas tinha um brilho esquisito, leve, como se fosse uma estrela com luz própria. Seus olhos azuis me encararam com sorrisos. Idênticos aos meus. Sem colocar nem tirar. Seus cabelos claros eram revoltados e, ainda sorrindo, o homem passou a mão ali, deixando-os, se é que isso é possível, ainda mais bagunçado.

 - Prazer, acho que nunca nos vimos, não é? – ele falou. – Sou Daniel da Lua. Pode me chamar de Dan, se quiser.

         Estendi a mão para cumprimentá-lo, mas ele a tomou, dando um leve beijo cavalheiresco nas costas e sorriu para mim, antes de voltar a dar a mão à minha irmã.

         Eu ia falar mais, perguntar mais. No entanto, não tive chance, pois, nessa hora, a porta do quarto foi aberta e por ali passou uma mulher – ela não parecia me ver muito menos Ever e Dan. Seus cabelos eram cobre e seus olhos traziam as mais lindas esmeraldas. Vi um colar com um "E" dourado balançar sobre seu vestido liso.

         Em seu colo vinha um bebê com idade o suficiente para conseguir sustentar seu corpo sozinho. Deveria ter um ano ou algo do tipo. Tinha bastante cabelo, sendo este cobre como o da – imagino – mãe e muito desarrumado. Seus olhos também eram esmeraldas bonitas.

         Enquanto a mãe caminhava em direção ao berço, o garotinho olhou para a janela e, se isso não fosse impossível, eu juraria que ele podia nos ver. Deu um sorriso bobo e apontou para Daniel rindo alegremente.

- Da, da! – ele dizia, enquanto continuava apontando.

- Sim, o papai já vai chegar da advocacia – a mãe do menino respondeu sorridente. (N/A: em inglês, daddy é papai, então "da, da" poderia ser compreendido como tal).

         Sem perceber, eu tinha um sorriso discreto no rosto.

- É uma cena linda, não? – Ever me perguntou e eu assenti incapaz de pronunciar palavras coerentes.

         Era como um quadro de Leonardo Da Vinci ou Pablo Picasso – a mais linda perfeição. A forma como a mãe amava seu filho era tão clara, tão óbvia... Mas, algo faltava...

         Alguns minutos depois, a mãe deu um beijo na testa do menino e o deixou no chão, em um tapete felpudo e alguns brinquedos a sua volta, dando o aviso de que voltaria dali uns minutos – não que o garotinho entendesse, é claro.

         Assim que ela saiu, eu flutuei para dentro do quarto, passando entre Ever e Dan. Conforme andava, meus pés iam finalmente aparecendo e tocando o chão, me fazendo parecer mais real e menos com um espectro assustador. Mas ainda era transparente, então, quando tentei tocar a bochecha do menino, minha mão atravessou-o.

         Soltei um suspiro frustrado. Repentinamente, a bochecha do menininho era macia e gorducha, eu queria tocá-la e ver se era tão lisa quanto aparentava.

- Frustrante, não é? – Ever também suspirou ao meu lado, e nem reparei que ela tinha sentado ali. Seu vestido era leve, pela claridade parecia branco, entretanto era difícil ter certeza, levando em conta que nós duas éramos levemente prateadas. Mas seus olhos fogo me olharam com curiosidade.

- Sim – minha voz veio num murmúrio descontente.

         Ficamos em silêncio durante alguns segundos, observando Daniel. Eu com certa fascinação, Ever com carinho. Ele tinha sentado na frente do menino e brincava com ele, fazendo gestos e caretas divertidas. E em retribuição, o garotinho parecia enxergar mesmo Dan, de um jeito estranho, e fofo.

- Ele parece se dar bem com crianças – comentei com um sorrisinho Ever e, maliciosamente, cutuquei seu ombro.

         Ela riu para mim: - Sim, ele leva. Daniel é meigo, é carismático, gentil, alegre, atencioso. Mas não é perfeito.

         No entanto, era o que parecia vendo aquela cena. Porém, o que falei foi: - Ninguém é.

- Quando se está apaixonado, é o que parece – Ever disse num sorriso tristonho – Todavia, não estou apaixonada. Estou amando. Acredite ou não, mas paixão... É um sentimento que passa rápido, e vem com luxúria, e desejo. Mas, amor... É um sentimento tão puro, não acha? E o meu amor para com Daniel, assim como o dele para comigo, é assim.

         Pensei em Edward. Por que de repente parecia que ele não era perfeito? Mas... Eu nunca disse que Edward era perfeito, ou disse? Não sabia mais. No entanto, arrependia-me minimamente de dizer que era apaixonada por ele antes, quero dizer, eu o amo e sempre o amei, desde o início. Entretanto, era como minha irmã dissera: paixão vem com desejo. E não posso ignorar que sinto, sim, desejo.

         Não do tipo carnal – isso soa primitivo, ainda mais para alguém virgem como eu. Desejo de seu amor, de sua felicidade, de seu sorriso, de sua companhia.

- Eu sei. Sim. Também me sinto assim – Ever analisava meu rosto minuciosamente, quase como se ela pudesse ler meus pensamentos ao me responder.

         Voltei minha atenção o menino ruivo que eu ainda não sabia o nome e Dan. Estava prestes a perguntava para Ever o seu nome, mas o garotinho simplesmente falou antes, apontando ainda para Dan.

- Dan, Dan! – ele quase gritava. Sua mãe não apareceu com os gritos, mas eu não me importei com isso. Eu estava paralisada pelo fato de que o garoto sabia quem Daniel era.

         Antes, quando ele falara "da, da", achei que chamava o pai. Mas ele apontava para Daniel na hora e dizia "Daniel, Daniel", e não papai. Ele, de algum modo que eu não entendia, sabia quem o meu cunhado era.

- Como...? – eu não completei a pergunta, ainda estava em um torpor de pensamentos.

         Daniel virou o rosto e sorriu para minha confusão. Para minha enorme surpresa, ele agachou-se e segurou o menino no colo como se ele não fosse um espectro. Aproximou-se de nós duas e falou comigo:

- Não consegue ver, Bella? Analise – quando ele falou meu nome arrepiei-me por inteira, exatamente como quando Eddie dizia meu amor.

         Mas... Não... Impossível! Meus olhos arregalaram, minha mente estalou e por alguns segundos pensei que tivesse sido alto o suficiente para todos ouvirem.

         Os cabelos, mesmo que os do garotinho fossem curtos, eram extremamente bagunçados. Suas feições, seus sorrisos, suas expressões alegres. Seus olhos continham o mesmo brilho, por mais que um fosse verde esmeralda e outro azul. Mesmo que um tivesse sido azul e outro fosse, atualmente, dourado.

         Ambos eram tão absurdamente parecidos...! Não acreditei que não tinha percebido desde o início. Claro que essa era a primeira vez que eu via Daniel, mas não havia dúvidas.

- Sim. Edward Cullen é a reencarnação de Daniel – Ever falou o que eu já tinha concluído. Mas foi bom ela falar, porque eu ainda estava em choque absoluto e, se não tivesse ouvido dela mesma, não teria acreditado de verdade.

- Todo esse tempo... Edward tem mais de um século de vida – eu disse séria, mas ainda confusa – como ele nunca descobriu isso?

- Bem... Bella nunca contou – foi o argumento de Daniel, que deu de ombros e voltou a brincar com Edward - bebê que, bizarramente, era sua reencarnação.

- Nunca contei? Mas eu não... – parei minha fala no meio. Não era eu, e, sim, Isabella Cullen. No entanto, ao invés de tudo isso ficar mais claro, eu só estava mais confusa. Não é possível, certo que Bella é uma Vampira, entretanto... Ela saberia tanto sobre o Reino do Sol? E, aparentemente, mais do que eu sabia?

         Olhei profundamente para Edward, no mesmo momento que ele olhou para mim. Seus olhos verdes esbanjavam inocência e em sua boca cheinha de bebê, havia um sorriso com dois dentes.

         Desviei meu olhar para Daniel, que ainda segurava o bebê. Ele me olhou sorrindo – um sorriso, agora eu via, idêntico ao do Edward num futuro distante. Ever também sorria.

         Lancei-lhe um sorriso pequeno e confuso, na verdade, eu mal curvei os cantos da boca para cima. Pela primeira vez, olhei para Ever Solace. Olhei de verdade.

         Seus cabelos castanhos tinham um reflexo vermelho na luz do sol que vinha da janela. Eles eram longos, caiam até a cintura e na ponta encaracolavam. Arrepie-me por inteiro, mas pareciam com os meus – mas, afinal, éramos irmãs, não?

         Seus olhos eram já conhecidos, já que nosso pai tinha igual. Eram grandes, curiosos, estranhamente sábios. Seu castanho era profundo, perdi-me neles por alguns instantes, antes de enxergar o fogo vermelho e vivo em sua órbita. O fogo bruxuleou mais lentamente por segundos curtos e voltou a dançar lindamente. Meus olhos não eram assim – mas tinham ficado após tomar sangue... Por quê?

         Sua pele era branquíssima, como a mais fina porcelana. Para alguém do Sol, ela era bem pálida, mas de um jeito bonito – também era como eu. Suas feições eram suaves, delicadas, definitivamente parecia uma boneca. Seu corpo era curvilíneo e ela era relativamente alta, levando em conta que eu tinha um e cinqüenta e três de altura. Ela devia ser alguns centímetros mais alta que Alice, imaginei.

         Seu rosto era familiar... Não, não... Eu estava ficando paranóica. Claro que o rosto de Ever era familiar, eu tinha visto minha irmã em meus sonhos todos esses meses, claro que era familiar. Mas tinha algo... O quê? Não, não, eu estou louca.

- Bella? – Ever chamou-me, olhando com olhos preocupados.

         E eu congelei.

         Bella. Isabella.

         Era isso. Isabella Cullen não era uma Vampira qualquer, era a reencarnação de Ever Solace do Sol! Uma Vampira era a reencarnação da Princesa do Sol – poderia haver mais ironia? Os sinais... Por isso em alguns sonhos meus Bella controlava o fogo, não era um 'dom de vampiro', era uma herança. Uma herança de sua vida passada.

         Isabella era quase a imagem de uma Ever criança... Bom, eu conseguia imaginar Ever assim. Mas por que ela não tinha me contado? Por que Ever não tinha me contado? Certo. Elas também não tinham me contado de Daniel e Edward, era perfeitamente plausível que não tivessem me contado delas.

- Bella – Ever deu um passo para frente, colocando uma de suas mãos nos meus ombros, preocupadamente.

- Por quê? – minha voz não foi mais que um sussurro.

         No silêncio, ela ouviu.

- Eu não podia contar. Você não podia ter mais problemas, seria demais para você – ela murmurou num tom de desculpas – Eu conversava com Bella, assim como converso com você nos sonhos. Primeiro eu só aparecia quando ela se olhava no espelho, às vezes. Ficava quieta, exatamente como ficava com você. Ela não tinha idéia de quem eu era, até falar meu nome. Na época ela fora seqüestrada pelos Volturi e era mantida em seu castelo como uma espécie de prisioneira.

"Havia uma grande biblioteca. Isabella foi à parte mais antiga e achou um livro sobre o Sol e a Lua. Lá, ela descobriu o motivo de muitas coisas. Tudo levava ao mesmo lugar: ela era minha reencarnação. Bella descobriu que seus pais eram os meus pais. Os Reis do Sol. Ela não imaginava que Renée e Charlie "Swan" eram mais do que simples humanos."

"Os anos passaram. Bella fugiu dos Volturi, com Chelsea e Corin, aliás. Lá ela tinha feito três amigos incríveis: Corin, Chelsea, como já falei, e Santiago" – eu não entendi por que ela me falou dos amigos de Isabella, mas continuei a prestar atenção – "Bella nunca contou para ninguém que era minha reencarnação. Não se sentia segura. E já não suportava o fato de ser uma criança imortal, então muito menos aceitava o fato de ser a Princesa do Sol".

"Na década de oitenta, Jasper ajudou Bella a descobrir sobre seus sentimentos para com Edward. Bem... Você viu, e sentiu, o que aconteceu quando ela contou para o 'irmão' que o amava. E, depois de fugir, ela foi parar em uma praia. Lá, falei com ela. Mas meu tempo era limitado, eu só podia aparecer de dia, pois, para projetar meu espectro, é necessário Sol".

- Mas você aparece em meus sonhos, e é noite – constatei o óbvio. Certo que no Reino nada ficava completamente escuro, mas, noite é noite. O céu é estrelado e nessa hora o Império da Lua fica mais visível do que nunca.

- Sim, mas Bella era uma Vampira, e não dormia. Conversei com ela. Menina inteligente, ela – Ever sorriu, entretanto, logo sumiu ao contar a parte seguinte – No amanhecer, os Volturi aparecerão. Finalmente tinham ido cobrar a lei. Aro Volturi ignorava a Lei das Crianças Imortais somente pelo motivo de que Isabella tinha o dom de copiar dons, mais tarde ela saberia que era porque eu era parte bruxa.

"Quando Bella fugiu de Volterra, Aro, Marcus e Caius cobririam a Lei anos mais tarde. E esse ano tinha chegado. Era ali, agora. Estavam discutindo sua morte, quando os Cullen chegaram – Alice tinha tido uma visão. Você já sabe o final. Isabella Marie "Swan" Cullen morreu naquele dia".

"Mas, pouco antes de morrer, Bella soube. Ela analisou em milésimos de segundo tudo que eu vinha falando para ela ao longo dos anos. Ela descobriu sozinha que seu amor Edward era a reencarnação de meu amor Daniel, assim como ela era a minha".

"Alguns anos depois, você nasceu. Bella Kathleen do Sol".

- Mas... – eu engasguei. Eu tinha tanto para falar, mas ao meu tempo não tinha nada a dizer. Era estranho, eu sentia-me sufocada com tantas informações.

         Edward – bebê sorriu para mim: - Bella – ele disse, mas ficou parecendo "Beia".

         Edward Cullen era a reencarnação de Daniel. Isabella Cullen era a reencarnação de Ever Solace. Bella tinha morrido. Meus pais sabiam que Bella era, praticamente, Ever. Meu nome não era simplesmente uma mera coincidência. Assim como o nome de Ever não era algo tão simples – "sempre". Ever*.

         Eu respirava cada vez mais pesadamente. De repente, Ever e Dan sumiram, seus olhos e seus sorrisos flutuaram por mais alguns instantes, até sumirem também.

         Edward começou a chorar e sua mãe apareceu no quarto. Mas, se era ele que chorava, por que meu rosto tinha lágrimas?

         Minha visão ficou embaçada e o quarto de bebê em estilo antigo sumiu.

         Eu estava no meu quarto. Era noite – a mesma, outro dia? Edward não estava ali, mas no momento não queria vê-lo, pela primeira vez, não queria vê-lo. Não queria ver ninguém.

         Não era um sonho. Aquela conversa com Ever e Daniel tinha sido real. E eu estava mesmo chorando como lá. Minhas lágrimas pingaram na camisola de seda rosa – Lucy, provavelmente – e a mancharam. Mas não dei à mínima.

         Ever não era minha irmã. Era eu. Eu era Ever. Eu sou a Ever. Eu sou a Isabella. Por isso ela sabia de mim, por isso ela falava comigo. Por isso eu tenho algumas características Vampiras, por causa de Bella. Por causa de Ever, Isabella tinha algumas características do Sol, mesmo sendo uma espécie da Lua.

         Agora eu entendia por que, diabos, tinha olhos azuis. Daniel tinha olhos azuis – ele era um Lunar. Bella era uma Vampira, quando usava poderes do Sol, seus olhos dourados ficavam azuis. Eu sou a Princesa do Sol, mas uma parte de Bella – misturada com Ever – estava aqui. Por isso tenho olhos azuis, mesmo meus pais tendo olhos escuros e castanhos. Por isso eu tinha sede de sangue.

         Por isso eu ficava mais forte e mais rápida, às vezes. Por esse motivo meu poder do Sol se extinguia por um tempo: era minha parte Lunar. Eu não era somente uma hibrida de Bruxa e Sangue Real do Sol.

         Eu era reencarnação da minha suposta irmã e de uma Vampira. Eu era, de um jeito impossível e estranho, Vampira, Bruxa e Sangue Real do Sol.

         Mais lágrimas pingaram do meu queixo. Passei a mão e, levando aos lábios, provei uma. Não era salgada, era... Diferente. Senti-me fortalecida, sim, mas minha garganta ardeu e logo soube que eu chorava veneno.

         Gemi quando tentei impedir as lágrimas, mas elas simplesmente voltavam a cair, então, pela primeira vez, desisti.

         E simplesmente continuei a chorar. Chorando veneno, com a garganta ardendo em sede, com meus olhos azuis da Lua. Eu era parte Lunar, parte Solar.

         Por que a informação não penetrava em minha mente? Reencarnações... Eu já tinha lido sobre elas em livros fictícios de autores terráqueos, de humanos normais.

         Funguei tristemente. Olhei pela janela aberta e, num segundo, quase como se eu não tivesse levantado da cama, ela estava fechada. Eu amava Edward, mas precisava ficar sozinha, somente com meus pensamentos.

         Eu ainda não compreendia muito bem.


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Notas finais do capítulo

*Ever, em inglês, quer dizer sempre. (Vocês não acharam que o nome dela era esse à toa, acharam?

Bom, e então? Merece uma recomendação esse capítulo?

Eu trouxe de volta um ponto que muitos me perguntaram - ou comentaram - no final de LP. Imagino que vocês estavam curiosos para saber o que, diabos, Bella Cullen concluiu pouco antes de morrer.

E aí está. Outra coisa foi o ponto Edward-Daniel. Muitos me disseram que achavam que Eddie era a reencarnação de Dan. Admito que fiquei surpresa, eu já vinha planejando isso desde o início, mas achei divertido alguns terem descoberto por si próprios.

E também expliquei muitas coisas. Endenteram tudo? Não sei se ficou meio complicado, qualquer dúvida, perguntem!

Nos vemos na próxima - espero que mais rápido dessa vez, né?

Beijos,

Emmm



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