Little Princess Ii escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 12
Lábios de mel


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos leitores fantasmas e seus comentários - assim como obrigada pelas recomendações e pelos outros leitores também.

Eu espero que se sintam conectados com esse capítulo como me senti! =D

Beijos, Emm



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Capítulo 12 – Lábios de mel

Pov's Bella:

         Como era terça-feira quando saímos da casa dos Cullen e estávamos todos muito cansados, Ang manteve o encanto sobre os humanos, ainda os fazendo pensar que estávamos presentes na escola. Por um lado foi uma coisa boa, pois passamos muito tempo com meus mais novos amigos. Por outro lado foi péssimo, porque, de repente, Forks não parecia tão ruim e eu queria desfrutar o máximo dela.        

         Não me entenda mal. Garfos não é o melhor lugar do mundo para se morar, na verdade, não era minha primeira opção, só vim porque era um lugar discreto para permanecer. Mas eu preferia ficar aqui a ficar eternamente no Sol. Eu amo minha casa com todas as minhas forças, mas... É como se eu estivesse de férias. E para quem vive eternamente, tinham sido férias muito curtas – que logo acabariam.

         Acho que o verdadeiro motivo de querer ficar aqui é porque, por mais que os Lunares já saibam minha localização, ainda parece que essa cidade afasta a guerra. E não há nada melhor que esse ar de calmaria.

         A semana vem sido muito divertida e empolgante, enfim. Lucy e Alice se deram tão bem que pareciam irmãs gêmeas e histéricas – claro, no espírito, pois eram muito diferentes na aparência. Uma era tão alta quanto Ang, a outra era tão baixa quanto eu. Uma morena, uma loira. Uma quente, outra fria. Mas era uma amizade admirável, sem dúvidas.

         Angela se dera bem com Chelsea e Esme. Apesar de Ang aparentar ser mais nova com seus eternos vinte anos, ela era muito madura devido a "verdadeira idade" e acho que isso fez as três muito amigas – e fiquei contente por minha madrinha.

         Surpreendentemente, eu e Rose – ela pediu para ser chamada assim – nos demos muito bem, principalmente rindo quando Lucy e Allie ficavam histéricas. Não sei, mas eu tinha um sentimento diferente por ela. Lucy era minha quase-irmã-melhor-amiga, e Allie era a mesma coisa. Porém Rosalie... Rosalie era uma irmã mais velha – e ela até mesmo me fazia não sentir dor por causa de Ever. Eu já amava ela.

         Emmett era muito brincalhão, assim como Corin, e logo gostei dos dois. Jacob os chamava de "sanguessugas gente boa", mas eu sei que ele também estava feliz. Aliás, o resto do bando de La Push recebera a noticia e no inicio na tinha gostado, mas foram aceitando aos poucos e às vezes até visitam os Cullen – principalmente o Seth, que é como Jake, super fofo e "lobinho gente boa".

         Carlisle era o mais bondoso vampiro que eu já tinha visto na minha vida e eu tinha um impulso esquisito em pensar nele como uma segunda figura paternal. Sempre atencioso comigo, cuidou de mim o resto a semana, sempre checando se eu não estava pior. Realmente um doce.

         E Jasper, bom, eu nem mesmo sei o que falar. Rosalie disse que a história que contavam para os humanos era que eles eram os irmãos gêmeos Hale. De fato eu já a tinha ouvido e podia muito ser verdade – principalmente depois de eu ter conhecido Jazz. Ele era como Rose, um irmão mais velho que eu saberia que poderia contar para sempre.

         Edward... Eu não sei exatamente o que falar do meu vampiro – que, espero, um dia poder chamá-lo assim. Lucy diz que em casa ando suspirando como uma apaixonada, mas não ligo, afinal, é o que eu estou. Porém, era simplesmente impossível ignorar que eu o amava mesmo sem conhecê-lo muito bem.

         Mas sabia o básico e o que eu descobria a cada dia mais que conversávamos. Seu nome completo era Edward Anthony Masen Cullen e ele fora transformado em vampiro durante a Gripe Espanhola, por Carlisle.

         Ele era cavalheiro, gentil, alegre, no entanto, cuidadoso, às vezes hesitante, e, por mais que disfarçasse; às vezes triste. Eu sabia que a saudade de Isabella não seria coberta de uma semana para outra, entretanto ficava feliz em ver que ele estava se esforçando para pensar nela com alegria e não com dor.

         Todo dia ao acordar, eu tinha o prazer de sentir o seu cheiro de manhã. Eu não podia definir exatamente como era. Doce, suave, delicioso. Eu ficava embriagada somente com o pouco que tinha quando acordava.

         Edward não aparentava ter estado lá, quero dizer, em público ele nada dizia sobre o assunto, e eu também não o puxava. Talvez pensasse que eu não podia sentir, mas estava ali – eu não estava louca.

- Ah, não, Belleen – Lucy choramingou, puxando meu braço em direção ao seu porshe amarelo berrante.

- Lucyellow – devolvi na mesma moeda a junção de meu nome e sobrenome – eu não quero ir fazer compras com você, Alice e Rose. Allie e você são loucas dentro de shopping, nem pensar.

         Claro que eu não tinha visto Alice em um shopping, mas se ela era tão parecida com Lucy somente em quase todos os quesitos, eu não duvidava nesse. Rose tinha salvação, porém era mais maníaca por roupas do que eu.

- Lucy, deixe Bella, foi uma semana estressante, deixe-a descansar – Angela repreendeu como se fosse nossa irmã brigando com duas pirralhinhas.

         Sorrimos amarelo e, juntas e risonhas, respondemos: - Sim, mamãe.

         Ela fez cara brava, mas acabou rindo conosco. Ben estava estirado no sofá, assistindo tranquilamente televisão e Angela estava deitada ao seu lado, encostada nele. Pareciam tão calmos juntos que me peguei pensando em Lucy com eles quando eu não estava na Terra – putz...

- Sua chata – ela infantilmente mostrou a língua para mim.

- Boa viagem de compras! – gritei para ela, que depois de abraçar a todos nós, foi para a garagem.

- Nós vamos voltar na madrugada de domingo, a tempo de ir para a escola! – ela gritou de volta, e senti o sorriso em sua voz. Elas com certeza não iam fazer compras em Port Angeles ou Seattle.

         Eu me virei para meus amigos: - Vou caminhar um pouco, sinto que preciso de ar fresco.

- Tome cuidado, Bella. Os lobos estão fazendo ronda depois que Rhemain a atacou, mas os alguns Lunares são traiçoeiros e conseguem burlar a defesa – Ben disse, tirando os olhos da TV e me olhando por cima da cabeça da esposa.

- Tudo bem, coleguinha – respondi rindo e lhes dei um beijo na bochecha, antes de sair saltitando de casa.

         Enquanto ainda saltitava entre as árvores, comecei a rir baixinho, sozinha. Eu quase poderia ser a chapeuzinho vermelho. Claro que eu usava um shortinho jeans preto na metade da coxa, uma blusa vermelha solta da Banana Republic e um all star verde – mas ainda assim a chapeuzinho, só que moderna.

         Pensando bem, a roupa que eu usava nunca poderia usar no Reino, ainda mais esse short. Quando eu tinha menos de onze anos podia, agora, rá! Há quem ria.

         O raro sol escapava entre as folhas das árvores e penetrava na minha pele, dando-me uma sensação de conforto. Nunca entendi por que, mas quando sentia o sol minha força era revitalizada e meus poderes estavam em força máxima. Por isso, acho que se a guerra definitiva ocorrer, espero que seja de dia – apesar de que se um Lunar descobrir que eles ficam melhor de noite, será um real problema.

         Mas parei de pensar em problemas e guerra quando cheguei à parte mais bonita da floresta que já tinha visto. Os galhos das árvores eram nodosos e tortos, formando um arco de flores por cima da minha cabeça. Continuei andando calmamente até o fim daquele túnel, que deu numa linda clareira.

         As flores roxas estavam espalhadas pelo chão. A grama era verde escura e parecia macia de se deitar, o que fiz sem hesitar, quase jogando-me ali. O sol bateu em meu rosto e meus olhos, no entanto não os fechei. Diferente dos humanos, eu não tinha problema algum em olhar diretamente para ele.

         Acho engraçado como os seres humanos supõem que o sol é uma enorme bola de gás hélio e seja mais lá o que for. Claro que isso é culpa da grossa camada de magia que os Bruxos lançaram em volta do Sol para não ser descoberta a nossa sociedade. Mas... Mesmo assim, que idéia!

         Olhei sorridente para meu Reino. Eu quase imaginei ver um grande castelo, mas sabia que era somente minha imaginação mostrando a mim o que eu queria ver – afinal, eu estava longe de casa.

- Olá – disse uma voz alegre para mim.

         Sentei-me num pulo e olhei em volta. Edward estava ali, encostado, na sombra, a um galho de árvore. Seus cabelos eram propositalmente bagunçados, todavia eu sabia que, sendo vampiro, eles nunca mais mudariam de posição. Seu sorriso fez meu coração parecer parar por alguns instantes antes de continuar, acelerado.

- Oi, Edward – eu disse, devolvendo o sorriso com a mesma intensidade. Ah, eu gostaria tanto de deslumbrá-lo quanto ele me deslumbra!

         Ele veio andando calmamente em minha direção. Perdi o ar por alguns segundos vendo sua pele brilhar como mil diamantes. Lindo, foi meu único pensamento. Edward era muito lindo.

- Posso me sentar? – ele indicou o lugar ao meu lado.

- C-Claro – não gagueje, Bella!

         Edward se sentou de pernas cruzadas, ainda sorrindo para mim.

- Então, o que uma princesa faz aqui, num sábado ensolarado? Achei que iria com Alice na viagem de compras já que o dia inteiro ela bloqueou seus pensamentos de mim – ele sorriu mais, erguendo uma sobrancelha em duvida.

- Ah, é, pois é... Eu não gosto muito de compras – admiti, corando sob seu olhar intenso. Corei mais ainda ao me lembrar do vergonhoso dia em que eu descobri que ele lia mentes.

         Ah! Emmett ainda brinca sobre o que eu escondo para ficar tão roxa de vergonha – porém ainda não conseguia deixar de sentir alivio ao pensar que Edward não conseguia ler minha mente.

         Era como se ela estivesse quebrada. A freqüência de sua mente estivesse em A.M e a minha F.M. Só a minha. Quando perguntei se ele já havia visto alguém como eu, sua resposta foi "Só uma pessoa". E não toquei mais no assunto, pois tinha quase certeza de que sabia quem era essa única pessoa.

- Uau! Imagino que você deva ganhar o premio do ano por isso – vendo meu olhar de dúvida continuou – quero dizer, fugir de Alice e Lucy de uma ida ao Canadá é realmente alguma coisa.

- Canadá?! – quase berrei, assustando-o.

         Ele coçou a nuca, olhando para mim confuso: - Elas não te falaram que era para lá que iam?

- Bom, não... – nem sei por que tinha gritado, acho que era porque eu esperava algo dentro, sabe... do país quando elas foram fazer compras.

- É bem a cara da Alice – ele riu e eu o acompanhei.

         Quando parei, percebi que Edward me olhava profundamente, como há alguns segundos: - Você tem um sorriso lindo – ele soltou de repente, erguendo meu queixo com um dedo.

         Por algum motivo, eu ainda tinha o meu estúpido – lindo, ah! – sorriso no rosto quando corei loucamente. Cruz credo, não solte isso sem eu estar psicologicamente preparada para isso.

         Não, me elogie, meu amor!, outra parte de minha mente gritou e a mandei calar a boca.

- Obrigada. Você também – isso, Bella, estúpida. Agora parece que você só falou isso para retribuir a gentileza. Eu tinha que parar de conversar mentalmente!

         Pisquei rapidamente, olhando em seus olhos dourados, que, assim como sua boca – suculenta! Ah, cala a boca, Bella! -, sorriam para mim. Nossos corpos foram se aproximando, lentamente. Em determinado momento estávamos tão próximos que nossos narizes quase se tocavam. Sua respiração quente e seu hálito de menta vieram para mim, embriagando-me.

- Quero tentar algo – ele sussurrou com sua boca quase contra a minha – fique quietinha.

         Seus lábios tocaram os meus. Era como se mil fogos de artifício se explodissem ao mesmo tempo no meu cérebro, deixando-me tonta, mas ao mesmo tempo maravilhada. Sua boca tinha um gosto delicioso que me fez querer nunca mais sair dali.

         Nossos corpos estavam inclinados para frente, de forma que sem dificuldade ele passou um de seus braços por minha cintura e eu coloquei uma de minhas mãos em sua nuca, apertando o cabelo – provavelmente desgrenhado – que tinha ali.

         Sua língua pediu passagem e eu não recusei, retribuindo imensamente. Abri os olhos, que nem notei ter fechado e me vi fascinada por duas orbes douradas que me encaram com carinho. Vi um pouco de tudo naquele olhar: felicidade, carinho, culpa...

         Soltamos-nos, eu estava ofegante, diferente de Edward, que obviamente não precisava respirar. Fora o primeiro e o melhor beijo de toda a minha existência. De repente, ficar vinte anos sem beijar parecia um desperdício quando Edward estava vivo desde que nasci.

- Ah – foi minha fala inteligente, mas ainda assim com um sorriso.

         Edward olhou para mim: - Eu quase perdi o controle, Bella – falou seriamente, porém não conseguia disfarçar a visível felicidade – seu sangue é apelativo demais, não posso me permitir atacá-la.

- Sinto muito – sussurrei baixinho.

         Ele segurou meu queixo, levantando-o. Eu olhei em seus olhos dourados que expressavam confusão.

- Por que está me pedindo desculpas? Não é sua culpa se você possui o sangue mais cheiroso que já tive o prazer de sentir. Seu aroma é delicioso, Bella. Mas não quero matá-la e nunca me perdoaria se assim o fizesse.

- Estou pedindo desculpas porque sei o motivo de meu sangue ser tão apelativo – murmurei baixinho, ainda olhando para ele – O Sangue Real do Sol faz isso com os Vampiros. Não tenho idéia do por que de ser tão cheiroso, mas é assim desde que nasci.

         Edward me puxou para seu colo, à vontade. Eu não recusei por um minuto sequer, encostando minha cabeça em seu ombro, inspirando o máximo de seu cheiro que eu conseguia. Com certeza tinha um pouco de canela ali, talvez até mel. No entanto, não soube identificar o resto.

- Eu nunca me perdoaria se você bebesse de meu sangue – continuei – Sendo uma Real do Sol, nas minhas veias corre fogo.

- Fogo? – ele estranhou, beijando os meus cabelos.

- Sim. É uma autodefesa, imagino. A maior parte dos Seres da Lua fica medrosos com o fogo não é? E morrem se forem esquartejados e queimados. Se um Vampiro, por exemplo, me morder, seu corpo irá incendiar até a morte.

- Você é quente, hm? – ele sussurrou contra o topo de minha cabeça e eu corei. Aparentemente ele viu, pois passou uma das mãos sobre minha bochecha – Adoro quando cora.

         Baixei o olhar, porque sentia me irracionalizar quando olhava para seu rosto de deus grego. Eu mal me lembrava de como tinha ido parar nessas campina, quanto mais me lembrava de pensar em como tudo estava indo rápido.

- Adoro tudo em você. Não sei explicar, mas desde que entrou naquele refeitório, no primeiro dia, soube que havia algo em você que me encanta. Sou meio cabeça dura, peço que tenha paciência comigo – ele riu e eu o acompanhei delicadamente – mas venho de uma época em que nem poderia ter te beijado ainda, então...

- Que bom que não estamos naquela época – eu sussurrei.

         Simplesmente me virei, enquanto ele capturava meus lábios novamente.


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