Little Princess Ii escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 10
A Criação e a Morte


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse ficou relativamente grande, comparado aos outros.



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Capítulo 10 – A Criação e a Morte

Pov's Edward:

         A vida é uma coisa certamente curiosa. Ainda mais levando em conta que existe todo o tipo de vida no mundo. Vidas alegres, vidas tristes, vidas curtas, longas, trágicas e eternas. Também existem mortes eternas, assim como castigos eternos.

         Mas acho que eu nunca tinha visto essa questão de vida: a de Annabella Summer – que, aliás, de acordo com o que Angela Weber dissera há dois dias, era somente um pseudônimo. Ela não nos disse o verdadeiro nome de "Annabella".

         Mesmo depois de dois dias, eu ainda me fazia questões. O que tinha acontecido? Quem aquelas pessoas eram de verdade? Por que aquela mulher espancara Annabella, e como a mesma devolvera os golpes? Tantas dúvidas.

         Eu odeio não saber. Em geral eu sempre sei, ou pelo menos, sempre escuto. Os humanos pensam alto, os vampiros conseguem pensar em várias coisas simultaneamente e, por mais que tentem esconder quando sabem de minha habilidade, nenhum consegue, suas mentes voltam ao que querem – a não ser minha família, que depois de algumas décadas, haja quem aprenda.

         Mas aquela menina – criança praticamente, se comparar a minha idade – era muito curiosa, e uma aura de dúvidas cercava-lhe, mesmo quando inconsciente na maca. Desde suas feições, até os dedos de seus pés descalços, ela era misteriosa. De olhos fechados, eu não conseguia ver aqueles chocantes olhos azuis, eles eram penetrantes, atordoantes e também parecia queimar de frieza.

         Era tanta coisa ao mesmo tempo em que, acho eu, se ela fosse vampira e eu pudesse ler seus pensamentos, ela seria a que mais pensa ao mesmo tempo.

         Mas aí estava a questão: eu não lia seus pensamentos. Nem de seus amigos. De suas mentes, só vinha um frustrante silêncio. Por alguma razão, eu não conseguir ler a mente de seus amigos não me incomodou muito. Todos os três eram o que aparentavam ser: humildes, divertidos e companheiros. Muito diferentes de outros humanos por aí (mesmo agora eu sabendo que eles não eram humanos, ou pelo menos, normais).

         Entretanto... Bella, como preferia ser chamada, era um completo mistério para mim. Ela todo dia sentava-se ao meu lado em biologia, e nenhuma coisa sequer eu conseguia desvendar dela. Somente sabia a história de como ela fora parar em Forks – mesmo Ben dizendo que era falsa era a única coisa que eu sabia.

         E a coisa toda ficou mais bizarra ainda quando eu a vi despertar. Seus olhos azuis me atraiam de uma maneira que eu não conseguia explicar, eles pareciam ter um imã positivo e meus olhos um imã negativo – nós estávamos tão próximos que nossos olhares se grudavam.

         Todavia, eu tentava manter olhos indiferentes, tentava fazer com que meus olhos fossem "positivos" como os dela, para se repelirem – para me fazer lembrar que quem eu amava era Bella Cullen e, não podia sequer sentir atração por outra pessoa. Muito menos alguém com "bella" no nome.

         E se eu achava que não podia ficar mais estranho, ficou. Bella tinha tomado sangue e, pela mente de Jazz, vi o que ela sentiu: ela estava adorando. Adorando. Sangue. Uma humana – poderia haver mais esquisitice que essa?

         Não.

         Mas houve, é claro. Seus olhos mudaram de cor como os de vampiros mudam quando tomam sangue. Não ficaram vermelhos (o sangue era doado e ficava estocado caso alguma... Hm... Algum problema ocorresse. Não com Jazz – ele depois daquilo ficara tão controlado quanto eu ou Esme -, somente algo geral), os olhos ficaram castanhos. Tinha fogo tremelicando como uma dança em suas órbitas.

         Eram tantos pensamentos em minha cabeça, explodindo em duvidas e curiosidades, que tentei me concentrar em Ben, Angela, Lucy ou Bella. Ouvir somente o vazio frustrante de suas mentes nunca parecera tão bom.

         Bella parecia atordoada com tudo. Seus olhos emanavam tamanha confusão que era como se todos tivessem o dom de Jasper e pudessem sentir seus sentimentos. Ou o meu, e pudessem ouvir sua confusão mental.

         Ela percorreu os olhos pelo escritório novamente, porém mais detalhadamente do que quando despertara. Era óbvio o que tentava fazer: tirar a atenção dos olhares curiosos para si. Se distrair, não pensar naquilo.

         Bom, se eu fosse tão esquisito quanto ela também gostaria de me distrair.

Pov's Bella:

         O aparente escritório era meticulosamente limpo e arrumado. Os livros eram milimetricamente posicionados e com meus olhos aguçados vi que nenhuma camada de pó revestia os móveis. O lugar era arejado, com janelas de vidro abertas e que davam vista para uma floresta.

         Observei a mesa cheia de papéis. Vi em letras grandes o título "Hospital Público de Forks", mas depois desviei os olhos, deixando as coisas particulares de Carlisle – imagino que seja do médico, não é? – em paz. Não era meu, eu teria de cuidar da minha vida.

         Mas foi impossível não olhar os portas retratos de vidro delicado. Vi uma foto em que ele e Esme estavam juntos, de mãos dadas e sorridentes. Havia uma com ele e Corin, um braço de cada estava pelo ombro do outro, como se fossem velhos amigos. Havia nas prateleiras também fotos com todos os garotos e garotas Cullen, juntos, separados. Era como se fosse uma galeria. No entanto, havia uma última foto... No fundo...

         Não, não era uma foto. Era uma pintura feita com tamanha perfeição, que enganaria qualquer observador rápido. Os detalhes eram incríveis e bem elaborados, com ângulos certos e não exagerados, simples, mas elegantes.

         Fiquei surpresa por não reparar nesse logo de cara, sentindo-me estúpida. Estava bem ao meio dos retratos pendurados na parede, com uma moldura dourada em volta da tela – realmente estúpida, pois era um quadro grande. Por alguma razão, meus olhos só se voltaram para lá agora.

         A pintura mostrava toda a família Cullen, completa. Carlisle estava bem no meio, de pé. Tinha um dos braços passados delicadamente pela cintura de Esme, que tinha lhe abraçado e sorria para mim na pintura.

         Corin estava um pouco mais ao lado, com um ar brincalhão ao lado de Emmett, que também sorria exageradamente. Rosalie ao lado do namorado olhava desconfiada – mas obviamente feliz – para ele, que mais sorria e brincava com Corin do que abraçava Rosalie.

         Chelsea tinha os braços cruzados e estava ao lado de Esme, seus olhos estreitos para Corin – que estava do outro lado de Carlisle.

         Jasper estava com as pernas cruzadas, sentado no chão, ereto, duro. Mas seu sorriso quebrava totalmente a imagem militar, pois era de rasgar o rosto. Alice, sentada em seu colo, tinha os braços passados pelo pescoço do namorado e sorria tão aberta e alegremente quanto o mesmo.

         Edward estava sentado relaxadamente exatamente à frente de Esme. Seus olhos eram os mais dourados na pintura, e eu nunca os tinha visto tão "decifráveis": estavam alegres. Simplesmente irradiavam alegria.

         E, por último, sentada bem à frente de Carlisle, quase no centro da pintura, havia uma menininha. Ela era pequenina, parecia tão extremamente frágil que achei que se, se levantasse, quebraria. Sua beleza era tão surreal quanto às das pessoas que a cercavam e ela parecia se encaixar perfeitamente naquele quadro, como chuva e água.

         Eu a reconheci de imediato, arregalando os olhos: Bella! Era Isabella Cullen ali! Os mesmos olhos, o mesmo sorriso, altura, rosto, tudo, era ela, sem dúvida alguma. Seu corpo estava encostado ao de Edward e sua cabeça apoiada do ombro do mesmo. Ambos estavam tão felizes juntos e sorriam tão alegres para mim, que eu senti que toda a felicidade de minha vida era uma gota comparada a deles.

         Mas Edward era tão sombrio, tão diferente do quadro.

         Sem reparar, eu tinha levantado. Caminhado, sob os olhares dos vampiros e dos meus amigos presentes, em direção aquele quadro. Ouvi as respirações dos vampiros pararem atrás de mim.

         Aproximei-me do quadro, até ficar frente a frente com ele. Olhei curiosa a assinatura do pintor – na verdade, pintora: B. Cullen.

         Bella. Bella tinha, indubitavelmente, pintado aquele quadro. Então ali tinha vivido com os Cullen durante algum tempo, se parecia tão à vontade. No entanto, onde estaria agora? Fazendo algo importante? Ou... Brigara com a aparente família? Essa última opção parecia impossível vendo a felicidade deles.

- Quem... – eu hesitei por alguns segundos. Os vampiros atrás de mim pareciam tão congelados... Mas eu estava muito curiosa sobre tudo. – Quem é ela?

         Silêncio. Um silêncio constrangedor e tenso por alguns segundos, que pareceram horas, até Angela, vendo a ausência de respostas dos Cullen, me repreender no tom mais bravo que conseguia (sem muito sucesso, Ang era gentil demais):

- Bella, não seja mal educada. Não se pode fazer essas perguntas assim, são os anfitriões da casa.

         Corei levemente. Certo. Em minhas "regras de etiqueta de princesa", eu sabia que era errado, porém, minha curiosidade era muito maior que a "etiqueta".

- Sinto muit... – antes que eu pudesse terminar, no entanto, Alice respondeu numa voz de quem está sendo queimado ou pisoteado até a morte:

- É nossa irmãzinha, Isabella Cullen.

         Franzi o cenho. Não havia dúvidas de que era a Bella que aparecia em meus sonhos – ou, como a própria dizia, "memórias", de quem eu não tenho idéia -, mas não custava confirmava.

- Bella Cullen? – deixei escapar. Sabia que tinha acabado de cometer um erro. Afinal...

- Você conheceu Bella? – Emmett disse surpreso. Exatamente era essa a questão.

         Pessoalmente? Não. Nos meus sonhos bizarros? Ah, claro, sempre. Intima minha. Eu obviamente não podia responder isso, então engoli seco antes de responder: - Tenho certeza que o nome me é familiar.

- Quantos anos você tem? – Edward perguntou e pela primeira vez vi uma expressão óbvia em seu rosto: ansiedade. A minha resposta, era isso que ele queria, mas eu não entendia o que isso podia ter haver com Isabella.

- Bom... Tecnicamente vinte.

- Tecnicamente? – ele ergueu uma sobrancelha.

- É, bem, minha aparência é de quinze, mas sou imortal e até agora tenho vinte – respondi completamente e ele soltou um muxoxo frustrado, murmurando um "então não".

         Passei os dedos pelo cabelo, tentando tirar os nós, enquanto perguntava: - Mas o que isso tem haver com Isabella Cullen?

- Você não poderia ter conhecido ela, já que você tem vinte anos e ela morreu há trinta – eu congelei com a fala do ruivinho topetudo ali.

         Morrido?

         Mas... Não... Bella teria me falado... Ahn?

         Eu nunca falara com Isabella, exatamente. Somente naquele sonho, os outros eu só podia observar sem fazer nada, como uma terceira pessoa invisível. No entanto, no sonho que eu conversara com Bella, ela não tinha me falado sobre ter morrido, somente... "Hm... Bem, digamos que aconteceram uns problemas na Inglaterra e..." e era ali que ela provavelmente tinha morrido.

         Era por isso que ela não estava com os Cullen, era por isso que Edward parecia tão sombrio todo dia na escola. No quadro ele estava decididamente feliz ao lado de Bella, era óbvio que ambos eram muitos unidos. E, com a morte da mesma... Ele estava triste, era isso. Não mal humorado, ou irritado, e talvez não fosse somente o cheiro de meu sangue que o incomodasse, talvez fosse até mesmo meu nome!

         Passaram-se alguns minutos de silêncio até eu falar, de cabeça baixa, sem me virar para os Cullen: - Sinto muito – eu sentia, de verdade. Bella, no quadro ali e nos meus sonhos parecia uma pessoa tão absurdamente boa, que sua morte parecia uma injustiça.

         Fui delicada o suficiente para não perguntar como ela morrera, pelas minhas contas, tinha sido em 1980, era recente, sua morte, eu digo. As feridas daquele gentil família ainda estavam abertas.

- Não tem problema – Edward respondeu, referindo-se à eu ter feito perguntas, mas seu tom contradizia totalmente suas palavras. É claro que tinha um problema. Ele não gostava desse assunto.

         Mas quem gostaria de falar da morte um ente querido? Eu ainda tinha problemas com Ever, e eu nem a conhecera, somente por sonhos – tão poucos comparado aos que eu tinha com Bella – e flashes vagos.

         Olhei nos olhos dourados de Bella, profunda e demoradamente. A menina era, afinal, misteriosa, tinha segredos. Afinal, o que ela tinha tão haver comigo? Com os Cullen eu entendia, era família. Mas... Comigo? A Princesa do Sol e uma vampira que eu nunca tinha conhecido, e que, aliás, já estava morta?

         Suspirei, antes de cambalear. Alguém rapidamente me segurou. Agradeci baixinho para Jacob e subi na ponta dos pés para lhe dar um beijo na bochecha. Jacob era como Lucy, meu irmão em todos os aspectos. Sua pele era quente, mas ainda era mais fria que a minha – a única pessoa com temperatura mais alta que eu era meu pai, que era completamente Solar, com Sangue Real nas veias, e eu era hibrida.

         Jacob passou os braços por baixo de meus joelhos e me carregou de volta para a maca. Não protestei. Já me sentia cansada novamente – sinceramente, essas oscilações de força já estavam uma bosta.

- Obrigada – cochichei novamente, deitando a cabeça no travesseiro.

         Respirei fundo, fechado os olhos e esticando as pernas. Todos estavam tão parados que a única coisa que se ouvia eram suas respirações, e no caso dos que podiam seus corações batendo. Eu mesma sentia o meu bater acelerado no peito.

- Acho – eu respirei fundo novamente -... Acho que está na hora de eu contar a minha história.

- Não é necessário, querida – Esme disse amavelmente – você está cansada, precisa dormir um pouco. Não nos incomodaremos de esperar e, além de tudo, não deve nada a nós.

- Vocês salvaram a minha vida, serei eternamente grata e por quanto tempo durar minha curta eternidade – respondi simplesmente, ignorando as palavras finais da vampira gentil.

- Curta eternidade? – de olhos fechados, ouvi a voz de Chelsea – Eternidades não são curtas. Você só tem vinte anos.

- E quase morri há dois dias – eu retruquei, mas minha voz era leve, quase sonolenta – Acontece que onde moro está havendo uma guerra.

- Você mora no Iraque?! – Emmett quase gritou, aliviando totalmente a tensão, até me permiti dar uma risadinha quando ouvi o som de um tapa estalando em sua nuca.

- Não, Emmett, mas foi um bom chute – eu murmurei quase risonha. Sério que ele tinha falado aquilo?...

         Abri os olhos e fitei o teto.

- Meu lar talvez seja um pouco mais distante, num Reino, talvez seja clichê dizer isso, mágico.

- Reino? – Rosalie disse incrédula, ignorando totalmente a ansiedade de Emmett.

- Talvez você não o conheça, as esquinas e ruas que dão para ele não são muito famosas.

         Lucy deu uma risadinha e Jacob um sorriso de canto de boca.

- Se chama Reino do Sol e talvez fique a alguns anos luz daqui.

         Vi o queixo dos vampiros caírem simultaneamente, quase como se fosse combinado e dei um sorriso mínimo, que nem mesmo mostrava os meus dentes.

- Comoéqueé? – Emmett e Corin falaram tão junto e tão rápido, que parecia isso que eles tinham dito.

         Mas eu entendi e respondi tranquilamente: - É exatamente isso que vocês ouviram. Imagino que já tenham ouvido falar da teoria de que Deus criou o universo e tudo o mais, não é?

         Quem respondeu foi Carlisle: - Sim, é claro.

- Bem... Não é exatamente isso – eu disse, sentando-me na maca e olhando para todos, que ainda estavam em choque – Deus certamente pode ter criado O Universo, mas, a vida, os humanos na Terra, bom, isso não foi Deus.

"Há éons, quando a Terra ainda era praticamente uma bola de fogo, existia vida no Sol e na Lua. O primeiro é o lugar que eu falei o Reino do Sol, o lugar onde moro. O segundo se chama Império da Lua, como pode ver, o segundo é meio... Egocêntrico – dei uma risadinha junto com Lucy, era nossa piadinha – Na época da Criação da Vida, os Seres foram divididos entre bem e mal: os bondosos foram para o Sol, quente e acolhedor, enquanto os cruéis para a Lua, que era fria e os malvados receberiam o que davam".

         Ninguém ousava interromper, silenciosos, queriam escutar mais.

- A Lua tinha um Rei e uma Rainha, Juan, que era um Caçador da Lua, e Myrtle, que tinha o Sangue Real da Lua. Ambos se merecem, com certeza. Cruéis e frios, dificilmente demonstram algo, e quando o fazem, em geral não é algo bom. O Sol, respectivamente, também tinha seus comandantes. O Rei Charlie e a Rainha Renée.

"Logo a disputa entre o Poder veio. O Império da Lua queria ficar no comando de tudo, enquanto o Reino do Sol queria tornar ambos os astros um bom lugar para se morar. Naquela época, os dois astros eram tão próximos, que você poderia passar pelas pontes que os interligava..."

- Pontes? – Alice perguntou, interrompendo-me gentilmente. Parecia envergonhada em fazer tal coisa, mas lhe sorri gentilmente.

- Sim. Os mais Antigos contam-me que ninguém nunca soube o porquê da existência dessas pontes, elas simplesmente estavam ali quando tudo surgiu.

- Ah, certo. Desculpe interromper, pode continuar.

         Assenti.

- Pequenas batalhas ocorriam, a vida já era desenvolvida. Entendam, não era como na Terra, que os primeiros humanos nem mesmo sabiam da existência do fogo. Lá já havia casas, castelos, meios de transporte. Ninguém nunca entendeu, mas quando todos surgiram, simplesmente estava lá.

"Avançando alguns anos, mais especificamente para o ano de 270 – depois da Criação, obviamente – nasceu alguém, um Príncipe em uma das nações. Seu nome era Daniel da Lua, e ele estava destinado a trazer a vitória àquele povo."

"O problema, para os Lunares (Seres naturais da Lua) pelo menos, veio dois anos depois: a Princesa. Ever Solace do Sol era seu nome, e ela estava destinada a trazer a vitória para seu povo".

- E era impossível que ambos vencessem – Lucy concluiu para mim, cortando a frase que eu tanto queria falar depois de tanto suspense.

         Bom, deixa para lá. Os Cullen pareciam tão hipnotizados pela história que nem piscavam – não que precisassem. Só era estranho ver alguém tão parado por tanto tempo.

- O Príncipe e a Princesa eram seres poderosos, certamente. O Príncipe era um hibrido: por parte de pai, era Caçador da Lua, por parte de mãe, tinha o Sangue Real. A Princesa também tinha as mesmas características, só que por parte de pai que ela tinha o Sangue Real do Sol e por parte de mãe, ela era Bruxa.

         Vi algo estalar no olhar de Alice, mas ela nada comentou. Os outros pareciam concentrados demais na história para tentar deduzir esse detalhe, que os levaria aonde queriam chegar desde o inicio.

- Eles teriam que lutar, naturalmente. E treinaram muito para isso. Mas eles, por um acaso do destino, penso eu, acabaram se conhecendo. Lembram das pontes que eu falei que interligavam os dois astros? – quando eles assentiram positivamente, continuei: - Bem, havia uma ponte para os dois. Aparentemente, mais ninguém a via, e ela era quase transparente, era mágica.

"Depois de se encontrarem pela primeira vez, acabaram tornando suas conversar freqüentes. Pode parecer, novamente, clichê, mas eles se apaixonaram um pelo outro tanto quanto se pode apaixonar. No entanto, isso era muito proibido, e nada contaram aos pais, temendo a reação dos mesmos."

"A guerra seguiu seu rumo e, quando tinham dezenove e vinte e um anos, a Primeira Guerra dos Astros ocorreu e eles não puderam escapar. As batalhas ocorreram entre as maiores pontes. E, por ironia do destino, a batalha entre Dan e Ever ocorreu na ponte que eles se conheceram".

"No final, seus poderes se chocaram e eles acabaram explodindo-se em fogo e gelo. A explosão teve tamanha potência, que os astros se afastaram e estavam na posição atual. Claro que a Lua se mexeu mais, pois é muito menor que o Sol, mas ambos mexeram-se."

- Fascinante – Carlisle disse animado – isso explica tanta coisa que os cientistas não podem entender. Mas entendo por que não se pode contar para toda a humanidade, certamente seria um choque.

- Sem dúvida – Angela se pronunciou finalmente, concordando veemente. Pois é, imagine humanos sabendo sobre seres mágicos e blá, blá, blá.

- Mas... E aí, o que aconteceu depois? – Corin perguntou curioso, parecia estar se segurando para fazer mais um monte de perguntas.

         Sorri gentilmente para ele.

- Então as nações voltaram a se recompor. Claro que Renée e Charlie ficaram abalados pela perda da filha. Até hoje não sei se Juan e Myrtle ficaram pela do filho, eu ainda acho que eles são incapazes de sentir algo.

- Quando vocês vieram para a Terra? – perguntou Rosalie curiosa.

- Bom, os primeiros seres a virem para a Terra foram os Lunares. Eu brinco com meus pais que é por isso que aconteceu aquela versão na Bíblia. Primeiro era o Paraíso, ou seja, sem seres na Terra. Então, Eva pegou o fruto proibido, ou seja, foi quando os Lunares chegaram e espalharam o mal.

- Teoria interessante a sua, Bella – Carlisle disse impressionado – e faz muito sentido.

- Obrigada – eu agradeci.

- Mas ainda não terminou... – Jacob murmurou enquanto bocejava e se sentava no chão, bem a vontade. Lucy riu e sentou-se também, encostada a ele.

- Não – eu disse, semicerrando os olhos, falsamente irritada, para meus amigos – Bem. Os Solares logo descobriram uma forma de vir à Terra também, claro que foi mais complicado, pois o Sol é obviamente mais longe. Mas, então, as coisas boas também surgiram, criando o equilíbrio e os seres humanos, que habitam a Terra até hoje.

- E os seres imortais que vieram para cá? O que aconteceu com eles? – perguntou Esme para mim.

- Vagam por aí, a maioria deles são facilmente reconhecíveis. Outros, nem tanto – dei de ombros.

- Como assim?

- Ora, de onde vocês acham que os Vampiros surgiram? – eu perguntei retoricamente.

         Emmett arregalou os olhos e disse animadamente para mim: - Tá me dizendo que os Vampiros são do Sol?! Que massa, meu! – Rosalie deu um tapa em sua nuca, fazendo Lucy, Corin, Jacob e Alice rirem.

- Não – quando vi que ficaram confusos, tratei de explicar – não estou dizendo que Vampiros são seres originários da Terra, estou dizendo que não são do Sol.

"Eu realmente sinto muito dizer isso justo à vocês, que são vampiros tão bons e gentis. Mas os Vampiros são Lunares, seres originalmente cruéis e sem escrúpulos. E, se me permitem ser sincera, a maioria de fato é."

- Quais seres mais são originários da Lua? – perguntou Jasper, sendo o primeiro a sair do torpor de descobrir sua origem.

- Bom, os Vampiros, obviamente. Outra raça muito predominante na Lua, é o Caçador da Lua.

- Caçador da Lua? – perguntaram todos em uníssono perfeito.

         Assenti: - Sim. São frios como vocês, mas tem capacidades humanas, ou seja, não são rápidos, dormem, sentem sede e tudo o mais. O inimigo principal deles são os Bruxos.

- Por quê? – indagou Chelsea, curiosa.

         Quem respondeu foi Angela, que era uma própria Bruxa: - Porque nós também temos capacidades humanas. Eu não corro como vocês muito menos têm suas forças. Sim, eu tenho feitiços e mágicas. Sim, eu controlo a água, a terra e o ar. Mas um Bruxo, se não for muito bem treinado, não pode lutar de igual para igual com um Vampiro.

"Assim como o inimigo principal dos Transformos são os Vampiros, por isso o bando de La Push teve aquela reação para com vocês."

- É tão complexo, mas tão fascinante – Carlisle continuava dizendo em seu tom de profissional.

         Sorri de canto de boca. Era realmente uma história muito longa. No entanto, eu a tinha decorado bem – minha mãe adorava contar histórias para eu dormir que tinha haver com a verdadeira história do Sol.

- Na Lua também existem Anjos Caídos, que são os Anjos rebeldes naturalmente do Sol. Tem seus filhos com humanas, os Nefilins. Ah! – eu disse extasiada, isso finalmente estava ficando interessante – Também existem os Espectros. Esses são realmente poucos, levando em conta da população lunar.

- O que fantasminhas podem fazer demais? – Corin zombou e Emmett o acompanhou na risada.

- Te possuir – Ben, que estava quieto há algum tempo, respondeu sombriamente e os dois se calaram. – Pode parecer bobagem comparada à força ou velocidade de vocês, mas todas as espécies têm suas vantagens, e desvantagens, claro.

- Vampiros são invencíveis – Emmett falou ceticamente.

- Eles são imunes a fogo? – Ben retrucou e o grandão coçou a nuca, constrangido.

- Não, mas é... Mas é só se manter longe dele! – ele tentou devolver.

         Ben nem mesmo precisou acenar para mim, eu já sabia o que fazer: estiquei a palma da mão e fogo surgiu. Uma pontada veio na minha cabeça, mas ignorei completamente – eu tenho que usar meus poderes, doendo ou não.

         Emmett recuou um passo e não discutiu mais.

- Eu, por exemplo – Lucy começou risonha em relação ao medo de Emmett ao fogo (na verdade todos os Cullen ficaram assim, e me perguntei se eles tinham algo com fogo) – sou uma péssima corredora! Tenho um olfato excelente por causa da natureza que cuido, mas correr realmente não é minha praia.

- Você é uma Fada do Bosque, certo? – Esme perguntou incerta, franzindo minimamente as sobrancelhas.

- Sim, sim – minha melhor amiga disse animadíssima. Ela era orgulhosa de ser o que era (frase confusa? Imagina!).

- Ei, quais são as fraquezas de um Bruxo? – Alice perguntou curiosa, na verdade, a baixinha (o que é ridículo dizer, pois eu tenho a mesma altura) parecia quicar no lugar, tamanha animação sobre tudo isso.

- Bom, como falei antes – Angela disse para ela, sorrindo amigavelmente – temos velocidade e força humanas, ou seja, é realmente uma desvantagem numa luta contra imortais "super-hiper-mega-invenciveis". Mas a vantagem é que controlamos os elementos... Bem, exceto o fogo.

- Vocês são seres do Sol e não controlam o fogo? – Jasper estranhou, arqueando uma sobrancelha em dúvida.

         Angela corou levemente. Ela podia ter séculos de idade, mas também achava isso bisonho: - É, bom. Ninguém nunca entendeu. Nenhum Bruxo ou Bruxa controlou o fogo até hoje.

- A Bella controlou o fogo – Corin constatou, falando de quando eu fizera fogo há poucos minutos.

- Er... Isso depende do que Bella é, entende? – Angela disse constrangida. Em seu ponto vista, percebi, cada um devia falar o que era, pois era uma coisa da pessoa querer contar ou não.

         Eu não via problema em dizer para as pessoas que me ajudaram.

- Você é uma híbrida do quê, Bella? – Edward finalmente falou, saindo de seu silêncio. O nome Bella veio quase engasgado e agora eu entendia por que. Coitado.

         Senti uma vontade enorme de lhe abraçar e consolar-lhe. Não somente por eu ser apaixonada pelo cara – talvez em partes (N/A: Bella safadenha =) -, mas também porque ele parecia realmente muito mal ao se lembrar da irmã, quase catatônico.

         Respirei fundo. Por favor, que eles não me chamem de estranha, eu rezei mentalmente para qualquer um que pudesse me atender ou ouvir.

- Sou uma híbrida de Bruxa e de Sangue Real do Sol.

         Eu vi seus rostos rapidamente mudando as expressões de curiosidade para compreensão. Eles estavam ligando os pontos de acordo com a história que eu contara sobre o Reino e o Império.

- Você... – até mesmo Edward parecia chocado demais para dizer algo – Você é a Princesa do Sol?

         Assenti lentamente.

         E vi suas expressões ficarem em total choque.

         E agora?, eu reclamei mentalmente para a pessoa que eu rezara, Como você vai me tirar dessa?


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Notas finais do capítulo

Finalmente achei a pessoinha perfeita para ser nossa Ever! Oba! =D Espero que tenham gostado da minha explicação para tudo, tapei vários buracos e, espero, várias dúvidas. E espero que esse capítulo seja o suficiente para os que não recomendarem, recomendar (por favor, por favor *gatinho do Shrek*).

Vejo vocês na próxima!

Beijos,

Emm =D