Learning To Be a Bitch escrita por JuliaTenorio


Capítulo 9
Deus, eu amo o futebol


Notas iniciais do capítulo

É impossivel! Eu nunca consigo deixar certinho!



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Se eu morrer hoje, diga a Johnny Depp que eu o amo. Diga ao meu pai que fui eu que quebrei a replica da estatua grega dele, mas que coloquei a culpa no cachorro por que estava com medo. Diga a Miranda que ela foi uma boa amiga, mesmo sendo líder de torcida. E por ultimo diga a minha mãe que eu realmente odeio cereal. Por que eu sinto que estou prestes a morrer e não é por que Miranda está dirigindo como uma bêbada. É por que eu já estou na décima oitava pagina do trabalho de historia, ai você pergunta, por que um trabalho tão longo? Por que eu sou idiota demais para dizer um “não”. -Katie, vamos sair. Vêm? Perguntou Miranda aparecendo na porta do meu quarto, ela ainda estava de roupão e penteava os cabelos molhados. -Não posso, tenho que terminar o trabalho de historia. Ela levantou a sobrancelha sentando em minha cama. -Você já não tinha terminado? O meu sim, já o do Travis... -Parei para assistir Sex in the city. Ela sorriu decepcionada. -Ok, nos vemos mais tarde então - Miranda levantou da cama e me deu um beijo estalado na bochecha – Vê se não estuda muito Kat. Assenti a vendo sair. Maldito Stoll, seus serviços imprestáveis estavam acabando comigo. Lavar roupas, dever de casa, passear com o cachorro, arrumar seu quarto. Eu estava passando mais tempo com ele do que deveria, alias, ele parecia estar fazendo de tudo para eu passar o menor tempo possível com Will. Não que ele estivesse com ciúmes. Já que o Stoll não tem sentimentos por ninguém. Ele apenas não quer ver minha felicidade. Garoto estúpido. Ouvi o telefone de casa tocar, olhei no identificador de chamadas e bufei. Travis Stoll, ótimo, nem nos meus sonhos ele vai me deixar em paz. Deixei tocar umas três vezes para ver se ele desistia, mas o garoto era insistente. -O que você quer? -Desça. Ele falou rápido, levantei uma sobrancelha e fui até a janela. -Por quê? Perguntei vendo o carro dele parado na frente da minha casa, que Miranda não esteja vendo! -Por que eu estou dizendo para você descer. Ah, claro, e você manda em mim agora? -Vamos para onde? -Apenas coloque um dos seus malditos vestidos floridos e desça. E obrigada pela educação. Ele logo desligou na minha cara, bem depois de ter insultado meus lindos vestidinhos e eu que pensava que ficava fofa neles... Coloquei um vestido, já que eu já estava de pijamas e desci devagar as escadas, tentando não fazer barulho, impossível. Mas mesmo assim eu consegui sair sem ser vista. Travis estava com a cabeça encostada no vidro com os olhos fechados, por um momento sorri pensando que ele estava morto, mas Travis levantou a cabeça e olhou para mim, abrindo a trave do carro. Abri a porta e sentei no banco. -Você sabe, isso já está ficando cansativo. Eu disse olhando para ele, Travis apenas ligou o carro. -Só vai ficar cansativo quando eu disser que está cansativo. Revirei os olhos ligando o rádio, bem, eu já tinha intimidade com aquele carro. -Para onde vamos? -Para a casa de Will. Levantei uma sobrancelha questionadora. Ele está louco? Agora eu vou aparecer com o melhor o melhor amigo do cara que eu quero na casa dele? -Primeiro você faz o máximo para eu ficar longe dele e agora quer ir comigo na casa dele? Eu não te entendo. -Quem disse que eu entendo você? - Ele perguntou prestando atenção na estrada – Will não está muito bem, meio apreensivo por causa do jogo. Talvez você o deixe melhor. -Claro – falei com ironia, Travis sorriu. -Will é um dos meus melhores amigos, mesmo que tenha um péssimo gosto. Mudei de estação enquanto revirava os olhos. -Miranda é perfeita, seu irmão também acha isso. -Eu estava falando de você. É, ele é realmente a pessoa mais doce do mundo. -Ah, obrigada. Logo chegamos a casa de Will, bem eu sabia que era casa de Will por que foi onde paramos. Travis não fez o favor de abrir a porta para mim só para constar, sai por mim mesma e logo estávamos tocando a campainha de Will. A casa era muito bonita, em um estilo moderno por fora e clássico por dentro, eu soube disso por que a secretaria abriu a porta e pediu para esperarmos na sala que Will logo iria descer. Mandei língua para Travis quando ele disse que “ela não nos mandou subir por que estava com medo de você” e me sentei confortavelmente no sofá. Logo Will chegou, ele primeiro viu Travis, fez um toque estranho com ele e depois me viu, fez uma cara de incredularidade e depois sorriu. -Katie! - Will exclamou me pegando pela cintura e me rodopiando – O que você faz aqui? Ele perguntou claramente indicando o fato de eu ter vindo com Travis. -Encontrei Travis na lanchonete e ele me perguntou se eu queria vir com ele ver você. Ele sorriu abertamente, tadinho, Will era tão inocente. -Estou feliz que você a trouxe Travis, Katie andava tão distante. Revirei os olhos dando um tapinha nele. -Lee está ai? Will assentiu e Travis subiu as escadas rapidamente. -Quem é Lee? Perguntei quando nos sentamos no sofá, Will passou a mão pelos cabelos ansioso. -Meu meio irmão, ele voltou da faculdade esta semana.

Sorri para ele e Will me puxou para um beijo. Ele colocou a mão na minha perna que estava flexionada ao lado do corpo dele, e foi descendo por minha coxa. Parou no meu bumbum e me apertou com um pouco de força e sussurrou no meu ouvido:

-Você está me deixando louco - sua voz estava um pouco rouca.

Ele sorriu safado e me puxou mais contra ele, foi quando escutamos vozes e Will se separou de mim frustrado. -Você está me devendo uns amassos Srta. Gardner. Mas você não me escapa da próxima vez. Suspirei roubando um beijo rápido dele, Will sorriu e se virou para a escada onde Travis e um cara alto e magro desciam. -Então essa é a famosa Katie Gardner? Ri quando o garoto alto e de cabelos loiros como os de Will veio até mim sorrindo. -Katie Gardner sim, mas famosa, ainda não. Ele gargalhou fazendo Travis revirar os olhos como ele sempre fazia. -Esse é... -Lee Fletcher. Lee completou, estranhei pela diferença do sobrenome, mas logo lembrei que ele era meio irmão de Will. Sorri mostrando estar encantada e Travis olhou para mim. -Vamos Katie? Eu te deixo em casa. Ah, agora ele está sendo doce comigo. Canalha cínico e estúpido. -Claro – eu acenei e me virei para Will – Boa sorte no jogo amanhã Will – eu disse dando um rápido beijo nos lábios dele, então acenei para Lee – A gente se vê. -Travis, vê se traz mais vezes essa garota bonita aqui pra casa. Travis riu, obviamente do bonita, então tocou nas minhas costas me levando para fora da casa. Travis não conversou muito comigo durante o percurso, apenas me levou para casa, me deixou lá e saio cantando pneu da frente da minha casa. Eu suspirei, tinha que ir dormir, afinal, eu teria um dia longo pela frente amanhã. Muitas farsas, muitas mentiras e provavelmente muito escândalo. Corri o mais rápido possível para dentro do vestuário feminino na noite seguinte, o jogo iria começar em pelo menos meia hora e claro, Katie Gardner que se preze está sempre atrasada. Vi as meninas se trocando no vestuário enquanto conversavam, sim, eu já havia passado no teste, mas todo o meu tempo perdido praticamente servindo a Travis não me lembrou de disser que eu havia passado. Joguei minha bolsa em uma das cadeiras pegando minha roupa para poder me trocar. Miranda conversava com Annabeth enquanto se maquiavam, fui até elas já trocada, o uniforme era até confortável depois de alguns ajustes, tudo bem que deixava minhas pernas inteiras à mostra, mas pelo menos eu não parecia um elefante cor de rosa, no caso, um elefante em verde e preto. -Eu preciso de gloss. Eu exclamei me entulhando no meio das duas, Annabeth me deu espaço me jogando um gloss. Entranhei quando ela continuava a me olhar enquanto eu o passava nos meus lábios. -O que foi? Fiz algo de errado? Annabeth balançou a cabeça, então passou a mão pelo meu cabelo o arrumando. Queria ver a expressão de Miranda, mas ela estava completamente atrás de mim. -Você está bem Katie? Balancei a cabeça, entranhando a pergunta. -Estou, por quê? -Você anda estranha ultimamente. Disse Miranda, me virei para ela e minha prima colocou uma presilha fofinha no meu cabelo. -Combina com você. Ela disse sorrindo e mudando de assunto, pisquei meus olhos e voltei a procurar por um rímel. -Rachel, que maquiagem é essa? Virei-me para ouvir a voz de Annabeth falar, Rachel estava parada ali na frente, com uma maquiagem que me fez desconfiar se ela não havia acabado de vir de um enterro. -Achei que não faria mal. Annabeth bufou e se aproximou dela. -Faz muito mal sim Rachel, vá tirar isso antes que alguém entre aqui e se assuste com a sua cara. Rachel choramingou dizendo algo como “mas tava tão bonitinho”, ri da cara de minha amiga e me sentei em um dos banquinhos. -O que vocês estão aprontando? Eu perguntei quando as duas pararam de cochichar alguma coisa que pareciam não quere me contar. -Nada, por que você está imaginando isso? Miranda perguntou com um meio sorriso. -Por que vocês estão. Eu conheço vocês, eu te conheço Miranda. Annabeth fez um gesto de descaso com a mão. -Não estamos aprontando nada Katie querida, acho que você está apenas nervosa por causa do jogo. Fiz minha típica cara de “me enganem que eu gosto” e me virei para entramos no campo já que a nossa treinadora maluca já estava gritando. A arquibancada estava completamente cheia e não havia nenhum sinal dos garotos que iriam jogar, apenas das animadoras do time inimigo, Argh! Vi Silena reclamar com uma garota meio destrambelhada como eu e disser para ela tirar fotos direito, já que ela estava com uma maquina. Silena poderia ser muito autoritária às vezes, coitado do Beckendorf. Eu narraria o jogo, narraria, se não fosse algo tão chato. Eu quero disser, eu sou uma atriz, garotas do clube de teatro não costumam se preocupar com jogos de futebol americano, afinal, o que há de interessante em um monte de caras se jogando um em cima do outro? Nada, mas eu tenho que fingir muito bem que gosto disso. Nós dançamos bem, fazendo aquela dancinha chata que toda líder de torcida faz. Nosso time logo ganhou por pontos extras e eu sai correndo - como uma louca eu devo disser - até o Will, me jogando nos braços dele. Bem, se ele podia tentar apertar minha bunda eu podia me jogar nos braços dele. -Ganhamos Katie! Ele exclamou depois de tirar o capacete como se não fosse algo muito obvio. -Eu sabia que iriam ganhar! Eu disse sorrindo e saindo do abraço de urso de Will, mesmo que ele não fosse muito forte, quer dizer, Will só tinha um porte atlético, não tão musculoso assim como Beckendorf e os outros caras. Senti meu celular vibrar no bolso da minha calça e o tirei, escondendo logo depois de olhar e ver que era um número desconhecido. -Essa eu tenho que atender Will, nos vemos depois? Ele assentiu indo para o vestuário com os caras, os garotos sempre se trocavam depois dos jogos, diferente das garotas que gostavam de desfilar por ai em suas roupas de líder de torcida. -Alô? Eu disse ao atender o número desconhecido. -Hey Gardner, gostou do jogo? Ah não, sabe aquela historia de Travis Stoll não me deixar em paz nem nos meus sonhos? Pois é, ele não vai me deixar em paz nem depois da minha morte. -Como conseguiu meu número? -Tenho os meus meios. Eu vou matar a Annabeth, eu sei que foi ela. Por que ela sempre enxerga algo impossível entre mim e o Stoll? -Então, o que você quer dessa vez? Já te dei o trabalho de historia, tem algo mais? Ele gargalhou. Idiota. -Por que você sempre acha que eu vou te pedir alguma coisa? Por que eu não posso ligar para uma amiga para conversar normalmente com ela? -Por que eu não sou sua amiga. Vai, diz logo o que quer. -Will vai te pedir em namoro. Quase engasguei com minha saliva quando ele disse aquilo. Por que sabe, eu não sou o tipo de garota que sempre tem um namorado, eu sou o tipo de garota que nunca tem um namorado. -E por que você está me dizendo isso? -Por que onde você vê algo desastroso, eu vejo uma oportunidade. Certo, e o que você quis disser com isso queridinho? -Posso desligar agora? -Como queira. Desliguei o celular e suspirei, procurando por meu futuro namorado, como não havia sinal de Travis Stoll, eu estava um tanto aliviada. Subi os degraus até o vestuário masculino. Ótimo Katie, agora você está invadindo o vestuário masculino. - Opa, parece que temos uma espiãzinha safada por aqui. Esbarrei e ouvi alguém disser, virei meu rosto corado para ver um Luke Castellan só de toalha me segurando pelos ombros. -Muito engraçado Luke, eu estava procurando o Will. Ele riu me vendo corar e Connor apareceu já vestido. -Querendo ver o Will tomando banho, Katie Kat? Apelidinho ridículo esse não? -Não! Eu exclamei me soltando de Luke e corando mais ainda. -Não precisa corar Katie – Luke falou – E é melhor você ir antes que os caras percebam e saiam correndo atrás de você, afinal, você está bem tentadora nessa roupinha. Ri sem graça e olhei para os lados. -Eu queria falar com o Will. Connor revirou os olhos e entrou em uma pequena sala gritando o nome de Will. Ele logo apareceu surpreso e graças a Deus já vestido, vendo eu e Luke sozinhos ali. -O que você está fazendo aqui Katie? -Estava procurando você. Ele piscou os olhos e bateu na cabeça de Luke que me olhava descaradamente. Safado. -Pare de secar minha garota, Castellan. Luke gargalhou e saiu dali, Will sorriu para mim balançando a cabeça. -Sempre se metendo em confusões não é Katie? Levantei um dos meus ombros. – São elas que vem atrás de mim. -Vamos sair daqui. Ele me segurou pela cintura e saímos do vestuário masculino. Foi tão emocionante invadir o vestiário masculino, as meninas precisam saber disso. -Tenho uma coisa para você Katie. Disse Will me fazendo olhá-lo curiosa, Will tirou do bolso algo embrulhado com cuidado e logo estava ali dois biscoitos similares a pequenos pasteis. -Biscoitos da sorte? Ele assentiu e me entregou um biscoito. -Um para você, um para mim. Sorri e mordi o biscoito, vendo Will me olhar surpreso, foi quando senti o gosto de papel. -Eu não devia ter mordido isso, não é? Ele balançou a cabeça em negativa e eu cuspi a metade do biscoito que estava em minha boca vendo Will pegar o outro pedaço intacto que estava em minha mão. -Não sobrou muito dele. Ele reclamou pegando o que restava da mensagem dentro dele, logo a tirei das mãos de Will. “Comigo?” -“Comigo” o que? -Namora comigo? Eu ri feliz e me joguei nos braços dele o beijando. Will me segurou pela cintura, me rodando.

“Durante toda a minha vida procurei algo, algo que nunca chega, nunca leva a nada. Nada me satisfaz, mas estou chegando perto.”

All My Life - Foo Fighters.

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Notas finais do capítulo

Gente, preciso de mais reviws! Quase ninguém mandou comentario capitulo passado, fiquei tão triste!!