Learning To Be a Bitch escrita por JuliaTenorio


Capítulo 8
Onde estão meus oculos de espiã?


Notas iniciais do capítulo

Genteeee, se tiver algum problema no texto, descuuuuuulpa, ok? É que eu não consegui colocar direto.



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Às vezes quando você vê uma pessoa chorando, é melhor não perguntar “por quê?”. Às vezes só basta três palavras para fazê-la parar de chorar e essas três palavras são “Cale a boca”, ou melhor, “Eu estou aqui”. -Miranda... A garota de cabelos negros estava com os olhos molhados, caída na cama, chorando em seu travesseiro cor de rosa, mesmo nesse estado ela ainda continuava linda. Não que eu tenha inveja dela, claro que não. -Miranda... Tentei mais uma vez, pondo minha mão nas costas de Miranda, mas esta apenas continuava a chorar, choramingando algo como “ele não presta!” e “safado!”.  Suspirei quase desistindo de consolar minha prima. -Eu estou aqui Miranda. Ela parou de chorar aos poucos, levantando a cabeça e enxugando o rosto vermelho com os punhos. -Ele... Ele... -Calma Miranda, respire e me explique o que aconteceu. Miranda parou de chorar e assuou o nariz no lenço que ofereci a ela. -Ele... Ele está... Me traindo Katie. Ela disse entre soluços, então se jogou nos meus baços e voltou a chorar. Certo, isso já esta começando a se tornar cansativo. -Como você sabe disse, querida? Perguntei docemente, passando a mão pelos cabelos dela. Miranda choramingou pegando algo dentro de sua bolsa, era um celular de ultima geração, um iphone ou coisa parecida, me deu e enxugou novamente os olhos. -Tem uma mensagem no celular dele, confidencial, pedindo para encontrá-lo. Fui até a caixa de mensagens, não havia nada ali, então fui até mensagens salvas. Havia uma destinada a Connor em confidencial, apertei vendo a mensagem abrir. Miranda deve ter salvado a mensagem no celular dela. De: confidencial Para: Connor_Stoll. Querido Connor, Encontre-me às oito horas na rua atrás do Finn & Porter, estou com seu pacote. Com amor, L. Virei-me para Miranda levantando uma sobrancelha. -Estou com seu pacote? Miranda estreitou os olhos e colocou a mão no meu ombro. -Isso é um código para... -Ok, não quero saber. Ela assentiu e então choramingou novamente, não queria que Miranda terminasse com Connor, por mais que fosse irritante ver os dois se agarrando todas as horas do dia. Connor era louco por Miranda, eu não conseguia imaginar ele a traindo. -Miranda, você não tem provas que ele está te traindo. -Ele está! Ela gritou puxando o travesseiro cor de rosa até suas coxas. -Foi o querido? Ou o com amor? Miranda, pode ser algum familiar dele. -Querendo entregar um pacote? Ela perguntou pondo as mãos na cintura. Dei de ombros. -Um retrato de família, deve ser algo muito vergonhoso para ela poder disser. -Está vendo? Até você sabe que é “ela”. Revirei os olhos, Miranda parecia estar prestes a laçar chamas, me perguntei onde estava minha espada e meu escudo. -Você continua a não ter provas. -Ok, se ele quer provas, ele vai ter provas – ela disse se levantando – vamos Katie. -Vamos para onde? -Ora, vamos segui-lo. Você pretende obter provas como? Oh, isso não vai dar em boa coisa.

- Tudo bem então, vamos segui-lo – falei derrotada.

Miranda correu para seu quarda roupa, me jogando uma jaqueta e um chapéu colorido, pegando os mesmos para ela.

-Para quê isso?

Ela revirou os olhos, como se fosse obvio.

-Eles não podem nós reconhecer Katie.

-Ok, então eu tenho que parecer uma cigana para ele não me reconhecer?

Miranda suspirou e pegou a jaqueta. Olhei para ela indicando o chapéu.

-Ah Katie, você fica tão fofa de chapéu.

Ela sorriu me fazendo revirar os olhos, pus o chapéu e me olhei no espelho. Sabe aquelas velhinhas que passeiam com seus cachorros pela rua com seus chapéus grades de flores? Essa sou eu.

-Ah meu deus, você está tão linda!

Miranda exclamou levantando os ombros e fazendo uma cara estranha e assustadora.

-Não, eu não estou.

-Ouça vadia, sorria e aceito o elogio.

Certo, minha própria prima acabou de me chamar de vadia? Ok...

Logo descemos para o carro nada chamativo de Miranda, ela tentou trocar de carro com seu pai, mas ele disse que não ia andar por ai com um carro amarelo bebê que para ele estava mais para cor de vomito de bebê.

Olhamos a hora, faltava pelo menos uma hora para o horário combinado de Connor encontrar com a outra.

Miranda virou em uma curva com bruscalidade, me fazendo sentir como se eu não morresse tentando ganhar o papel para o filme, eu morreria na próxima curva.

Miranda então quase bateu quando tentou pegar algo no banco de trás e jogou nas minhas pernas.

-Abra, pagina 26, o segundo artigo. Leia por favor.

Arregalei os olhos e abri a revista, eram aquelas típicas revistas exotéricas que você acha nas feirinhas populares.

-Onde você achou essa coisa? -Funciona, ok? Dei de ombros achando o artigo. Oh Céus. -Quinze atitudes que podem indicar que você está sendo traída? Ela balançou a cabeça, fazendo outra curva. Aproximei meu rosto da revista, tentando ler no joga joga do carro. I - O parceiro começa a dizer que precisa de um espaço só dele, sendo que antes o casal fazia tudo junto. Totalmente errado, Connor e Miranda passam todo o tempo juntos. II - Começam as reuniões com os amigos, onde a presença do outro é totalmente dispensável e imprópria. O que me lembra que quando eu estava no jogo do limão Miranda não estava com Connor, o que é bastante suspeito, mas bem que minha prima poderia ter ido um minutinho no banheiro... III - Ele está mais interessado em comprar roupas novas ou há momentos em que sai de casa mais arrumado para fazer ações banais, como "tomar um ar”. Ah? Certo, vou fingir que entendi isso.

IV - O apetite sexual dele mudou. O tempo todo está ocupado ou cansado demais para você ou então de uma hora para outra quer fazer sexo a todo instante com medo de que você perceba que ele tem outra. -Eu desisto de ler isso. -Quarta atitude? Ela perguntou, assenti jogando a revista para o outro lado do carro. Miranda riu. -Mas eu acho que o fato de fazermos isso todo o tempo não significava que ele tem outra, se é que você me entende. A cada dia Connor tem idéias mais criativas, teve uma vez que ele comprou um... -Eu não preciso saber disso Miranda. -Ok... Ela disse parando em uma rua pouco movimentada. Miranda levantou a cabeça para olhar a rua, foi quando eu vi duas coisas. Uma: Uma boate com luzes brilhantes dizendo “Unicórnio Colorido”. Outra: Connor entrando acompanhando de um ser alto nela.

- Okay! Calma, Miranda, ele não está te traindo, ele só... Só saiu com o melhor amigo solteiro dele para uma boate beber. É! Ele foi beber.

Ela arregalou os olhos e olhou para mim com a boca aberta.

-Connor... Connor... Não pode ser...

-Miranda, não fique assim, você vai achar alguém bem melhor que ele.

Miranda levantou uma sobrancelha me olhando confusa, então abriu a porta do carro e desceu.

-Miranda, espere, espere...

Então de repente Miranda parou revirando os olhos e se virando para mim.

-Katie, olhe o nome da boate, isso é uma boate gay.

-O que Connor está fazendo em uma boate gay?

Arregalei meus olhos, então me toquei. Céus.

-CONNOR É GAY?

-Grite mais alto, eu acho que o pessoal ai dentro ainda não ouviu.

Ela disse sarcástica, então entramos na boate, quer disser, pelo menos tentamos. O cara alto que parecia um armário ficou na nossa frente com um olhar serio. É, com nossas roupas e meu chapéu ele nunca acreditaria que nos fazermos parte desse grupo social.

-Acontece que somos lésbicas, não é querido?

Disse Miranda me segurando pelo braço.

-O q...

Fui impedida de continuar meu comentário por uma cotovelada em minha barriga, Miranda sorriu.

-Nunca viermos aqui até meu amigo falar sobre o lugar, então viemos conhecer.

Ela sorriu novamente, fiz uma careta de desgosto e levei outra cotovelada.

O homem nos olhou de cima a baixo e abriu a porta para entrarmos.

-Obrigada pelas cotovelas.

Miranda sorriu novamente procurando por Connor.

-Quem sabe eu vire lésbica? Boa idéia.

-Péssima idéia.

Eu disse fazendo uma careta, Miranda não me deu valor e continuou a procurar por Connor. Logo o achamos, ele estava sentado em uma cadeira, sussurrando como se estivesse traficando drogas com o barman.

- Eu me sinto traída, Kat. Ele sempre agiu como se não estivesse fazendo nada de errado.

- E você quer o que Miranda? Que ele chegue e fale: - tentei fazer uma voz grossa. – “Nossa amor, eu to achando que tem algo errado no nosso namoro, e bem, eu to te traindo, tudo bem, alias, é com um homem. Agora a gente vai transar, porque esta tudo normal”.

Miranda colocou as mãos sobre o rosto e me puxou com ela para atrás de Connor. Ele teve três reações, primeiro nos olhou confuso, depois irritado e depois assustado. Assustado por que Miranda foi até ele e deu um soco na barriga dele.

Isso ai garota! Não, Katie, não incentive agressividades publicas. É errado! Mesmo que seja muito divertido...

-VOCÊ ESTÁ DESCONTROLADA MIRANDA?

Ouvi Connor gritar arregalando os olhos, Miranda agora já tinha todo o seu rosto molhado de lágrimas.

-Você está me traindo, Connor!

Ele levantou uma sobrancelha e eu sentei em um baquinho, eu me sentia como se estivesse assistindo mais um filme da época da minha avó. Alias, onde está minha pipoca?

-Eu? Traindo você? Por que eu iria trair você? Não Connor, você tem que aprender que se fazer de desentendido só funciona com cachorros, e você não é um cachorro é? -Quem é ele Connor? Quem é? -Ele? Como assim ele? Connor falou como se estivesse com nojo, suspirei e me virei para o barman. -Uma coca cola, por favor. -Só temos coquetéis hoje, docinho. Fiz uma careta de desgosto pelo “docinho” e me voltei para a briga, por que Miranda e Connor pareciam atores de teatro fingindo que ninguém estava vendo. -Eu te odeio Connor! -Mas Miranda, eu não fiz... -Cale a boca! Você não tem direito a palavra! Ele continuou calado, então começou a rir, o que eu achei muito estranho da parte dele, Connor estava se entregando! E ainda mais mostrando o quando não se importava com Miranda. -Eu te odeio Connor, te odeio mil vezes, você é um idiota traidor e estúpido que... -Eu te amo muito Miranda. Connor a impediu de continuar a gritar a abraçando, Miranda arregalou os olhos então logo relaxou e cedeu ao abraço dele. Ah Miranda! Estava ficando tão emocionante, eu estava pronta para começar a torcer pela mocinha! Caminhei até eles, Miranda agora chorava nos braços de Connor abertamente. Então ele olhou para mim acusadoramente, por que só eu levo a culpa? Vou começar a chorar para ver se ele tem pena de mim também. -Então você não é gay? Perguntei cruzando os braços e fazendo cara de descaso, acho que não estava funcionando muito bem. -Claro que não, de onde vocês tiraram isso? -Unicórnio Colorido. Eu disse simplesmente, então sorri. -Podemos ir agora? Miranda levantou a cabeça, olhou para mim, olhou para o Connor, olhou para mim de novo e voltou a olhar para o Connor. Já estava começando a ficar cansativo. -O que você estava fazendo aqui? -Er... -Connor Stoll. Oh oh. Segundo round.  -Sabe amor da minha vida, eu... -Não me enrole Connor, o que exatamente você está fazendo aqui? Ele coçou a cabeça, um abito para quando se esta nervoso, coitado, Miranda pode ser muito amedrontadora às vezes. -Vim comprar Roll Tootsie. Foi meio engraçado, primeiro Miranda fez uma cara de incredularidade, depois de desespero e depois de uma mistura estranha de raiva, desespero, ódio e sede de matança. -Connor, você sabe quanto açúcar tem nisso? Ele puxou o ar fazendo uma cara de medo. -Muito? -Muito Connor, muito açúcar. Você acha que eu vou namorar um cara que vai ficar obeso de tanto comer açúcar? -Er, não? -Isso mesmo Connor, se você levar essa coisa extremamente doce e gordurante para casa. Diga adeus ao nosso namoro. Ele levou a mão ao cabelo, meio desesperado. -Isso quer disser sem beijos? -Não Connor, isso quer disser que você não vai poder chegar a menos de cem metros de mim. -Isso continua a disser sem beijos? Miranda rolou os olhos. -É meio obvio Connor. Então Connor olhou para o pacote de doces que o barman havia colocado na mesa, então olhou para Miranda e fez isso pelo menos umas três vezes. Até voltar o olhar para Miranda. -Adeus Roll Tootsie. Ele disse por fim e Miranda sorriu vitoriosa abraçando ele. -Perdi mais um cliente essa noite. Essas líderes de torcida estão me custando muito caro docinho. Disse o barman para mim, espera ai, eu também sou líder de torcida! Oficialmente agora. Sorri em solidariedade para ele e pulei da cadeira indo em direção ao casal. -Estou esperando lá fora. Por que eu sabia que aquilo ia mesmo demorar. Bem, talvez Miranda tenha alguns CDs legais no carro além de Britney Spears.

“Quando você é um estranho, rostos saem da chuva. Quando você é um estranho, ninguém lembra seu nome”

People Are Strange - The Doors

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Notas finais do capítulo

Reeeeeeeeeeeevvvvvvviiiiwwwwssss?