Learning To Be a Bitch escrita por JuliaTenorio


Capítulo 15
Sou apresentada ao bichinho verde do ciúme


Notas iniciais do capítulo

Ai, esse capitulo foi especial! Uma das leitoras - a mokona17 (desculpa, não sei seu nome fofinha) - me deu essa ideia e eu meio que alterei e dei nisso ai! Espero que gostem!



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Naquele momento a única coisa que podia se passar por minha cabeça era que coisas ruins acontecem a pessoas boas.

Ou não tão boas assim.

Mas esqueça isso, você está aqui para sentir pena de mim e quando souber em que eu fui me meter... Com toda certeza vai sentir, ou rir, mais provavelmente.

Eu, Katie Gardner, estou dentro da sala usando uma fantasia ridícula, com uma prima louca me achando a coisa mais fofa do mundo, o namorado dela rindo enquanto come um pacote inteiro de jujubas e um imbecil me olhando como se tivesse acabado de descobrir que centauros existem e que usam blusas com disseres como “sou um pônei, vamos festejar?”.

Por que eu estou vestida de Odalisca.

Eu sei, pode rir agora.

Você sabe, isso foi idéia da Miranda claro, ela acha que a vida não tem nada de importante e que a única coisa que ela tem que fazer é ser feliz. Depois não me pergunte por que ela não virou hippie.

-Katie, se você não parar de se mexer eu não vou conseguir terminar de te maquiar.

Revirei os olhos, como se eu realmente quisesse desfilar por ai como uma prostituta.

-Não tinha nenhuma outra fantasia naquela maldita loja?

-Ah Katie, você sabe, tinha, mas não era nada sensual. E Travis gostou da idéia de você ir de odalisca.

Olhei com ódio nos olhos para o estúpido sentado na cadeira ao lado de Connor. Por que ele não estava fantasiado? Sou apenas eu a palhaça aqui?

-Eu já disse que te odeio hoje?

-Ah, não, hoje não. Mas considerando que você quis me matar com a raquete de tênis do seu tio quando eu cheguei com sua fantasia, acho que podemos considerar como o “eu te odeio” do dia.

Balancei a cabeça em negativa, Miranda ainda estava de roupão e Connor parecia um idiota não fazendo nada. Na verdade, ele estava sim fantasiado, Connor pegara uma blusa de listras, uma calça de tecido pela metade, sapatos pretos, um tapa olho e colocou um papagaio de papelão no ombro. Adivinha de quê ele está?

-Vocês parecem um casal.

Miranda disse com um risinho e eu gargalhei.

-Como se esse estúpido conseguisse mais do que ninfomaníacas!

Miranda me olhou com aquele olhar de “mentira não leva a nada, Katie” e eu corei.

-Vou me trocar agora – ela disse sorrindo – Vem Connor, querido?

A minha pergunta era só o que Connor iria fazer enquanto Miranda trocava de roupa. Travis levantou da cadeira e veio até mim, ele ainda estava usando sua roupa habitual, provavelmente fantasiado de “Travis Stoll, o maligno”.

-Você está uma gracinha – ele sorriu, pegando uma mexa do meu cabelo – Só não vai conseguir ninguém nessa festa.

-Eu tenho um namorado.

-E por acaso você sabe onde ele está?

Desviei o olhar, Will devia estar ocupado ou talvez simplesmente não gostasse da minha compainha.

-Você não vai usar nenhuma fantasia?

-Como se eu fosse perder meu tempo.

Mordi meu lábio inferior, com minha típica carinha de que estava fazendo um plano maligno mentalmente. Corri até o quarto de Miranda, encostei o ouvido na porta para ter certeza de que eu não estava atrapalhando nada e logo depois a abri, Connor folheava uma revista em quadrinhos enquanto a porta do banheiro estava fechada. Ufa.

-Por acaso existe uma regra no manual das garotas de que se deve passar mais de quarenta minutos no banheiro?

-Oh sim, regra numero 63, nunca desrespeite, por favor, a multa é altíssima.

Ele apenas riu e eu abri a porta do quarda roupa de Miranda para pegar um pequeno acessório, logo desci as escadas, encontrado Travis na mesma posição. Às vezes eu desconfio se ele não é mesmo um robô...

 -O que é isso na sua mão? Você não... ?

Pulei para perto dele, colocando o diadema rosa de coelhinha em sua cabeça, Travis começou a me estapear, fechando os olhos como uma garotinha.

-Sua louca! Saia daqui!

Ele gritava, eu ri e logo depois fiz um biquinho, se ele me desse tempo de apreciar eu até poderia disser o quanto ele estava fofinho, parecia até o coelho que eu tinha aos seis anos, ele era todo branco e peludo, adorava pular e fazer... Bem, é uma longa historia. Mas se você quer saber, Rex – eu era uma criança que assistia muito desenho animado, ok? - acabou morrendo em um trágico acidente, causado por mim. Como eu ia saber que coelhos não sabem voar?

-Deixa de ser teimoso, Stoll. Você até que parece amigável assim.

Eu disse e por força de reflexo – ou um momento de fofura entre duas pessoas que se odeiam profundamente – apertei o nariz de Travis Stoll.

E esse foi o maior erro que eu cometi na minha vida.

Por que meus atos despertam apenas um sentimento além de divertimento, ódio e raiva em Travis Stoll: ira.

Acho que minha cara foi realmente hilária quando ele me pegou pela cintura e me pôs de cabeça para baixo, por que Travis começou a rir e seu plano maléfico desmoronou, logo estava ele caído no chão rindo comigo em cima dele.

-Sai de cima de mim sua gorda!

Ótimo, ainda tenho que receber adjetivos nada elogiosos por sinal.

-Sai você hipócrita!

Como se eu soubesse mesmo o significado dessa palavra. Levantei de cima de Travis - por que não sou uma pessoa orgulhosa - e esperei minha prima e seu namorado descerem – meia hora depois – com Travis coelhinho Stoll sentado ao meu lado tirando onda da minha cara. Mais um dia normal na vida da sua querida protagonista.

Chegamos muito rápido na tal festa e nem me pergunte de quem era, por que nem eu mesma sei. Só me lembro de Miranda entrando no meu quarto, eu caindo da cama de susto e ela dizendo “levanta sua bunda gorda daí, vamos para uma festa a fantasia”. Simples, ágil, facil.

Mas como eu sou Katie Gardner e a lei de Murphy me ama e simplesmente não me esquece, meu telefone tocou. Ok, você deve estar achando as coisas ótimas, eu estou feliz, você está feliz, tudo está perfeito, mas não até eu ver de quem era a ligação.

Estávamos em um prédio de uns seis andares e eu subi até o terraço para poder atender. A festa era completamente louca, nem me peça para explicar que eu não vou poder.

-Ar... Oi Will... Eu estava... Dançando?

Até parecia que eu estava perguntando alguma coisa, Will com toda a certeza estava confuso.

-Dançando? Onde você está Kat?

Droga, como você é BURRA, Katie!

-Oh Will, eu sai com a Miranda, o Connor e o Travis, desculpe. Você está bem?

-Estou Kat, estava preocupado com você, ninguém atende no seu telefone de casa.

-Todos estão dormindo.

-Claro, desculpe, é que eu estava com saudades de você.

Ai, meu namorado não é o maior fofo?

-Também estou com saudades, quer vir? Travis está hilário usando um diadema de coelhinho.

Por que eu comentei isso mesmo?

-Você estava dançando com ele?

-Ciúmes! Você está com ciúmes!

Ele fez um barulhinho e eu ri internamente, ninguém nunca sentia ciúmes de mim.

-Estou com minha família aqui, não vou poder ir, desculpe Katie.

-Tudo bem, eu te perdôo, só dessa vez.

Apesar de que quem devia ser perdoada era eu...

Nos despedimos e eu fiquei com um pouco de culpa em mim, eu sei que estou fazendo uma coisa errada ok? Mas não estou usando o Will! Eu gosto dele, gosto de estar com ele, de verdade! Pode até parecer que eu sou uma louca interesseira e dissimilada, mas mamãe sempre disse para eu seguir meus objetivos... Será mesmo que ela estava errada?

Como Travis sempre diz, inocência é meu sobrenome.

-Pensando em mim?

Escutei alguém sussurrar no meu ouvido e dei um pulo de susto.

-Ai Deus! Você me assustou!

Mas era apenas Travis.

-Tem uma festa acontecendo lá embaixo e você aqui.

-Estava apreciando a vista.

Ele levantou uma sobrancelha, completamente cético a minha resposta e logo depois fitou o celular em minha mão.

-Conversando com alguém?

-Will acabou de me ligar, ele não vem.

Esperei por alguma piadinha vinda da boca de Travis, mas esta não veio. Ele apenas se encostou ao meu lado no parapeito e assentiu.

-Sabia que daqui você pode ver minha casa?

Ele disse apontando para um ponto branco ao longe, mas meus pensamentos logo vagaram para meu poço de culpa.

-Ok Katie, depressão pós-ligação não. Se anime garota.

Fiquei impressionada quando Travis segurou minha mão e me fez girar, em um ritmo completamente diferente da música que tocava lá dentro. Ele me girou pelo menos mais três vezes até eu me desvencilhar.

-Ah, você está mesmo tentando me fazer rir? - eu disse com sarcasmo - Por que da ultima vez que eu chequei... Você me odiava.

Então ele suspirou, olhando para a vista lá fora.

- E assim a gente continua, fingindo que não precisamos um do outro.

-Eu não preciso de você.

-Você é uma criança Gardner.

Ok, mais um adjetivo para minha grande lista de defeitos, obrigada. Revirei os olhos e subi no parapeito de concreto, se você acha que é suicídio eu só tenho uma resposta para você: continue jogando na loteria, talvez você ganhe.

-Você está louca? Desce daí! – até parece que ele se preocupa.

-Só se você me disser que eu não sou uma criança.

-Fala sério Gardner... Ok, você não é uma criança, satisfeita?

-E que vai parar de me chantagear.

E é esse o momento da sua vida em que você nota: é, minha vida não vale nada mesmo, nem para mim, muito menos para ele.

-Não.

-Sabia que não iria muito longe.

Eu disse com um suspiro e acho que Travis deve ter me achado fofinha – lembrando que eu ainda estava vestida de odalisca – e sorriu para mim, pegando uma mexa do meu cabelo, era uma mania maldita, mas que eu não podia negar que gostava. Droga Katie, de onde você tira esses pensamentos?

Ele ficou assim próximo de mim por pelo menos um minuto e eu já estava começando a ficar impaciente, desculpa, mas continuou a ser a mesma Katie Gardner de sempre.

-Você vai ou não me beijar? - e essa foi a deixa para ele sorrir daquele mesmo jeitinho irritante.

-Sabia que uma hora ou outra você iria admitir seu desejo por mim – olha lá, a vontade de bater em alguém tá entrando pela minha porta! - Mas vai ficar esperando Katie, pretendo beijar outra garota essa noite.

E foi assim que eu descobri que posso sentir aquele sentimento irritante e que deixa você completamente louca e dissimulada, aumentando sua sede de sangue e libertando a vadia que existe dentro de você, aquele sentimento que só te lembra que está chegando a terceira guerra mundial: o ciúme.

Tudo bem que eu deixei Travis ir embora, afinal, eu não podia mesmo impedi-lo, quem é a mais fraca ein?

Claro que eu não sou tão fraca assim, faça-me o favor, eu só estava me preparando pro ataque. Certo, pare de iludir a si mesma Katie.

Sai dali para procurar Miranda e Connor, mas surpreendentemente só achei Connor e o mesmo estava com um biquinho engraçado no rosto.

-Connor, se você não fosse jogador de futebol, com toda a certeza eu te indicaria a careira de artista.

-Isso é para meu irmão Kat.

Ele disse ainda emburrado, ri, por que nunca tinha visto ele assim. Ai, Connor era uma gracinha como o irmão.

O que? Pare de pensar no Travis, Katie!

-Você acredita que ela me deixou para dançar com um “amigo de infância”?

-E o que você fez para ela fazer isso?

-Nada! – olhei cética para ele – Olha Kat, eu não sou cego, ela não pode me impedir de apreciar a beleza alheia.

Apertei a bochecha de Connor, ele me olhou assustado e até eu me assustei comigo mesma.

-Nós fomos apresentados ao bichinho verde do ciúme Connor!

-Nós?

Olha a gafe, Kat.

-Er, eu disse nós? Tem certeza? Eu quis disser “você”.

Como se isso melhorasse muito a gramática. Corri meus olhos pelo salão da festa para ver Travis quase chegando a segunda base com uma garota loira, sério, o que ele tem contra as morenas? Apertei com força meu próprio braço e só soltei quando comecei a sentir uma dor.

-Katie! Seu braço está sangrado!

Gritou Connor me fazendo fitar meu braço, um filete de sangue saia do machucado, nada de grave, mas efeito das minhas unhas. Eu sabia que não deveria ter parado de ruelas, era muito interessante fazer isso na aula de historia.

-Er... Eu vou ao banheiro limpar isso.

Connor me perguntou umas sete vezes se eu queria ajuda, ele parecia não entender que o banheiro feminino tem esse nome por que só se podem entrar seres do sexo feminino.

Peguei um copo de refrigerante e caminhei tentando achar o banheiro, mas como a sorte não gosta de mim e o azar está louco para se casar comigo – estou cheia de tantos pedidos – eu esbarrei em um garçom e minha bebida voou longe.

-Ai, sua filha da mãe! – me virei para ver a loira que Travis estava agarrando me olhar com ódio – Você sabe quanto custam esses sapatos? São Louboutin! Louboutin, garota!

-Ei desculpa, não foi minha intenção.

Não, não foi, mas quem disse que eu não gostei?

-Desculpa? Você vai ver o que vai acontecer com suas desculpas...

Tenho certeza que se Travis não tivesse segurado a garota pela cintura eu estaria morta agora.

-Vai embora Kat.

Ele pediu e piscou para mim. Dei um pequeno sorriso e fui embora. Murphy, você é um gênio.

"Eu realmente, tenho sido o maior, o maior dos idiotas - Led Zeppelin"


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Notas finais do capítulo

Quem gsotou bate palma! Tá, pode ser uma reviw também...