Learning To Be a Bitch escrita por JuliaTenorio


Capítulo 12
O que acontece na festa do pijama... Ops!




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O que acontece em festas do pijama, fica nas festas do pijama...

Ou talvez não.

-Eu perdi meu ursinho de pelúcia, posso dormir com você?

Revirei os olhos para Nico, me virando para ficar na frente dele.

-Você sabe que acabou de me chamar de gorda, fofa e peluda?

Nico ri, ele é um garoto de pelo menos dois anos mais novo que eu. Então tento não ser tão arrogante, afinal, ele é popular, e o mascote do time.

Podia não parecer, mas aquela era uma festa do pijama, todos estavam vestidos como se estivessem prontos para ir para cama. Claro, se você não considerar as pessoas que dormem sem roupa... Eu estava vestida em uma camisola curta de babados azul bebê, com um copo de bebida na mão, esperando por meu namorado, que deveria estar alcoolizado em algum lugar da festa. Nico não parava de dar em cima de mim, elogiando minhas pernas, roupas ou o que é que seja. Eu estava começando a ficar irritada.

Desviei-me de Nico, andando pelo meio da multidão atrás de alguém mais conhecido e mais considerável. Para todos os lados que eu olhava apenas via que festas do pijama podiam não ser tão inocentes quanto na minha imaginação. De um lado Drew e Lou faziam desenhos pervertidos na barriga de uma garota desconhecida. Clarisse, sim, Clarisse estava naquela festa, havia jogado um copo de cerveja na cabeça do namorado, Grover se agarrava com uma garota esquisita em um canto. Afinal, onde estaria meu namorado?

Subi as escadas, desviando de duas garotas quase sem roupa e bêbadas, a musica eletrônica tocando sem parar. A porta de um quarto estava aberta, garotas riam dentro dele, levantei uma sobrancelha curiosa e entrei no quarto, lá estava Miranda, Rachel e Silena rindo.

-Cadê a Annabeth ein? Ela devia estar aqui.

Perguntou Miranda quando me sentei na cama com elas, Silena me entregou um copo com um liquido incolor.

-Ah, eu esqueci, eu vou mostrar algo que vai virar clássico do you tube – Disse Rachel rindo - Reunissem meninas. Miranda pegue o notebook.

Miranda levantou uma sobrancelha, mas pegou o notebook de cima da mesinha e o ligou.  

-O que é que você está armando ein?

Rachel não precisou responder, pois uma janela se abriu e de lá apareceu duas pessoas aos beijos. Céus, aquela era Annabeth?

-Ai nossa.

Eu deixei escapar, todas pareciam estar tão atordoadas quanto eu.

-É o Luke? – Perguntou Miranda - Silena você não deixou ele depois que ele te traiu?

-É parece que alguém o pegou de volta.

Ela disse desviando o olhar do vídeo. Com toda a certeza não estava nos planos de Rachel ser Annabeth se agarrado com o ex de Silena no quarto ao lado.

-A Annabeth fez plástica no verão?

Perguntou Rachel olhando mais atentamente para o vídeo.

-Ah, esse sutiã aumenta quatro números – Respondeu Silena

-Ele só sabe fazer isso?

Perguntou Miranda depois de um tempo, vendo que a única coisa que Luke tentava fazer era tirar o sutiã de Annabeth, até conseguir.

-Qual é gente, isso ai é nojento.

Eu disse fechando a tela do notebook, Rachel olhou para mim surpresa e eu revirei os olhos.

-Não quero ver isso, ok? Tenho certeza que ninguém quer.

Silena concordou, então pulei da cama e estendi minha mão para ela.

-Vamos descer?

Ela soltou um sorrisinho, então pegou minha mão e entrelaçou nossos braços, logo saímos descendo as escadas. Mas todos viam no sentido anti-horário, subindo as escadas. Nós nos entreolhamos, quando a multidão passou por nós e... Meu Deus, se instalaram na frente da porta onde Luke estava com Annabeth.

-Eles não podem saber disso.

Ela suspirou me puxando para subir novamente as escadas.

-Acho que agora já é tarde.

Então, lá estava ele, Percy, subindo atordoado as escadas. Todos gritavam coisas como “É melhor você beber agora Percy”, mas ele não parecia entender. Até ir até a porta e bater. Deixando-a ser aberta e uma Annabeth só de sutiã e um Luke alvoroçado aparecerem por ela.

-O-O que significa isso?

Annabeth colocou as mãos na boca, lágrimas já caiam de seus olhos cinza.

-Pe-Per-cy...

Então ele olhou para Luke, com uma cara de nojo que fez até eu ter medo de estar ali no meio.

-E você, todos diziam para eu ter cuidado com você. Como eu nunca vi isso antes?

Annabeth ainda chorava ali no canto, Miranda a olhava com pena do outro lado.

- Você sabe que sempre foi meu melhor amigo! – Gritou Luke.

-Mas isso não me impede de quebrar a sua cara.

Fechei os olhos quando Percy deu um soco no rosto de Luke, Grover correu para tentar pará-lo, mas afinal, Grover era muito fraco. Isso logo me vem ao caso, Grover era o cara mais fofoqueiro em todo colégio, quando ele não deveria disser algo, ele dizia, mas quando deveria, ah claro, ele esquecia completamente.

Percy só parou de bater nele, quando Charlie Beckendorf entrou no meio da briga e pegou Percy pelos braços.

- Eu falei que não suportaria uma traição, eu disse que... – Percy disse não conseguindo mais segurar o choro e isso fez com que eu sentisse meu coração sendo esmagado dentro do meu peito, mesmo que não fosse eu que gostasse de Percy – Disse que não suportaria te ver nos braços de outro, isso tudo é demais para mim.

Ele disse por fim, se soltando dos braços de Beckendorf e descendo as escadas rapidamente, sumindo da minha visão. Foi então que Annabeth desabou ali mesmo chorando, Miranda correu para ajudá-la, enquanto Silena me puxava até ela.

-Annie.

Silena disse tentando fazê-la parar de chorar, mas era quase impossível.

-Eu não queria ter feito isso... E-Eu...

Apertei meus lábios e segurei-a pelos ombros a abraçando, deixando Annabeth chorar em meus ombros.

-O que é que vocês estão olhando, ein? - Rachel gritou, mesmo gostando de Percy, ela ainda continuava a ser amiga de Annabeth – Vão beber, deixem minha amiga em paz.

Ela continuou mandando todos irem, logo a multidão se dispersara e eu sabia que quando chegasse ao colégio na segunda todos iriam saber o que aconteceu. Afinal, só algumas pessoas realmente se importam, as outras são apenas um bando de curiosas. Luke olhou para Annabeth ressentido, mas logo saiu dali também.

-Calma Annie, tudo vai se resolver.

Tentei ajudar, mas sabe, nunca fui muito boa em aconselhar pessoas.

-Ele nunca vai me perdoar!

Ela gritou chorando ainda mais, levantei meus olhos para as garotas e elas logo me ajudaram a levar Annabeth até o quarto. A deixamos na cama chorando, Miranda disse que ficaria lá e me disse para descer, aproveitar o resto da festa.

Sorri para minha prima e desci as escadas em busca do meu namorado, nem depois daquela confusão eu poderia encontrar ele. Procurei por todos os lugares da festa, até vê-lo sentado ao lado de Chris e Connor bebendo uma garrafa de uísque sozinho, revirei os olhos e me sentei em uma cadeira qualquer, esperando Miranda descer e podermos ir para casa. Mas várias horas se passaram e nem sinal de Miranda, pensei se eu poderia subir até o quarto onde ela estava, mas não queria ver Annabeth se lamentar novamente.

Ótimo, agora vou ter o prazer de fazer alguém me levar até em casa. Por que eu não vou entrar no carro com meu namorado bêbado. Quando me aproximei de Connor, Chris e Will, cruzei os braços e olhei para os dois únicos sóbrios

-Algum de vocês poderia me levar para casa?

Perguntei tentando ignorar Will, que tentou se levantar para me beijar.

-Eu levo você Katie.

Disse Connor, mas Will tentou me pegar pelo braço, com mais força do que realmente queria.

-Para Will! Está doendo!

Chris revirou os olhos e segurou Will pelos ombros, o impedindo de me tocar.

-Tô apa-apa-i-xonado Clovis!

Ele gritou para o nada, me afastei dele esfregando o nariz pelo cheiro forte de álcool.

-É Chris cara.

-Vô pedi a Katy em Ca-casamen-mento!

-Só é difícil ela aceitar.

Disse Connor rindo, revirei os olhos enquanto eles tentavam segurar meu namorado.

-E-Eu acho que ti amu Katy.

-E eu acho que você está bêbado – eu disse suspirando – Levem ele daqui, por favor.

-Vamos cara, você tá precisando de um banho.

Logo seus dois amigos o estavam levando escada acima, me perguntei como eu voltaria para casa agora. Então peguei meu celular e liguei para a ultima pessoa que me ajudaria.

-Travis?

Esperei por sua voz, mas o celular continuava mudo. Tive que me segurar para não gritar “se você não quer funcionar, morra agora!” e jogá-lo no chão.

-Katie Gardner ligando para mim, isso é realmente curioso.

Revirei os olhos e sentei no sofá, eu deveria ser muito doce para ele poder me ajudar.

-Cala boca Stoll. Só preciso que me leve para casa.

Eu podia adivinhar que ele estava levantando uma sobrancelha agora.

-O que aconteceu dessa vez? Você tem sérios problemas em atrair confusões Gardner.

-Olha aqui Stoll... – Lembre-se Katie, seja doce – Só venha me buscar, Will está bêbado.

-E eu ocupado.

Suspirei tentando manter a calma, mas bem, calma nunca foi meu sobrenome.

-Só largue a garota com quem você está se agarrando e venha me buscar. Seja legal uma vez na vida.

Esperei por ele rir da minha cara e desligar o celular, mas a única coisa que ouvi foi um chiado.

-Certo. Estou indo.

Sorri comigo mesma e desliguei o celular, procurando por meu casaco em algum lugar daquela casa, pessoas se batiam com travesseiros em cima de um pula-pula. Apenas peguei meu casaco e sai porta afora, uma garota desconhecida gritava “devolve minha blusa!”, enquanto Nico Di Angelo ria e dizia “Vem buscar!”. Bem, isso foi um tanto perturbador.

Sentei na calçada esperando por ele chagar, quase dormi quando finalmente avistei um carro negro e luxuoso parar na frente da casa de Rachel, a deslumbrante casa de Rachel Elizabeth Dare.

-Espero que tenha acontecido algo realmente importante para você me fazer perder uma sessão de amasso.

Travis disse quando eu abri a porta e ele ligou o carro partindo.

-Percy pegou Annabeth se agarrando com Luke.

-Finalmente?

Olhei para ele de soslaio, ligando o radio do carro em uma estação qualquer.

-O que você quer disser com “finalmente”?

-Vamos disser que não era a primeira vez que Luke e Annabeth fizeram isso – o olhei espantada – E eu até já tenho uma idéia de quem contou a Percy.

O carro estava gelado graças ao ar condicionado, me fazendo esfregar minhas mãos uma nas outra.

-Quem?

-Não se deve contar tudo que se sabe Katie.

Eu estava pronta para perguntar mais uma vez, mas a fila de carros que buzinavam a nossa frente só me fez calar a boca e lembrar o quanto eu odeio engarrafamentos.

-Quem morreu dessa vez? - Travis perguntou irritado.

Abaixei o vidro do carro para poder ver, mas não via nada além de carros de várias cores a minha frente. Como se não fosse tão tarde assim.

-Vou ver o que está acontecendo.

Disse Travis abrindo a porta do carro e saindo, o olhei surpresa e gritei.

-Você vai me deixar sozinha aqui?

Ele fez aquela típica cara de “eu não me importo” e colocou as mãos no bolso do casaco.

-Se o transito voltar a andar, você dirige.

Levantei uma sobrancelha. Espera ai...

-Mas eu não sei dirigir.

-Se vira.

Então ele simplesmente se virou e continuou andando. Tentei não surtar e escutar o som do carro, passava uma música de jazz, mesmo que realmente velha.

-“…The thrill is gone. It's gone away from me. The thrill is gone baby. The thrill is gone away from me. Although, i'll still live on. But so lonely i'll be…”

Cantarolei baixinho, escutando o ritmo da música.

-Você fica realmente encantadora cantando Gardner.

Corei intensamente, quando Travis entrou no carro com um pacote de nachos.

-Onde você conseguiu isso? - Perguntei apontando para o saco.

-Peguei de uma criança no caminho. Quer?

Balancei a cabeça em negativa fazendo uma careta. Travis deu de ombros e continuou a comer. Fechei os olhos e encostei minha cabeça no banco do carro.

-Por que pediu minha ajuda?

Ele perguntou de repente, pondo o saco de nachos de lado.

-Por que não havia ninguém para me ajudar.

-A verdade Katie.

Odeio quando ele me chama de Katie, é como se não houvesse mais aquela áurea de ódio extremo e estivéssemos conversando sendo apenas Katie e Travis, e não a garota popular e o cara do clube de teatro. E eu realmente odeio isso.

-Não me chame de Katie idiota.

-Você poderia ser mais criativa com adjetivos.

Levantei minhas sobrancelhas para ele, irritada.

-Vai se...

-Oh, também não seja tão boca suja, senhorita Gardner.

Na verdade eu não pensei muito, apenas peguei o saco de nachos e joguei nele, Travis me olhou como se dissesse “quem você pensa que é vadia?”, mas logo pegou algo na parte de trás do carro e jogou em mim, me deixando completamente molhada.

-Seu... Seu estúpido!

Gritei batendo nele, na verdade quem foi realmente estúpida fui eu, por que ele me segurou pelos pulsos e me deu um beijo. Ótimo, placar: Katie 0, Travis 1000.

Eu não podia negar o quanto... Bem, Travis podia ser tudo, menos um péssimo beijador. Pelo contrario... Esquece Katie, esquece. Só afasta ele de você.

-Como você tem coragem de fazer isso? Eu sou a namorada do seu melhor amigo!

Ele dá de ombros me examinando.

-Will? Você nunca percebeu o quão besta ele é? Na primeira oportunidade ele já está bêbado.

Pressiono meus lábios um contra o outro irritada.

-Não fale isso dele.

-Não fale isso dele, qual é Katie.

Não sei se irritada seria a palavra certa, por que minha voz parecia, pelo menos para mim, que eu estava prestes a chorar.

-Por que você sempre estraga meu conto de fadas, Stoll? – perguntei chorosa. Ele olha para mim, então suspira.

-Contos de fadas foram feitos para mostrar que existem finais felizes. O fato desses mesmos contos serem imaginários, reforça o fato do "felizes para sempre" não passar de uma ilusão ridícula criada pelos mais fracos.

Ele me encara, então dá um pequeno beijo nos meus lábios.

-Você me odeia Travis, por que fica me beijando?

Perguntei abaixando a cabeça. Travis só encostou a cabeça no banco do carro e olhou para o transito.

-Te odiar não me impede de te beijar.

Engoli em seco e me movi para o banco de trás, acabando com nova conversa. Bem, ou talvez não, eu não podia controlar minha curiosidade.

-Quem contou a Percy sobre Annabeth e Luke?

Escutei Travis trocar de estação de radio, uma música melosa tocava.

-Já ouviu falar de Thalia Grace?

Balancei a cabeça em negação, me lembrando que ele não podia ver.

-Não. Quem é ela?

-Thalia foi expulsa do colégio há uns anos atrás, ela era a melhor amiga de Annabeth e Luke, os três viviam juntos. Até ela colocar no you tube um vídeo do ex-diretor se agarrando com a professora de inglês e ser expulsa.

Pisquei os olhos atordoada, que tipo de pessoa faz isso?

-Por que ela fez isso?

-O senso de humor de Thalia sempre foi um pouco negro.

Revirei os olhos cansada da música que passava no radio e troquei de estação.

-Por que ela falou para o Percy sobre Annabeth se elas eram melhores amigas?

Ele se virou para mim, com aquele mesmo sorriso malicioso.

-Não é como se eu lê-se mentes Gardner.

Revirei os olhos quando finalmente o transito voltou a andar, me fazendo plantar um sorriso falso no rosto.

-Ótimo, agora você pode me levar para casa.

Às vezes, as cobras mais perigosas no mundo não são as venenosas, mas aqueles que às vezes chamamos de amigos.

 “É como se você fosse um balanço, e eu a criança que cai.”

I don’t believe you – Pink.


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Notas finais do capítulo

Ah, brigada pelas reviws fofas! Vocês são otimas, por isso rapidinho veiu o capitulo!