Não é Comédia escrita por The_Stark, Emmy Black Potter


Capítulo 9
O Grande Livro de Torturas de Severo Snape


Notas iniciais do capítulo

Sim, isso mesmo, depois de um grande e inexplicável hiato, o Não é Comédia está de volta! Então, apenas sente-se aí e desfrute das aventuras não tão famosas de Harry Potter...



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PS: A história foi baseada na idéia de Nelinha-Chan. Obrigado!

               McGonagall e Snape entraram sem bater na porta. Estavam um tanto quanto irritados. Na realidade, pareciam prestes a amordaçar seus alunos nas masmorras e deixá-los lá, para um trasgo. Para McGonagall estar tão irritada, algo de muito sério devia ter acontecido. Para Snape, isso apenas significava que ele estava em perfeito estado de sanidade  mental - e bom humor.

               - Dumbledore! - bradou McGonagall

               - O quê? Hã? - o diretor levantou a cabeça de sua escrivaninha.

               - Estava dormindo? - perguntou Snape.

               - Não, meu caro - disse ele se recompondo - estava organizando meus pensamentos...

               - Estava dormindo... É isso que você faz todas as tardes? Dorme?

               - Eu... É claro que não!

               Os dois professores olharam para ele com uma cara de "aham, sei..."

               - O que interessa a vocês? Sou o chefe! - lembrou Dumbledore - Posso dormir quanto eu quiser, e onde eu quiser. Uma vez, dormi no banheiro da Murta-Que-Geme, tenho que admitir, não é tão ruim assim... Para um banheiro, é claro.

               - A gente sabe como você é chegado num banheiro - Snape revirou os olhos.

               - Afinal de contas, sem querer ser indiscreto, mas o que vocês querem?

               - Essa escola está uma bagunça! - bradou McGonagall.

               - Obrigado - falou Snape - Eu tenho tentado avisar vocês nos últimos anos...

               - Explique-se, Minerva.

               - Bom, Alvo - disse a professora ajusta o colarinho de seu vestido verde -, ao longo de minha vida como professora, eu já vi muitas coisas, entende... Sou capaz de aturar quase tudo... Mas, recentemente a senhorita Parvati passou dos limites! Isso eu não posso tolerar!

               - O que foi que ela fez? - perguntou Dumbledore curioso.

               - Ela... - McGonagall parecia desgostosa em revelar - Ela me chamou de... "Idosa"...

               Os olhos de Dumbledore se arregalaram.

               - Ela não ousou...!

               - Sim, ela ousou. Logo, eu, Alvo, eu que estou na flor da idade!

               - Daqui a pouco, ela vai se sentir no direito de dizer que eu também estou idoso. Que absurdo. Ultraje!

               Snape pigarreou.

               - Bem, vocês não são exatamente jovens...

               - Cale-se - bradaram os dois em uníssono.

               - E não é só isso - continuou McGonagall - nossos alunos estão muito indisciplinados. Eles conversam durante a aula,  não fazem os deveres, se atrasam, ofendem os professores...

               Snape continuou a lista de coisas feias que os alunos estavam fazendo.

               - Eles dão risadas em público, demonstram sentimentos, ajudam uns aos outros... É simplesmente asqueroso!

               Dumbledore parecia perplexo.

               - Como pode ser? Eu nunca notei nada disso!

               - É porque você esteve dormindo...

               - Eu estava organizando meus pensamentos! Por que é tão difícil acreditar?

               -...

               - Eu alertei vocês - disse Snape - Eu sempre alertei! Esse colégio está desandando!

               - E o que você sugere para pô-los de volta no lugar?

               Snape pareceu pensar. Por fim, lançou accio e esperou seu livro chegar.

               - Esse - disse o professor abrindo o livro sobre a escrivaninha de Dumbledore - é meu livro de torturas. Ou passatempo, como eu gosto de pensar. Nada como imaginar os berros de alunos para refrescar a mente... - ele foi folheando as páginas.

               - Você escreveu um livro de torturas? - perguntou Dumbledore incrédulo.

               - Ainda estou escrevendo - respondeu Snape - Sempre há uma tortura nova a ser inventada... - ele continuou folhando.

               - Por que diabos esse seu livro de torturas têm imagens?

               - Para tornar a leitura mais vívida!

               - E por que as imagens se parecem tanto com nossos alunos? - perguntou McGonagall.

               - Mera coincidência, eu imagino - respondeu o professor de poções com um sorriso sarcástico, folheava as páginas avidamente - Vejamos... O que temos aqui... Ah, sim, acho que essa daqui vai servir para ensinar os alunos a se comportarem. Vamos precisar somente de um trasgo, um ovo de dragão, uma bomba nuclear e um aríete - esse aríete é fundamental...

               Dumbledore e McGonagall olharam pasmos para Snape.

               - Esse desenho aí é de Rony Weasley? - apontou Minerva para a página da tortura a que Snape se referiu.

               - Hã, não - respondeu Snape virando a página - ruivos... São todos iguais!

               - Snape, eu estava esperando algo um pouco menos radical... - afirmou Dumbledore - Sabe, algum tipo de lição da qual os alunos pudessem... sei lá... sair com vida!

               - Ah - Snape estava claramente desapontado -, certo, eu tenho uma sessão do livro para "torturas não letais" - e com isso avançou para as últimas duas páginas do livro.

               - Certo, vamos precisar de um aríete, um...

               - Próxima! - afirmou Dumbledore.

                Snape virou a página.

               - Mas, e o aríete? - disse o professor numa voz quase chorosa.

               - Sem aríete!

               - Certo, essa é a última "tortura não letal" que tenho aqui, mas não acho que...

               - O que é?

               - É um amigo meu, podemos colocar ele para por ordem na casa, se é que vocês me entendem... Só vou precisar dar um telefonema...

               - Ele fez o quê? - perguntou Harry incrédulo.

               - Capitão Nascimento - respondeu Hermione - Dumbledore  pôs o Capitão Nascimento para disciplinar os alunos.

               - Mas ele nem é bruxo!

               - Na verdade, Capitão Nascimento é um bruxo sim. É que nem a Lady Gaga, eles apenas preferem esconder suas identidades...

               - Tem mais alguém bruxo entre os Trouxas que eu dava saber?

               - Hm... - Hermione pareceu pensar - Temos a Oprah, Obama, o vocalista do AC/DC... Puxa, tem um monte de gente!

               Harry iria perguntar mais uma coisa, mas nesse momento, Capitão Nascimento entrou no Salão Principal, onde todos estavam tomando café da manhã. O agente do Bope parou e cheirou a sala.

               - Eu sinto cheiro de bacon... - disse ele - Quem está comendo bacon aqui?!

               Silêncio total.

               - Hã... Quase todo mundo, senhor - disse um aluno do segundo ano da Corvinal. 

               - E quem é você? - perguntou Capitão Nascimento se aproximando do aluno.      

               - Meu nome é Travis, senhor.

               - Travis...  Seu nome é 08! E você é um fanfarrão, seu 08!

               Ele estava gritando e cuspindo, o que não era nada agradável para uma mesa de café da manhã.

               - Ninguém come bacon nesse colégio enquanto eu estiver aqui, fui claro?! Bacon engorda e quero todos em forma! Seu 08, isso que vejo no seu prato é o quê?

               O garoto tremeu nas bases de uma maneira que somente Snape conseguia fazer.

               - É bacon, senhor...

               - BACON?! E o que foi que eu falei sobre comer bacon?!

               - Mas, senhor, você acabou de falar... Não tinha como...

               - Põe esse daqui no saco, é um fanfarrão!

               E um esquadrão da Sonserina - da qual Draco fazia parte - adentrou o Salão Principal carregando um saco plástico.

               - Não, espera... - tentou o 08, mas já era tarde, em um  segundo ele estava com a cabeça dentro de um saco plástico.

               - PEDE PRA SAIR! PEDE PRA SAIR! - Capitão Nascimento retirou o saco.

               - Por favor - o garoto estava em lágrimas - me deixe sair...

               - Então sai da minha frente! E se eu voltar a ver você comendo bacon, eu vou garantir que o bacon chegue em seu estômago por outros orifícios! AGORA SUMA!

               E o garoto saiu correndo e chorando. Dumbledore e McGonagall assistiam a tudo, da mesa dos professores, desolados com a demonstração de violência... Snape, por outro lado, tomou um gole de seu suco de abóbora.

               - Ah, nada como uma tortura matinal para animar o dia, não é verdade?

               - Agora é assim que isso aqui vai funcionar! - Capitão Nascimento agora se dirigia a todo o Salão - Eu vou por ordem nessa bagaça e quem não quiser: PEDE PRA SAIR! O negócio é o seguinte, coisas que estão proibidas: comer bacon, conversar, perguntar coisas, responder coisas, correr, andar muito devagar, pular, cantar, fazer barulhos, fazer gestos, comer qualquer coisa, beber qualquer coisa que não seja água, respirar de forma barulhenta, dar risada, demonstrar qualquer tipo de emoção ou sentimento e piscar muito rápido. Coisas que lhes são permitidas: respirar, silenciosamente.

               Bom, quando ele terminou de falar, de fato a sala estava silenciosa. Todos já haviam dado um jeito de jogar seus bacons para debaixo da mesa.

               - Ótimo, acho que o recado inicial era esse... - e saiu do Salão.

                A semana seguinte foi um horror.

               Capitão Nascimento caminhava por todo a escola e por onde ele passava, seguia-se dor, choro e sofrimento. Em questão de dois dias, ele já havia feito até mesmo Hagrid chorar - aparentemente, ter barba também não era permitido.

               - Ai meu Deus!  - bradou Gina entrando no Salão Comunal da Grifinória - Nascimento está vindo para cá! CORRAM PARA AS COLINAS!

               E instalou-se o tumulto no salão. Todos os alunos tentavam alcançar os dormitórios antes que o Capitão os alcançasse. As portas não davam vazão para tantas pessoas, o que impedia que eles saíssem com a velocidade que desejavam. Ouvia-se gritos, todos lutavam pelas próprias vidas. Nascimento entrou no Salão.

               - O que diabos é isso?! - esbravejou ele - Vocês me enojam!

               Ele apenas tocou num aluno do primeiro ano que estava próximo . Isso foi o suficiente para que o estudante caísse de joelhos no chão implorando por perdão.

               - Me mata! - implorou o aluno  entre choro e lágrimas - Por favor, me mata! Não, pior, me mande para o Snape, eu vou aceitar qualquer punição que Snape queira, mas por favor... N-Não br-briga comigo...

               Ele estava quase se afogando em tantas lágrimas. O agente olhava a tudo com um rosto esculpido em mármore.

               - Seu 03. Você é um bosta, seu 03! Uma galinha tem mais dignidade que você! Você nem é digno de uma numeração: vou te chamar só de "seu Bosta", seu bosta! Se você quer tanto ir ver o Snape, PEDE PARA SAIR!

               - PELO AMOR DE DEUS, EU QUERO SAIR!

               - Então suma daqui antes que eu te ponha no saco, seu bosta!

               E o aluno saiu correndo. Ele até havia se esquecido que alunos não podem caminhar pelos corredores do colégio à noite, mas era melhor ficar na detenção pelo resto da vida do que mais um minuto com Capitão Nascimento. O agente levantou os olhos e viu aquela zorra no Salão Comunal.

               - Quem não estiver na cama, em trinta segundos  - começou com uma voz soturna - vai sofrer uma punição tão severa que vai fazer com que as punições de Snape pareçam um passeio por um campo florido!

               Quando terminou a frase, todos estavam deitados, dormindo.

               - Dumbledore! - Harry entrou na sala sem bater, seguido por Gina, Rony e Hermione.

               Encontrou o diretor dormindo em cima de sua escrivaninha.

               - Hã?! O que foi?! - ele acordou.

               - ... Você estava dormindo?

               - Não! Estava organizando meus pensamentos...

               - Sei...  

               - O que você quer? - Dumbledore parecia cansado por ninguém acreditar nele.

               - Esse tal de Nascimento tem que sair! - bradou Rony sem rodeios.

               - NUNCA! - a voz veio do corredor. Snape entrou correndo na sala. Seguido por McGonagall - Ouvi alguém comentando algo sobre tirar o Nascimento! Nem por cima do meu cadáver frio e sem vida... Há anos não vejo esse colégio tão organizado! A semana inteira e, até agora, não ouvi uma única risada - pelo contrário, só ouvi choro. Está tudo nos trinques, eu diria.

               - Mas, ele está transformando a vida de todos num inferno! - tentou Gina.            

               - E qual o problema com isso? - replicou Snape.

               E então, o Capitão Nascimento entrou na Sala de Dumbledore.

               - Ah, Nascimento - disse o diretor, recebendo seu visitante - por favor entre, a que devo o prazer?

               - Vim inspecionar sua sala, seu 01.

               Dumbledore olhou incrédulo para o agente do Bope. Será possível que nem mesmo o  diretor estava imune às ameaças?

               - Por que eu sou o 01?

               - PORQUE VOCÊ VAI SER O PRIMEIRO A PEDIR PARA SAIR! Essa sala está um chiqueiro! Quadros não são permitidos, tire todos, livros também não são aceitos e já disse isso à Hagrid: QUE BOSTA DE BARBA É ESSA?!

               Dumbledore recostou a cabeça sobre sua escrivaninha, chorando como uma criançinha.

                - Desculpa - disse ele - Eu quero sair!

               - Você não tem o direito de falar assim com ele - interveio Snape - Eu sou o único que tenho o  direito de fazer Dumbledore chorar!

               - E você quem é? - perguntou Nascimento.

                - Eu sou seu pior pesadelo. Vai pagar caro por ter falado assim com meu diretor...

               - QUE CABELO SEBOSO É ESSE?! - perguntou Nascimento, já berrando novamente - Isso não é permitido! Vai se limpar, seu imundo! E você, sua velha - virou-se para Minerva - velhice também não dá! Pede para sair!

               - Quem é que você está chamando de velha?! - bradou McGonagall no mesmo tom que o capitão Nascimento - Se repetir isso, vou cortar sua genitália e dar de comer às cabras!

               Diante daquele tom de voz, até mesmo o agente recuou. Ninguém, ninguém mesmo, chamava McGonagall de velha... Ele logo se recompôs e virou para os alunos que estavam presentes, em especial para Harry.

               - O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI?! PEDE PARA SAIR!

               - Não... - Harry enfrentou-o bravamente.

               Aquilo abalou Nascimento por alguns segundos, que não estava acostumado a ter suas ameaças retrucadas.

               - Ele está certo! - Rony, Gina e Hermione juntaram suas vozes a do amigo - Pede você para sair!

               - Vocês não passam de uns fanfarrões! Traz o cabo de vassoura! - bradou ele.

               E o esquadrão da Sonserina já estava entrando na sala quando Snape interveio.

               - Se vocês trouxerem essa vassoura para cá, vocês vão ter que se ver comigo - disse o professor de poções.

               Eles pararam na metade do caminho, Deusa sabe como "se ver com o Snape" podia fazer com que as pessoas perdessem um olho...

               - Se não trouxerem - ameaçou o Capitão - vão se ver comigo...

               Certo, aquilo não era nada, nada bom. Divididos entre os dois maiores torturadores da história, o que fazer? O que fazer? Qualquer escolha os levaria a serem desmembrados, lenta e dolorosamente.

               - E aí, o que vai ser? - pressionou Nascimento.

               Todos do esquadrão da Sonserina sacaram suas varinhas e se auto-lançaram Estupefaça, caindo desmaiados, que era melhor que tomar uma decisão.

               - Fracos... - disse Nascimento.

               - Isso acaba aqui, Nascimento - disse Snape - Você pode ser bom em torturar os outros, mas ver os outros sendo torturados não é tão divertido quanto torturar, vou ter que dar um fim em você agora mesmo...

               - Pode vir...

               - Vou mesmo...

               - Então venha!

               - Estou indo!

               - Venha antes que eu fique velho como a McGonagall.

               E foi aí que o bicho pegou... Para não ferir os direitos humanos, vou pular essa parte da história, digamos apenas que Minerva mostrou aos dois quem era de verdade o maior torturador do mundo.

                No final do dia, Capitão Nascimento havia pedido demissão e saído chorando do castelo, afirmando que McGonagall era muito má e que queria sua mamãe. Enquanto saía do castelo, todos os alunos gritavam "pede para sair". Snape aprendeu que nunca, não importando as circunstâncias, deveria se chamar McGonagall de velha. Nunca.

               - Então, Dumbledore - falou Harry - acho que está tudo resolvido, não é?

               - Hã?! O quê?! - o diretor acordou, levantando-se de sua escrivaninha.

               - Estava dormindo de novo?

               Ele preferiu não responder.

               - Isso ainda não resolve a questão da indisciplina dos alunos - falou Minerva. Mas o que pensou foi:  ainda temos que fazer Parvati queimar no mais profundo dos infernos.

               Snape sorriu quando Minerva disse aquilo. Convocou seu livro e abriu na penúltima página.

               - Sim - disse ele -, sem dúvida, um aríete resolve o problema...

Bom, para quem não sabe, isso é um aríete (usado para abrir as portas do castelo inimigo, durante uma guerra):


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Notas finais do capítulo

E então, o que vocês acharam? Comentários! Recomendações! Só lembrando, mandem idéias para que eu escreva as histórias - apesar de que a idéia do próximo capítulo já está pronta, eu talvez use nos próximos!