Não é Comédia escrita por The_Stark, Emmy Black Potter


Capítulo 4
Se ele dança, Todos dançam




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/149946/chapter/4

– Diga logo por que nos chamou. – soltou Snape, sem delongas – Eu estava muito ocupado torturando alunos com um trasgo e um lança-chamas nas masmorras.

– É verdade, Alvo – complementou McGonagall -, e eu estava muitíssimo ocupada realizando o meu ritual de beleza diário. Você acha que toda essa gostosura vem de graça?

– Acalmem-se, acalmem-se. Eu sei que estão irritados e se perguntando por que os chamei às duas da manhã. Mas acreditem, meus motivos são nobres. Bem, lá estava eu no lugar onde as minhas idéias são produzidas. Onde minha mente se clareia e por alguns segundos, eu tenho uma verdadeira epifania...

– Banheiro – falou Snape, disfarçando a palavra com uma tosse.

Dumbledore olhou para o professor de poções, indiferente.

– Você me conhece muito bem, Severo. Sim, lá estava eu no banheiro, refletindo sobre a vida, a escola e sobre como eu poderia contribuir para tornar meus alunos, bruxos melhores.

– Cagando – emendou McGonagall, igualmente com uma tosse.

– Sim! – retrucou Dumbledore, já irritado com tantas interrupções – Eu apenas estava tentando enobrecer o momento. Mas, se você quer saber: sim, eu estava no banheiro cagando. Agora vamos direto ao assunto, sim? Eu me lembrei do fiasco que foi no ano passado, durante o Torneio Tribruxo, quando nossos alunos tiveram que dançar naquele baile. Uma desgraça em todos os sentidos da palavra. Assim conclui que nossos alunos precisam urgentemente de aulas de dança!

– Ótimo – disse Snape – divirta-se encontrando um professor. Agora, se me der licença, tenho alguns alunos presos numa gaiola, um trasgo furioso e um lança-chamas portátil para cuidar – e já estava a meio caminho da porta.

– Ainda não, Severo. Infelizmente, eu não me divertirei encontrando um professor de dança porque eu já o encontrei. O melhor, eu já os encontrei.

– Por favor – começou Snape num tom sombrio –, se você estiver pensando em me colocar nessa matéria, deixe-me descer às masmorras, pegar meu lança-chamas, trazer aqui em cima, e repense o assunto.

– Sim, Alvo – concordou McGonagall – também não estou gostando dessa historia de dança. E afinal de contas, por que você tinha que nos avisar às duas da manhã e não poderia esperar até o inicio do expediente? Sabe, como pessoas normais fariam.

– Em primeiro lugar – começou Dumbledore -, eu não sou uma pessoa normal. Não espere que eu aja dessa maneira. Em segundo lugar, as aulas se iniciarão amanhã, bem cedo, no primeiro período. Os professores serão: eu, você e o ensebado ali – apontou para Snape -, vocês querendo ou não.

– Mas, eu não danço – disse Snape seriamente

– Bom, são duas horas e as aulas começam as sete. Você tem exatas cinco horas para começar a dançar. Divirta-se!


– Atenção, alunos – a voz de Dumbledore, com magia, ecoou pelos corredores de Hogwarts -, aviso-lhes que a partir de hoje, estou incluindo dança no currículo da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Todos vocês deverão participar. Os primeiros afortunados a participar das aulas serão os alunos do quinto ano de Grifinória. Por favor, se fizerem a gentileza de se dirigirem para a sala de numero 13.


– Rony – disse Harry – acorda.

Silêncio

– Rony – ele repetiu, já ficando irritado – acorda!

Novamente, silêncio. Harry suspirou.

– Por que nos temos que passar por isso todos os dias? ACORDA, DIABO! Aquamenti!

E um filete de água saiu da varinha de Harry acertando Rony na cara. Este, por sua vez, acordou em um salto.

– Mas, que droga, Harry. Por que você faz isso todo dia?

Harry suspirou. Depois respirou fundo e fez força para não xingar a mãe de Rony. Afinal de contas, Molly não tinha nada com a história.

– Apenas se arrume, já estamos atrasados para nossa aula de dança – ele falou isso com tanta naturalidade que Rony se pegou perguntando se isso era algo freqüente.

– Mas espera aí, nós não temos aulas de dança.

– A partir de hoje, temos sim. Vamos com isso.


E aparataram para fora da sala de numero 13. Desde um pequeno incidente no ano passado envolvendo alguns elfos irritadiços, um caldeirão de veneno, e uma professora louca, eles haviam descoberto que era possível aparatar dentro da escola. No fim, tudo não passara de um mal entendido. McGongall (a professora louca) acabou aparecendo no Salão Principal. Ela chamou Dumbledore de “Dudu”, ele corou e estava tudo resolvido.

– Que Deus nos acuda, Rony, pois só Ele sabe o que está acontecendo atrás dessa porta – e a abriu.

– ISSO É CHACHACHÁ – gritou Dumbledore, se fazendo ouvir por toda a sala, enquanto todos os alunos da Grifinória se remexiam um pouco encabulados na sala.

O diretor, aparentemente, era o mais animado, fazia pequenos passinhos com os pés e agitava loucamente os braços obviamente seguindo um ritmo caótico que não tinha nada haver com a musica que estava sendo tocada.

– Estão atrasados, meus caros Srs. Weasley e Potter. – falou Snape, surgindo de um canto escuro da sala – Creio que infelizmente, vocês já perderam a aula de rumba.

– Ééé... – começou Rony sarcástico – creio que infelizmente nós perdemos.

– Mas, isso não será problema, creio que... – o que quer que ele fosse dizer, nunca o fez, pois nesse exato momento a sala foi invadida por um outro grito.

– HORA DO TANGO – gritou McGonagall, obviamente, já estava tão a vontade quando Dumbledore e agora eles formavam um parzinho e dançavam no centro da pista.

Antes que Rony tivesse tempo para fazer qualquer tipo de comentário que denegrisse a imagem do diretor e da professora foi tirado para dançar por Hermione. Alguns segundos depois, Harry foi tirado por Gina.

– O que significa isso?! – perguntou ele, um pouco envergonhado e um pouco irritado.

– Isso – respondeu a garota – significa que Dumbledore está passando tempo de mais no banheiro e que alguém tem que fazer alguma coisa quanto a isso. Eu e Hermione ficamos tão surpresas quanto você.

– Pois eu vou tomar satisfações!

E parou de dançar e começou a abrir caminho pela classe que agora já dançava freneticamente, ocupando toda a sala. Quando chegou perto de Dumbledore, o diretor não parou de dançar, mas falou mesmo assim.

– Ah, olá, Harry. Então está gostando das aulas de dança?

– Sinceramente, Dumbledore, não. Lamento te informar, mas, não precisamos de aulas de dança. Nós já sabemos dançar.

– Sinto muito, Harry, mas não foi isso que percebi no ano passado, durante o baile do Torneio Tribruxo.

– Tremendos pernas-de-pau – emendou McGonagall, também sem sair do ritmo do tango.

– Estávamos apenas fingindo. E, se vocês estão tão certos assim de que não sabemos dançar, que tal uma aposta?

Os olhos de Dumbledore brilharam e ele parou de dançar. O velho não resistia a uma aposta.

– Estou ouvindo.

– Minha equipe de três pessoas contra a sua. Uma disputa de dança, nas masmorras. Se ganharmos, chega de aulas de dança.

– E se perderem?

– O que você quer em troca? – perguntou Harry.

– Bem...


Harry, Rony e Hermione estavam contra Dumbledore, Snape e McGonagall nas masmorras. O duelo estava prestes a começar.

– Eu não danço – falou Snape seriamente.

– Pois vai começar a dançar – disse McGonagall. – Vamos lá, é hora de mexer os quadris!

– Nem me fale nisso – disse Dumbledore – Você sabe, meu intestino é sensível. Só de falar em “mexer os quadris” já sinto vontade em correr para o banheiro.

–... – disseram todos.

– Bem... – disse Harry – Então vai funcionar assim, cada um de nós escolhe um estilo que achar conveniente, dança e depois escolhemos que é a equipe vencedora.

– Mas, quem será o juiz? – perguntou Rony.

– Eu serei – e o Ministro da Magia Cornélio Fudge apareceu.

– Mas – começou Hermione – você não tem nada para fazer não? Sei lá, ir caçar Você-Sabe-Quem, ir capturar algum assassino, qualquer coisa?

– Na verdade, não. Eu joguei todas essas tarefas para meus subordinados. Tenho o dia livre.

– Uau – disseram todos estupefatos.

– Não me olhem com essas caras, ser chefe é para essas coisas. E esse duelo? Sai ou não sai?

– Claro, claro – disse Harry – Rony, você é o primeiro.

– Mas...

– Rony, você é o primeiro. Vai.

– Ta...

E Rony foi para o centro do círculo.

– Isso daqui é a única coisa que sei dançar... Tentem não rir muito alto...

E começou a fazer a coreografia de uma dança de Ballet. Seus saltos eram perfeitos. Seus movimentos indicavam que ele havia treinado muito, e sabia o que estava fazendo. Rodopios, piruetas e tudo o mais. Finalizou com uma abertura total.

Dumbledore explodiu em gargalhadas.

– Desculpem-me – disse ele enquanto enxugava as lágrimas – acho que não estava psicologicamente preparado para isso.

– Nenhum de nós estava – disse Snape embasbacado – Rony, sinceramente, se algum dia eu tive um pingo de respeito pela sua pessoa, você acabou de pega esse respeito pisou em cima, tripudiou, mastigou, deglutiu, regurgitou e cuspiu no chão. Sinto muito, mas tenho que me retirar depois dessa. Chamem-me quando for a minha vez.

E saiu do corredor.

– Pois bem... – disse Fudge – isso foi muito bom, Rony. Mas, você errou um giro. Eu te dei um 4,0. Dumbledore, sua vez.

– Olhem e aprendam – retirou seu chapéu de bruxo e entregou-o a McGonagall – Eu vou dar um show de Street Dance.

E mal terminou a frase e já estava no chão. Girando e fazendo movimentos que pela segunda vez em cinco minutos deixaram a todos atordoados. Ele realizou movimentos tão complexos e que exigiam tanta flexibilidade que até mesmo Harry, no auge de sua juventude, se perguntou se conseguiria fazer.

Por fim, ele se ergueu.

– Muito bom, Dumbledore – disse Fudge embasbacado – se eu gostasse de dança de rua te daria um 10. Mas, infelizmente não gosto. Você ganhou um 6,0.

– Mas...

– Sem “mas”, Srta. Granger, faça a gentileza.

Ela foi par ao centro do círculo.

– Espero que apreciem minha arte. É um estilo novo de dança.

E não fez nada. Apenas ficou parada por cinco minutos encarando a todos, sem dizer uma palavra. Por fim, se jogou no chão e começou a rastejar e se chacoalhar. Quando terminou, se levantou e esperou sua nota.

– BRILHANTE – disse Fudge, quase em lágrimas, de tão tocado pela dança – Isso é arte de verdade. A forma como você ficou parada representando a sociedade estática diante de seus próprios problemas e mostrando que ninguém faz nada para soluciona-los. Você se jogando no chão representava a queda do autoritarismo do governo e clamando por uma Nova Ordem Mundial. Os rastejos representavam a forma como nos sentimos quando vamos ao mercado e percebemos que os produtos estão muito caros! Brilhante! Divino! Estupendo! Simplesmente magnífico! Dez com louvor!

– É, claro – disse Hermione – foi isso o que eu quis dizer.

– Mas, isso é um absurdo – disse McGonagall – ela nem sequer tinha pensado em nada disso! Ela apenas se atirou no chão e começou a espernear.

– É dança contemporânea, MgConagall – disse Fudge petulante – alguém velho como você nunca entenderia nada que fosse contemporâneo. Agora pare de chiar e vá dançar.

Ela juntou o que ainda lhe restava da dignidade e foi para o centro do corredor, desgostosa.

– Pois bem, eu irei dançar “A Macarena”. Para mostrar que eu posso ser “atual”

E começou a dançar a música. No começo ela mesma cantava, mas no meio todos foram contagiadas e Harry, Rony, Hermione, Fudge e Dumbledore já estavam gritando “Êêê MACARENA!” Quando a dança terminou, todos tiveram que aplaudir, McGonagall havia dançado magnificamente.

– Bem, te dou 9,0. Acredite, você mereceu. Mas, se isso é o que você tem de mais atual, por favor, vá escutar alguma coisa decente.

– Humpf – foi tudo o que McGongall respondeu, virando a cabeça.

– Harry, por favor a pista é sua.

Ele foi para o centro.

– Agora eu irei dançar rock.

E ao dizer isso, começou a pular freneticamente e a gritar o mais alto que podia o refrão de musicas do Guns N’ Roses. Erguia suas mãos e fazia o famoso sinal do rock enquanto realizava tudo isso. Repetiu o processo por alguns segundo e por fim parou.

– 8,0.

– Mas, o quê?! – perguntou Dumbledore – ele só pulou! Não fez mais nada!

– Sinto muito, mas isso é Rock. Já foi a algum show de Rock? As danças não são muito mais complexas que isso. Eu diria que ele escolheu bem o tema, era fácil. E não estou aberto a discussões vamos acabar logo com essa palhaçada. Severo Snape, por favor...

– SNAPE, É A SUA VEZ – gritou Dumbledore.

Mas, nada aconteceu por alguns momentos. Depois o chão começou a tremer. Algo grande, corria até eles. Algo enorme. Quando finalmente o “coisa” ficou sob a luz, todos puderam ver do que se tratava. Um trasgo. Atrás dele, vinha Snape caminhando calmamente enquanto segurava seu lança-chamas portátil.

– Eu disse que não danço – disse ele sombriamente e apontou a arma para todos – Alguém tem algum problema com isso?

Todos, tremendo nas bases, balançaram as cabeças negativamente.

– Ótimo. Foi o que pensei. E o duelo está cancelado também, não quero nem saber. Enquanto estivermos nas masmorras, sou eu que mando nessa joça!

– Mas e a aposta? – perguntou Dumbledore

– Bem, creio que todas as partes ficaram felizes em cumprir suas promessas no acordo. Assim sendo, as aulas de dança estão desfeitas e Harry, Rony e Hermione... – ele abriu um sorriso de orelha a orelha.


E essa é a história de como Harry, Rony e Hermione tiveram que dançar o sucesso “All the Single Ladies” da Beyoncé, no Salão Principal após o jantar, trajando apenas um collant preto, como no clipe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Cometários? Recomendações? Qualquer coisa?