Algo dizia a Harry que os convidados haviam chegado. Ele não estava certo de como sabia disso, mas estava disposto acreditar que possuía algum tipo de sexto sentido. Ou, talvez, a campainha tocando insistentemente há cinco minutos tenha lhe dado uma dica. Bem, tanto faz.

-Amor, - Gritou Gina – Você não vai abrir a porta? Estou terminando de me aprontar.

-A-Rá! Então você também sente que os convidados chegaram não é?

-Harry, eu já te disse milhares de vezes, essa história de sexto sentido é apenas da sua cabeça. E agora deixe-me reformular minha frase: “Amor, vá abrir a porta! E não me faça usar minha voz grossa!”

Com muito medo da voz grossa da Gina (todos tinham medo da voz Grossa da Gina) Harry correu para atender a porta. Ao abri-la, deu de cara com Rony, Hermione e mais duas pragas cujo nome Harry insistia em esquecer.

-TIO HARRY! – Gritaram as coisinhas enquanto corriam pra dentro da casa

-Oi... vocês – Afirmou Harry, tentando com afinco lembrar o nome deles.

-Puxa vida, Harry – Disse Hermione já entrando na casa, colocando seu casaco na cadeira – Achei que não fosse abrir a porta nunca! E esse jantar? Sai ou não sai? Estou faminta!

Rony foi o único que cumprimentou Harry devidamente...

-Olá, Harry, como vai? Pronto para um jantar em família?

...Infelizmente Harry não cumprimentou Rony devidamente...

-Que família? – Ele respondeu com a cara emburrada, virando as costas e voltando para a sala de jantar.

Ao chegar lá, encontrou Hermione já devidamente acomodada em seu lugar, ao lado de Dumbledore.

-Dumbledore?! –Harry se asustou – Que tal se, só uma vez, você batesse na porta como pessoas normais fazem?

-Andar é para os fracos! É mais fácil aparatar direto nessa cadeira.

-....Aham – Disse Hermione – Mas enfim, cadê a Gina?

-Terminando de se aprontar, ela já desce.

Tiago Sirius, Alvo Severo e Lilian Luna haviam se juntado aquelas pragas cujo nome Harry ainda não se lembrava e agora corriam feitos esquizofrênicos pela sala.

-Crianças, sentem-se na mesa.

...Elas continuaram a correr...

-O pragas do capeta – disse Dumbledore – Imperius: SENTEM NA MESA!

As crianças com um olhar meio hipnotizado sentaram-se na mesa civilizadamente.

-Eu amo essa magia – comentou Dumbledore- Ela move milagres!

Antes que qualquer um tivesse a chance de responder, Gina desceu pelas escadas.

            -Olá! Desculpem a demora!

            -Oiiiii, Gina – Disse Hermione e em seguida foi tomada pelo súbito impulso que todas as mulheres tem quando se encontram – fofocar, fofocar, fofocar.

            Gina sentou-se ao lado de Hermione e passaram a discutir sobre a nova plástica da professora McGonagall.

            -Ei, Harry – disse Rony – se todos estamos aqui, quem está preparando o Jantar?

            Nesse momento, Severo Snape saiu da cozinha usando um avental florido e uma colher de madeira na mão.

            - Se der risada, não come! – Disse ele em seu comum tom macabro enquanto voltava para a cozinha.

            -O Snape? Na cozinha? Como você conseguiu isso, Harry? – perguntou Dumbledore – Eu tentei fazer com que ele cozinhasse em Hogwarts por anos!

            -Pois é... como você mesmo disse: “Imperius move milagres”

            - Ahh... Moleque! – Bradou Dumbledore com umsorriso de orelha a orelha – Esse é meu garoto!

            A campainha tocou novamente.

            -Ué – disse Rony – Mas quem pode ser? Já estamos todos aqui!

            -O músico que eu contratei para tocar para nós – disse Harry

            - Amorzinho – Disse Gina, terminando de fofocar - Abra a porta, por favor.

            Harry levantou-se e saiu da sala. Quando retornou ele estava acompanhado de ninguém menos e ninguém mais que...

            -MINHA NOSSA –Gritou Dumbledore- NÃO PODE SER... MINHA CANTORA FAVORITA!

            ...Lady Gaga

            -Ué – Disse Hermione – Mas você disse que você tinha contratado um cantor e não uma cantora.

            - Nada está comprovado até agora – disse Gaga

Cri Cri, Cri Cri...

            Para a sorte de todos, Snape chegou trazendo a comida de todos, acabado com o momento de desconforto. Lady Gaga foi para o canto da sala e começou a cantar Poker Face. Snape sentou-se na mesa e começaram a comer.

            -Rose – disse Hermione – trate de comer todos os seus vegetais.

            -Rose! – Gritou Harry agora que finalmente havia se lembrado do nome da infelicidade – Eu sabia que lembraria.

            -Você tinha esquecido o nome da sua própria sobrinha? – perguntou Gina

            -Isso não é nada. As vezes, acordo me perguntando quem é voce.

            -Ora, seu! Eu vou ter que usar a voz grossa ou você vai se comportar?

            Todos tremeram nas bases e por fim Harry achou melhor se calar.

            O telefone tocou:

            - Stop Calling, Stop Calling! I don’t wanna talk anymore! – Gritou Gaga.

            - I felt my head and my heart on the dance floor – prosseguiu Dumbledore, enquanto fazia alguns movimentos com o braço, numa suposta dança.

            - Meu sexto sentido – começou Harry- me diz que tem alguém nos ligando.

            - Harry, doce de chuchu, pela ultima vez, ta? Você não tem sexto sentido! Coloque isso na sua cabeça antes que eu force a informação a entrar! E vai atender a droga do telefone!

            Harry voou para o telefone.

            -Alô

            -Alô... – silêncio do outro lado da linha

            -... Quem fala? – perguntou Harry

            - Aqui é o Lorde das Trevas...

            -Hmm, olha estamos no meio de um jantar em família, você quer deixar um recado?

            -O Lorde das Trevas não deixa recados...

            -OK, você pode ligar mais tarde então?

            -O Lorde das Trevas também não liga mais tarde...

            -Assim vai ficar difícil, ô seu Lorde das Trevas, afinal que que tu quer?

            -Eu estou chegando em sua casa, corram enquanto acham que podem...

            E o Lorde das Trevas desligou. Harry ficou em silencio por alguns segundos, deu de ombros e voltou para a sala.

            -Quem era no telefone, Harry? – Indagou Rony

            - Não sei bem, alguém que se intitulava “Lorde das Trevas” falando qualquer coisa sobre vir aqui e que é pra nós corrermos. Cada doido que me aparece!

            - Voldmort está vindo? – perguntou Hermione – Temos que nos preparar para a luta!

            -Ah! – disse Dumbledore – Eu adoro luta! Adoro quando uma oportunidade de luta aparece e eu posso acenar tchauzinho para ela. – Levantou-se – Obrigado pelo jantar, Harry, estava ótimo, mas infelizmente tenho minha própria luta a travar – e aparatou enquanto deixava um eco na sala gritando “ANDAR É PROS FRACOS!...”

            -Bom, pelo visto não poderemos contar com ele para lutar – disse Snape – Então teremos que enviar outra pessoa para o combate...

            -Mas quem? – Indagou Gina

            Harry levantou-se solenemente da mesa.

           -Acredito – começou ele – que quando o momento da luta chega, não há nada que se possa fazer para evita-la. É importante agora que todos tenhamos coragem, é por isso que eu acredito que a melhor escolha para a luta é... você, Tiago Sirius.

            - Eu, mas... papai, eu tenho apenas 13 anos!

            -Eu enfrentei Voldmort quando era apenas um bebê! E SOBREVIVI! Qualquer pé-rapado consegue fazer isso, vai lá.

            -Mas...

            A campainha tocou...

            -Minha nossa, vocês-sabem-quem chegou – disse Gina

            -E tocou a campainha – reparou Hermione – o que é mais do que Dumbledore fez em anos!

            -Ei, pessoal – Disse Harry – meu sexto sentido diz que Voldmort finalmente chegou!

            -NÃO EXISTE ESSE NEGOÇO DE SEXTO SENTIDO! – Gritaram todos.     

            A campainha tocou novamente.

            -Harry – disse Rony – Vá atender.

            -Tenho cara de empregado, por acaso? Toda vez que uma campainha ou um telefone tocam nessa maldita história a primeira reação de vocês é “Harry, vá atender!”

            -Harry –disse Gina olhando feio para ele – Vá atender...

            Harry já estava abrindo a porta quando Gina terminou a frase. Voldmort finalmente havia chegado.

            -Tem pão velho não, tio. – Disse Harry e fechou a porta.

            A campainha tocou na porta. Harry a abriu:

            -Pedinte chato, já disse que não tem pão velho – E já ia fechando a porta quando a mão de Voldmort o parou.

            -Oi... – disse ele.

            Voldmort empurrou Harry para o lado e foi para a sala.

            -Eu exijo um duelo! – Gritou ele.

            -Sim, sim, sim – disse Gina – Já previmos isso, vai lá Tiago!

            -Acalmem-se – falou Voldmort – Eu exijo um duelo de... canto

            -Canto? – Perguntou Rony – Por que Canto?

            Voldmort apontou para Harry, fazendo cara feia

            - Eu tentei um duelo até a morte com esse infeliz aqui por sete anos! E nunca deu certo! Talvez eu tenha mais sorte no canto!

            Snape levantou-se e ajoelhou-se em frente a Voldmort

            -Milorde, assim como prometido, eu envenenei a comida deles, todos eles estão impossibilitados de cantar. A vitória já é sua.

            - Snape – Disse Hermione – Você nos traiu! Nos confiamos em você!

            -Mas... como? – Quis saber Harry – Eu achei que você estivesse sobre o efeito do meu Imperius.

            -Rá! Nunca! Eu apenas fingi. E eu fui professor de poções, foi muito fácil criar uma poção para que não pudessem cantar... e no caso do Rony foi mais fácil ainda, ele não sabe cantar mesmo sem poção.

            -Ei! – Disse Rony, mas ninguém deu atenção a ele.

            -Então – Quis saber Voldmort – Quem vai duelar comigo?

            -Eu irei.

            A voz veio do fundo da sala, um lugar que todos a esta altura já haviam se esquecido. A voz veio de... Lady Gaga.

            -Você? Rá! Você também está envenenada!

            -Errado, Voldmort, eu não comi nada.

            -Desculpe, Lorde das Trevas – Disse Snape – Eu não sabia que ela viria cantar.   

            Lady Gaga fez uma cara de surpresa.

            -Minha nossa! Você é um Lorde! Eu sou uma Lady! Vamos nos casar!

            Voldmort deu de ombros.

            -Por que não?

            E então, Voldmort, Snape e Lady Gaga saíram da sala, rumo a igreja mais próxima enquanto cantavam Bad Romance. Nesse momento Dumbledore aparatou na sala de jantar.

            - Agora você aparece – Disse Harry – Na hora da batalha você foge, mas quando ela acaba você volta!

           -Harry, Harry, Harry... – Disse Dumbledore – Eu não fugi da batalha... Na verdade eu nem sequer sai da casa, como eu disse, eu tinha minhas próprias batalhas. Em outras palavras eu estava no banheiro até agora. Aquilo sim foi uma guerra!

            Cri cri, cri cri

            -O que posso dizer? – falou Dumbledore – Sou que nem pato: como e cago.

            -Ufa, pelo menos tivemos sorte de ter a Lady Gaga aqui – disse Hermione – Nem quero pensar no que teria acontecido se ela não tivesse vindo!

            Harry olhou para todos misteriosamente.

            -Não foi sorte – disse ele

            -O que? Mas como? Não tem como você ter previsto isso.

            Harry sorriu:

            -Alguns chamam de dom. Eu chamo de sexto sentido.