Cap XVII - 気持ち

Separaram-se rapidamente.

O que foi isso? O que deu no Hitsugaya Toushirou que conhecia? Desde quando ele foi tão sincero assim?

— Shiro-chan...? – Hinamori aparece detrás de uma árvore no jardim – O que eu vi... Era mentira, né? Uma mentira!

— Hinamori...? – ambos se assustam

— Mesmo você prometendo que me protegeria...!! – apertou seu punho, que estava próximo à região do peito – Por que, Shiro-chan?!

Antes que pudesse retrucar, a tenente do quinto esquadrão correu para longe. Hitsugaya se levantou para tentar segui-la, mas achou que seria insensível deixar Karin ali.

Principalmente depois do que havia falado...

O que eu faço? Qual seria a melhor escolha? Pensava consigo mesmo.

— Vá. – a doce voz de Karin fez com que acordasse de sua dúvida – Vá atrás dela, Toushirou!

O quê?

— Rápido! Senão vai perdê-la de vista! – levantou-se também e empurrou levemente suas costas – Vá logo!! – mostrou um belo sorriso

— Karin...

Sem pensar duas vezes, usou seu shunpo em direção à Hinamori.

Kurosaki perdeu as forças nas pernas e ajoelhou-se no chão. Por que havia pedido isso? Por que não pediu para que ficasse?

— Mesmo que ele me escolha, quem estará no topo será sempre a Hinamori Momo, estou errada? – riu de si mesma – Além disso, hoje à tarde...

— Onde está a Kurosaki?! Ela é o centro das atenções de hoje!! – sentiu o cheiro de sakê vindo de seus companheiros com os berros

— Bem... Deixe isso para lá! – concluiu

Levantou-se aborrecida e balançou a cabeça para os lados, afastando os pensamentos que não se relacionavam com o ambiente. Era uma comemoração, deveria se divertir!

Correu para o local onde sua festa acontecia, pedindo desculpas, mentindo que pensou ter visto um hollow ou algo parecido. Recebeu elogios de todos pelo seu esforço e tentou se divertir o máximo que poderia.

Mas com a cena de Hitsugaya indo embora em sua mente.

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— Hinamori!!

Nada. Nenhuma resposta. Onde poderia estar? Começou a andar pelos telhados dos esquadrões para ter uma visão ampliada, mas de nada adiantava.

Procurar uma especialista em esconder sua reiatsu era realmente cansativo.

Em um instante, conseguiu sentir sua presença. Talvez tivesse feito de propósito.

— “Não tenho tempo para pensar nisso.” — usou o shunpo e foi até o local onde sentira o mínimo rastro de Hinamori

Lá estava ela. Sozinha.

— “Aqui é...” — aproximou-se lentamente

— Há quanto tempo, né? – murmurou, apertando seus joelhos– Lembra quando viemos até aqui para comemorar seu aniversário? Junto de Rangiku-san e capit... Aizen.

— Sim. Lembro-me muito bem. – ficou a certa distância da garota – E por que está aqui?

— Não deveria...? Ou melhor, você que não deveria. Deixou a Karin-chan só?

— Ela pediu para eu vir. – um silêncio tomou conta do local. Continuou, com a voz em um tom mais suave – Além disso... Eu não poderia simplesmente ignorar o fato de você ter saído correndo.

— Quem disse? Eu sou apenas a “Hinamori”, não é? E ela, a “Karin”.

— Isso importa tanto...?

— Uma relação pode ser vista no modo como chamamos as pessoas! Eu o chamo de Shiro-chan, Hitsugaya-kun para nos tornarmos mais íntimo e mesmo assim você vem com o papo de que é “capitão Hitsugaya”! – gritou já de pé e se aproximando passo a passo – Enquanto ela... Enquanto Kurosaki Karin o chama de “Toushirou” e você também a chama pelo nome!

— Você está exagerando. – levantou as mãos perto da região do peito com as palmas em direção à Hinamori, tentando acalmá-la

— E ainda diz que a escolhe?! Você mal a conhece! Quem você pensa que é para brincar com os sentimentos das pessoas?!

Hinamori estava perdendo o controle. Quando percebeu isso, engoliu as palavras e se desculpou por agir de forma imatura.

Hitsugaya não lhe tirava a razão. Suspirou profundamente, pensando em um meio de confortá-la, como de costume.

Com palavras simples, olhando em seus olhos, sem expressão definida.

— Você é a pessoa que menos quero que se machuque, Hinamori. Não vou mentir: realmente estou sentindo algo pela Karin. Talvez eu esteja sendo hipnotizado pelo seu jeito alegre e sociável, ou seja, o contrário de mim. – relembrou de alguns momentos junto da garota, continuou – A minha relação com Karin é diferente da que tenho com você, por isso não sei diferenciar. “Protegerei Hinamori Momo”, é o meu objetivo desde que entrei na Academia.

— Shiro-chan... – com o luar, evidenciava-se o brilho que se formara nos olhos castanhos pelas lágrimas que continuavam a escorrer

— Eu não mudei essa ideia. Mas... – encarou a própria mão e a cerrou – Agora, sinto que minha atenção deve ser voltada à Karin. – mirou-a e logo desviou o olhar, receoso – Desculpe-me, Hinamori.

— Por que está se desculpando...? Não há necessidade.

Parece que Hinamori voltara ao normal. Ao seu jeito singelo e calmo de sempre. O que fez com que Hitsugaya abrisse um sorriso de canto.

— Entretanto. Ainda não admiti minha derrota, Shiro-chan. – beijou-lhe a bochecha e sorriu, afastando-se em um pulo – Você verá! Eu ainda o farei com que diga “Eu gosto de você” para mim!

Usou seu shunpo e saiu do local.

De alguma forma, Hitsugaya conseguiu... Animá-la?

Se bem que... Não deve ter sido uma boa ideia.

Não importa quantas vezes tentasse, o único nome que ecoava em sua mente e que mexia com seus sentidos era ”Karin”.

Hinamori seria sua... “Onee-chan”? “Imouto”(irmã mais nova)? Querida amiga de infância?

— Droga... – apoiou a mão na cabeça – Era tão fácil quando eu apenas a encontrava quando ia ao Mundo Real... Será que naquele tempo eu já estava...

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— Haaaah! – em um movimento rápido, fez com que seu adversário soltasse o bokuto. E parou sua arma bem no topo de sua cabeça, mas sem encostar – Fuu~ Vitória de Kurosaki Karin! – gabou-se

E todos do esquadrão a aplaudiram. Karin ajudou seu amigo a se levantar e o cumprimentou, agradecendo pelo treino.

Mesmo depois da festividade da noite passada, Karin resolveu exercitar seus músculos. Isto é, muitos não estavam preparados, outros apenas a subestimaram, sendo que estes perderam de forma humilhante para a “novata”, e o resto estava de ressaca.

Bem, ninguém poderia culpá-los.

— Acho que por hoje já chega, não? – diz ao amontoado de membros do esquadrão, derrotados no chão – Bem, vou descansar! Obrigada por hoje!

Deixou o bokuto no local de sempre e saiu alegre. Passeava pelos corredores, já havia se familiarizado com o local.

Foi em direção ao seu lugar favorito do esquadrão. Entretanto, durante o caminho, sua expressão mudara.

Como agiria depois de ontem...?

“Eu acho que... Se eu pudesse, escolheria você.”

Normal? Ser mais compreensível? Apesar de... Ultimamente, não tem apresentado seu “verdadeiro eu”.

Chegou frente à porta, mas não a abriu. Olhou para seus pés, sem saber o que fazer. Entrar de forma animada? Casualmente? Indiferente?

— “Ahh! Pensar não adianta em nada!!”— coçou a própria cabeça, nervosa – “Vamos ver... Eu entro, digo ‘Olá, Toushirou’ e sento no sofá? Não, está muito na cara. ‘Hey, Toushirou! A Rangiku-san está? Eu vim só por causa dela, viu?!’, não, espere, eu não sou uma tsundere!! Que tal... ‘Boa tarde, capitão Hitsugaya, desculpe pela intromissão, mas eu poderia ficar aqui?’. Não, este é o oposto dos Kurosaki...”

Opções não lhe faltavam. Disso, tinha certeza.

— Já sei! – sussurrou decidida. Abriu a porta velozmente – E aí, Toushirou! Gostaria de falar sobre ontem!! Isto é, eu ainda não pude respond... Toushirou? – olhou por toda a sala e não o via – Ótimo. Pensei tanto para nada?!

— Pretende ficar aí parada até quando? – ao ouvir uma voz rouca bem detrás de si, pula de susto

— N-Nada!! – virou-se de costas e riu – P-por que está atrasado? Estava aí desde quando...?

Suava frio. Será que ele ouviu?

— Desde que vi uma pessoa atrapalhando a passagem para a minha sala. – suspirou e adentrou – E que ficou um bom tempo para, pelo menos, abrir a porta. Além disso, como assim “atrasado”? Essa sala é minha, posso vir como bem entender. – enfezou

— C-ceerto! Mas ouviu alguma coisa? – seguiu-o até sua mesa – Nada, né? Afinal, você não gosta de conversas alheias, né?

— Por que está tão preocupada? – arqueou uma sobrancelha enquanto sentava no banco, reparando nos relatórios que possuía em sua mesa

— N-nada! P-parece que não ouviu nada, certo? – suspirou aliviada, voltando-se ao sofá e se sentando no mesmo

— Sobre o quê queria conversar? – falou com o tom usual

— Então você escutou!! – elevou a voz, envergonhada, apoiada nas costas do móvel

— O que é esse rosto vermelho? Não é sua cara, Karin. – analisava os papéis de forma cautelosa

— Hunf... – sentou-se novamente – ... O que houve com a Hinamori?

— De novo essa preocupação? – bufou um pouco desanimado – Ela está bem. Apenas chocada.

— “Até eu estou...”— pensou consigo mesma, entrelaçando os dedos da mão – E você?

— Estou normal, diferente de você. – aquilo de certa forma, irritou Karin, como se tivesse levado uma facada na barriga, mas logo se acalmou

Não entendia. Realmente não entendia aquele seu jeito.

— Nee... Posso fazer uma pergunta?

— À vontade.

— “Está calmo até demais...” E-etto... Q-quando disse que iria me escolher, p-por que falou tão de repente? Você é sempre tão fechado, como se quisesse viver sozinho, para que ninguém o perturbasse. É um pouco diferente do Toushirou que conheço.

— A-aquilo...

Na verdade, nessa nova fase de sua vida, acompanhado de Karin, fez com que Hitsugaya realmente mudasse um pouco. Tornou-se menos exigente, mais calmo, sincero...

Todavia, não poderia simplesmente dizer que mudara “por sua causa”.

— Toushirou? – não recebeu resposta – Ei, Toushirou!!

— A-ah, desculpe. Isso não te interessa, não é da sua conta. – voltou sua postura

— Hunf. Só porque eu falei que você estava se abrindo... – murmurou, emburrando-se

— Agora é a minha vez de perguntar... – chamou-lhe com a voz fraca – ... certo?

A shinigami fez com que sua atenção voltasse imediatamente ao seu capitão.

— Por que você pediu para eu seguisse Hinamori? – deixou seus relatórios na mesa, olhando nos escuros olhos da primeira

— Eh? B-bem... Ela saiu correndo e chorando, seria desagradável para você se não fosse atrás de sua amiga de infância, não acha? – virou o rosto

— Isso não é do seu feitio. Até ontem, você sentia uma raiva imensa dela, durante a discussão sobre a festa. Quando eu saí, ou melhor, antes da festa... O que aconteceu para agir daquele modo?

— Toush...

— Boa tarde, capitão!! – Matsumoto, com sua alegria inacabável, abre a porta com rapidez, com um largo sorriso no rosto. Percebeu o clima que se encontrava naquele pequeno cômodo – Eh? Atrapalhei alguma coisa...?