Por que o Tempo não Para? escrita por Drica


Capítulo 1
Capítulo Único: Despedidas


Notas iniciais do capítulo

Bem minha gente mais uma oneshot minha, essa já faz um tempo que a tenho, postei no orkut com uma das minhas contas.

E claro vale ressaltar mais uma das poucas histórias que escrevo sem hentai.

Peguem os lencinhos.
Espero que gostem, dramatizei muito.

A dor de uma despedida é sempre marcante e a do reencontro é sempre marcada por lágrimas de alegria, despedidas e reencontros tem a mesma medida e as mesmas faces.

Beijos



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Capítulo Único: Despedidas

E o tempo parou

Uma hora

Um minuto

Um segundo

            As imagens cruzavam sua mente, enquanto seu corpo cansado desistia de respirar. Eram flash, momentos inesquecíveis diante de seus olhos.

Um sorriso

Um beijo

Uma palavra

Por que o tempo não volta?

            As mãos dele apertavam sua mão com força, com medo, já sentia saudades, mas ela não se foi, ainda.

            O coração batia suavemente, fraco. Era o som da morte ecoando em uma sonoridade inaudível, somente para sua menina, que escutava sozinha, que via sozinha, a morte se aproximar.

Um aperto de mão

Dedos entrelaçados

Um carinho

Um olhar

Por que o tempo não para?

            Os olhos verdes cruzaram com os pretos, os olhos de sua garota trêmulos. Então ela sorriu para ele.

            Mesmo nesse momento, ela sorriu para ele.

            As lágrimas que ele retinha naquele momento deslizaram pela face pálida do homem. A mão dela tocou a sua face, mãos trêmulas, limpando suas lágrimas.

            -Não, não chores Sasuke. – a voz era baixa, as poucas palavras a fizeram buscar ar sofregamente.

            As mãos dele apertaram a dela com força. E o medo novamente em seus olhos, queria dizer muitas coisas a ela, mas falaria o que? Ele falaria tudo que já tinha dito por toda uma vida?

            Eu te amo.

            Eram as doces palavras que sempre dedicaria a Sakura, e a mais ninguém.

Uma batida

Duas

Três

E o som do silêncio

“Eu te amo”

Por favor, tempo volte!

            A mão ficou flácida e fria, no meio de suas mãos quentes. Os olhos verdes que tanto brilhavam em seus ônix, se apagaram lentamente.

            Opacos.

            Vazios.

            Mortos.

            A chuva caia silenciosa no cemitério, em suas mãos uma rosa de cor vermelha.

            Louco por ser uma rosa vermelha? Louco por não trazer uma orquídea fúnebre ou uma rosa branca?

            Mas vermelhas eram suas favoritas.

            Depositando a rosa na lapide, dando um último adeus, um até logo, uma despedida de toda uma vida com ela.

            Se despedindo de seus sorrisos, de sua voz, de seus carinhos, dos olhos intensos e verdes, de seu único amor.

            Enquanto ele dava as costas para a lápide de sua mulher, ele podia escutar o som imaginário de seu coração se partindo em milhares de estilhaços. Mesmo sem as lágrimas em seus olhos, seus ônix perderam o brilho vivido, que só sua Sakura dava a eles.

Os seus sorrisos

Suas palavras

Doces lembranças

Eternas

Que nem o tempo poderá roubá-las de mim

            Chegando a sua casa, não tivera coragem de subir para o seu quarto. O quarto dos dois.

            Covarde.

            Sentou-se no sofá e ficou olhando a chuva cair da sua janela, e ali na solidão, se deixou levar pela dor.

            As lágrimas rolando pela sua face, o braço em seu rosto, tapando-lhe a visão, cegando-o de ver a dor. Privando-o de ver um mundo sem sua menina.

            Lágrimas derramadas

Sonhos desvanecidos

Palavras não ditas

Futuro não vivido

            A noite fúnebre tomou conta da cidade, tomou conta da casa, tomou conta da sala e tomou conta de Sasuke.

            Quando ele fechava os olhos, ele podia escutar o som de passos, de risadas, escutando sua doce voz, que ecoava pela casa.

            Lembranças.

            Se a morte de sua amada não o destruiu completamente, as lembranças o iriam fazer.

            “Sasuke, você está atrasado!” ela dizia quando ele chegava tarde. Para depois abraçá-lo, pois mesmo com toda sua fúria, Sakura nunca deixava de recebê-lo com carinho.

            “Sasuke, vamos logo, Naruto está nos esperando.” Ela sempre lhe falava nos dia de quinta-feira, era o dia de reunir todos os amigos. E Sasuke sempre estava atrasado.

            “Sasuke, eu te amo... ontem... hoje... e sempre.” Palavras ditas por ela quando o Uchiha a pediu em casamento.

            Foi o único dia em toda sua vida que não havia se atrasado, em pé no altar, olhando a mulher mais linda do mundo entrando de véu e grinalda. Sakura caminhava lentamente para ele, seus ônix só viam a Haruno. Seu coração só palpitava por ela.

            Seu coração.

            Este que não palpita mais.

            E agora? Como tocaria sua vida? Sem ela, sem aqueles olhos verdes brilhantes. Como acordaria todas as manhãs, sem os sorrisos dela, sem a ter ao seu lado?

Promessas quebradas

O tempo não volta

O tempo não para

            E no silêncio da casa, Sasuke adormece. Desejando ser forte para prosseguir, desejando que tudo se torne nada.

            Em seus sonhos, mais lembranças, mais saudades, mais irrealidades.

            Sasuke o homem frio, gelado, impiedoso, era assim que todos os que o viam concluíam dele.

            Sasuke o homem, gentil, reservado e amoroso, era assim que Sakura sempre o viu.

Por favor, tempo volte!

Por favor, tempo para!

Por favor, tempo não a tire de mim!

            Porque o tempo passa, o tempo prossegue nada é um feliz para sempre, nada dura a eternidade.

            Somente o amor.

            Mas aquele que ama, não quer somente o sentimento, quer o todo. Quer os olhares, os toques, as palavras e os sorrisos.

            Sasuke queria Sakura.

            Os dias se passavam lentamente, e a vida continuava, a vida tinha que tocar, porque ninguém espera que o coração se reconstrua, o mundo não espera.

            E todo dia quando Sasuke chegava a sua casa, esperava ver sua menina abrir-lhe os braços para recebê-lo ou dar-lhe uma bronca pela demora. E como todas às vezes, ele a calaria com um beijo.

            No entanto, não mais aconteceu.

            -Papai?- duas vozes infantis o chamavam em meio à densa névoa de lamentação. Seus ônix, como desperto de um transe, focaram nas duas belas crianças morenas.

            -Yuki e Yuka.- ele falou seus nomes suavemente, as duas crianças subiram em seu colo, aconchegando-se no peito de seu  pai.

            Sasuke envolveu seus filhos em um abraço terno. As finas lágrimas desceram pelas faces infantes.

            Sim eram saudades.

            Era dor.

            E o tempo foi passando, sempre seguia em frente, implacável e impiedoso.

            Com saudade no peito, com um amor intocado pelo tempo em seu coração, Sasuke continuou vivendo.

Até o dia que voltou a reencontrar sua menina, Sakura lhe recebeu com o mesmo sorriso do dia em se conheceram. O dia em que ela havia se apaixonado por ele.

            “O amor transcende o tempo.”  


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Notas finais do capítulo

Bem espero que tenham gostado.
Espero reviews.
Beijos