Depois de muita conversa jogada fora, e eu saber todos os boatos e fofocas daquela escola, essa parte ficou por conta da Abigail, Jared apenas nos olhava enquanto conversávamos.

-Então qual é sua primeira aula Lizzie? – Abigail perguntou.

-História. – bufei olhando minha lista de horários.

-Você está na minha turma então! – Jared vibrou.

-Ao menos vou conhecer alguém. – ri.

-Vem, eu te levo até a sala.

-Espera! – Abigail gritou.

-O que foi? – perguntei.

-Tente descobrir o que a loira de farmácia queria com ele! – sussurrou em meu ouvido.

-A ta te empresto sim! – dei uma piscadela para a Abigail tentando disfarçar o sussurro dela.

-Emprestar o que? – Jared perguntou.

-Nada que te interesse! – Abigail gritou.

 -Grossa! – ele fez bico.

-Não fica triste! – o consolei.

Fomos até a sala, tivemos que subir muitas escadas até a nossa sala. Mas chegamos, Jared sentava no fundo, eu para não ficar sozinha me sentei na última carteira, uma carteira completamente abandonada às aranhas.

Fiquei observando cada centímetro da sala, as pessoas daqui são muito estranhas, é dividido em vários grupos, um que se veste todo de preto, outro que só se veste de rosa, os meninos esportistas, e a turma do fundo, onde Jared é super conhecido, e agora tem mais um o da Lizzie, ou apenas eu sozinha.

-Bom dia classe! – um homem alto de cabelos grisalhos entrou na sala sorridente. Todos os alunos que se encontravam em pé correram para seus lugares.

-Ora, uma aluna nova! – ele parecia empolgado, ergui meu rosto em sua direção e o mirei me senti um rato assustado. – Venha até aqui e se apresente querida! – pediu.

Levantei-me e caminhei em passos lentos até a frente da turma, eu podia sentir os olhares pesados posarem sobre mim.

-Meu nome é Destiny Elisabeth Louis, ou apenas Lizzie, e tenho dezessete anos. – tentei tomar fôlego.

-Bem vinda Lizzie... – o professor deu uns tapinhas em minha costa, eu voltei ao meu lugar sendo mais uma vez acompanhada por todos os trinta pares de olhos me acompanhando.

Sentei e acompanhei a aula com toda a atenção do mundo, mesmo já tendo aprendido a matéria no orfanato.

-Gostou do professor Michael Lizzie? – Jared perguntou enquanto saíamos da sala.

-Adorei ele! – sorri.

-Pena que a matéria é difícil... – se lamentou.

-Não é não Jared! Eu já aprendi isso no orfanato, é bem fácil... – comentei.

-E você me ensinaria? – perguntou fazendo cara de cachorro pidão – Por favor, diz que sim!

-Tudo bem Jared eu te ajudo. – ri de suas expressões.

-Valeu Lizzie! Te amo! – ele pulou beijando meu rosto.

-Menos quase nada. – ri.

-Boba!

-O que está pegando? – encontramos com Abigail na entrada do refeitório.

-Essa linda da Lizzie vai me ensinar História! – Jared disse empolgado.

-Ta com tudo em gata! – Abigail sorriu.

-Não! – escondi meu rosto com o capuz da blusa – Vou ao banheiro gente! – sai procurando por um banheiro.

-Procurando por algo? – ouvi uma voz feminina vir atrás de mim. Me virei e acabei me deparando com a Claire.

-O banheiro! – ergui a sobrancelha e coloquei minhas mãos na cintura.

-Eu te levo... – ela me pegou pelo braço e me jogou em uma sala cheia de vassouras, baldes e produtos para limpeza.

-Espera esse não e o banheiro! – reclamei.

-Você vai ficar ai por tentar roubar o meu homem! – gritou fechando a porta antes mesmo de eu poder me defender.

-Me tira daqui! – gritei – Socorro!

Fiquei gritando por horas, mas ninguém apareceu, fiquei cansada e acabei me sentando, a sala era bem gelada, eu estava tremendo lá dentro.

Ouvi o barulho da porta se destrancando.

-O que você faz aqui? – uma mulher de cabelo grisalho e com a cara fechada perguntou.

-Me prenderam aqui dentro, que bom que a senhora apareceu! – corri até ela.

-Mas quanta falsidade, bem que uma aluna me avisou que você estava matando aula aqui.

-O que a senhora é? – perguntei.

-Inspetora de alunos, e você vai para a sala da diretora agora mesmo.

-Mas eu não estou matando aula, é tudo mentira. – comecei a chorar, e a mulher me pegou pelo braço levando-me a sala da direção.

-Senhora Ruffins, peguei a novata matando aula no sala do zelador.

-Sente-se! – a mulher com rosto mais fechado que a outra ordenou.

Me sentei e a encarei com muito medo.

-Matando aula no primeiro dia...

-Mas eu não matei aula, eu fiquei presa lá, uma aluna me prendeu.

-Você sabe que está fazendo uma acusação muito séria não é mocinha... E se não tiver provas ficará muito encrencada.

-Mas eu estou falando a verdade.

-E tem provas? – perguntou.

-Não... – bufei.

-Está suspensa por amanhã. Agora, já para a aula! – ordenou me apontando a porta.

-Sim senhora... – sai me arrastando, assisti às outras aulas sem abrir a boca, na saída do colégio, ouvi um homem alto moreno gritar meu nome.

-Lizzie!

-Sou eu! – fui até ele.

-Eu sou Kenny, segurança do Justin, vamos? – perguntou abrindo a porta para mim.

-Olá! – sorri. – Obrigada! – entrei no carro e me afundei no banco.

-Aconteceu algo pequena? – perguntou.

-Estou suspensa amanhã – suspirei.

-Como? – ele pigarreou.

-A diretora me suspendeu! – choraminguei.

-Mas o que você fez? – perguntou.

-Uma menina me prendeu na sala do zelador, e daí uma inspetora me achou e me levou até a diretoria alegando que eu estava matando aula. – expliquei vociferando.

-Calma Lizzie, mas e a diretora não fez nada?

-Disse que se eu não tivesse provas eu não poderia incriminar a tal menina e me suspendeu. – bufei afundando mais uma vez no banco.

-Agora deixa eu contar... O Bieber ta quase enlouquecendo por saber disso.

-Mas como ele ficou sabendo? – perguntei assustada.

-A diretora ligou para ele. – Kenny parecia triste.

-Agora ferrou! – suspirei.

-Mas conte sua versão para ele... – aconselhou-me.

-Só falta ele dizer que eu preciso de provas! – ironizei.

O resto do caminho fiquei em silencio, apenas pensando em tudo o que tinha acontecido, afinal quem a Claire tanto ama a ponto de ter feito aquilo comigo? Eu nem conheço nenhum menino da escola ainda. Estranho, bem estranho. Menina louca!

Quando chegamos Kenny apenas me deixou na porta de casa, ele precisava levar sua mulher no médico.

Abri a porta de casa aos poucos tentando não fazer barulho, caminhei em passos lentos pé por pé.

-Venha aqui Destiny! – ouvi a voz grave do Justin, apertei os olhos no mesmo momento.

Caminhei lentamente até a sala de estar onde ele aparentava estar.

-O que você aprontou hoje? – perguntou mirando-me.

-Justin, uma menina louca me prendeu na sala do zelador, e quando eu fui achada por uma inspetora ela me levou até a sala da direção dizendo que uma aluna disse que eu estava matando aula, e a diretora por eu não ter provas de que fui presa lá dentro me suspendeu. – expliquei.

-Tem certeza? – perguntou.

-Você não confia em mim? – me entristeci.

-Confio... Mas ser suspensa logo no primeiro dia é péssimo Lizzie! – a expressão do Justin mudou da água para o vinho, agora ele estava mais sereno.

-Eu não tive culpa! – gritei, ele se assustou. – Me desculpe... Estou nervosa com essa injustiça...

-Vem aqui! – ele abriu os braços se levantando, fui até ele e o abracei.

-Obrigada por acreditar em mim. – agradeci.

-Eu tenho certeza absoluta de que você não faria algo do tipo.

-Pode ter. – assenti.

-Bom, menos mal que você não vai à aula amanhã, porque eu queria te levar ao meu show! – Justin sorriu.

-Sério? – perguntei radiante, era a primeira vez que eu iria a um show na minha vida.

-Claro, você será a minha One Less Lonely Girl! – ele empolgou-se.

-O que é isso? – perguntei confusa.

-Todo show eu canto essa música romântica e uma fã sobe no palco para ser a garota para a qual eu cantarei a música, e dessa vez será você!

-Nossa! – eu pude sentir minha pele esquentar – Vai ser uma honra. – sorri envergonhada.

-Você estará linda lá em cima. – Justin acariciou meu rosto.

-Obrigada... – o mirei com os olhos, eu podia ver como os olhos cor de mel dele brilhavam, era perfeito.

-O show será hoje à noite, mas teremos que viajar até Nova York, sendo assim amanhã só voltaremos à tarde.

-Tudo bem! – assenti.

-Vai descansar anjo, a viagem será um pouco longa. – ele me deu uma piscadela.

Subi até meu quarto e fiquei viajando em pensamentos, uma das coisas que u mais faço, a maior parte do tempo fico pensando em coisas que não serão possíveis, ou então em coisas que me intrigam. No momento penso no que levou Claire a fazer aquilo? Quem é o tal menino? Como eu gostaria de ser uma mosquinha para saber de tudo, tudo mesmo.

Horas depois fui despertada de meus pensamentos pela Rose, mandando-me ir para o banho e me arrumar para a viagem.

Depois de pronta, e com a minha mochila com algumas roupas e tênis desci, Justin já estava pronto, apenas esperando sentado no sofá ao lado de sua mochila e sua enorme mala.

-Pronta? – perguntou virando-se.

-Sim! – sorri.

Fomos junto ao segurança do Justin até o aeroporto, pela primeira vez eu estava andando de avião, sinceramente eu estou extremamente nervosa.

-Você parece tensa... – Justin disse enquanto esperávamos o ok para embarcar em seu jatinho.

-Impressão sua... – ri sem humor.

-Mas você está tremendo.

-Eu estou morrendo de medo ta legal? – quase gritei.

-Calma Lizzie! – ele riu pela minha reação. – É tudo bem tranqüilo.

-Tranqüilo... Tranqüilo... – resmunguei baixo.

Quando entramos no avião eu me sentei isolada de todos, estava aterrorizada, e com os olhos cheios de lágrimas.

-Tem lugar para mais um ao seu lado? – era a voz grave do Justin eu tinha certeza, me virei e deparei com o enorme sorriso branco dele.

-O avião é seu... – dei ombros fingindo não me importar.

-Fique calma, é rapidinho...

-Justin, eu estou aterrorizada, morrendo de medo, você não entende...

-Entendo sim, mas para tudo tem uma primeira vez Lizzie. – ele me focou. – Olha, se for ajudar pode pegar na minha mão, sempre que sentir medo aperte-a o mais forte que puder... – ele sorriu estendendo-me a mão.

-Ok... – quando minha mão tocou a dele, foi mágico, incrível, e... Apaixonante.

Droga de homem perfeito e imperfeito ao mesmo tempo!