No domingo eu e o Justin resolvemos alugar alguns filmes e ficar fazendo uma sessão pipoca. O frio que estava fazendo nesse começo de inverno estava pedindo por isso.

-O que vamos assistir agora? – ele perguntou levantando do sofá.

-Pode ser Muito Bem Acompanhada? – perguntei mirando o DVD.

-Comédia romântica? – ele fez uma cara feia.

-Eu adoro! – fiz bico.

-Tudo bem então... – arrastou-se até o DVD, pegou o disco e colocou no aparelho para assistirmos.

Eu suspirei o filme todo, enquanto o Justin revirava os olhos.

-Pode confessar que você gostou! – o mirei no final do filme.

-Ta bom é bonitinho...

-Eu sabia. – ri.

-O que vamos fazer agora? – ele perguntou.

-Fiquei sabendo que tem um parque na cidade. – comentei.

-É, ta lá perto da praça, tem cada doce bom.

-Então, podemos ir? – perguntei.

-Ah, podemos! Vai tomar um banho e se arrumar. – deu uma piscadela.

Fui até o meu quarto, tomei um banho, prendi o cabelo em um rabo de cavalo, coloquei uma roupa qualquer e fiquei no jardim esperando pelo Justin.

-Lizzie, cadê você? – o ouvi gritando.

-Aqui! – sorri voltando à sala de estar.

Fomos caminhando, já que não era tão longe de casa. Eu aproveitei para conhecer melhor o bairro onde resido agora.

-Nossa, quantas luzes! – me encantei ao ver aquele lindo parque, cheio de luzes coloridas e pessoas gritando felizes.

-Você vai adorar! – ele me puxou para dentro do parque.

A alegria, não posso negar, é contagiante, risos, palhaços, brincadeiras, muita diversão para todo lugar, há muito tempo não vou a um parque, há muito tempo eu não era feliz. Hoje posso dizer que vivo novamente.

-Vem logo Lizzie, vamos à montanha russa. – Justin parecia uma criança, correndo de um lado para outro, querendo ir a todos os brinquedos.

Corremos, compramos nossos bilhetes e entramos na montanha russa, sentei ao lado dele, quando o carrinho começou a andar, senti um enorme gelo no estômago.

A cada subida e descida, curva e linha reta eu gritava, gritei muito, minha barriga se revirou toda, e quando desci com as pernas bambas do carrinho a primeira coisa que fui procurar foi um lixo - ou uma moita qualquer.

-Você ta bem? – Justin perguntou enquanto eu vomitava até as tripas.

-Pouco. – peguei o lenço de papel que ele me ofereceu e limpei a boca. Por sorte já tínhamos ido aos brinquedos mais violentos ao meu estômago, sendo assim poderíamos brincar em algo mais, tranqüilo.

Justin foi até uma barraquinha, derrubou todas as pilhas de lata e ganhou um urso gigante para mim.

-Muito obrigada! – sorri o beijando.

-Pra você sempre que olhar para ele se lembrar de mim.

-Eu vou! – o abracei segurando aquele urso quase maior que eu.

Depois que voltamos para casa dormimos na cama do Justin, eu, ele e o meu urso que agora eu dei o nome de Mr. Bear.

-Eu vou ter que dividi-la com ele? – Justin perguntou apontando para o urso e fazendo cara feia.

-Vai. – dei de ombros.

-Urso idiota. – bufou me abraçando.

-Para de chamar o Mr. Bear assim. - ri das expressões dele.

-De pensar que eu te entreguei para meu inimigo de mão beijada. – suspirou.

-Tonto! – selei nossos lábios.

-Vamos dormir logo, estou cansada... – me virei e cai no sono, apenas tive tempo de sentir os lábios do Justin pousarem sob meu rosto.

Quando acordei Justin não estava no quarto, já estava tomando café, desci e comi cereal com leite, depois fiquei assistindo TV enquanto o Justin foi até o estúdio com o Scooter.

-Vou ter que ir ao estúdio! – veio me abraçar.

-Ok Justin!

-Te amo, para sempre! – sorriu.

-Eu também... – o beijei.

Assisti vários desenhos até a Abigail ligar em casa.

-Lizzie, é para você! – Rose me entregou o telefone.

-Alô?

-Lizzie, vamos sair hoje amiga?

-Para onde Abigail? – logo reconheci sua voz.

-Ah, depois do almoço podemos dar uma volta pelo bairro. Ir até a praça, sabe lá, quero conversar.

-Tudo bem, também preciso te contar umas coisas.

-Ok, eu passo ai na sua casa depois do almoço então.

-Tudo bem, eu te espero!

-Beijos.

-Beijos. – desliguei o telefone e continuei assistindo TV.

Quando chegou perto da hora do almoço eu corri tomar um banho e tirar meu pijama, me arrumei e fiquei esperando o Justin chegar para almoçar. ( http://www.polyvore.com/apmp/set?id=33580956 )

Almoçamos e eu aproveitei para dizer que ia sair com a Abigail.

-Justin, a Abigail me convidou para dar uma volta com ela. – comentei.

-Divirtam-se. – ele deu uma piscadela.

Subi para escovar o dente e quando desci escutei a campainha. Fui atender era o carteiro.

-Para o senhor Bieber! – me entregou três envelopes de carta.

-Obrigada! – agradeci, ele sorriu em resposta, e continuou a fazer seu trabalho.

-Justin, chegou correspondência para você! – gritei.

-Coloca em cima da minha mesa do escritório que depois eu vejo.

-Tudo bem!

A campainha tocou de novo e era a Abigail, gritei um estou indo para o Justin e saí.

-E ai quais são as novidades? – perguntei enquanto andávamos.

-Eu ainda estou brava com o Jared. – bufou revirando os olhos.

-Eu o vi no sábado. Fui no jantar na casa dele, ele pediu para conversar comigo, mas eu o deixei no ar. – contei.

-Ele não podia ter feito o que fez! – ela cruzou os braços sentando no banco.

-Mas Abigail nós também não podemos dizer quem ele pode ou não amar... – mordi o lábio inferior.

-Agora está do lado dele Lizzie?

-Apenas pensei em como eu ficaria caso alguém me dissesse o que fazer em questão ao Justin...

-É diferente Lizzie, o Justin nunca bateu nos seus melhores amigos.

-Você que sabe Abigail. – dei de ombros.

-Talvez eu o chame para conversar hoje à noite... – explicou.

-Nossa, mudou de idéia rápido. – ri.

-Eu disse talvez!

-Você sente falta dele não é?! – dei um soco em seu braço.

-Quem disse? É que ele era o único amigo que eu tinha até você chegar aqui... – a abracei.

-No orfanato eu fazia amigas, mas elas acabavam sempre indo embora... Separar-me de você e do Jared seria como se roubassem uma parte de mim. – suspirei jogando pedrinhas no pé de uma árvore.

-Como você o conheceu? – perguntei.

-Ele era popular, ainda é, mas quando eu entrei na escola, ninguém conversava comigo, sempre fui a esquisita que adora usar corpetes. – Só agora que fui reparar que sempre ela estava com um corpete por cima das blusas ou o que quer que seja. Sempre de cores ou estampas diferentes. Fiz sinal para que ela continuasse. – Então, uma vez a Claire me trancou no vestiário masculino, e chamou a inspetora dizendo que eu estava me escondendo, mas o Jared me achou e me protegeu dela.

-Jared tem jeito de super herói né? – gargalhei.

-Ele é muito misterioso... – comentou.

-Sabe que eu também notei isso, ele está sempre cheio de mistério... – fiz uma voz engraçada.

-Será que ele gosta da Claire? E se ela estiver chantageando ele? – perguntou quase gritando.

-Abigail, volta para o mundo! – estalei os dedos na frente dos olhos dela. – Ela o chantagearia por quê?

-Vai que ela descobriu algo muito sombrio dele? – ela colocou a mão na boca.

-Que eu saiba o Jared nunca matou alguém. – ri.

-Vai que sim.

-Abigail! – gritei.

-Desculpa, só não consigo entender o comportamento dele.

-Tudo bem, mas não temos como investigar isso, não é o C.S.I.

-Droga! – escorregou pelo banco.

-Vamos ao parque? Quero comprar uma salsicha no palito! – levantei.

-Ta bom. – ela bufou.

Andamos até o parque, contei para ela que ontem eu e Justin tínhamos ido ao parque e que depois de muitos brinquedos vomitei até as tripas.

-Eu não acredito nisso Lizzie! – começou a rir escandalosamente.

-Eu não tive culpa. – ri. – A culpa é dos brinquedos...

-Você já foi ao parque alguma vez na vida? – perguntou.

-Quando eu era pequena. – suspirei.

-Eu sinto muito! – me abraçou.

-Relaxa, eu estou nascendo de novo, estou muito feliz... Como eu não me sentia há muito tempo.

-Fico feliz por estar fazendo parte disso!

Depois de comer minha salsicha, voltamos para casa, um tempo de chuva estava se formando, e já estava ficando tarde, o sol estava se pondo.

Quando cheguei em casa as luzes estavam apagadas, a não ser pela da cozinha que estava acesa já que a cozinheira estava fazendo o jantar.

Procurei pelo Justin, o carro dele estava na garagem, mas eu não estava conseguindo achá-lo.

-Justin? – falei com o tom de voz um pouco elevado.

-Lizzie, estou aqui na sala. – corri até a sala, a televisão estava desligada, Justin levantou, apenas uma luminária estava acesa, ao olhar em seu rosto vi uma enorme expressão de dor, ele estava com o rosto inchado e todo vermelho.

-Justin aconteceu alguma coisa? – perguntei desesperada me aproximando dele. Mas ele deu um passo para trás, me olhou sério e disse.

-Nós precisamos conversar.