Corações Que Choram escrita por Gil Haruno


Capítulo 20
Realização!


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que curtiram a fic e desculpem a demora do capítulo!
Beijos!



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Restaurante

Será que Sakura vai me perdoar? -perguntou Hinata, verificando a comida.

–Ainda está preocupada?

–Bem, parece que seu amigo já fez Sakura sofrer muito.

–Não é bem assim. Aqueles dois são... bem, como posso dizer? -Naruto fez uma pequena pausa antes de levar a taça com champanhe à boca. -Pense em um homem e uma mulher com personalidades diferentes, mas fáceis de se igualar. Em outras palavras, não passam de dois cabaças-dura.

–Mas que se amam.

–Sim, naturalmente. E é por causa desse sentimento maluco de amor e ódio que eles não conseguem se separar.

–Não está exagerando?

–Ora, Hina, haverá momentos que você concordará comigo.

–Sim, pode ser, mas... eu não consigo ver amor e ódio no mesmo recipiente. Ou você ama ou odeia, não é?

–E por que não podemos amar e odiar ao mesmo tempo?

–É, você tem razão. -ela deu uma leve ruborizada e olhou os olhos azuis dele. -Você fala tantas coisas vividas, me faz parecer infantil perto de você.

–Veja só, nesse momento eu estou muito irritado com você por dizer tal coisa, e ao mesmo tempo eu gosto de você. Agora entende isso? -ela sorriu e ruborizou.

–Sim.

Hinata provou um pouco da refeição e elogiou o cozinheiro. Às vezes ela perguntava a Naruto se estava fazendo a coisa certa e ele apenas pedia que ela agisse como de costume. A morena se contentava com pequenas coisas, percebia Naruto, e isso a tornava mais perfeita. Ela sorria abertamente, das coisas mais banais que ele lhe contava. Em outras ocasiões, com outras mulheres, ele se preocupava com o que estava vestido, da joia que daria de presente e o descontentamento dos pais devido a tantos encontros. Mas ele estava ali com ela e aquele mundo de glamour e sexo pareciam extintos de sua vida. Por que tudo parecia fazer sentindo?

–Você trabalha em quê? -perguntou Hinata, interessada na resposta dele.

–Eu?

Ele se sentiu constrangido e gostaria que ela esquecesse aquela pergunta.

–Não quer responder?

–Não é isso. Como eu posso dizer? -Naruto pensou por alguns segundos e respondeu: -Eu sou formado em Administração, mas nunca usei meu diploma.

Como ele diria para ela que sempre foi um riquinho mimado?

–Eu entendo. Você quis seguir os passos do seu pai e acabou aprendendo tudo o que deveria.

–Não, não foi isso. Eu nunca fui um aluno bom e sempre odiei os estudos. Meu pai me empurrou para a faculdade e para não decepcioná-lo eu me formei. Mas dentro daquele escritório, ouvindo uma secretária abrir e fechar a porta lembrando o que eu tinha que fazer... eu perdi aquilo que meu pai chamava de vocação. Eu sempre pensei que ter liberdade era a melhor coisa na vida da gente.

–Como seu pai encarou sua decisão?

–Ele não encarou, ele fugiu dela, mas decidiu respeitá-la. - ele bebeu um pouco mais de champanhe e continuou: Mas, no final, eu ainda me sinto preso, como se algo estivesse errado.

–Eu acho que você deveria tentar. Não por seu pai, nem pelo diploma empoeirado, mas por você. Sabe, eu sempre me perguntei se eu queria mesmo ser uma médica. Eu tinha medo de estar escolhendo a profissão errada, na verdade eu não tinha certeza do que eu estava tentando fazer. Mas, como eu poderia pular fora se eu mal havia começado? -ambos sorriram. -Talvez seu pai queira apenas que você tente de verdade.

Naruto refletiu sobre as palavras dela, mas não expõe suas emoções.

–Hinata, seus pais devem ter muito orgulho de você como filha. -ela encarou o brilho sincero nos olhos dele e quase caiu de costas quando sua mão foi tocada. -Perdoe minha liberdade, mas não posso esconder minhas intenções. Eu desejo lhe fazer uma única pergunta nesse momento e talvez você se pergunte um milhão de vezes e deve ou não me dar um sim -depois do pequeno discurso, ele se sentiu encorajado e falou: Você quer se casar comigo?

Ele esperava um sim ou não, mas entendeu, pelo rosto pálido dela, que a resposta não sairia tão cedo. Hinata bebeu um pouco d'água, mas a palidez não saía de seu rosto.

–V-você está me pedindo em c-casamento?

–Sim.

Ela bebeu mais um pouco d'água.

–N-naruto, essas coisas não acontecem quando um casal se sente preparado para dar um grande passo? -ela bebeu toda água num só gole. -Nós nem namoramos, nem nos conhecemos direito e...

–Eu te amo.

Ela ficou pálida novamente e pegou outra taça, mas dessa vez com champanhe.

–Me ama?

–Sim. Desde o momento que a vi. Depois eu só precisei te conhecer melhor para confirmar o que eu estava sentindo.

–M-mas... eu sou uma simples garota e... -ela bebeu de uma só vez o resto da champanhe. -Como eu posso ter conquistado um homem como você em pouco tempo? -perguntou ela, ruborizada pelas emoções.

–Com esse jeitinho meigo -Naruto acariciou o rosto dela, depois deu um leve beijo nos lábios entreabertos da morena. -Case-se comigo, por favor.

Ela o encarou, aturdida. Como você pode está enfiada numa situação dessa, Hinata?Perguntou-se.

Não sabia o que dizer, na verdade tinha medo de encarar os sentimentos dele. Ela gostava dele, como nunca havia gostado de outro. Mas, e se tudo aquilo fosse passageiro?

Oh, Deus!Como poderia está enfiada naquele jogo de sedução?

Ela pensou em tudo o que vinha à mente, principalmente nos pais. Tomou uma postura reta e suspirou estufando o peito.

–Eu quero me casar com você.

–Sério? -indagou ele, surpreso e feliz.

–Sim, Naruto.

Naruto levantou-se e falou em voz alta.

–Senhores e senhoras, essa linda mulher aqui acaba de aceitar meu pedido de casamento -as pessoas aplaudiram o casal e Hinata não soube onde enfiar a cara de tanta vergonha. -Talvez essa seja a pior idiotisse da vida dela, mas talvez seja a melhor decisão a ser tomada. Eu só quero que ela saiba que eu estou muito feliz e gostaria que o resto do mundo soubesse disso.

–Um blinde aos noivos!

Gritaram. Naruto a beijou e mais aplausos contagiaram o lugar.

X*X*X*X*X*X*X*X*X*X

Pouco a pouco Sakura se afastou dele. Ela passou os dedos nos lábios inchados pelo beijo e sorriu. Sasuke a olhava com surpresa, não imaginava que ela o afastaria tão depressa.

–Está se perguntando por quê te afastei, não é?

–Sim, eu quero saber o porquê. Não sei, mas algo me diz que fizemos as pazes.

–É impossível haver paz no nosso relacionamento, eu diria que demos trégua.

–Tem razão -ele sorriu.

–Você não acha que estamos indo rápido demais?

–Sinceramente, eu acho que não -ele voltou a abraçá-la, mas Sakura se afastou.

–Sasuke, eu estou muito feliz e gostaria de ficar aqui com você para sempre. Mas, será que seremos felizes lá fora?

–Sakura...

–Eu sei. Você quer me fazer várias promessas de mudanças e realmente meu coração vai se acalmar. Mas é assim que deve ser?Será que dizendo que as coisas serão diferentes agora mudará o que somos? -Sasuke não respondeu. -Você sabe que não vai ser assim, não é?

–E o que vamos fazer, então? -perguntou ele, um pouco irritado, um pouco emocionado.

–Não vamos fazer nada. Eu quero voltar, você quer tentar, mas no fundo estamos com medo -ela se aproximou dele e o abraçou fortemente. -Precisamos de um tempo sozinhos, não é?

Sasuke a abraçou e sorriu tristemente.

–Sakura?

–Hum?

–Aquele Sasuke de anos atrás voltará mais cedo do que você imagina.

Ela o encarou e disse:

–Eu vou esperar por ele.

Alguns meses depois...

Sakura, onde deixo essas caixas?

–Deixe no corredor, Lee, depois darei um jeito nelas. Você entrou em contato com Tenten Mitsashi?

–Ainda não. Vai mesmo contratá-la?

–Vou, sim. Por favor Lee, tenho muita urgência em vê-la.

–Não se preocupe, hoje mesmo falo com ela.

–Obrigada.

Ela voltou a se concentrar na tela do computador e esqueceu por completo de seu amigo. Lee, que organizava algumas caixas, parou o que fazia para observá-la. Sakura estava mais bonita, mais adulta e responsável. Àqueles meses fizeram bem a ela, principalmente à gravidez. Ela estava prestes a entrar no nono mês de gestação, e não se permitia parar. Trabalhava como podia, mas não deixava de ir à editora. Aparentemente as coisas iam muito bem desde que ela tornou-se sócia de Danzou. As pessoas trabalhavam mais, tornaram-se mais ansiosos e produtivos e parte dessa mudança fora devido ao espaço que cada um deles ganharam.

Finalmente, pensava ele, Sakura estava desabrochando e se houvesse alguma lágrima no rosto dela, seria de alegria. E será que não era o momento dele se aproximar?

Ela estava sozinha; dando um longo tempo a seu casamento. Talvez eles nem estivessem juntos, só estavam tentando manter as aparências. E a presença de Sasuke não o perturbava mais. Desde que ele soubera que o casamento de sua amada estava em repouso, Lee se sentia mais esperançoso. Esse era o momento certo para cortejá-la, melhor, para falar de vez sobre seus sentimentos. Mas, diferente das outras vezes, aquela última tentativa seria pra valer.

–Eu tenho uma grande surpresa.

Anunciou Sakura, mas Lee não parecia ouvi-la.

–O que há com você que está tão distraído ultimamente?

–Hã... Não é nada. O que você dizia?

–Eu dizia que tenho uma grande surpresa.

–O quê?

–Eu não quis te contar nada, pois eu ainda estava um pouco receosa sobre o que escrever. Mas, eu tomei coragem e comecei a escrever um novo romance.

–Sério?

–Sim. Sabe Lee, quando eu engravidei, aos quinze anos, eu pensei que eu já tinha vivido todas as emoções que um ser humano pode viver. Não era verdade. Aquilo era o começo de tudo e pra ser sincera, eu me desesperei. Até hoje eu não entendo o porquê da minha vida ter dado tantas voltas, mas uma coisa eu tenho certeza; eu nunca vou esquecer o que eu vivi -ela sorriu e encarou o ponto invisível naquela sala. -Eu amei, odiei, sorri, chorei e me senti vazia diversas vezes. Eu estava amadurecendo e não percebia todas aquelas mudanças repentinas. Foi pensando nisso que eu me inspirei, e resolvi colocar todos os meus sentimentos nas páginas de um livro. Tenha certeza que você conhecerá personagens vividos e jamais os esquecerá.

Lee beijou as mãos dela e sorriu abertamente.

–Ninguém vai te parar mais Haruno, ninguém.

–Com licença.

–Sim, Emi?

Emi era sua secretária. Uma mulher vivida, cheia de virtudes e muito reservada. Mas, pelo jeito meio eufórico dela bater na porta e ir entrando, Sakura deduziu que uma boa notícia estava à caminho.

–Senhora, seu esposo está aí fora.

Lee suspirou de tédio e desgosto. Sakura sorriu e preparou-se para recebê-lo.

–Rápido, Emi!Tire esses papéis daqui, só quero o computador em cima da mesa. E me traga um chá de erva-doce, mas não esqueça de pedir desculpa pela demora.

–Sim, senhora -obedeceu a mulher limpando a mesa de Sakura.

–Lee, dê um jeito nessas caixas.

–Ok, mas não conseguirei carregar as três.

–Tudo bem, deixe apenas uma.

–Hum. Até quando você vai continuar com esse joguinho?Tenho que concordar com o super star que você não deve está aqui.

–Esse é meu trabalho. Agora vá!

Quando todos se foram e ela se acalmou, ela recebeu o marido.

–Por que essa caixa está aqui?Ninguém percebeu que você pode tropeçar nela?

–Não seja tão paranoico, Sasuke, sua filha está bem.

–Hum. Sakura, não é hora de você parar?

–Ainda faltam duas semanas para o nono mês de gestação.

–Escute -ele acomodou-a na cadeira e sentou em outra, de frente a ela. -Você pediu um tempo e eu lhe dei esse tempo. Não dá mais para você ficar adiando isso. Eu preciso que você volte para casa.

Ela o encarou seriamente e resolveu lhe contar que suas malas já estavam quase prontas. Mas não ali, na loucura produtiva da editora.

–Com licença -Sakura agradeceu por Emi entrar. -Desculpe a demora Sakura, mas é que...

–Não se preocupe Emi, eu só quero que ele esteja fresquinho, como de costume.

Sakura saboreou o chá de erva-doce e pediu que Emi trouxesse café para Sasuke.

–Você ainda não me respondeu.

–Na minha casa, às sete. Depois do jantar iremos conversar. Tudo bem pra você?

–Só se você for me dá uma boa notícia.

–Surpresa -ele a beijou ternamente e aprofundou o beijo.

Como àqueles meses eram cruéis, pensaram. Ele sofria mais que ela e não conseguia esconder isso. Além de dormir do outro lado da cidade, tinha que suportar a ideia de não tocá-la. Sakura estava sendo insensível; mostrando um lado que nem ele conhecia. Apesar de estar a ponto de enlouquecer, ele se permitia apoiá-la, afinal ele realmente precisava daquele choque de realidade. Mas jurava está sofrendo horrores!

–Seu café, senhor.

–Obrigado.

–Emi, lembre Lee sobre o telefonema, por favor.

–Sim, senhora -e saiu.

–Eu não gosto desse esquisitão.

–Lee é uma ótima pessoa, você deveria conhecê-lo melhor.

–Não estou interessado.

Sakura achou graça. Enquanto ele bebia o café, ela o olhou de cima abaixo, principalmente o rosto e notou que ele estava com a expressão abatida.

–Você não está passando dos limites no estúdio?

–Preocupada comigo?

–E por quê não? -Sakura acariciou o rosto dele depois lhe deu um beijo. -Almoça comigo?

–Não vai dar, tenho um compromisso muito importante.

–Ok. Então nos vemos hoje à noite.

Ele ia beijá-la, mas seu celular começou a tocar. Sasuke pegou seu telefone e conferiu a ligação.

–Mal posso respirar e eles me perturbam. Se cuidar, tá?

–Pode deixar.

Sakura voltou à sua mesa e continuou trabalhando no computador. A barriga incomodava-a e ela se via obrigada a se remexer várias vezes.

–Sakura?

–Entre, Lee. Você falou com Tenten?

–Sim, ela estará aqui amanhã, às dez.

–Obrigada.

Lee ficou imóvel diante dela, como se estivesse calculando a distância entre ambos. Curiosa, Sakura o olhou e perguntou:

–O que faz aí parado?

Ele pensou em recuar, mas acreditava que, aquela era a hora e o momento certo para abordá-la.

–Faz um bom tempo que o Uchiha não aparecia aqui.

–É, ele não gosta desse lugar. Mas estamos sempre nos encontrando.

–Hum. Você se sente bem com isso?

–Com o quê?

–Viver desse jeito com esse cara.

–Eu quis assim, Lee, não foi Sasuke. E mesmo a distância sendo dolorosa, acabamos nos entendendo, o que é melhor. Mas nessa noite eu pretendo acabar de uma vez por toda com esse afastamento. Sasuke voltou a ser o mesmo de antes, agora sim eu me sinto...

–Eu achei que você fosse ser feliz sem ele e estava funcionando, mas agora eu vejo que tudo isso foi passageiro.

–Eu não estou entendendo.

–Sakura, você não precisa desse cara para ser feliz....

–Esse cara é o pai dos meus filhos e eu quero que você entenda isso. Lee, me desculpe se alguma vez eu deixei você pensar que poderia existir algo entre nós dois, mas nunca houve e nunca haverá nada entre nós. Eu pensei que essa fixação tivesse acabado.

–Mas não acabou. Será que você não entende meus sentimentos por você?

–Eu entendo, mas eu não aceito -ela se aproximou dele e segurou seu rosto com as mãos. -Está na hora de você amar alguém de verdade Lee, e conhecer o amor retribuído da mesma forma. Você é uma das poucas pessoas que eu confio e admiro, então não estrague isso -Sakura deu um beijo na testa dele antes de sair e se desculpou.

–Eu já esperava por isso.

X*X*X*X*X*X*X*X*X

–A beleza da mulher torna-se angelical na gestação -disse Kazumi, de pé na porta observando Sakura ajeitar o vestido. -A verdade é que você continua sendo a mesma menina de antes.

–A senhora está muito sentimental ultimamente -ela virou-se para a mãe e sorriu. -Como está tudo?

–Pronto.

–Ótimo, daqui a pouco Naruto e Hinata chegarão e... Sasuke também.

–Filha, eu deixei um lugar reservado na mesa.

–Espera alguém?

–Sim, mas não tenho certeza se ele virá.

–Então é ele? -Sakura ficou surpresa e cutucou a mãe de leve. -A senhora anda se encontrando com alguém?

–Bem...

–Oras, não fique encabulada!

–É que... eu não sei se devia trazê-lo aqui. Você é minha filha e essa é sua casa. É estranho apresentar um homem que estou me envolvendo a minha própria filha; filha do primeiro homem que conheci na vida.

–Mãe, a senhora não está fazendo nada de errado. O papai morreu há muito tempo e você se individualizou como mulher. Esse é o momento para conhecer alguém, Kazumi. Eu só quero que você seja feliz, o resto é contigo.

–Obrigada.

Sakura a abraçou carinhosamente e impediu a mãe de chorar.

–Eu vou vê se Yusuke terminou de se arrumar.

–Sim.

Quando ela ficou sozinha, andou até a janela e afastou as cortinas. O céu estava limpo e as poucas estrelas brilhavam. Desde que seu pai morrera, a vida delas nunca fora igual. Conviver com a perda não era uma tarefa fácil. Seu pai era tão jovem quando morreu e sua mãe, devido os anos trancada em casa, era uma adulta inexperiente.

Sakura ficou por algum tempo relembrando o passado, até que o barulho da campainha se alarmou pela casa. Ela saiu do quarto e botou um sorriso nos lábios, afinal a noite seria de comemoração.

Sakura chegou à sala e encontrou Yusuke nos braços de Sasuke, que carregava um buquê de rosas. Naruto e Hinata observavam a cena. E Kazumi dava atenção a um homem muito bem conhecido. Mas o que ele fazia ali?Indagou Sakura, que já se aproximava.

–Você está linda -Sasuke a beijou e entregou o buquê de rosas.

–Minhas favoritas, obrigada.

–Obrigado por nos convidar, Sakura.

–Não me agradeça, vocês são nossos amigos.

Seu sorriso morreu quando Kazumi se aproximou dela e apresentou seu convidado.

–Bem, todos aqui conhecem Sarutobi como profissional e devem está se perguntando o porquê da presença dele nessa noite -Kazumi respirou fundo e continuou: -Eu o conheci como seu advogado, Sakura, e o destino tratou de promover diversos encontros casuais; desses que você está muito cansada por causa do trabalho e a maquiagem apagada e de repente dá de cara com a pessoa certa. Foi nesse ritmo casual que saímos algumas vezes e resolvermos namorar.

Sasuke olhou para Sarutobi discretamente e sorriu. Quem diria que aquele velhote extremamente focado no trabalho conquistaria uma mulher tão bonita como Kazumi?

–Sua mãe fez questão de me trazer aqui, Sakura, apesar de eu achar que não era hora.

–E por que não seria? -perguntou ela, tentando espantar a surpresa do rosto. -Eu apoio minha mãe em qualquer decisão que ela tomar. Eu só quero vê-la feliz.

–Obrigada, filha.

Fazia tempos que Yusuke não via a casa cheia de gente e a melhor parte era as pessoas agindo normalmente; sem fotógrafos, sem roupas estranhas e sem frescuras. Seu pai estava perto de sua mãe, jantando ao lado dela como uma família unida. Estava mais que na hora dele juntar os pais de vez, pensou.

–Pai, você viu como a mamãe está bonita?

Todos pararam de sorrir e prestaram atenção no pequeno.

–Claro que sim.

–Ela anda muito cansada por causa da barriga, e não é bom deixar grávidas sozinhas, eu vi isso na tv.

Sakura e Sasuke se entreolharam e uniram suas mãos.

–Meu amor, eu sei que você está desesperado para nos ver morando juntos novamente e... -Sakura o beijou no rosto e disse com um enorme sorriso: -e a mamãe e o papai irão morar juntos novamente.

–Mesmo?

–Sim, Yusuke -disse Sasuke. -Dessa vez iremos nos comportar.

Yusuke berrou de alegria e um blinde, em homenagem ao casal, contagiou a mesa.

–O tio Naruto vai se casar com a tia Hinata, eu sei porque eles não falam de outra coisa -disse Yusuke deixando Hinata ruborizada. -Será que a tia Hinata vai ficar grávida logo, também?

–Y-yusuke-kun!

Hinata tentou calar a boca do pestinha, mas as risadas o empolgou.

–O tio Naruto disse que cegonhas não existem. Se não existem, como os bebês são feitos?

As risadas cessaram. Hinata estava a ponto de enfiar a cara debaixo da mesa.

–Seu idiota!Como você foi dizer uma estupidez dessa para uma criança como Yusuke? -perguntou Sasuke.

–Não foi bem assim. Ei!Esse seu filho não é uma criança normal, Teme!

Kazumi e Sarutobi acharam graça.

–Um dia Yusuke, você ouvirá com toda a clareza a resposta para essa pergunta -entregando a ele a sobremesa, Sakura fez o filho esquecer a tal pergunta.

X*X*X*X*X*X*X*X*X

Dias Depois...

Quanto tempo você está sentindo contrações, Sakura?

–Desde ontem à noite, mas as dores eram bem fraquinhas.

–E ficou quieta?Oh, céus!

–Eu não sei o que aconteceu. Eram dores fracas, eu mal sentia. De repente eu acordei sentindo muitas contrações. Onde está Sasuke?

–Ele saiu, parece que está gravando um comercial.

–Tente ligar para ele, Saya, e avise que estou indo para o hospital.

–Eu já tentei, mas só cai na caixa postal.

–Deus! -ela olhou para Saya com desespero depois olhou entre as pernas. -A bolsa... rompeu.

–Meu Deus, que confusão!A família do seu marido está prestes a chegar e...

E a campainha tocou.

–Desça, Saya, e os recebam.

–E você?

–Explique o que está acontecendo depois suba, minha filha vai nascer.

A fala saiu exprimida com a dor. Saya desceu a toda pressa e o desespero quase a fez esquecer o caminho.

–Graças a Deus vocês chegaram!

–Está tudo bem, Saya? -perguntou um rapaz alto, semelhante à Sasuke. -Você parece pálida.

–Sakura está no quarto, e a criança está prestes a nascer.

–Que? -perguntaram juntos.

–Onde está minha nora?

–No quarto, senhora.

A mulher subiu às pressas e levou a esposa de Itachi junto.

–Onde está Sasuke?

–Parece que ele está gravando um comercial, senhor Fugaku, eu já fiz de tudo para localizá-lo, mas só cai na caixa postal.

–Nesse caso, entrarei em contato com a ginecologista dela. Itachi, chame uma ambulância. Saya, volte para o quarto.

–A agenda está logo aí -apontou Saya e saiu.

Sakura estava totalmente suada e fazia força sem intervalos. Ao ver a sogra e a mulher de Itachi entrar, ela suspirou de alívio.

–Oh, querida! -Mikoto acariciou o rosto dela e afastou alguns lençóis. -Como puderam ser tão ingênuos?

–A senhora terá uma neta bem apressada -disse Sakura, fazendo força.

Akemi, esposa de Itachi, não sabia como reagir.

–Eu não vou olhar senão desmaio.

Sakura gritou novamente.

–Afaste-se, Akemi, farei o possível -logo depois Saya entrou no quarto.

O carro esportivo freou agressivamente em frente a mansão. Havia várias ligações perdidas, e mensagens de Saya avisando que Sakura estava entrando em trabalho de parto. O desespero aumentou ao ver o carro da clínica de Tsunade ao lado da ambulância do hospital da família.

Ele subiu até o quarto, ofegante, e pôde ouvir o riso de contentação de seus pais, os comentários de Yusuke e um pequeno choro no meio de toda aquela agitação.

–Vamos levá-las ao hospital, apesar do parto ter sido um sucesso precisamos ver se está tudo bem com as duas.

Sasuke entrou e mal pôde acreditar no que via. Sua filha, tão pequena e indefesa, nos braços de Sakura que estava consideravelmente esgotada.

–Está na hora de você conhecer um dos personagem principais de sua história -disse Sakura observando a expressão confusa de Sasuke.

–Você está bem?

Perguntou ele, beijando a testa dela.

–Já estive em situações melhores -todos sorriram.

–É melhor sairmos -disse Itachi, preservando o momento do casal. Apenas Yusuke ficou no quarto, além deles.

Sasuke segurou a pequena Uchiha. Sua pele era branquinha, como a pele de uma boneca de porcelana. Os cabelos eram fielmente negros, mas os olhos, ao se abrirem para ele, mostrou sua cor verde intensa; como se fosse uma mistura de ônix e verdes claros, transformando-se no brilho da esmeralda.

Como podia ser tão linda e perfeita se acabara de nascer?

Perguntou-se ele, acariciando o rosto da pequena.

–Ei, papai!Estou bem aqui, sabia?

Gritou Yusuke, que não negava nem mesmo para um santo sua insatisfação. Sakura e Sasuke se entreolharam e sorriram.

–Ela mal chegou e já está sendo irritante.

Aquela rivalidade só estava no começo, pensou o pequeno.

Três meses se passaram...

–Akiye está ficando manhosa -Sasuke deitou a pequena no berço e a cobriu. -Apesar de ser tão pequena, ela sabe reconhecer meu rosto.

–Não está exagerando? -perguntou Sakura.

–Claro que não.

–Vamos sair ou ela vai acordar -Sasuke parecia exitar. -A babá já vem.

–Será que Emiko não vai se embaraçar nas escadas ou errar o caminho até aqui? -Sakura riu. -Você deveria entrar em contato com a agência e pedir outra babá.

–Qual é o problema com a Emiko?

–Ela é muito apressada...

–É a urgência da eficiência. Além do mais, Emiko é uma senhora casada e confiável.

–Hum.

–Estou nervosa um pouco nervosa e ansiosa. Amanhã é o dia do lançamento do livro e a noite de autógrafos. Oh, Deus!Está tudo acontecendo tão rápido.

–Você trabalhou duro nos últimos meses, está na hora de você desfrutar do seu trabalho.

Sakura teve sua mão segurada e beijada em seguida. Sasuke a conduziu até o quarto e trancou a porta. Ela observou todas aquelas flores espalhadas pelo cômodo. Ele havia mesmo exagerado, mas ela gostava de todo aquele exagero.

–Nosso quarto está com cheiro de floricultura.

–Você não gosta?

–Adoro -ela deitou na cama e suspirou. -Amanhã é um grande dia. Só de imaginar todas aquelas pessoas...

–Não pense nisso ou ficará mais apavorada.

–Você tem razão.

Sasuke deitou ao lado dela e teve seu corpo abraçado. Ele sorriu e correspondeu o abraço.

–Sua família ligou, estarão todos aqui amanhã cedo.

–É uma boa notícia. Naruto quer marcar a data do casamento.

–Hinata me disse. Yusuke vai sentir muita falta dela, e eu também. Mas ele também gosta da Emiko, e está sendo menos ciumento com Akiye.

–Hum... Você está feliz?

–Muito, às vezes eu penso em tudo isso que estou vivendo e sinto medo.

–Medo?

–Sim. É bobagem minha, não é?

–Concordo plenamente -ele deitou-se sobre ela e a beijou. -Parabéns.

–Obrigada -sussurrou. -Eu pensei que eu nunca ia conseguir ser...

–Shiii -ele a impediu de continuar. -Não pense em mais nada essa noite...

–Só em nó dois. - e beijaram-se.



FIM


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