Corações Que Choram escrita por Gil Haruno


Capítulo 12
Festa de recepção!


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo de 2011!
Feliz Ano Novo!
Beijos!



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Depois de fazer as compras, voltou para casa, e começou sua própria faxina no closet.As roupas eram jogadas em cima da cama uma à uma, e o espaço que estas deixaram, eram substituídas por novos tecidos e design.

Sasuke, que trocara de roupa, perdeu parte do seu tempo para observar a garota que exibia um enorme sorriso no rosto.Ele não se pronunciou, ocultou sua presença sem que ela percebesse, e passou a encarar com certo encantamento, toda aquela disposição.

O sorriso de um homem apaixonado, desapareceu pouco a pouco.Sasuke se tornava uma pessoa séria, mesmo se sentindo feliz.De repente, seus pensamentos o levava para muito longe, lugares que ele detestava ir.

Aqueles pequenos minutos de observação, o fizeram refletir.Em seu íntimo, no lugar onde ninguém jamais chegaria, ao não ser ele, Sasuke se questionava.Até onde ele chegaria para realizar, agarrar seus objetivos? Ele fora muito longe, seguindo a trajetória dos seus sonhos.Enfrentara muitos obstáculos, até mesmo o preconceito, mas conseguira vencer.E Sakura? O quê ela fez para vencer essas barreiras? Será que ela fora fraca?

Ele se perguntava e tentava responder suas próprias questões.Por instantes, Sasuke fechou os olhos, e negou para si mesmo tais pensamentos.Porém, muitas coisas estavam óbvias, como por exemplo, sua falta de incentivo.Mas, para ele, e ela agora, aqueles objetivos eram falsos, não havia o porquê de pensar sobre eles.Ainda assim, sua razão o vencia e lhe culpava.Ele exigira muitas coisas, e ela aceitou suas exigências, talvez por cansaço.Mas, será que ele também faria o mesmo?


–Sasuke?-ela despertava o marido que estava distante, mas a observava.-O quê faz aí parado?


–Estava admirando sua alegria.Eu não sabia que vocês mulheres se sentem felizes com esse tipo de compra.-preferiu esquecer o que antes pensava, não queria causar desconforto entre eles.


Seja um guarda-roupa fino ou popular, a mulher sempre estará alegre ao renová-lo.-ela sorria, lhe explicando coisas bobas, mas Sasuke não lhe dava atenção.-Quer conversar um pouco?


Perguntou esperançosa, mesmo sabendo que Sasuke sempre diria não.Eles estavam há um bom tempo juntos, se conheciam muito bem, mas não desfrutavam daquela companhia como deveria ser, assim Sakura pensava.Sasuke era o homem mais reservado que ela conhecia, dificilmente ele falava com ela sobre coisas mais profundas, como revelar seus medos.


Sobre o quê você quer conversar?


–Sobre seu íntimo.Sabe, eu adoro sentar ao lado da minha mãe, e desabafar.Eu tenho essa necessidade, é como se um peso fosse arrancado das minhas costas.Você se sente bem guardando tantos sentimentos dentro de você?


–Sakura, você sabe que eu não tenho esse lado emotivo.Eu só preciso olhar para você e Yusuke, e compreender meus sentimentos.Você me entende?


–Sim.-sorriu, antes de beijá-lo.-Por quê trocou de roupa?


–Marquei com Gaara de andarmos por aí com nossas máquinas.


–Você sabe que eu odeio moto.-emburrou-se.-Fico preocupada ao vê-lo em cima daquela causadora de problemas.Você pode cair e se machucar.


–O quê é um homem sem viver um pouco de adrenalina?-brincou, pegando o capacete.-Eu não demoro.


–Tenha cuidado.-despidiram-se.


Continuou organizando as roupas, até ouvir alguém se pronunciar.Pediu que a pessoa, que deveria ser Karin, entrasse.


Desculpe-me por vir aborrecê-la, mas fiquei em dúvida quanto ao jantar de Yusuke.


–Não se preocupe com isso, Yusuke jantará com toda a família.


Karin só precisava dizer 'tudo bem e com licença' , mas ficara hipnotizada com a qualidade daquelas roupas.Sakura percebera o glorioso olhar da garota, e pensou se Karin aceitaria suas roupas antigas, que estavam em ótimo estado.


Que roupas lindas, a senhora tem um bom gosto.


–Obrigada.Err... se você quiser, elas são suas.


–Minhas?-perguntou, estupefata.-Eu nunca vesti roupas com essa qualidade.-tocava uma a uma.-Os tecidos são tão macios... E olha como são delicados!


–Pode ficar com elas, Karin.


–Obrigada.


Sakura lhe deu algumas sacolas, para que Karin guardasse as roupas.A ruiva juntava os tecidos com muito gosto, estava muito contente.Enquanto via sua jovem patroa pendurar seus novos vestidos, ela olhou os que ganhara.

Quanto tempo ela levaria para comprar um vestido como àqueles? Por quê Sakura tem uma vida perfeita? Se perguntava.





Vim ajudá-la, Saya.-deixou as sacolas de lado, e concentrou-se no jantar.


Fez compras?-perguntou Saya, observando o rosto contente de Karin.


A senhora Sakura me deu essas coisas.Ela foi tão generosa comigo.


–Ela é assim com todos.-sorriu.


–Fico comparando minha vida com a dela, e parece uma piada.Eu sempre trabalhei muito, desde pequena, mas minhas conquistas foram poucas.A vida deveria ser mais gentil comigo, você não acha?


–Sim, Karin, a vida deveria ser gentil com todos nós.-pensava.-Apesar de nova, Sakura já sofreu muito.


–E em quê, Saya?


–Bem, isso não nos diz respeito.-Saya calou-se, aquele assunto para ela havia morrido ali.Karin não se contentou com o silêncio de Saya, e resolveu lhe fazer perguntas assim mesmo.


Eu não a vejo ser uma pessoa maltratada pela vida.Eu soube que ela era escritora, mas não resistiu ao fracasso.Isso é sofrimento na vida de uma mulher que não precisa de mais nada?-perguntou, mais para ela, do que para Saya.-Se eu tivesse alguém que me tratasse como uma rainha, eu jamais pensaria em trabalho.


–E faria o quê da vida?-perguntou Saya, tentando entendê-la.-Eu não seria uma mulher contente se não pudesse mostrar minhas forças.


–Eu entendo, mas não penso da mesma forma.-Karin lembrara da revista, e da coluna que falava sobre Sakura.-Eu li, que o senhor Sasuke não apoiava os interesses dela.Até onde eu pude entender, ele não quer uma mulher que ande na boca da imprensa, mas que seja inteiramente do lar.


–Karin, eu já disse para você evitar qualquer tipo de comentário à respeito dos Uchiha's.


–Desculpe, Saya, eu vou me controlar, só estou sendo curiosa.-continuou a preparar o jantar.






*x*x*x*x*x*x*






Depois de beliscar o jantar, saiu da cozinha.Arrumava a mesa na companhia de Karin.Vez ou outra, olhava o relógio.Estava preocupada com a mãe, que saira às dez da manhã, e permanecia na rua.Por outro lado, enrolava a angústia como podia, pois Sasuke saira em cima de uma moto, e na companhia de um amigo que ela mal sabia se era responsável.


–Mãe, posso dormir na casa do Kamui amanhã?-perguntou Yusuke.


Nem pensar, você é muito novo para explorar esse tipo de aventura.Eu não quero ter que acordar de madrugada para ir buscá-lo.


–Mãe...


–Ah, não, querido, espere mais um pouco, eu prometo pensar.-para não deixá-lo maguá-lo, lhe deu um forte abraço.


Boa noite.


–Mãe, isso são horas da senhora chegar em casa?-perguntou Sakura, já passando sermão na mãe.-Como foi?


–Ah! Um desastre, literalmente! Eu andei essa cidade de um lado à outro, mas não consegui nada! Eles olham minha carteira de trabalho como se eu fosse um ex-prisioneiro.Alguns, indelicados por sinal, atreveram-se a perguntar o porquê de eu nunca ter trabalhado.


–Isso é normal, mãe.-dizia Sakura confortando-a.-As empresas buscam, hoje em dia, candidatos que tenham muita experiência no mercado de trabalho.


–E como eu serei uma pessoa experiente no mercado de trabalho se ninguém me dá um voto de confiança?-estava irritada.-Por acaso eles nasceram sabendo?-perguntou.


Sasuke chegara e ouvira o desabafo de Kazumi.Sakura sorriu ao vê-lo, mas não quis criar alvoroço por conta do desespero da mãe.


Oi, pai!-gritou Yusuke, que se atirou nos braços de Sasuke.-Você saiu de moto?


–Saí.


–E não me levou junto?-perguntou, indignado.


Já conversamos sobre isso.


–Vem, Yusuke, vamos lavar as mãos.-disse Karin, preparando o garoto para o jantar.


O quê houve, Kazumi?-perguntou Sasuke, que ficara ao lado de Sakura.


Estou exausta, Sasuke! Ninguém... -ela queria desabar, vomitar toda a sua indignação, mas desistiu.-Não é nada, só estou cansada.Vou tomar um banho e dormir, não vou jantar.Boa noite.


Mãe...


–Deixe-a, Sakura.-pediu.-Imagino que ela esteja esgotada, debater sobre seus problemas só lhe cansará mais.


–Eu sei, mas eu tenho medo dela se tornar uma pessoa obssessiva, de querer a todo custo esse tal emprego.Estou dando muito apoio à ela, mas eu conheço minha mãe, sei que ela chegou ao limite.-mexeu os cabelos, como se quisesse conter sua preocupação.


Estou fazendo tudo o que posso, você sabe.Tenho muitos contatos, mas não posso fazer milagres.


–Eu sei, obrigada.


Agradeceu por vê-lo se preocupar com a sogra, mas não exibiu seu sorriso perfeito.Sasuke abraçou a cintura dela, a puxou contra o seu corpo, e distribuiu beijos por seu pescoço.Sakura pediu, entre murmúrios, que o marido parasse, mas não resistiu ao ser beijada.

Karin surgiu, pronta para ajudar a servir o jantar, mas encontrou o jovem casal aos beijos.Ela afastou-se e num lugar onde ninguém a pegaria espionando, escondeu-se.Nunca vira Sasuke em tais intimidades com a mulher, mas imaginara como ele reagia.Ela desejou, sem muito pensar, está no lugar de Sakura, nem que fosse por dois únicos segundos.Jurava que podia sentir o gosto dos lábios dele, seu cheiro, suas mãos apertando sua cintura... Mas, não era ela, talvez jamais fosse.


Pára com isso, alguém pode nos pegar, principalmente Yusuke.


–E qual é o problema?


–Não precisamos expôr nossa intimidade pela casa.-continuou arrumando a mesa.-Onde vocês foram?


–Há lugares onde o radar não nos pegue.


–Sasuke...


–Fomos correr em pistas qualificadas e longe de problemas.-disse ele, deixando-a tranquila.-Temari estava lá, com uma moto maior que ela.


–Aquela garota estressada? Eu não creio.-sorriu.


–Pois é, todo aquele estresse desaparece na pista.O único problema, é ficar atento para não ser atropelado.–Sakura sorriu ainda mais.-Eles te mandaram um beijo.


–Poxa, ainda lembram de mim?


–Lembram sim, sem dúvidas, principalmente um ruivo safado.-Sakura parou de sorrir e encarou o rapaz.-Eu nunca o vi tão entusiasmado ao falar de uma mulher, como ele falou de você.


–Ele é um rapaz divertido, foi o que me pareceu, obviamente você estranhou isso.


–Pode ser.-olharam-se.-Eu fiquei pensando sobre nossa separação e me perguntei se você, nesse tempo, fez amizades.


Sakura lembrou-se dos poucos amigos que tivera na editora, até mesmo de amigos que passaram a ser seus inimigos, mas lembrou-se principalmente de Lee.


Te incomoda saber que sim?


–Não, eu não tinha o direito de questioná-la naquela época.


'E agora, Sasuke? Você se incomodaria?' -perguntou-se, pensativa.


–Vou subir, volto em dez minutos.


–Tudo bem.-Sasuke se afastava.


Quer ajuda?-perguntou Karin, que escutava a conversa do casal.


Sim, obrigada.







*x*x*x*x*x*x*





Quarta-feira, sete da noite; Festa de recepção.




A maquiagem estava pronta, último detalhe.O cabelo, que estava preso, muito bem arrumado.Por fim, faltava uma olhadinha rápida no espelho, e a opinião do seu admirador particular, o marido.

Respirarou fundo, pois estava prestes à enfrentar toda imprensa, comentários bons e maldosos.Mas isso não lhe importava, Sakura queria provocar seja lá quem fosse, e não havia ocasião melhor para fazer isso.A culpa, sem dúvidas, não seria dela por dar notícias falsas à respeito do seu casamento, e publicar algo contrário, os fariam de bobos.



Como estou?


Perguntou Sakura, parando no topo da escada.O pequeno público se admirou ao vê-la, principalmente Sasuke, que achou, secretamente, o decote um tanto exagerado.Sakura virou-se para que eles vissem por completo o vestido, e no exato momento, o Uchiha que bebia algo, engasgou-se ao ver as costas nua da garota.



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–Minha nossa, Sakura! Essa festa deve ser muito importante mesmo, você está vestida como eu nunca vi antes.-disse Kazumi, que olhava a filha com certo espanto.


Eu quero que todos vejam que meu casamento não acabou, nada mais justo que desfilar ao lado do meu marido.


Tem certeza que eles irão me notar ao seu lado?-perguntou Sasuke, ajudando-a a descer o último degrau da escada.Sasuke andou em passos lentos ao redor de Sakura.-É um vestido muito bonito, mas ousado também.


–Eu não sabia que você entendia de moda.-brincou Sakura, fazendo Kazumi e Saya prender o riso.-Vamos?


–Vamos.-despediram-se.






*x*x*x*x*x*x*






–Pensei que você não viesse mais para casa.


–Estou trabalhando novamente, você esqueceu?-jogou a bolsa em qualquer canto.-O trânsito estava horrível, parece que todo mundo resolveu sair de casa essa tarde.


–Hum.-aproximou-se da garota, tinha intenção de lhe dar um beijo, mas fora rejeitado.


Você foi procurar emprego?


–Fui, mas não encontrei!-estressou-se com a pergunta.


Somente em um lugar? O quê você está pensando? Que andando meio metro encontrará um trabalho?


–Amanhã é outro dia, Karin, eu posso começar tudo de novo.


–E há quanto tempo você diz que vai começar uma nova vida, mas... -respirou profundamente.-Deixa pra lá, Suigetsu, você não é o cara que eu sempre esperei que fosse.



Depois do banho, encarou a cozinha.Arrumou as poucas louças que estavam sujas na pia, e secou os copos que o namorado havia lavado, mas nunca lembrara de secá-los e guardá-los.A comida estava pronta, congelada desde o dia anterior.


Dá pra você trazer uma cerveja pra mim?


–Fazer o quê, né?-levou a cerveja de má vontade.-Como você consegue dormir vinte e quatro horas por dia?


–Karin, eu acabei de ser demitido, eu já disse que logo, logo, arrumo alguma coisa.


–Dois meses, estamos na pior há dois meses, e você não se incomoda com isso.Sabe o quê eu acho? Que vamos ficar sem luz, sem gás, e sem comida.


–Não é pra tanto.Ainda temos dinheiro no banco.


–Que deveria está guardado, mas é só faltar dinheiro pra suas diversões, que nossa conta murcha.-pensava.-Sabe quantos anos tem meu patrão? A mesma idade que nós, e já é dono de muito dinheiro.


–E isso te deixou encantada?-perguntou, com deboche.


–Foi mais que isso, eu senti orgulho, admiração...


–Orgulho?-riu.-Karin, essa é sua vida.-mostrou a casa, como se tivesse apresentando-a.-Eu cansei de sonhar e resolvi encarar a realidade.A sorte vem pra poucos, e os que sobraram, deve se contentar.


–Deveria se contentar trabalhando, é a forma mais realista da vida.-irritou-se, pois o rapaz não lhe deu atenção.-Escute uma coisa, Sugetsu : assim que eu receber meu primeiro salário, vou embora da sua casa.


–Tem certeza que você quer fazer isso?-perguntou com tom de deboche.Karin estava sempre dizendo que não o suportava mais e que iria embora, mas nunca conseguira dar o primeiro passo, o que deixava o namorado onfortável.


Como você se tornou um homem... desprezível!-retirou-se em passos fundos, mas não impressionou o rapaz.



Trancou-se no quarto, e desejou que Suigetsu dormisse no sofá.Seu relacionamento estava indo de mal à pior.Apesar de morar na mesma casa que o namorado, não sentia a presença deste.Suigetsu estava se afastando dela cada vez mais, esquecendo-se das responsabilidades, da vida com outra pessoa.Agora, mais que nunca, se sentia sozinha, sem importância.

Em torno dos seus pensamentos, as comparações novamente se aproximavam.Pensara no casal Uchiha, e como pareciam apreciar a presença um do outro.Sasuke, como beijava o chão que Sakura passava.E Sakura, como teve tanta sorte na vida? Ela tem o marido perfeito, o filho perfeito, a mãe perfeita, a casa, o carro... Não faltava nada para ela, parecia que ter demais, era pouco.







*x*x*x*x*x*x*x*





Os olhares e os holofotes estavam concentrados no casal, que chegavam à recepção.Sakura sentia seu corpo gelar e sentiu medo de dar um passo em falso.Mas Sasuke a conduziu até o salão com muita naturalidade, o que a deixou confortável.

Cumprimentavam e eram cumprimentados pelos demais.Sakura se sentia perdida entre eles, mesmo tendo prática em lhe dar com aquelas pessoas.Ela pensou na hipocrisia por trás daqueles rostos, e sorrisos.Passara três meses longe de Sasuke, tempo suficiente para eles esquecê-la.Agora estava ali, sendo alvo dos holofotes, e, provavelmente, vista como uma das mulheres mais bonita da festa.

Sentiu nojo, raiva, mas conteve-se.Ela sabia que o dinheiro dava importância a qualquer nome, e sem ele, ela seria mais uma pessoa no mundo.

Sentaram-se na mesa que seria ocupada por eles.Era um bom lugar, ótimo por sinal, mas Sakura desejou que ela estivesse em um lugar mais afastado, longe de certos bajuladores.


Você não parece está confortável.-comentou Sasuke, que saboreava um pouco da champanhe.


Você já se sentiu desconfortável em um lugar? Como se você fosse a única anormal entre os demais?


–Você mesma provocou isso.


–Eu?


–É, você.Até eu que sou seu esposo, que estou acostumado a tocar seu corpo, me sinto terrivelmente tentado.-olhou o decote da garota, depois levou a taça à boca.


Não diga besteira.Há muitas mulheres bonitas nessa festa.


–Mais eu estou com a mais linda delas.-levantou-se.-Vamos dançar?


–Claro.-andavam até o centro do salão.



Conversavam, enquanto eram movidos pela música.Aquele fora o único momento que Sakura esqueceu das pessoas que ali estavam.Relembrava de momentos parecidos e não sabia se sentia saudade daquela época ou apreciava aquele presente.

Voltaram à sua mesa, e prosseguiram com o mesmo assunto.Sakura avistara, para sua triste alegria, Ino acompanhada de Yamato.Poderia está interpretando as coisas de má fé, mas não seria estranho achar que eles estavam juntos.Da pior forma possível, conhecera a verdadeira Ino, e se ela fora capaz de lhe roubar, não seria feio namorar seu patrão.



Quanto mais eu conheço a vida, mais me decepciono com a humanidade.


–Por quê tanto desgosto?


–Não é nada, Sasuke, foi um comentário inútil.-olhou a mesa que Ino estava e surpreendeu-se por está sendo observada pela loira.-Me dá um beijo?


–Pensei que você não gostasse de expôr nossa intimidade.


Ambos esqueceram o comentário, e beijaram-se discretamente, mas com muito compromisso.Sakura voltou sua atenção para a loira, que viu o beijo, mas desviou o rosto com rapidez, porém tarde demais, pois Sakura a flagrou.

Quantas vezes fora desabafar com Ino? Quantas vezes chorou na frente dela por lamentar sua separação? E, quantas vezes Ino deve ter lhe dado um conselho de boca pra fora?

Sakura fazia questão de exibir seu marido, parecia querer esfregar na cara de Ino que suas lágrimas haviam secado.



Você me dá licença? Vou ao tualete.


–Claro.



Fez um pequeno reparo nos cabelos, ajustou o decote, e preparou-se para voltar à festa.Pegara a bolsa, em cima do balcão de mármore.


–Quanta pressa, Sakura.Não vai me cumprimentar?


Eu não tenho o mínimo interesse de cumprimentá-la.-desviou da loira.


Ainda chateada comigo?-perguntou, fazendo Sakura parar.-Não deveria guardar mágua, afinal eu lhe fiz um favor.


–Mesmo, Ino?-indagou com ironia.-Quê tipo de favor você me fez? Arruinou minha vida profissional e levou Lee junto.


–Não, evitei outra decepção, o que é bem diferente.-olharam-se.-Quanto aquele bastardo do Lee, está de volta à editora.Estranhei por você não ter voltado também, mas entendo.-sorriu.-Se você fosse mais esperta, já teria feito essa recociliação.


–E você usou sua esperteza e fisgou Yamato?


–Por quê não? Sou uma mulher bonita, atraente e...


–Uma safada que se acha experiente.-disse Sakura, interrompendo-a.-Eu sabia que você é ambiciosa, Ino, mas não sabia que era tanto.Eu tenho pena de Yamato.Ele é mais um idiota que você fingirá fidelidade e abandonará depois.Mas não desça do salto, continue atropelando todos que estão à sua frente.Eu só peço que você tome muito cuidado, a vida dá muitas voltas.-saiu.



Continua...


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