Harry Potter e a Princesa Serpente escrita por Alesanttos, Safira Michaelis Black


Capítulo 7
Às vésperas da Audiência


Notas iniciais do capítulo

Gente, Mil desculpas pela demora,mas é que eu não estou conseguindo entrar muito
Neste capitulo ha varias partes do Livro A Ordem da fenix
Espero que gostem
Desculpes de novo



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A Sra. Weasley manteve todos trabalhando duro durante os dias que seguiram. A sala de desenho demorou três dias para ser desinfetada. Finalmente, a única coisa indesejável que sobrou foi a tapeçaria com a árvore genealógica da família Black, que resistiu a todas as tentativas de remoção da parede, e as pancadas na gaveta da escrivaninha. Moody ainda não tinha aparecido pelo Quartel-General, então não puderam se certificar do que tinha dentro dela.

Foram da sala de desenho para uma sala de jantar no andar térreo onde encontraram aranhas tão grandes quanto os pratos do guarda-louça (Rony saiu da sala apressadamente para fazer uma xícara de chá e não voltou por uma hora e meia). A porcelana, que tinha o símbolo dos Black e o lema, foi toda jogada sem nenhuma cerimônia dentro do saco por Sirius, e o mesmo destino teve uma porção de velhas fotografias que estavam em molduras prateadas manchadas, todos os seus ocupantes gritaram quando o vidro que os cobria se partiu.

Snape poderia se referir ao trabalho deles como "uma limpeza", mas na opinião de Harry estavam realmente declarando guerra à casa, que estava resultando numa boa briga, sendo ajudada e apoiada por Monstro.

Sempre que tinha oportunidade o elfo-doméstico aparecia para tentar tirar o que pudesse das sacolas de lixo. Safira não sabia se se incomodava, se ficava assustada ou impressionada com a fidelidade que o elfo tem com os seus antigos mestres. Mas não demorou muito para que Sirius ameaçasse Monstro com roupas. Então ele parecia desistir de sua caça ao tesouro, assim que se afastou começou a insultar novamente todos que estavam presentes sem se importar com o fato de poderem ou não ouvir e falar que nada iria afastá-lo daquela casa. Então Sirius, ignorando os protestos de Hermione, agarrou Monstro por trás de sua tanga e o jogou pessoalmente para fora da sala. E podia se impressão de Harry, mas Safira também parecia não gostar do modo como seu pai tratava o elfo.

O sino da porta tocou várias vezes por dia, que era a deixa para a mãe de Sirius começar a gritar novamente, e para Harry e os outros, a estranha exceção de Safira, que parecia não ter o mínimo interesse no que eles falavam ou deixavam de falar, a tentativa de ouvir a conversa do visitante por detrás da porta, para poder colher qualquer informação que pudessem antes que a Sra. Weasley os chamasse de volta às suas tarefas.

Snape entrou e saiu da casa diversas vezes, embora para o alívio de Harry eles nunca tivessem ficado frente a frente; Harry também avistou sua professora de Transfiguração, McGonagall, parecendo bem estranha em roupas de trouxa, e também parecia muito ocupada para se demorar. Safira tomava o máximo de cuidado para não esbarrar em nenhum de seus professores, ou sequer ficar no mesmo andar que eles, ela sempre se mantinha á espreita.

Algumas vezes, entretanto, os visitantes ficavam para ajudar. Tonks se juntou a eles para uma tarde memorável na qual eles encontraram um velho fantasma assassino escondido no banheiro do primeiro andar, e Lupin, que estava na casa com Sirius, mas que tinha saído por longos períodos para fazer trabalhos misteriosos para a Ordem, ajudou-os a consertar um relógio de pêndulo que tinha desenvolvido um hábito desagradável de atirar pesados parafusos em quem passasse perto. Mundungus se redimiu aos olhos da Sra. Weasley ao salvar Rony de um antigo conjunto de barretes vermelhos que tinham tentado estrangulá-lo enquanto ele os tirava do armário.

Apesar do fato de que ele estava dormindo mal, ainda tendo sonhos sobre corredores e portas trancadas que faziam sua cicatriz doer, Harry estava conseguindo se divertir pela primeira vez em todo o verão. Enquanto estivesse ocupado estaria feliz; quando a ação diminuía, entretanto, toda vez que baixava a guarda ou se deitava exausto na cama observando as sombras embaçadas se moverem através do teto, o pensamento sobre a audiência do Ministério que estava se aproximando retornava a ele. O medo golpeava seu interior como agulhas quando imaginava o que aconteceria com ele se fosse expulso. A ideia era tão terrível que não se atrevia a comentar nem mesmo com Rony e Hermione, que frequentemente cochichavam juntos e jogando olhares inquietos em sua direção, seguido por sua determinação em não mencioná-lo.

Sua mente gostava de torturá-lo. Em algum momento do dia, sempre apareciam imagens de agentes do Ministério quebrando a sua varinha bem na sua frente, e dizendo que ele teria que voltar para a casa dos Dursley... Mas ele não iria. Estava determinado. Voltaria para Largo Grimmauld e viveria com Sirius, e Safira, que se tornou uma ótima amiga. Mas nem para ela, ele contava o medo que sentia de ser expulso.

Ele sentiu como se um tijolo tivesse caído sobre seu estômago quando a Sra. Weasley virou-se para ele durante o jantar na quarta-feira e disse calmamente.

— Eu passei suas melhores roupas para amanhã de manhã, Harry, e eu quero que você lave seu cabelo hoje à noite, também. Uma boa primeira impressão pode fazer maravilhas.

Rony, Hermione, Fred, Jorge e Gina, todos pararam e olharam para ele. Safira olhou em sua direção por poucos segundos, até que desviou o olhar para o seu prato de comida e fingiu que não ouviu nada. Era como se soubesse exatamente como é a sensação de ter todos os olhares sobre si, e não quisesse dar esse desconforto para ninguém.

Harry balançou a cabeça e tentou continuar comendo seu pedaço de carne, mas sua boca tinha ficado tão seca que ele não conseguia mastigar.

— Como eu vou chegar lá? - perguntou ele à Sra. Weasley, tentando parecer indiferente.

— Arthur vai levar você para o trabalho com ele - disse a Sra. Weasley com gentileza.

O Sr. Weasley sorriu de modo encorajador para Harry.

— Você pode aguardar em meu escritório até chegar a hora da audiência - disse ele.

Harry olhou para Sirius, mas antes que pudesse perguntar a Sra. Weasley já havia respondido.

— O Professor Dumbledore não acha uma boa ideia Sirius ir com você, e eu devo dizer que eu...

—... Acho que ele está com a razão - disse Sirius com os dentes trincados.

— Ele veio noite passada, quando você estava dormindo - disse o Sr. Weasley.

Sirius, com muito mau humor apunhalou uma batata com seu garfo. Safira pós sua mão por cima da de seu pai, e lançou lhe um olhar que parecia querer dizer que estava tudo bem, mas isso não alastrou muito a raiva de Sirius, que apenas retribuiu o gesto com um leve sorriso e voltou a sua atenção para o prato e a batata torturada.

Harry baixou os olhos para seu prato. O pensamento de que Dumbledore tinha estado na casa na véspera de sua audiência e que não tinha pedido para vê-lo o fez se sentir ainda pior, se é que isso era possível.

 

 

Pela segunda vez nessas férias Harry acordou cedo e sozinho, só que dessa vez era cinco e meia da madrugada, tão abrupta e completamente como se alguém houvesse gritado em seus ouvidos. Por alguns momentos ele permaneceu imóvel,seu cérebro só conseguia produzir imagem desconfortáveis da audiência, então, incapaz de suportar isso, saltou da cama e pôs os óculos. Harry vestiu as roupas que a Sr.ª Weasley deixou no pé da cama. O quadro em branco na parede ria dissimuladamente.

Rony estava esparramado, de barriga pra cima, com a boca aberta, dormindo. Harry saiu do quarto sem que o amigo percebesse e foi até a cozinha com uma estranha cessação de déjà vu, mas, ao invés de Safira, ele encontrou o Sr. e a Sr.ª Weasley, Sirius, Lupin e Tonks sentados ali, quase que como o esperando. Todos estavam bem vestidos, exceto a Sra. Weasley, que trajava um vestido acolchoado púrpuro. Ela deu um pequeno salto quando Harry entrou.

— Café da manhã – disse enquanto puxava sua varinha e ia em direção ao fogão.

— B-b-bom dia, Harry – bocejou Tonks. Seu cabelo estava loiro e encaracolado esta manhã. – Dormiu bem?

— Sim – disse Harry.

— Est-tive acordada a noite inteira – disse ela, com outro estremecido bocejo. – Venha, sente-se...

Ela alargou uma cadeira, tocando sobre a que estava ao seu lado.

— O que você quer, Harry? – a Sra. Weasley perguntava. – Mingau? Sanduíche? Salmão? Bacon e ovos? Torradas?

— Apenas... Apenas as torradas, obrigado – disse Harry.

Lupin olhou Harry e então Tonks.

— O que vocês estavam dizendo sobre Scrimgeour?

— Ah, sim bem, nós precisamos ser um pouco mais cuidadosos, ele tem perguntado a mim e ao Kingsley algumas questões engraçadas...

Harry se sentiu vagamente grato por não ser requisitado a entrar na conversa. Estava se contorcendo por dentro. Até as torradas que a Sra. Weasley pôs à sua frente pareciam carpete em sua boca. Ela se sentou a seu lado e começou a ajeitar sua blusa, pondo a etiqueta pra dentro e acertando a costura aos ombros. Ele desejou que ela não estivesse fazendo isso.

— ...e eu tenho de contar a Dumbledore que não posso ficar encarregada da noite de amanhã, eu estou muito cansada – encerrou Tonks, bocejando largamente uma vez mais.

— Eu te cubro - disse o Sr. Weasley. – Eu estou bem, e preciso reportar uma coisa mesmo...

Arthur Weasley não estava trajando roupas de bruxo, mas calças listradas e uma velha jaqueta de couro. Ele se virou para Tonks e Harry:

— Como vocês estão?

Harry encolheu os ombros.

— Estará tudo acabado logo – disse o Sr. Weasley reconfortantemente. – Em algumas horas você estará limpo.

Todos cumprimentaram Harry, alguns desejando "boa sorte", outros afirmando que não havia com o que se preocupar, que tudo daria certo (mesmo não sendo o que alguns olhos diziam), Lupin ainda tentava fazer menção a um ou dois pontos nas leis que estava a favor de Harry. 

— Certo – disse Harry. – Bem... Vejo vocês depois então.

— Harry espera. – uma voz surgiu do pé da escada. Era Safira, que desta vez usava uma camisola que parecia ser de algodão, turquesa caindo até o chão. Finalmente seu olhar de exaustão desapareceu definitivamente. – Achou que ia sair sem falar comigo?

Harry não conseguiu evitar ficar envergonhado com a situação, mas todos olhavam para a recém-chegada. Safira andou até o garoto e lhe deu um abraço.

— Todos tem razão, Harry. – ela começou a falar assim que o soltou e só suas mãos permaneciam em seus ombros, sua voz e seus olhos eram gentis. – A lei está do seu lado. Não tem com o que se preocupar. – um sorriso rápido e torto escapou de seus lábios. – Mas mesmo assim, boa sorte.

Era incrível como a Safira parecia ser a mulher da casa e não uma simples adolescente, ela sabia quando levantar a voz, quando cometia um erro se desculpava da melhor forma possível, e sabia quando devia ser gentil. Às vezes Harry se perguntava se ela realmente tinha quinze anos. Mas ele não tinha tempo para pensar nisso.

— Tchau.

A última coisa que viu ao sair da casa da família Black mais parecia uma fotografia antiga, ou uma cena de um filme dramático. Todos olhavam na direção do Harry, Safira foi para do lado de Sirius. O mais engraçado era que ao mesmo tempo em que o olhar de todos dizia boa sorte, parecia uma despedida, como se não soubessem o que ia acontecer assim que Harry saísse por aquela porta, parecia que, se ele de fato fosse expulso, jamais voltaria para aquele lugar. Esse seria o pior pesadelo de Harry.

Tentando deixar esses pensamentos de lado, ele girou nos seus calcanhares e saiu da casa.

Seguindo o Sr. Weasley, pôde escutar a mãe de Sirius roncando em seu sono atrás das cortinas. O Sr. Weasley abriu a porta e saíram para a fria e cinzenta manhã.

 

 

Dentro da casa dos Black tudo seguia a rotina de sempre: limpeza, limpeza e mais limpeza. A única diferença era que todos da casa estavam muito ansiosos. A Sra. Weasley ficou dez minutos esfregando o mesmo metro quadrado de assoalho, Hermione deixou os talheres caírem mais de uma vez enquanto os guardava, Gina olhava o relógio constantemente achando que o tempo repentinamente passaria mais rápido, Fred e Jorge tentavam aliviar o clima pesado fazendo apostas a favor e contra Harry, incluindo uma lista de possíveis punições (o que rendeu uma longa bronca da Sra. Weasley). Safira resolveu limpar o quarto onde Bicuço estava instalado, algumas de suas penas voavam pela escadaria vez ou outra. Ao abrir a porta Sirius estava lá, alisando as penas do hipogrifo, completamente absorto em pensamentos.

— Si-pai.

Ele olhou para a porta, mas demorou um instante para realmente perceber quem estava lá.

— Oi, Safira. Tentando fugir das tarefas chatas da "comandante Weasley"

— Na verdade – ela ergueu a vassoura e a pá – vim cumprir a mais nova delas.

Sirius respondeu apenas com um murmúrio afirmativo, voltando a se distrair com o belo animal.

— Não seria incrível se Harry pudesse ficar mais tempo conosco – ele agia como se estivesse falando com Bicuço, mas Safira sabia que era um disfarce para que ela o escutasse – Ter alguém para passar o tempo, conversar, fazer você se sentir útil.

Safira suspirou profundamente, largou os utensílios e virou-se para Sirius.

— Você quer que ele seja expulso da escola? É isso?

— Não foi o que eu disse.

A garota de cabelos negros sentou na cama praticamente destruída e começou a acariciar as pelas cinzentas.

— É terrível viver em um lugar que parece mais uma prisão que uma casa, não é mesmo? – ela falava olhando para Bicuço – Sentir que você não tem para onde correr, ou voar. Sentir que não é capaz de fazer nada.

— Talvez ele só queira mostrar do que é capaz.

— Você é bem impaciente. É, não é? Se pedirem um pouco mais de tempo você acha que pode colaborar?

— Talvez ele ache que já se passou tempo demais – Sirius agora olhava para um canto aleatório do quarto.

Safira respirou fundo e chegou mais perto do majestoso animal.

— A espero é algo horrível, certo? A expectativa e o devaneio, chega um ponto que deixam de ser uma benção e tornam-se uma maldição. Mas eu garanto que não deve faltar muito.

— E se ele só quiser um amigo para passar o tempo?

— Você quer um amigo novo? – ela ainda olhava para o hipogrifo – Ou rever um que você já teve?

O quarto ficou em completo silêncio.

— Deve ser difícil abandonar as velhas lembranças. Poder sentir que pode fazer o que quiser outra vez. As lembranças sempre parecem ótimas, mas é melhor viver o presente.

O assoalho rangeu sob os passos de Safira, que voltou a recolher as penas soltas. Sem que ela percebesse Sirius a ficou observando um tempo, pensando em suas palavras, e deixando escapar um sorriso de orgulho e certa nostalgia, e ele sabia exatamente quem Safira lhe lembrava. Ele juntou-se a ela na tarefa, e mesmo ela não olhando em sua direção, podia sentir um olhar de "missão cumprida" vindo dela.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que vcs acharam
Xinguem a vontade se tiver horivel,isso nos ajudara para melhorarmos o proximo



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