Harry Potter e a Princesa Serpente escrita por Alesanttos, Safira Michaelis Black


Capítulo 35
Tudo é esclarecido


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoal. Se demoramos, pedimos desculpas. Mas aqui está um capítulo que saiu direto do forno e ainda está fresquinho. Espero que gostem.



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Harry estava na sala de Dumbledore andando de um lado para o outro, enquanto esperava pelo retorno do diretor. Enquanto ele olhava para o sol que surgia no horizonte uma luz verde iluminou a sala, e da lareira surgiu um homem com cabelos e uma enorme barba branca.

Todos os quadros comemoraram o retorno de Dumbledore com aplausos e palavras de boas vindas.

– Obrigado, muito obrigado. – disse docemente Dumbledore.

Dumbledore olhou diretamente para Harry, sua expressão era completamente calma e serena.

– Professor... – disse Harry. – Eu sinto muito. Eu sei que não devia ter ido até o Ministério... mas Sirius... eu vi, ele estava em perigo. Eu não podia simplesmente...

– Acalme-se Harry. – disse Dumbledore. – Realmente foi muito imprudente de sua parte de ido até lá. Embora você não seja o único culpado pelo ocorrido. Mas as coisas acabaram bem no Ministério.

– Sirius. O que aconteceu com ele? O ministro estava lá, se o virem vão prende-lo...

– Isso esta quase resolvido. – disse Dumbledore, com um leve sorriso no rosto. – Depois que você veio para cá eu tive uma conversa com o ministro, e tomei a liberdade de mencionar Sirius, é claro que ele não teria acreditado em mim se a senhorita Diggory não tivesse nos proporcionado a melhor das provas. Devo dizer que estamos em certa divida com ela por Sirius ter a chance de se defender.

– Como assim?

– Depois que correu atrás de Bellatrix Lestrange, Lina Diggory conseguiu prender Pedro Pettigrew a tempo dos membros do ministério o virem e conseguirem detê-lo.

– Rabicho foi preso? – Harry não pode conter a enorme alegria que transbordava dentro dele. – Isso significa que Sirius foi inocentado e que não precisara se esconder mais.

– Você está quase certo Harry. Antes de Sirius ser completamente absolvido do crime ao qual foi condenado, terá que permanecer no ministério durante um tempo para interrogatório. Mas creio que isso não passará de mera formalidade, embora devo dizer que levara algum tempo para que ele possa sair nas ruas novamente sem que pensem que é um criminoso.

– Pelo menos uma coisa boa aconteceu no meio disso tudo... O senhor falou que eu não sou o único culpado pelo que acontece?

– O que nos leva de volta ao ponto inicial. Devo confessar que foi imprudente de minha parte me manter tão distante durante todo esse tempo, mas no momento que percebi que Voldemort poderia entrar em sua mente devido a ligação que vocês compartilham, temi que ele percebesse que nossa relação ia além da simples relação de professor e aluno, mas eu fui tolo ao não perceber que o verdadeiro alvo dele não era eu, mas sim você Harry. Voldemort queria atrai-lo até o Departamento de Ministério, e usou sua ralação com Sirius para isso.

– Mas Monstro tinha me falado que Sirius não estava na casa quando...

– Monstro mentiu. Como você não era mestre dele, ele percebeu que poderia mentir para você sem ter que se punir depois.

Dumbledore explicou que Monstro distorceu uma ordem de Sirius para poder ir até Narcisa Black Malfoy e dar informações que poderiam ser consideradas insignificantes e que Hermione não estava errada em dizer para tratarem o elfo bem, uma vez que ele não simpatizava com Sirius e o sentimento era mutuo.

Depois Harry estrou no assunto da profecia.

– Antes de você nascer uma profecia foi feita, e Voldemort, que não tinha total conhecimento do que ela dizia, foi ao seu encontro para mata-lo, achando que estaria cumprindo a profecia. Mas descobriu que estava enganado quando o feitiço que lançou contra você foi devolvido. Foi por isso que ele percebeu, depois que você escapou dele de maneira extraordinária no último ano, que ele teria que ouvir a profecia completa.

– Mas ela foi destruída. – disse Harry, com convicção.

Dumbledore então contou que, há dezesseis anos, ouviu a profecia de quem a proferiu, Sibila Trelawney, que na época fazia entrevista para professora de Adivinhação. Dumbledore despejou mais uma lembrança na Penseira de uma noite úmida e fria há dezesseis anos, numa sala sobre o bar na estalagem Cabeça de Javali.

– Aquele com o poder de vencer o Lord das Trevas se aproxima... Nascido daqueles que por três vezes o desafiaram, nascido ao fim do sétimo mês... E o Lord das Trevas vai marcá-lo como seu igual, mas ele terá um poder desconhecido pelo Lord das Trevas... E um deve morrer pelas mãos do outro porquanto nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... Aquele com o poder de vencer o Lord das Trevas se aproxima... Nascido daqueles que por três vezes o desafiaram, nascido ao fim do sétimo mês...

Girando lentamente, a professora Trelawney mergulhou de volta na massa prateada e desapareceu.

O silêncio no interior da sala era absoluto. Nem Dumbledore nem Harry e nenhum dos retratos fez qualquer manifestação. Até mesmo Fawkes se aquietou.

– Professor Dumbledore? - disse Harry suavemente pois Dumbledore, ainda olhando para a penseira, parecia completamente mergulhado em pensamentos. - Isso... Isso quer dizer... O que isso significa?

– Isto significa que a única pessoa que pode por bem vencer Lord Voldemort nasceu no final de julho, há quase dezesseis anos. Esse menino nasceria de pais que já tivessem enfrentado Voldemort três vezes.

Harry sentiu como se algum coisa estivesse se fechando sobre ele. Respirar parecia novamente muito difícil.

– Isso quer dizer... Eu?

Dumbledore disse que havia outra pessoa que poderia ser o dono da profecia, alguém que nasceu no final de julho, e cujos pais enfrentaram Voldemort três vezes, Neville Longbottom. Quando Harry teve esperança de não ter que carregar esse fardo, o diretor deixou claro que, quando Voldemort atacou Harry e lhe fez aquela cicatriz, o marcou como seu igual, ou seja, a profecia se referia a ele e não a Neville.

E que o único motivo que levou Voldemort a procura de Harry quando ele ainda era tão novo, foi o fato de um espião ter ouvido somente o começo da profecia, sem saber sobre o fato de que, no memento que Voldemort foi atrás de Harry, sem saber que ao fazer isso o estaria o marcando como seu igual, e que ele teria um poder que o próprio Voldemort desconhecia. Um poder que fez Harry ir ao resgate de Sirius naquela noite e um poder que o salvou de ser possuído por Voldemort, seu coração.

– O final da profecia... Era algo sobre... Nenhum poderá viver...

–... enquanto o outro sobreviver - completou Dumbledore.

– Então - disse Harry, escolhendo as palavras no que sentia ser uma porção de desespero dentro dele -, então isso significa que... Que um de nós tem que matar o outro... No fim?

– Sim.

Harry estava mais confuso que nunca, era muita informação na sua cabeça. Então ele se levantou.

– Eu... Eu tenho que ir agora. – e Harry se dirigiu até a porta do escritório do diretor.

– Sinto que lhe devo outra explicação, Harry - acrescentou Dumbledore, hesitante. - Você talvez tenha se perguntado por que nunca o escolhi como monitor? Devo confessar... Você tinha responsabilidades demais para isso.

Harry olhou para ele e viu uma lágrima caindo pelo rosto de Dumbledore, indo se perder em sua longa barba prateada.

Harry abriu a porta e desceu as escadas correndo. Sirius estava bem, era isso que importava, mas ele sentia que havia um enorme peso sobre suas costas. Estava assustado e não podia negar. Assim que ele chegou ao corredor que tinha a escadaria, que já estava sendo escondida por uma gárgula, viu uma menina de cabelos pretos, pele pálida e muito ofegante encostada em uma das paredes.

– Safira?

– Harry. – Safira tinha um olhar de surpresa no rosto, como se tivesse visto um fantasma, e parecia que tinha corrido cem quilômetros, pois estava ofegante e com algumas gotas de suor na testa. – Você está bem. – o olhar de surpresa deu lugar a um sorriso torto.

Safira correu na direção do Harry, por um segundo ele pensava que ela ia abraça-lo, mas estava engando.

– SEU GRANDE IDIOTA. – Safira lhe deu um soco no braço.

– AI. – disse Harry, passando a mão no lugar que ela acertou. – PRA QUE ISSO?

– Quem mandou você ter ido até o Ministério desse jeito?

– Como você sabe que eu fui até o Ministério?

– Acontece, que depois que eu consegui fugir da Brigada Inquisitorial eu fui correndo até o escritório da cara de sapo, mas quando chequei lá só vi um bando de alunos da Sonserina desacordados ou com algum encantamento esquisito. Eu consegui acordar um deles e arrancar informações de onde você tinha ido, e me falaram que você saiu com Umbridge para ver uma “arma” que Dumbledore tinha escondido. – ela tomou folego e encarou Harry nos olhos. – Era evidente que isso era mentira, mas eles não conseguiram me dizer até onde você foi e... – Safira parou ao ouvir barulhos de passos. – Esse não é o melhor lugar para termos uma conversa.

Safira pegou Harry pela mão e o rebocou até a Sala Comunal da Grifinória, era sexta-feira e a maioria dos alunos já estavam de pé, e alguns se arrumavam para dar uma volta, já que os N.O.M.s tinham acabado, todos receberam dias de folga para relaxar. Como tinha várias pessoas no cômodo, ninguém reparou quando a Safira subiu até o quarto do Harry, com ele logo atrás. Para a felicidade dela, o quarto estava vazio.

– Antes de qualquer coisa... – Safira retirou sua varinha das vestes e pronunciou um feitiço. – Abaffiato.

Safira foi até a cama de Harry e se sentou nela, enquanto ele só observava.

– Como eu estava dizendo, - continuou Safira. – quando eu terminei de escutar o que ele tinha a me dizer eu ia procurar por você, mas o que foi que eu vi pela janela antes de deixar a sala? – Harry deu de ombros. – Um grupo de Testrálios saindo da floresta e carregando pessoas nas costas. Soube na hora que você tinha ido até o Ministério, mas não pude fazer nada a não ser esperar.

A sala mergulhou em um silencio que parecia ter durado horas, ao invés de segundos.

– E infelizmente eu não consegui usar o espelho que Sirius me dera para entrar em contato com ele. – disse Safira. – Imaginei que ele teria descoberto por meio de Snape que você foi até lá.

– Que espelho? – perguntou Harry.

– Você ainda tem o presente de Natal que Sirius lhe deu, não tem?

Harry foi até o seu malão e tirou de lá o seu presente de Natal, que ainda estava embrulhado. Ele olhou para Safira que fez um gesto com a cabeça que dizia para ele abrir o embrulho.

– Eu tenho que fazer uma coisa. Já volto. – disse Safira, que saia pela porta do quarto antes de terminar a frase.

Harry afundou em sua cama e desembrulhou o pacote. De dentro caiu um pequeno espelho quadrado. Parecia velho; com certeza estava sujo. Harry o levou à altura do rosto e viu seu reflexo.

Ele virou o espelho. O verso mostrava uma mensagem rabiscada por Sirius.


"Esse é um espelho de comunicação. Eu tenho o outro do par. Se você precisar falar comigo é só dizer meu nome pra ele; você vai aparecer no meu espelho e eu poderei falar no seu. Tiago e eu costumávamos usá-los quando estávamos em detenções separadas."

Antes que Harry pudesse pronunciar o nome de Sirius, uma imagem tremeluziu no espelho, até tomar a forma de uma menina de pele pálida e olhos azuis.

– Oi Harry. Surpreso?

– Como você...

– Eu já vou responder, me de um minuto.

A imagem do espelho se distorceu até que o único rosto que Harry conseguia ver era o dele próprio. Pouco depois Safira apareceu na porta com um espelho e um pedaço de pergaminho na mão.

– Acho que essa carta pode se expressar melhor que eu.

Harry viu que na carta que Safira lhe entregara também continha a letra de Sirius.


“Eu imaginei que como não temos meios de nos comunicar graças as medidas do Ministério esse espelho seria útil. Eu, com a ajuda do Aluado, consegui enfeitiçar esse espelho para que ele tenha um ligação com um que eu possuo. Harry tem o outro par do meu espelho. Se precisar conversar comigo, ou com Harry, esse espelho irá ajudar, já que não pode ser rastreado pelo Ministério”

Harry olhava para Safira, que ergueu o espelho que tinha em mãos. Diferentemente do de Harry o dela possuía duas borboletas e algumas flores incrustradas no metal.

(http://derepentemae.com.br/wp-content/uploads/2011/03/espelho-de-mao-metal-13.jpg)

– Acho que ele quer pensar que eu ainda sou uma menininha. Mas gostei mesmo assim.

– Por que você não me falou do espelho?

– Eu não imaginei que você tinha passado esse tempo todo sem abrir seu presente de Natal. E como eu não precisava do espelho para entrar em contato com você não tinha como eu saber.

Safira se sentou ao lado de Harry e respirou fundo.

– O que eu quero saber, – de repente ela estava segurando Harry pela gola das vestes e tinha um olhar assustador. – é o que aconteceu no Ministério.

– Me solta primeiro.

Safira obedeceu e não tirou os olhos de Harry.

Com muita dificuldade ele contou tudo que havia acontecido no Ministério, sem esquecer um único detalhe. Quando chegou na parte que estava conversando com Dumbledore ele parou.

– O que foi?

– Acho que contei tudo.

– Não contou não. Ou você me conta ou terei que tirar a informação de você a força.

– E como você faria isso?

– Assim.

Safira segurou as golas das roupas de Harry novamente, mas dessa vez ela começou a aproximar seu rosto do dele. Quando seus lábios estavam quase se tocando os olhos dos dois se encontraram, e Harry sentiu que todos os seus pensamentos estavam a mostra, era como se tudo que ele passou nas últimas horas estivesse acontecendo novamente, só que mais rápido, até que as lembranças dele pararam no momento que chegou a sala de Dumbledore.

– Ou você me conta, ou eu verei por mim mesma.

– Você...

Safira soltou Harry e olhava ele como se nada tivesse acontecido.

– Você... sabe Legilimência?

– Sei.

– Desde quando?

– Eu tenho meus truques Harry. E também, Hermione não é a única que lê livros por aqui.

Harry estava com os olhos arregalados, nunca imaginou que Safira era capaz de usar tal magia. Mas então ele se lembrou que, uma vez, no Largo Grimmauld, parecia que Safira podia adivinha tudo que estava passando pela cabeça dele.

– Você já usou isso em mim antes?

Harry não conseguia mais olhar nos olhos de Safira porque ela havia abaixado a cabeça. De repente ela fez um aceno positivo com a cabeça.

– Eu não acredito. – Harry de repente estava de pé.

– Por favor Harry, não fique bravo. – Safira se levantou também. – Eu juro que eu não pretendia...

– Sabia que você podia ter me dado aulas ao invés de Snape?

– É... É por isso que você está bravo?

– Em parte sim. Mas eu também acho que você não tinha o direito de entrar na minha cabeça.

– Eu sei. Mas... naquela hora eu... eu queria ter certeza de que o que você me dizia era verdade ou se você só estava tentando ser gentil. Nunca me dei bem com as pessoas. No orfanato eu dividia o quarto com mais duas meninas e elas me detestaram desde o primeiro momento, e eu imaginei que quase todas as pessoas do mundo poderiam ser iguais a elas. No meu primeiro ano em Hogwarts eu não falei com ninguém durante muito, muito tempo mesmo. Nem a Hermione sabia muita coisa sobre mim, e olha que dividimos o mesmo quarto.

Harry teve uma vaga lembrança de Hermione dizendo algo como “Ela quase nunca para no dormitório, e quando esta lá não fala com ninguém.”

– Mas eu queria ter tomado coragem de falar com você antes.

– Por quê?

Safira pôs a mão no bolso e tirou uma foto que não estava muito amaçada e entregou a Harry.

Quando Harry desdobrou a foto viu uma imagem de duas meninas, uma ruiva e de olhos verdes e outra de cabelos castanhos e olhos azuis, sentadas a beira de um lago e sorrindo. Deviam ter doze anos.

– Nossas mães eram amigas nos tempos de Hogwarts. E a minha mãe me falou de você, ela disse que quando eu entrasse para Hogwarts era para tentar ser sua amiga, mas acho que não fiz isso direito, já que só nos falamos diretamente há alguns meses.

– Por que você não me contou antes? – perguntou Harry, sem tirar o rosto das duas meninas que acenavam para ele.

– Aconteceu tanta coisa, e não tinha como eu lembrar disso com toda a ditadura que tivemos que enfrentar aqui. – Safira fez um olhar que era evidente o seu desgosto com relação a tudo que aconteceu em Hogwarts. – Desculpe usar a Legilimência, mas você escondeu muitas coisas esse ano Harry, eu realmente prefiro que você não esconda mais as coisas das pessoas, elas podem te ajudar. Mesmo que não seja a mim que você conte, eu ficaria melhor se soubesse que tem alguém que sabe pelo que você está passando. Vamos viver tempos difíceis, e você vai precisar de amigos mais do que nunca.

Os dois se sentaram novamente na cama e Harry entregou a foto que ainda tinha em mãos para Safira.

– Rony tinha razão em uma coisa.

– Em que?

– Garotas são complicadas. Primeiro você me bateu, depois me arrasta até a Sala Comunal, ai fica calma, então se desculpa, parecendo que ia chorar, fica irritada por uns segundos e por último fica preocupada com o que está por vir. Eu realmente não consigo entender vocês, garotas. Seria mais fácil se...

Harry se interrompeu. Lembrou-se do que aconteceu quando reclamou de Cho Chang por ficar chorando o tempo todo. E isso levou os dois a abrigar e terminar... seja lá o que tivessem, mas Harry achava que aquilo realmente não poderia se chamar namoro.

– Desculpe. – Safira disse. – Eu sei que eu sou difícil. Não sou boa em me expressar também. Acho que ficar tanto tempo sem falar diretamente com as pessoas faz com que você não consiga encontrar palavras para dizer o que sente. – ela respirou profundamente e voltou a falar. – Meus últimos quatro anos em Hogwarts se resumiram em ficar na biblioteca, só tendo livros como companhia. Mas vamos deixar essa conversa para outro dia.

Safira pegou o espelho que ganhara se Sirius e observou seu próprio reflexo por alguns segundos.

– Pelo menos Sirius nunca esteve em perigo, mas e agora?

– Tem uma coisa que eu não me importo em contar.

– O que? – um brilho estranho apareceu nos olhos de Safira.

Por um segundo Harry ficou perdido naqueles olhos. Quando ele viu esse pequeno brilho sentiu que estava mergulhando em nas águas mais profundas e cristalinas que o mundo poderia oferecer. Nesse segundo ele se esqueceu de tudo que havia acontecido nas últimas horas.

Depois ele percebeu uma coisa: nunca havia ficado tão próximo de Safira antes. Só agora ele havia reparado que seus lábio eram ligeiramente mais cheios do que da maioria das garotas e que sua pele, além de pálida, parecia incrivelmente sedosa. Ele teve vontade de acariciar suas bochechas, para saber se eram tão macias quanto pareciam.

“Como eu pude achar Cho Chang bonita?”, pensou Harry.

– Harry?

Depois que Safira disse seu nome Harry percebeu que se aproximou alguns milímetros dela.

– O que você está fazendo? – agora seus olhos estavam um pouco assustados enquanto ela se inclinava ligeiramente para trás.

– Desculpe. Hã... O que eu estava dizendo?

Safira pôs a mão na boca para disfarçar uma risadinha que para Harry lembravas sinos dos ventos.

– Você disse que tinha uma coisa que não se importava em contar.

– Há... Certo... Bem, por onde começar...

– Comesse do principio.

Então Harry falou sobre o fato de Lina ter conseguido deter Pedro Pettigrew e que Sirius terá que passar por um interrogatório antes de ser completamente absolvido, mas que Dumbledore disse que não passavam de formalidades.

– Eu não acredito. – Safira parecia que estava prestes a chorar novamente. – Desculpa, novamente mudando de humor. Mas isso é uma ótima noticia. – Safira praticamente se jogou contra Harry passado seus braços ao redor do pescoço do garoto.

Somente depois de alguns segundos abraçados que Safira tomou consciência do que fez e soltou Harry rapidamente.

– Bem... – Safira não olhava na direção de Harry. – Acho que Rony e os outros já devem ter voltado do Ministério. Que tal vermos se eles estão na Ala Hospitalar?

– Por mim tudo bem. – Harry agia da mesma forma, não deixava seus olhos e os de Safira se encontrarem.

– Vou guardar o espelho e vamos até lá. – ela pegou o espelho em uma mão, e com a outra colocou a carta e a foto no bolso. Antes de sair ela balançou a varinha e pronunciou palavras que Harry não prestou atenção, devia estar desfazendo o feitiço Abaffiato.

Harry não pode negar que seu coração ficou um pouco acelerado quando Safira o abraçou daquele jeito. Quando ele a viu pela primeira vez já havia percebido que ela era bonita, mas... perecia que ela havia ficado mais bonita. Com o rosto quente ele guardou seu espelho cuidadosamente dentro de seu malão. Depois, quase que automaticamente, desceu as escadas e saiu da Sala Comunal, esperando Safira do lado de fora. Mas é claro que algumas pessoas tentaram chamar a sua atenção, parecia que só agora tinham reparado que ele havia voltado, mas Harry nem prestou atenção nelas.

– Vamos? – disse Safira que acabara de sair do buraco do retrato da Mulher Gorda.

– Vamos. – Harry falou sem jeito. – Posso te pedir uma coisa?

– Claro.

– Nunca mais entre na minha mente. Pelo menos não sem permissão.

– Prometo não usar mais Legilimência com você. Você me perdoa?

– Ainda não completamente.

– E o que eu tenho que fazer? – Safira parecia assustada.

– Bem... Na próxima vez que formos a Hogsmeade, você vai pagar as Cervejas Amanteigadas.

– Fechado. – Safira estendeu a mão e Harry a apertou.

– Não se esqueça.

– Aposto que você não vai me deixar esquecer.

E os dois, entre risos, foram até a Ala Hospitalar, onde encontraram seus amigos bem, mas a maioria estava inconsciente. O único que estava acordado era Neville, mas eles resolveram esperar que os outros acordassem antes de iniciar uma conversa.



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Notas finais do capítulo

Entããããõoooo... O que acharam? Merecemos reviews? Espero que sim porque queremos saber se realmente estão gostando da história. Até o próximo capítulo.
o/