Meu Lado Negro. escrita por Kaah_1


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

GEEEEEEEEENTE LINDA.......
Perdoem se eu demorei muito :c
Eu estava meio..Sem criatividade. Mas, espero que gostem! Tem um pouco sobre o passado e algo que apavora o presente e futuro :O
SUHAHUSAHSUHA parei q
Leiam gente.
Boa leitura!



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(...)

“Seu passado esconde as coisas mais tenebrosas que eu já vi, Susan. E eu sei de cada uma delas.”

Me assustei um pouco ao terminar de ler o bilhete que eu achara no meio dos meus livros.

Eu não me assustava com qualquer coisa, mas, essa pessoa já estava começando a me deixar com medo. Muito medo.

Eu estava sentada no sofá, esperando Justin chegar, pois ele havia dito que passaria de carro para irmos à escola. Enquanto esperava, lá estava eu, lendo coisas absurdas. Que pessoa seria capaz de saber do meu passado? Ninguém sabia de nada que acontecera, apenas minha irmã.

E se ela acha o passado tenebroso, meu presente é bem pior.

E se soubesse... Que diferença faria? Cadê a Susan forte, determinada que passaria por cima de qualquer pessoa apenas pra manter seu segredo? Cadê a Susan que mata qualquer um que tentar fazer algo contra ela? Eu já não parecia mais a mesma. Tão diferente e sentindo medo... Eu estava sentindo! E eu não sentia nada. Eu não me permitia sentir coisa nenhuma. Nunca.

De repente, as lembranças invadiam minha mente. E eu já não se lembrava do meu ‘passado’ a um bom tempo.

O que era tão estranho.


Flashback on:

A escola era o lugar que eu mais detestava ir aos nove anos. Era como um inferno pra mim. E aquilo não havia mudado muito.

Mas, bom, lá estava eu, aos nove anos, sentada na minha carteira, rabiscando meu caderno, enquanto os outros alunos brincavam e faziam outras atividades em grupos e eu ali, sozinha como sempre. Eu olhava pros lados e via todos rindo com seus amigos, e eu... O único amigo que eu tinha naquele momento, era meu estojo.

Uma garotinha loira veio até mim. Ela amava zombar de mim sempre que tinha a oportunidade e eu sempre ficava quieta quando ela dizia coisas sobre mim.

– Susan, o que houve com seu cabelo? Parece capim misturado com vegetais. – a menina riu, puxando meu cabelo e eu bati na sua mão. Ela riu mais alto ainda. – E a sua roupa? Sua mãe não te compra roupas novas? Sua irmã é tão linda... Porque você é assim? – ela piscou os olhos como se fingisse ter dó.

– Me deixe em paz. – murmurei, voltando a mexer no meu estojo.

– A gente até te convidaria pra brincar se você não fosse tão estranha. – ela suspirou e em seguida puxou a folha que estava na minha mesa, onde antes eu desenhava. – O que é isso? Você não sabe nem ao menos desenhar, Susan. Você é tão inútil... – a loirinha balançava a cabeça negativamente e em seguida amassou o papel e o jogou pra trás.

– Você... Não devia ter feito isso. – murmurei, ainda de cabeça baixa.

Parecia que uma voz na minha cabeça começava a dizer “Não deixe que os outros te façam se sentir inferior, querida.” – mas, eu não sabia o que significava exatamente. Eu era apenas uma criança.

– O que foi Susan? Vai chorar porque eu estraguei seu desenhozinho? Olha gente! A Susan vai chorar! – ela anunciava, falando alto enquanto fazia cara de choro, fingindo ter dó de mim. – Vai fazer o que garotinha? Você é uma inútil. Um lixo. Vai crescer e ser uma ninguém, igual seus pais. Você não tem o mesmo brilho que sua irmã. – ela continuava provocando-me, dizendo coisas que poderiam me magoar.

Eu fitei sua mão pequena em cima da cadeira, batucando os dedos.

A gargalhada da garota loira, o sorriso irônico, sarcástico... Era uma criança e ainda assim era tão... Cheia de si, querendo mostrar que era melhor. E eu não suportava aquilo.

– Sabe no que eu realmente sou boa? – perguntei, enquanto mexia dentro do meu estojo, ela me olhou inocente, franzindo a testa. – Eu sou boa nisso. – falei simplesmente e em seguida puxei a tesoura do estojo e a enfiei com tudo na mão da garota.

Ela gritou de dor, enquanto eu aprofundava ainda mais aquela tesoura e via o seu choro e o sangue escorrer do furo que estava fazendo, eu não ligava. Meus olhos ardiam em chamas e meu sorriso era tenebroso, enquanto eu observava o sangue escorrer. Os gritos dela? Já não era mais nada pra mim. Eu não os ouvia.

– MEU PAI AMADO! QUE ISSO! – a professora apareceu, puxando a garota loira pra longe e me deu um grande tapa no rosto. – Deixe-me ver sua mão querida. – ela pediu a garota.

Eu podia ver a menina estender a mão e ver o grande furo na mesma, enquanto ela olhava assustada, berrada e chorava rios de lagrimas. Todos da sala me olhavam assustados, inclusive a professora.

Você é um monstro. – a professora me olhou de olhos arregalados, olhando a tesoura cheia de sangue em minha mão e meus olhos brilhando em conjunto com meu sorriso sarcástico.

Flashback of/

Depois daquele acidente aos nove anos, eu fui expulsa da escola e levada ao psicólogo.

A professora não suportou olhar pra mim. Ela chorava só de lembrar daquilo. Chorava de medo e se perguntava milhões de vezes como uma garotinha de nove anos seria capaz de fazer aquilo. Não lembro o que aconteceu com a garota, nem se ao menos ela teve a mão inovada. Mas, pelo que eu me lembrava, ela teve que amputar a mão. E eu havia ficado feliz com a noticia.

Ninguém perguntava, mas, eu tinha meus motivos para fazer mal aos outros. Para matar, para fazer aquilo.

Talvez a garota loira que eu não recordava o nome, havia ficado traumatizada pela vida toda. Mas, eu tinha ensinado uma lição a ela. Aposto que ela nunca mais tentou esnobar ninguém em sua vida.

Me lembro do meu tempo no psicólogo e de todas as coisas que eu tive que confessar.

Ao ser perguntada o porquê eu fiz aquilo com a menina eu disse – “tenho meus motivos.” – e a mulher ficou sem entender. Ela perguntou se eu me arrependia e eu disse que se fosse pra fazer aquilo de novo, eu faria o tanto que for possível. Eu disse que havia gostado daquilo. Do sangue. E foi meu pior erro ter contado isso àquela moça. Meus pais queriam me internar, mas, eu tinha apenas dez anos de idade na época. E eles me internariam, se eu não os tivesse matado antes.

Todas as pessoas que matei... Antes eu achava isso como uma forma de me livrar de tanta paranóia e sofrimento. Era como uma vingança. Mas, virou algo tão monótono. Virou um tipo de vicio, um amor, algo mais do que apenas vingança. Virou necessidade. E eu não sabia se podia achar isso bom ou ruim. Tanta gente boa morreu por minhas mãos. Tanta gente que tinha um futuro promissor, tinha amor, uma família, uma vida incrível... Eu tirei tudo delas. De pessoas boas. O negocio era matar apenas as ruins, mas, parece que sem querer, acabei eliminando as boas também. Algumas coisas haviam saído do controle.

– Às vezes encarar fatos do passado pode não ser tão bom assim. – olhei ao lado, vendo Fancy me olhar com um meio sorriso e erguer as sobrancelhas.

– É bom lembrar-se de quando eu comecei a perceber que eu adorava... Aquilo. – suspirei e fechei os olhos por um segundo.

Que coisa estranha para se pensar.

– Você tem que saber que o passado é para se refletir e não para repetir. – ela disse, tentando ser sábia e fez uma cara de reprovação ao final da frase.

– Quem aqui esta repetindo o passado? – ri fraco.

– Você querida. – ela franziu a testa e me fitou bem. – Olhe só. A primeira garota que você machucou feio foi porque ela apenas disse coisas que você não gostou. E há algum tempo atrás, você matou uma garota da sua escola lembra? Por causa do mesmo motivo. Esta se repetindo. – ela ergueu os ombros.

– Isso não tem nada a ver. – me ajeitei no sofá, pegando minha mochila e a colocando sobre minhas pernas.

– Não mesmo? – riu fraco. – Lembra da voz em sua cabeça dizendo para você não deixar que os outros te façam se sentir inferior? Era eu. – ela deu uma risada fria e medonha.

– Foi você que começou tudo isso! – eu disse no mesmo momento em que a campainha tocou e Fancy desapareceu em um vulto frio cheio de risadas sombrias.

Balancei a cabeça tentando despistar todos os pensamentos e lembranças.

Me levantei, colocando a mochila no ombro e andei até a porta, a abrindo em seguida. Era Justin, como previsto, sorrindo feito um namorado bobo e amoroso, que certamente ele era.

Fiquei o fitando por um minuto, com um meio sorriso. Ele me fitava do mesmo modo. Sem nenhuma palavra dita. As coisas poderiam ser mais fáceis né? Talvez se eu tivesse conhecido alguém como ele antes de tudo acontecer... Porra! Para Susan!

Eu não me arrependo de nada! De exatamente nada!

Mesmo que eu tenha matado pessoas erradas, mesmo que eu tenha virado paranóica... Eu... Não me arrependia.

– Bom dia, Susie. – Justin disse, enquanto se aproximava, beijando a ponta de meu nariz.

Ah, meu Deus!

Ele desceu, beijando meus lábios de uma forma carinhosa. O que me fez revirar os olhos e rir fracamente.

– É melhor irmos logo, garoto! – eu ri, enquanto fechava a porta atrás de mim e puxava sua mão. – Esta muito meladinho hoje. – fiz careta, enquanto íamos até o elevador.

– Meladinho? – ele riu alto.

– É... Você entendeu. Não pense besteiras. – bati em seu ombro, enquanto bufava e ria logo após.

Depois de algum tempo, já estávamos no carro, a caminho da escola. Tocava uma música no radio e Justin cantava junto com ela. O observei por alguns segundos. Sua voz era tão... Perfeita. Me chegava a dar arrepios.

Ele riu pra mim, e eu batuquei meus dedos na janela, no ritmo da música.

Paradise é mesmo uma música ótima. – ele acabou rindo, enquanto me fitava brevemente.

– Do Coldplay certo? Não creio! – eu ri, enquanto dava um gritinho em seguida.

Eu gostava dessa banda.

– Quando eu era pequeno, vivia ouvindo bandas de rock com o meu... Pai. – sua voz falhou no final e ele suspirou, enquanto balançava a cabeça negativamente.

– Imagino o quanto deve sentir falta dele. – eu disse, enquanto me sentia culpada, ao mesmo tempo.

– Tanta falta... – murmurou. – Sente falta dos seus? – perguntou, sem me fitar, atento no transito.

– Eu... Eu... Ahn... Não gosto de falar sobre eles. – engoli em seco, era melhor assim.

– Porque nunca me conta do seu passado? – fitou-me por alguns segundos.

– Ele não é bom. Meu passado é terrível. – mordi os lábios, sem vontade de falar sobre ele. – Digamos que resumidamente... Fui expulsa de algumas escolas, bati em algumas garotas que mexiam comigo, aliás, eu sofria bullying. Fui a vários psicólogos, psiquiatras... – suspirei, fechando os olhos por um segundo.

Lógico que eu omiti alguns fatos.

– Psiquiatra? Por quê? Seus pais achavam que você era doente mental ou algo assim? – Justin riu fraco, talvez sem humor

– Por um tempo eles achavam que eu era esquizofrenia. – dei de ombros.

– Você... Via coisas? – riu, talvez debochando e até interessado no assunto.

– Eram reais! Eles achavam que eram alucinações, mas, não eram... – eu murmurei, falando mais pra mim mesma do que pra ele.

Aliás, eu ainda via... Algumas coisas. Via Fancy, por exemplo.

– E como era o psicólogo? – me fitou, de sobrancelhas erguidas.

– Foi depois de algumas sessões que me disseram que eu precisava era de um psiquiatra. – balancei a cabeça e bufei, lembrando daquilo. – Eu não era louca! Tinha só dez anos! – mordi os lábios, o fitando.

– Dez?

– Era tão... Estranho. – sussurrei, enquanto voltava a ter mais uma lembrança.

Uma vaga e idiota lembrança.


Flashback on:

– Então, Susan... Me diga. Sua mãe disse que você está com sérios problemas. – a psicóloga se ajeitou a minha frente, cruzando as pernas.

– Ela acha isso só porque eu furei a mão de uma menina na escola. – suspirei, balançando os pés.

Ainda era uma criança. Uma boba e ingênua criança. Não muito inocente.

– Furou a mão da menina? Como foi isso? – ela praticamente arregalou os olhos.

– Ela estava me provocando e eu peguei a tesoura do estojo e enfiei na mão dela. – expliquei como se fosse algo comum, fazendo alguns gestos.

– Isso... Isso é horrível! Por que resolver as coisas dessa forma? A garota pode... Pode nunca mais... –

– Eu não ligo pro que vai acontecer com ela. – dei de ombros, enquanto dava um sorriso irônico.

A psicóloga me olhou, analisando-me. Talvez ela não acreditasse que uma criança fosse capaz de dizer aquilo.

– Não liga? Porque tanta frieza? – ela levou a mão até a boca. – Seus pais me disseram que outro dia você puxou a unha de outra garota com o alicate. Ela esta com o dedo totalmente inflamado e talvez tenha que amputar. O que pensa sobre isso? – ela dizia, incrédula.

– Já disse que não ligo. – ergui a cabeça, enquanto dizia, olhando o rosto da mulher.

– Não liga... – ela murmurou. – E porque faz tudo isso? Gosta de machucar os outros?

– Eu... Eu faço porque elas me irritam. E por que... – hesitei antes de continuar.

– E porque mais? – insistiu.

– E porque a voz me diz que eu não posso deixar que as pessoas passem por cima de mim. – arqueei as sobrancelhas enquanto dizia. – Ela me diz... Pra dar o troco. E eu simplesmente faço. Eu gosto. É... Interessante. – fechei os olhos enquanto dizia.

Mas, pude ouvir a mulher murmurar algumas coisas como “Que tipo de voz é essa?” “Via mais algo?” “Oh, meu Deus! Você é... Monstruosa, tem mesmo problemas sérios”.

Flashback of/


Suspirei e logo vi que estávamos em frente à escola.

Lembrar do passado é tão chato. Depois daquilo, tive mais algumas sessões e fui encaminhada para um psiquiatra.

Meus pais achavam que eu era louca.

– Vai ficar ai dentro, Susan? – Justin bateu rindo do outro lado na janela do carro.

Com isso, despertei dos meus pensamentos.

Desci do carro e andei com Justin, entrando naquela escola imbecil e andando pelo comprido corredor.

Me lembrei da radio, que eu teria que ir hoje. Meu castigo!

– Justin, te vejo depois... Tenho que ir a rádio e encontrar a Mandy. – me despedi, lhe dando um selinho.

Corri até o local da radio e vi Mandy com fones de ouvido e mexendo em algumas coisas, enquanto fitava um CD.

– Hey, Morgan. – me sentei ao seu lado.

– Oi, estranha. – ela acabou rindo. – Você deixou esse CD aqui? Tem o seu nome. – ela me entregou o mesmo.

O peguei. Era um CD meio riscado, e estava escrito “Susan Taylor” na frente.

– Não mesmo! – coloquei-o em cima do painel cheio de botões.

– Isso é estranho. – ela disse, ficando em silencio por um tempo. Mas, logo mudou o assunto. – Mas, e aquela noite depois da festa? Rolou algo a mais entre você e o  McCann? – ela bateu de leve no meu ombro.

Eu senti que corei, pois Mandy riu de mim.

Eu devia contar?

– Foi incrível. – mordi os lábios.

– Oh, meu Deus! Ele é bom de cama? – ela riu alto.

– Extremamente delicioso. – acabei gargalhando junto com ela.

Era estranho aquilo. Não sei se eu devia ter dito aquilo.

Os risos foram se cessando e nos fitamos desentendidas por um tempo.

– O que foi? – ela perguntou.

– Nunca imaginei que a gente... Bom... Conversaria assim normalmente e nem que... Gargalharíamos juntas como amigas. – dei de ombros.

– Muito menos eu! Isso é tão estranho. – ela riu

Suspirei enquanto pensava naquilo.

Quais eram as possibilidades de ficarmos amigas? Tão estranho...

Depois de Mandy me convencer de que não éramos bem amigas, olhei o CD que estava ali por cima, fiquei curiosa em saber o que teria nele. Coisas boas? Ruins?

– Porque não ouvimos o CD? – apontei

– Pegue um fone e veremos o que tem nele. A curiosidade me mata. – ela riu fraco enquanto me entregava um fone.

– Não vai pra escola toda, certo?

– Só nós vamos ouvir, relaxa. – sorriu

Ela colocou o CD e eu fiquei atenta, tentando ouvir pelos fones, os apertando ainda mais contra meus ouvidos.

Quando começou a tocar, eu tremi por inteira. Eu gelei por completo.

A voz era tremendamente áspera e assustadora, como de filmes de terror. E as coisas que dizia, não davam pra entender claramente, bom, mais ou menos, mas, do mesmo jeito, eu me apavorei... Eu não acredito que eu, Susan Taylor, fiquei com medo de uma gravação no CD.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Continuo? Curiosas? Ta bom? Ta ruim? Devo melhorar no que? Mereço reviews, recomendações?
TA, CHEGA DE PERGUNTAS KKK
Obrigada gente, por tudo. Espero que tenham gostado :c
Deixem reviews, eu amo tanto lê-los mimi
kk
NHAC :3
até o próximo. Dêem sugestões.