Meu Lado Negro. escrita por Kaah_1


Capítulo 12
Capítulo 11




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Me levantei com total dificuldade. A noite ontem tinha sido longa. Bom, quando eu fico triste com alguma coisa ou preocupada, eu tenho que fazer algo pra me distrair, e isso significa uma coisa: matar. Eu sei, é estranho, é errado, mas, é o jeito como eu me distancio dos problemas. É mais fácil, pra mim é uma distração maior.

– Droga. – murmurei, olhando minha blusa toda manchada de sangue. Alguém poderia ter visto, Susan.

Seria difícil pra tirar essa mancha depois. Enfim, logo me levantei, fiz minhas higienes e me vesti com uma roupinha simples. Joguei uma água no meu rosto, eu estava com uma cara horrível, com olheiras, meu olho vermelho, mas... Bom, já fazia algumas semanas que eu não ia à escola, era melhor eu ir hoje.

Eu não tive coragem de ir no velório do pai do Justin, arrumei uma desculpa esfarrapada dizendo que minha irmã precisava de mim naquele dia e que não podia acompanhá-lo, uma tremenda mentira. Minha irmã nunca me chamava pra ir até a casa dela. Nunca mesmo.

Peguei o ônibus escolar e em alguns minutos eu estava na escola. Naquele inferno. Assim que coloquei os pés ali, todos me encararam. Talvez seja por causa da minha blusa onde esta escrito “Love cupcake”, sabe, era uma frase feliz e eu não vinha com roupas muito “felizes” ou coloridas.

– Hey, Susan. – Justin segurou minha cintura e selou nossos lábios, me dando um beijo calmo.

Esse garoto não fazia idéia no que estava se metendo.

– Hey! – dei um tapa no seu ombro. – O que você ta fazendo? – dei um passo pra trás.

– Ué, eu só to beijando minha namorada. – ele sorriu travesso e segurou minha mão, me arrastando pelo grande corredor cheio de armários coloridos.

– Eu não sou sua... Desde quando sou sua namorada? – praticamente sussurrei.

– Desde quando você disse que aceitava ser, não se lembra? – arqueou uma sobrancelha, e deu um beijo estalado em minha bochecha.

– Droga, eu tinha me esquecido. – revirei os olhos, enquanto ele ria ao meu lado.

Qual é, não podíamos ficar juntos, não mesmo. Enquanto caminhávamos pelo corredor até nossos armários que ficavam praticamente um ao lado do outro, pude ver algumas faixas e enfeites diferentes... Hm.

– O que é tudo isso? – apontei para os enfeites espalhados.

– É Halloween, esqueceu? – olhou ao redor.

– Halloween? Como eu pude esquecer da melhor festa do ano! – bati em minha testa e ri.

– Você gosta de halloween? – Justin fez careta.

– Porque não gostaria? – dei de ombros.

Justin apenas riu, enquanto acariciava minha mão.

– Vou ter que levar minha irmãzinha pra pegar doces. – ele fez uma careta, enquanto parava em frente ao seu armário. – Quer nos acompanhar. – o vi sorrir.

– Eu não sei... – fitei o chão. – Podemos nos encontrar por aí. – sorri.

– Você vai pegar doces também, sua criançona? – ele riu, enquanto batia de leve seu braço no meu.

– Não! Eu só gosto de ver os enfeites e essas coisas. – ri em pensamento. Ah, eu faço coisa bem melhor.

Digamos que eu gosto de assustar algumas pessoas no halloween. É divertido. Não é?

– Entendi. Quer ir pra uma festa? – Justin abriu seu armário, tirando um livro de lá e guardando outros. – Acho que não precisa ir fantasiada. – deu de ombros.

– Hm, quem sabe. – também abri meu armário e guardei alguns livros. – Onde vai ser?

– Na casa de uns amigos meus, é na vizinhança!

– No seu bairro? – arregalei os olhos.

– Sim, o que tem? – ele deu uma risadinha.

– Ah, tem casas muito chiques lá, não é pra mim. – ri.

– E daí, você vai ta comigo! – ele pegou na minha mão.

– Quem sabe, não é?

– Tudo bem... Se vemos depois. – ele me deu um selinho demorado e logo saiu dali, indo pra sua sala.

Resolvi passar no banheiro antes de ir pra minha aula, o que não foi mesmo uma boa idéia. Mandy estava lá, sentada em cima da pia, fofocando com suas amiguinhas. Eu ia voltar, sair do banheiro, mas, sua voz nojentinha me interrompeu.

– Hey, Taylor. – ela me chamou pelo meu sobrenome, nome do meio... Ah, sei lá.

– O que foi “Vadia” Morgan? – me virei pra ela e sorri sínica.

– Vadia é a sua mãe. – ela apontou o dedo indicador pra mim.

– Minha mãe morreu. – dei de ombros. – Ela era uma vadia mesmo. – revirei os olhos, enquanto lembrava-se de minha mãe. Ela traia meu pai na cara de pau, e ele era um bobo que sempre a perdoava. Acho que fiz um favor aos dois os matando. Eles só me traziam vergonha, tristeza...

– Que bom que concorda. – sorriu sarcástica. Enquanto me empurrava até minhas costas baterem na parede. Murmurei um “aí”, mas, a vadia deu de ombros. Fingiu não ouvir. – Vamos ter um conversa séria agora, Susan querida... – ela colocou a mão sobre o meu ombro, me prendendo contra a parede. Como eu queria dar um soco nela.

– Não tenho nada pra conversar com você. – cuspi as palavras na sua cara.

– Ah, mas, eu tenho. – continuava com seu sorriso sarcástico no rosto. O que me dava ódio. – Fica longe, bem longe dele, ok? – ela dizia lentamente.

– Ficar longe de quem? – disse um pouco auto.

– Do Justin, sua vagabunda! FICA LONGE DELE! – ela bateu minha cabeça na parede, senti uma dor percorrer da minha cabeça a meu pescoço. Coloquei a mão sobre minha cabeça, e logo vi que estava saindo sangue. Ela sorriu pra mim.

– Vai se ferrar! – a empurrei. A vadia caiu e bateu a cara na pia do banheiro. Ela devia ter feito um corte na sua testa, porque saia muito sangue dali. E eu adorava sangue. – Eu não tenho culpa se ele escolheu a mim e não a você. SUPERE! – dei um chute na sua cara.

– Fica... L-Longe. – ela disse com um pouco de dificuldade, enquanto passava a mão pelo seu nariz, onde também sangrava.

– E querida... É melhor você ir até a enfermaria, acho que seu nariz quebrou. – pisquei.

– Você vai pagar! – ela gritou. Na verdade, tentou gritar.

– LEMBRE-SE DO QUE FIZ COM A ASHLEY! – gritei enquanto saia do banheiro.

Fui rindo enquanto caminhava até minha sala de aula. Pedi licença a professora, já que a aula tinha começado. Ela me deu uma pequena bronca, mas, logo me arrastei a uma mesa vazia lá no fundo e me sentei. Tentando me concentrar na aula.

– Susan Taylor? – ouvi chamarem meu nome.

– Sim? – olhei a frente e a diretora da escola estava dentro da sala de aula, me fitando com um olhar de reprovação.

– Quero que compareça na minha sala. AGORA! – ela disse firmemente, enquanto saía da sala.

Suspirei irritada. Ótimo, eu teria que ficar na sala da idiota agora um tempão.

– O que eu fiz de errado? – eu disse entrando na sala da diretora e fechando a porta atrás de mim.

– Ela sabe muito bem! – Mandy se levantou, então a vi com sangue pelo rosto.

Coloquei a mão sobre minha boca, tentando esconder minha risada abafada.

– Acha graça, senhorita Taylor? – a diretora estava parada atrás da sua mesa, de braços cruzados.

– Espera! Ela que começou! – falei na defensiva.

– MENTIRA! COMECEI COISA NENHUMA! – Mandy berrou. – Eu vou levar muito pontos aqui na testa e gastar muito pó pra cobrir essa cicatriz horrível. – ela apontava pra sua testa sangrenta.

– Awn, que trágico. – fiz beicinho, fingindo estar triste. – Diretora Petterson, se me permite dizer, eu primeiramente estava indo calmamente no banheiro, quando ela já veio me jogando na parede e me interrogando mandando eu ficar longe do Justin e... –

– Justin? – a diretora nos fitou. – Isso tudo por causa de um menino?

– ELA ROUBOU ELE DE MIM! – Mandy apontou toda chorosa pra mim.

– Roubei porra nenhuma! – gritei em disparada.

– Vamos parar! Chega com esse linguajar inadequado! – ela disse batendo na mesa.

– MINHA CABEÇA TAMBÉM SANGROU! – gritei.

– Tudo bem... Tudo bem... Eu até poderia dar uma suspensão pras duas, mas não vou. – ela logo abriu um sorriso sínico.

– Não? – eu e Mandy falamos em uníssono.

– Vou fazer algo bem melhor! – ela deu alguns passos, saindo de trás de sua mesa e ficando mais próximas de mim e Mandy. – Vocês vão ter que aprender a conviver. Porque não trabalham juntas na radio da escola? Estamos precisando de voluntários e... –

– NÃO! NUNCA! – gritei.

– SEM CHANCHE! COM ELA AO MEU LADO? NUNCA! – Mandy gritou junto comigo.

– Não terão escolha. As duas vão ficar na radio da escola. – a diretora sorriu. – É o castigo de vocês.

– Senhora, isso vai pegar meu tempo e tenho que treinar com as lideres de torcida e... – a diretora levantou a mão, fazendo um sinal para que Mandy parasse de falar.

– Suponho que vai achar um jeito de fazer os dois. – ela sorriu. – Estamos entendidas?

– Claro.

Revirei os olhos enquanto caminhava pra fora da sala da diretora. Eu poderia matar Mandy, tudo se resolveria. Não teria que agüentá-la!

– Não pense que terminamos aqui. – Mandy sussurrou. – Ele é meu.

Apenas dei uma risada, debochando de seu jeito e saí daquela sala horrorosa.


[...]

– Claro... Ok, Jus. – eu ria. Estávamos ao telefone. Joguei minha bolsa no sofá de casa e me sentei. – Nos falamos depois, tenho que ligar pra minha irmã. Até mais tarde. – mandei beijo e desliguei.

Fiquei um bom tempo ali, pensando no meu dia, na minha vida. E no halloween. E eu não acredito que teria que agüentar a idiota da Mandy, todos os dias! Eu tinha que matá-la. A partir do momento que ela te transformar em um tipo de “ameaça” pra mim, eu a mato. Bom, é isso.

Ri junto de meus pensamentos. Dia tedioso o meu...

– Susan. – ouvi uma voz, como um sussurro. Me levantei rápido, olhando pros lado. Sem enxergar ninguém. – Susan. – a voz repetiu.

Pisquei os olhos. Tentando tirar da minha mente pensamentos ruins. Eu estava sozinha em casa.

– Fancy? É... É você? – respirei fundo, tentando afastar alguns pensamentos.

– Susan. – fechei os olhos com força.

– Q-Quem, quem está aí? – abri os olhos e vi a figura de minha mãe ali, na minha frente. Caí no sofá, e dei um grito.

Um grito de medo. De susto. Pisquei diversas e diversas vezes tentando afastar aquilo, mas, quando eu abria os olhos novamente, minha mãe... A figura dela... Ainda continuava ali, me fitando. Vi minha respiração ficar mais acelerada. Meu rosto gelou, eu sentia... Medo.

– Mãe? – sussurrei. – O que faz aqui? O QUE FAZ AQUI? – ataquei uma almofada em sua direção.

A vi desaparecer e logo, reapareceu em meu lado. Me dando um susto.

– Vim te visitar. – sua voz estava amedrontadora.

Será que isso tinha algo a ver com o halloween? Será? Eu já havia ouvido muitas lendas, dizendo sobre fantasmas e essas coisas, mas, qual é, isso não existe.

– Você não é real! NÃO É! – repetia pra mim mesma, enquanto eu agarrava uma almofada.

– Eu sou sim. Sou real. – ela disse calmamente. – Porque me matou, Susan? Por que... Eu era sua mãe... – percebi que aquela coisa, me fitava. – O que eu fiz a você? – ela repetia aquilo, repetia tanto.

Eu estava ficando atormentada. Só podia ser coisa da minha cabeça. Eu com certeza estava ficando louca, louquinha.

Dei um pulo do sofá quando meu celular tocou.

– ALÔ. – dei um grito, apavorado.

– Susan? Você está bem? – era Justin do outro lado.

– C-Claro. Estou. – respirei fundo. Olhei ao redor do meu pequeno apartamento, e não tinha mais ninguém por ali. Passei a mão pelos meus fios de cabelo e voltei a prestar atenção no telefone.

– Quer que eu vá ai te buscar?

– Me buscar? Pra que? – falei desentendida.

– Pra festa de halloween... Do meu amigo... – ele riu do outro lado da linha.

– Ah, não precisa. Te encontro lá. – suspirei. – Que... Que horas vai ser?

– As 21h30. – sua voz era tão relaxante... – venha aqui em casa, que nós vamos juntos, ok? – ouvi sua respiração do outro lado e uma voz fofinha do outro lado, perguntando com quem ele falava. Com certeza era Jazzy.

– Tudo bem. Mande um beijo pra Jazzy.

– Ela mandou outro pra você. – ele parecia sorrir do outro lado.

– Awn, que fofa. – ri

– Tchau. Até depois.

– Até.

– Eu te amo. – ele praticamente sussurrou, como se ninguém mais pudesse ouvir.

– Obrigado. – desliguei rapidamente. E abri um sorriso. Ouvir essas três palavras sempre me deixavam mais feliz. Mas, eu nunca conseguia as dizer.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Esse capitulo ficou horrivel NÉ? ficou estranho kkkkkkkkkk, escrever sem critividade da nisso. Ficou meio bagunçado ou ''desentendido''??? O QUE ACHARAM?
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OBRIGADO DIVAS! ESPERO QUE COMENTEM E ME DEIXEM HAPPY :)