Meu Lado Negro. escrita por Kaah_1


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Bom, não sei se vão gostar desse capitulo, porque bom... AH, LEIAM E VAO SABER. é vocês acertaram. kkkkkkkkkkkk



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Cheguei em casa um pouco aflita. Preocupada.

Passava as mãos pelos fios de cabelo freneticamente e eu andava de um lado pro outro na sala, pensando no que eu acabara de fazer. Tudo bem, eu ainda não o conhecia... Mas, eu não queria magoar Justin, que na verdade, apesar de tudo, agora eu sei que eu o amo. Pelo menos eu acho. Ai isso é tão idiota.

– Calma Susan, talvez aquele não fosse o pai do Justin... – suspirei enquanto continuava a caminhar de um lado pro outro. – Talvez eles só tivessem sobrenomes parecidos, só isso. – me joguei no sofá e fitei o teto. Pensativa.

Eu nunca me senti assim antes. Arrependida. Eu sempre me senti tão bem quando matei alguém, mas, agora pela primeira vez eu estava arrependida. Eu não queria ver Justin chorar, não! Aquele não pode ser seu pai. Por favor, não. Susan, porque você tem que ser tão perturbada garota? Aonde já se viu, ir matar alguém só porque foi pedida em namoro? O que isso? Doida? Eu sou muito estranha.

– Nunca se sentiu assim não é, Susan? – uma voz perturbadora invadiu minha mente. Abri os olhos e olhei aos lados. Vi a figura de Fancy a minha frente. – Qual é a sensação? – ela riu.

– Medo. Insegurança. Tanta coisa. – murmurei.

– Acho melhor começar a pensar antes de matar alguém. – a ouvi gargalhar.

– Não! Aquele não era o pai do Justin! Não era! Não pode ser! – praticamente gritei em resposta. Eu quase chorava. Meus olhos estavam cheios d’água, mas, eu não podia chorar.

– Eu não teria tanta certeza. – seu olhar voltou ao celular que estava sobre a mesinha de centro, o mesmo logo começou a tocar.

Senti um pouco de medo em atender. Minhas mãos tremiam e já era praticamente meia noite, quem ligaria? Com certeza o Justin. Mas, eu tinha medo de atender. Muito medo. Criei coragem e peguei o celular, que ainda tocava desesperadamente e depois de um tempo o fitando, atendi.

– A-alô? – droga. Gaguejei.

– Susan, eu preciso de você. – sua voz estava mais rouca que o normal e ele fungava do outro lado.

– Por quê? O que... O que aconteceu? – por favor, diga que é apenas algo sobre a escola.

– Meu pai. – ele parou de falar por alguns segundos. Ele parecia chorar e soluçar do outro lado. Me senti tão culpada. Tão triste.

– O q-que houve com ele? – senti minha respiração ficar mais pesada e meu rosto gelar.

– A gente não sabe ao certo. Ele não chegava e resolvemos ir procurar ele e ele tava... Na rua jogado e esfaqueado! Cheio de sangue... – Justin falou em meio aos soluços. – Algum assassino filho da puta matou meu pai! Ai, mas se eu achá-lo, Susan... Eu vou... –

– Calma, McCann. – suspirei. Eu iria morrer. – Não sei o que dizer. – realmente não sabia. Eu matei o pai dele. Sem querer, mas, matei.

– Eu o amava tanto, Susan. Como vou viver sem ele? – Justin praticamente se afogava em lagrimas do outro lado. Nunca vi outro garoto chorar tanto igual ele, também deve ser duro pra ele perder o pai.

– Eu estou indo ai, na sua casa!

– Mesmo?

– Claro! – exclamei.

– Obrigado. – sua voz ficou um pouco mais calma.

Eu juro que queria chorar. Não queria me fazer de amiguinha agora, mas, ele precisava de alguém. A mãe dele, a sua irmã, todos deviam estar arrasados. Eu causei esse sofrimento, é mais que minha obrigação ir lá tentar confortá-los. Mesmo essa não sendo eu. Eu queria mesmo era matar mais alguém agora, esquecer tudo e ir dormir. Fingindo que nada houvesse acontecido. Ah, Susan... Você tem que aprender que as coisas não são tão fáceis como parece.



Quando cheguei em frente a casa de Justin, bom, tinha muitas pessoas na frente dela. Muitas mesmo. Vi o corpo do pai do Justin na calçada, enquanto Pattie o abraçava e chorava. Eles deviam ter o trazido de lá. Me senti mal com aquela cena. Pattie chorava tanto, enquanto todas as outras pessoas ao redor apenas a olhavam quieta e cochichavam. Eu nunca vi os familiares das pessoas que matei sofrerem depois de sua morte, acho que é por isso que eu não me importo por um longo tempo. As pessoas também nunca se importaram comigo, por isso eu as tratava do mesmo modo. Mas Pattie, Justin e até a Jazzy... Eu não podia fazer isso com eles. Eles me trataram tão bem, se importaram comigo e eu... Simplesmente matei alguém que eles amavam tanto e causei todo esse sofrimento.

– Pattie, venha cá! – fui até ela e a levantei.

– NÃO! MEU MARIDO! MEU AMOR! – ela berrava e se chacoalhava tentando soltar de meus braços. – POR FAVOR NÃO, SUSAN! EU PRECISO DE MAIS UM MINUTO. UM SÓ! – não a soltei, por mais que doesse.

– Desculpe, Pattie. – deixei uma solitária lagrima escapar.

– POR FAVOR, TRAGA ELE DE VOLTA! POR FAVOR! – ela me abraçou, enquanto chorava enterrada em meus ombros. Ela era do mesmo tamanho que eu. Só pude retribuir o abraço.

– Era o que eu faria se pudesse. – sussurrei.

As pessoas ainda olhavam em volta. Enquanto Pattie gritava e chorava desnorteada em meus braços. Eu queria ajudar, mas, não sabia como.

– O QUE ESTAO OLHANDO? VOCÊS NÃO TÊM MAIS O QUE FAZER? – gritei aos vizinhos intrometidos que rodeavam a casa.

Só os ouvi cochichar e irem saindo aos poucos um por um. Alguns me disseram que se precisasse de alguma coisa poderíamos chamá-los e essa coisa toda.

– Vamos, Pattie. Vamos entrar. – a puxei até dentro de casa.

Ela ainda chorava tanto que minha blusa já estava encharcada. Eu podia sentir sua dor e me sentia tão boba, tão idiota. Eu nunca penso. Eu só penso em mim, a vida inteira eu só pensei em mim. Fui tão egoísta que quando alguém se preocupa comigo eu vou lá e faço a pessoa sofrer. Porque sou assim?

Assim que entramos na grande casa, a pequena Jazzy correu até nós.

– O que ta acontecendo? – ela piscava os olhinhos.

– Nada pequena. – tentei sorrir e me agachei a sua frente. – Gosta de brincar de enfermeira? – perguntei e ela balançou a cabeça positivamente. – Então, leve a sua mãe pro quarto, faça com que ela pare de chorar e a ajude a tomar banho, ok? Faça isso pra mim? – segurei seus ombros e ela abriu um sorriso.

– SIM! – gritou. – Vamos mamãe. – vi a pequena segurar a mão de Pattie a puxar escada a cima. Ouvi Pattie sussurrar um “obrigado” e apenas sorri.

Logo me dirigi até a sala, onde provavelmente estava Justin. Ele estava sentado no sofá, fitando o chão. Estava tão cabisbaixo e triste. Quando ele levantou o rosto e sorriu pra mim, vi que seus olhos, seu rosto, estavam todos vermelhos. Seus olhos pareciam inchados.

– Hey. – me sentei ao seu lado.

– Obrigado por vir. – ele me fitou.

– Jazzy ainda não sabe? – perguntei.

– Não. Achamos melhor ela ficar sem saber por enquanto, ela ainda é criança, não tem que se preocupar com isso. – Justin deu um meio sorriso.

– Entendo. E você, como está? – o fitei.

– Como acha que estou?

– Ah, Justin... Pense assim... Agora ele está num lugar melhor. – segurei seu rosto e o virei pra mim. Se rosto estava úmido.

Dei um beijo em sua bochecha e sorri a ele. Eu era horrível nisso, em conviver com as pessoas e ser meiga. EU NÃO SOU MEIGA! Nunca vou ser.

– Como foi?

– Como foi o que?

– Quando seus pais morreram, Susan. – franziu a testa. – Como você se sentiu?

– Hã... Bom... – como eu me senti? Feliz, determinada, vitoriosa. Ah, tão bem! Mas, eu não podia dizer isso né? – Triste. – foi tudo o que eu disse.

– Só triste? – me olhou desentendido.

– Ah, não gosto de se lembrar disso.

– Desculpa. – ele abaixou a cabeça.

Fiquei pensando em quando meus pais morreram. Eu quase fiz uma festa. Ok, sem exageros. Só sei que praticamente levei uma surra da minha irmã, ela me deixou sozinha por um bom tempo. Só depois de uns anos que ela me ajudou a viver, sabe... Acho que ela nunca me perdoou. Nunca a perdoei também. Ela me deixou na rua, me jogou num orfanato, fui maltratada.

Bom, eu não podia deixar Justin ali, chorando, sofrendo. Tentei o abraçar de lado, desconfortavelmente e ele apenas soltou um risinho pelo nariz.

– Ual, você esta sendo fofa comigo? – ele riu.

– Só hoje. Por causa de seu pai. – ri junto dele. – Não se acostuma não!

– Olha que eu me acostumo rápido com as coisas. – ele sorriu.

– Desacostuma então! – rimos juntos. – Own, você já ta rindo não é? Acho que posso ir embora. – fingi que iria me levantar.

– Não. Fica. – ele segurou meu braço. Ri.

O abracei um pouco mais forte e ele resmungou alguma coisa. Apenas ri. Eu estava virando uma garotinha meiguinha e bobinha. Oh, não. O mundo está acabando. Não tão meiga porque matei o pai do meu...

– Justin, sabe, eu andei pensando na sua proposta. – sorri a ele.

– Que proposta?

– Aquela que você disse que queria... Namorar comigo. – falei um pouco rápido.

– Ah, essa proposta que você logo saiu correndo. – riu.

– Essa mesmo.

– E então, pensou o que? – ergueu as sobrancelhas.

– Que eu acho que vou aceitar. – ergui os ombros.

Depois de ter matado o pai dele, acho que era a melhor coisa a fazer. Mas, não sei ainda se era a melhor. Eu tenho alguns segredos que não podem ser descobertos, coisas do meu passado que ele não pode saber. Coisas que eu escondo, pessoas que eu procuro não mencionar. Não quero perder tudo. Não quero perder ele.

– Sério? – ele levantou o olhar.

– Sério. –sorri e ele sorriu junto a mim.

– Não vai se arrepender.

– Olha, tomará que não, hein?

Ele riu novamente e me abraçou desconfortavelmente, logo dando um beijo em minha testa. Susan... O que acontece com você?

– Fique longe dele, Susan. – uma voz ecoou, não só em minha mente, mas, pela sala inteira. Senti medo.

– Ouviu isso? – perguntei ao Justin.

– O que? – ele riu.

– Não... Não ouviu?

– Não! – ele riu. – Ta ouvindo coisas?

– Acho que estou. – sussurrei – Mas, e você? Vai ficar bem?

– Espero que sim. – vi uma lagrima cair de seus olhos. - Vem cá. – Justin me puxou novamente pra si, depositou um leve e molhado beijo [de lagrimas, sabe] em meus lábios. Revirei os olhos e ri.

Por alguns minutos, vi que eu não merecia Justin e nem podia ficar com ele. Poderia ser perigoso e eu tinha medo. Medo de ele descobrir realmente quem eu sou. Sou um monstro, o monstro que matou o pai dele e que quase matou ele próprio. O monstro que matou Ashley e ameaçou Mandy. O monstro que esta fazendo os habitantes dessa pequena cidade diminuir. O monstro que matou os próprios pais. Enfim, eu sou um monstro, uma idiota e eu não o merecia. Não podia. Mas, ah, como eu o queria. Nunca quis ninguém e ninguém nunca realmente pareceu se preocupar comigo como ele se preocupa.


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Notas finais do capítulo

HORRIVEEEEEEEEL NÉ? viram como a Susan tava até que mais... hã, como se pode dizer... Meiguinha nesse capitulo? awn. Pra uma assassina né... Também...
BOMMMM COMENTEM MINHAS DIVASS. ME DIGAM NO QUE POSSO MELHORAR. NHAC