Seven Days a Week escrita por Jojo Almeida


Capítulo 17
Thursday By Your Side


Notas iniciais do capítulo

Hey!
(Sim, o nome dos ultimos capitulos rima. Pode me matar. Não resisti.)
Bom, vocês devem ter reparado que eu acabei não postando muita coisa. Eu sei, eu sei. Shame on me! Mas, sinceramente, eu só tinha 3 projetos. Um deles eu acabei e postei, o outro eu simplesmente não lembro onde diabos eu enfiei aqui no meu computador e o outro eu estava achando uma verdadeira droga, então descartei.
A lista fico assim, para quem não viu (editada dia 29/04/2012):
- Plan B
(tem um pequeno pulo no tempo entre essas duas, não reparem.)
- Undergroud
(um não-tão pequeno assim pulo aqui também)
- About Lilies, Daisies and Secrets
(pulinho)
- About Treats and Hair-Styles
- Thief
- Missing You
- Down, Down, Down
- Stuk Togheter
Lembrem, MUITAS menções e são coisas importantes. Se não leu ainda, vai lá que dá tempo. (serio, o capitulo não vai fugir nem nada do tipo)
Hã, mudando de assunto... Acho que nós começamos oficialmente a contagem regressiva, galera. Faltam dois capítulos (contando com esse, mas vale lembrar que o próximo é mais uma passagem que um capitulo) e o epilogo (juro que vou caprichar muito nesse, sem brinks!)
Mas, não fiquem tristes!
Continuação, lembra? "Ticket To Ride" vai chegar para ficar, haha.
Enfim, chega de falatório.
O capitulo vai para imcamphalfblood e Kiikatwi, pelas duas recomendações lindas de morrer! (serio mesmo, garotas. Eu não sei qual amei mais!)
Finalmente vamos saber o que era a coisa dos post-its, né?
Hahaha!
Boa leitura =)
(ATENÇÃO: minha beta viajou, ou seja, eu mesma revisei isso aqui. Desculpem por todo e qualquer erro, de verdade. Mas eu me esforcei muito, então vou ter que pedir para que não reparem tanto assim)



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Katie deu um ultimo retoque no rímel, se afastando do espelho levemente para encarar sua imagem refletida criticamente pela enésima vez.

Ela estava com o vestido/bandeira branca. O caimento estava perfeito (ou seja, aquilo ali tinha o dedo de Tracy no meio. Ah, as duas iam ter uma conversinha séria mais tarde) e o modelo era bem parecido com o da noite anterior (que ela descobriu estar perfeitamente pendurado dentro de seu armário).

Havia feito um maquiagem bem leve, o único tipo que ela tinha certeza conseguir fazer sem provocar nenhum estrago. Bom, não ficou tão ruim assim. Também havia feito uma trança embutida (a única coisa que não era um rabo de cavalo ou coque que ela tinha certeza de conseguir fazer sem provocar nenhum estrago) com seu cabelo, que, felizmente, estava grande o suficiente para que a trança ficasse caída pelo ombro esquerdo.

- Ah. – ela suspirou pesadamente, guardando rapidamente todas as coisas dentro da nécessaire e enfiando-a dentro do armário. Sentou-se na cama, olhando fixamente para o espaço vazio diante dos seus olhos, perdida demais em seus pensamentos.

Era completamente torturante não saber. Não saber como Travis poderia estar se sentindo agora, não saber sequer se ele havia voltado para o acampamento na noite anterior. Não saber se ela entendera aquilo certo, não saber se ia ou não acabar sozinha no meio dos bosques sem ter o que fazer. Não saber.

Suspirou de novo, pensando em como estava suspirando demais ultimamente e calçando os saltos altos. Por sorte, ela não havia devolvido-os a Tracy ainda, e tinha certeza que não teria problema nenhum usa-los mais uma vez. Por outro lado, nem suspeitava como chegaria até os bosques em cima daquele par de coisas infernais.

O pior, é que ela ainda não entendera a coisa dos post-it. A caixa, a foto, o vestido... Okay. Mas os post-it? Ainda pareciam uma espécie de equação algébrica ou sei lá. Era complicado demais.

Ela olhou no relógio em sua cabeceira. Eram 20:03. Ou seja, Kay tinha onze minutos para chegar aquele ponto tão específico dos bosques e (antes disso, de preferência) tentar se lembrar exatamente onde Hades ficava aquele ponto tão específico dos bosques. Ela tinha um noção geral, claro. Mas não dava para confiar tanto assim em noções gerais. Especialmente quando eram as suas noções gerais.

Com uma ultima olhada rápida no espelho e na foto (só para conferir o horário. Ter certeza que não ia chegar lá cedo demais) ela saiu do chalé calmamente. Suspirou, fechando a porta atrás de si e começando a ir em direção aos bosques.

Ela saiu da ala dos chalés virando a esquerda no chalé de Nêmeses, e contornou a arena. Não estava prestando muita atenção, e quando deu por si já estava alguns muitos metros adentro do bosque. Pelo menos estava na parte norte do bosque. Onde, ela acreditava, ficava a margem certa.

- Arrgh. – resmungou irritadiça, notando que o salto havia ficado preso na terra úmida cheia de pedregulhos. Ela puxou o pé, usando a ponta dos dedos para limpar a terra e fazendo um careta ao analisar o estrago. É, teria que descobrir um jeito de concertar isso antes de devolver para as amigáveis filhas de Afrodite do chalé 10.

Ela cambaleou levemente tendo que se apoiar em uma árvore e praguejando baixinho. Franziu o cenho para o chão e, quando levantou os olhos novamente, percebeu que já havia chegado.

Quer dizer, ela ter chegado era bem obvio. Travis havia dado um jeito de transformar completamente aquilo ali.

O lugar continuava o mesmo. Uma pequena clareira na margem do riacho, onde pedras e grama se misturavam até água que corria presunçosamente. As árvores grandes e imponentes impediam a possibilidade de ver toda e qualquer estrela, lançando sombras sobre a superfície espelhada; apesar de que ele havia pendurado luzinhas brancas (como aquelas de árvores de natal) em seus galhos. E as folhas continuavam a cair em pequenos redemoinhos de vento.

Ele havia colocado uma mesa meio pequena, redonda, que dava no máximo para duas pessoas e parecia um daqueles moveis de jardim, a uma distância segura e agradável da água, mas de forma que também não ficasse perto demais das árvores. Haviam duas cadeiras brancas de metal, daquele tipo que é dobrável.

Encima da mesa, um vaso de vidro cheio de margaridas em que (como Katie notou de cara) ele havia colocado a quantidade certa de água para não assassinar as pobres flores. E, ao lado do vaso, um lampião de queratina aparentemente bem antigo com uma chama de fogo oscilando dentro.

Katie se lembrou de como havia achado aquele um lugar romântico quando estivera ali pela primeira vez, desde que voltasse na hora certa, com a pessoa certa no momento certo. Travis, é claro, havia deixado tudo maravilhosamente mais romântico. E, apesar de que ela jamais pensaria sobre isso naquela época, ele era a pessoa certa. O que era bem irônico, no fim das contas.

- Na margem errada de novo? – uma voz disse atrás dela, fazendo com que ela quase pulasse de tanto susto.

- Travis! – Katie exclamou bobamente, sorrindo daquela forma sonhadora. Ela se virou, abraçando-o pelo pescoço rapidamente, como se seu medo fosse que ele ousasse desaparecer de novo. Travis riu, cambaleando levemente.

- Katie. – ele devolveu brincalhão quando os dois se afastaram, exatamente como havia feito na noite anterior antes da valsa. Usava uma calça jeans escura e uma camisa social branca meio malpassada, com um blazer preto jogado por cima do ombro esquerdo e seu típico sorriso eu-sei-mais-que-você que Katie tanto amava (mesmo que geralmente não admitisse essa ultima parte).

- Ah, Stoll! Nunca mais ouse sumir desse jeito! – Katie ralhou suspirando aliviada por finalmente encontra-lo. – Eu fiquei preocupada.

- Foi você quem disse para que eu desaparecesse. - ele lembrou com um sorriso triste, fazendo com que Kay se sentisse um lixo, mesmo que isso não passasse perto de qualquer uma das suas intenções.

- Hã, é. Quanto a isso... – Ela resmungou, totalmente sem graça. – Desculpa. Mesmo. Eu... Eu nunca devia ter dito aquilo. Foi totalmente horrível e idiota.

- Hey, tudo bem. – Travis assegurou apesar de não parecer muito certo disso, sorrindo fracamente. – Você disse algumas coisas horríveis e idiotas ontem. Eu fiz algumas coisas horríveis e idiotas ontem. Não vamos nos preocupar com isso. Está tudo bem.

- Ah... Tudo bem? – Katie repetiu confusa, franzindo o cenho. Bom, por essa ela não esperava. – Você não esta magoado nem nada?

- Você não está brava comigo? – ele perguntou de volta, parecedo igualmente confuso. Kay negou com a cabeça, fazendo-o rir baixinho. – Bom, acho que é isso. Está tudo bem.

- Então... Você lembrou. – Katie comentou olhando a sua volta ainda meio surpresa.

- Como poderia esquecer? – Travis devolveu como se achasse o ato de “esquecer” um verdadeiro crime. – Foi aqui que nós nos conhecemos. Na verdade... Eu venho muito aqui. Sabe, quando preciso pensar.

- Mantendo a área em segurança, patrulheiro? – Katie brincou sorrindo pelo simples fato de estar ali, com ele. No fim das contas, talvez isso fosse tudo que realmente importava.

- O melhor que posso. – ele devolveu sorrindo de lado e trocando o peso de pé, parecendo desconfortável.

- Falando nisso... Você ainda me deve um favor. Do tipo grande. –Katie lembrou pensativa, afastando uma mecha de cabelo fujona da trança dos olhos.

- Não devo nada. – negou com uma careta. – Você trapaceou.

- Ah, é. Eu trapaceei contra um dos filhos do Deus dos ladrões. Culpada. – ela ironizou divertida. Certo, ela havia trapaceado para conseguir ganhar o jogo de caça a bandeira. Mas isso não era nada de mais, era?

- Pelo menos dessa vez você não está escondendo nada nas suas costas. – Travis comentou sorrindo de lado.

- Não dá para falar o mesmo de você. – Katie disse olhando para a sacola plástica que ele carregava na mão esquerda. – Que quê é isso?

- Jantar. – Travis respondeu dando de ombros indiferente. – Eu não coloquei aquela mesa ali atoá.

Katie sorriu, em quanto os dois se sentavam nas cadeiras dobráveis. Ele tirou duas caixinhas coloridas de dentro da sacola e colocou uma delas em sua frente e outra na frente dela. Kay franziu o cenho, tendo que usar todas as suas forças para não rir.

- Mc lanche feliz? – perguntou divertida, mal conseguindo acreditar para qual tipo de caixinha colorida estava olhando. Travis fez uma careta engraçada para ela, balançando a sua entre os dedos.

- É isso aí. Foi a única coisa que deu para arrumar assim tão em cima.

- Deixa eu adivinhar. – Katie disse, sem conseguir se segurar e começando a rir um pouco. – Você ficou tanto tempo planejando esse jantar que esqueceu o fato das pessoas geralmente comerem durante os jantares.

-E a única coisa que deu para arrumar dentro de cinco minutos foi dois Mc lanches felizes. – ele concordou com mais uma careta, também rindo. – Vamos, não é assim tão ruim. Eu deixo você escolher a surpresinha.

- Hun, deixa eu ver. – ela disse olhando dentro da sacola que ele havia deixado no chão. – Nossa! Eu realmente não sei se prefiro o tigre metido ou o esquilo esquizofrênico...

- O... O quê? – Travis resmungou confuso, tentando se inclinar o suficiente para exergar o que havia dentro da sacola.

- Era do Gelo 3. – Kay esclareceu rindo, levantando os dois brinquedinhos na mão direita. O tigre dente de sabre laranja arregaçando os dentes e o pequeno esquilinho meio afetado com os olhos arregalados abraçando fortemente sua noz.

- Pode ficar com os dois. – ele disse divertido, fazendo uma careta engraçada. Katie sorriu alegremente, em quanto colocava os dois em frente ao vaso das marguaridas.

- Pode ir falado Stoll... Qual é a desse jantar? – perguntou indo direto ao ponto, seguindo o exemplo dele ao abrir a caixinha e começar a comer as batatas fritas.

- Hoje é o ultimo dia do prazo. – Travis respondeu enigmaticamente, como se este pequeno fato justificasse absolutamente tudo. De fato, ela não estava sequer se lembrando disso, então talvez realmente justificasse alguma coisa. Mas não era esse tipo de resposta que estava precisando.

- Isso aí, Anistiem. Qual é a sua próxima descoberta que mudará nossas vidas para sempre e responderá todas as minhas perguntas? – ela resmungou irnônica, revirando os olhos para ele. Travis riu, parecendo subitamente pensativo sobre o assunto.

- Prove que eu estou melhor com você, do que sem você. – Ele relembrou o que ela havia dito durante aquela briga na varanda do chalé número 4 a exatamente uma semana, sorrindo de lado.

Uau. Parecia que fazia tanto tempo desde esta briga. Mais para um milênio do que para uma misera semana de diferença. Era meio engraçado quanta coisa havia acontecido em apenas um semana, não dava para negar. Mas Katie não conseguia deixar de pensar como tudo teria sido diferente se ela não tivesse dado aquela segunda (ou quinta, tanto faz) chance a ele. Onde ela poderia estar naquele exato momento, se não ali no meio dos bosques comendo um Mc lanche feliz numa margem esquecida do riacho.

Ela piscou fortemente para afastar esses pensamentos inúteis, voltando a encarar Travis de um jeito que ficava bem obvio que ela queria mais respostas do que isso.

- Tem certeza que não te deram nenhum prêmio Nobel ainda? – resmungou ironicamente, um pouco irritadiça. Ele riu dela de novo, balançando a cabeça negativamente.

- Você me deu uma chance para te reconquistar. – lembrou novamente, ainda parecendo pensativo. – Para fazer certo dessa vez. Provar que eu podia mudar, e que faria isso por você.

Katie corou. Ela parecia dura demais quando ele colocava as coisas desse jeito.

- E... Bom, eu achei que o melhor a fazer seria te surpreender. – ele continuou, sorrindo de lado. – Ou vai dizer que você não está nem um pouco surpresa?

- Claro que eu estou surpresa, Stoll. – Kay resmungou levemente irritadiça. – Só não decidi se gosto disso ou não. – acrescentou pensativa. – Você não respondeu minha pergunta direito. Para quê os post-it?

- Você passou o dia inteiro sem estar comigo. – Travis respondeu com um leve abano de mão, como se esperasse que ela já tivesse entendido essa parte da coisa. – Prove que eu estou melhor com você, do que sem você. – lembrou pela segunda vez. – Os post-it contavam o tempo do sem você.

- Falando nisso... Onde Hades você se meteu o dia inteiro?

- Você não me viu aquela hora no chalé de Hermes? – ele devolveu franzindo o cenho e parecendo bem confuso. – Sabe... Quando foi falar com Harley.

- Você estava lá? – ela perguntou igualmente confusa.

- Bom... Digamos que eu acabo de descobrir um bom esconderijo. – Travis respondeu dando de ombros, com um ar meio vitorioso. Katie riu, sabendo que por mais que perguntasse sobre isso ele jamais revelaria qual era o tal esconderijo.

- Tá, tá. – ela murmurou ainda tentando entender tudo que havia acontecido. – Mas porque os horários estranhos?

- Sei lá. – deu de ombros mais uma vez. – Eu sempre achei horários redondos incrivelmente chatos. Porque todo mundo combina de se encontrar as 19:30? Porque não 19:32, ou 19:38?

- Falando desse jeito... – Katie murmurou comendo mais uma batata frita. – Bom, eu entendi a parte do sem você. O que esse jantar significa?

- Com você. – respondeu simplesmente, tomando um gole do refrigerante. – Você passou o dia sem estar comigo, mas a noite comigo. Para provar que você está melhor estando comigo, do que sem estar comigo.

- Legal. Agora eu estou oficialmente com dor de cabeça. – Katie disse meio divertida, comendo a ultima das suas batatas fritas e notando que as dele já haviam acabado a um bom tempo. Travis riu, olhando-a de uma forma meio estranha.

- Fala... Como foi passar um dia inteiro longe da minha maravilhosa pessoa? – perguntou se reclinado na cadeira com um sorriso totalmente convencido. Kay fez uma careta engraçada, sem conseguir acreditar na pergunta.

- Você sabe exatamente como foi. – resmungou entediada. – Eu solto um “desaparece” durante uma briga e a sua melhor ideia é realmente desaparecer. Você sabe o que é culpa, Stoll?

Travis riu abertamente dela, balançando a cabeça.

- Love you every day, girl/ Always on my mind/ One thing I can say, girl/ Love you all the time... – Cantarolou baixinho, balançando o pé esquerdo no ritmo certo da musica.

- Eight Days a Week ainda soa adequado? – ela perguntou sorrindo, e naturalmente fazendo com que ele sorrisse de volta.

Travis costumava pensar que havia algo estranho no sorriso de Katie. Por que, sempre que ela sorria, seu reflexo natural era sorrir de volta o mais rápido possível. E ainda ficava com aquela vontade de para o tempo e congelar para sempre naquele momento, só para que pudesse admira-lo para sempre.

- Alguns versos de Eight Days a Week sempre vão soar adequados. – Ele respondeu enigmático, abrindo com a ponta dos dedos a embalagem de papel do pequeno hambúrguer que ainda estava dentro da caixinha colorida.

Katie riu baixo sozinha, balançando a cabeça como se quisesse afastar algum pensamento.

- Você não acha engraçado como as coisas sempre dão errado para a gente?- perguntou quando notou o olhar confuso dele, com um brilho divertido passando rapidamente por aqueles olhos verde-planta.

- Não é pra tanto, Kay. – Travis negou com uma carranca, encarando-a descrente da afirmação.

- Claro que é! – Katie insistiu ainda com aquele brilho nos olhos, sem parecer se deixar abalar. – Vai ver que nós começamos pelo pé errado, quando nos encontramos aqui naquela noite de caça a bandeira.

- Como assim? Tudo se saiu perfeitamente bem. – ele disse, obviamente na defensiva.

- Ah, até parece. – Kay devolveu ironicamente, rindo dele. – Eu não fazia ideia de para onde estava indo, era no Maximo minha segunda semana aqui e resolveram que seria sensato me deixar pegar a bandeira e correr como louca. Ignorando a parte que eu não sabia para onde correr como louca.

- Melhor do que ficar parado numa margem qualquer do riacho porque havia brigado com Luke e acabar topando com uma garota desconhecida correndo como louca e escondendo a sua bandeira nas costas. – Travis completou se esquecendo completamente de que devia estar na defensiva daquela assunto, sorrindo divertido para ela do outro lado da mesa.

- Viu? – Kay forçou levantando uma sobrancelha e gesticulando com as mãos de um jeito cômico. – Quando eu te conheci já estava te odiando. Se a gente tivesse se encontrado na pavilhão, ou durante uma aula de esgrima, sei lá, teria sido completamente diferente.

- Teria sido completamente entediante, isso sim. – ele discordou com uma careta ao pensar no assunto. – Mas espera. Você me odiava tanto assim quando a gente se encontrou aqui?

- Odiar odiar não. Eu só te achei estremamente irritante, convencido, desagradável e metido assim de cara. – Ela respondeu tendo que parar para rir da expressão indgnada dele logo em seguida. – Você não me odiava?

- Não. – disse simplesmente. – Quer dizer, não assim tão imediatamente. – acrescentou quando notou a expressão duvidosa dela. – Não gostei de você, mas também não te odiei. Você parecia... Sei lá, diferente.

- Mesmo? – ela perguntou obviamente sem acreditar, sem esperar por uma resposta. – O ponto é que, as coisas sempre dão errado para nós dois. Ou você não lembra daquele pequeno episódio com a hidra no metro de Washington?

- Eu estava com absolutamente tudo sob cotrole. – Travis disse, agindo da mesma forma idiota que havia agido daquela vez.

- Se morrer estava dentro dos seus planos, com certeza. – Katie devolveu revirando os olhos para ele.

- Achei que íamos deixar aquilo exatamente onde havia acontecido. Além do mais, eu paguei minha dívida durante a batalha de Mahatan quando eu te ajudei com aquele Minotauro nada simpático. – ele comentou meio irritadiço. Kay corou levemente. Teve aquele beijo no meio da história. O beijo era um dos detalhes que ela gostaria de esquecer. – Lembra dos coelhinhos de chocolate?

- Como não lembrar? – ela perguntou de volta, se estremecendo levemente com a lembrança. – Eu passei a te odiar muito mais depois daquilo. De fato, você jamais foi tão odiado. Se bem que... Aquela coisa da água oxigenada chegou perto.

- Eu estava absolutamente certo, pelo menos. Você fica bem melhor morena.

Katie soltou mais uma careta engraçada.

- Ou aquela outra vez em que Connor achou que seria absolutamente oportuno prender nossas mãos com algemas durante uma briga. – ela relembrou rindo levemente.

- Acho que nós ainda devemos a David um grande favor por ter tirado aquelas coisas.

- Você só pode estar brincando! – exclamou indignada. –Ele me deve um grande favor. Metal separa quando você esquenta com um maçarico, mas esquenta totalmente. Eu ainda tenho aquela maldita cicatriz no meu pulso esquerdo.

- Teve aquela vez do treinamento de ataque com os monstros. – ele lembrou sorrindo de lado.

- Tirando o fato que você esqueceu a coisa ser um treinamento. – Katie resmungou irritadiça. – Você quase morreu ali bem na minha frente, Stoll. Não precisava ter virado um estúpido escudo humano.

- Como não? – devolveu levemente indignado com a afirmação. – Ninguém sabia que era um treinamento. Eu não ia aguentar te ver machucada.

- Acho que já conversamos sobre isso... – ela murmurou como se estivesse lhe contando um grande segredo. – Mas te ver machucado machuca muito mais.

- Olhando pelo lado bom... Nós temos muitas memórias divertidas. – Travis comentou pensativo, sorrindo de uma forma meio sonhadora.

- Eu não chamaria tudo isso de divertido. – ela resmungou com uma expressão ilegível. – Lembra do que aconteceu no nosso primeiro encontro?

- As margaridas e os lírios? – ele disse olhando de soslaio para as margaridas da jarra de vidro em cima da mesa e estremecendo levemente. – Eu ainda lembro a sensação horrível daquela erva venenosa. Fiquei com a bendita coceira durante uma semana inteira.

Katie riu. É. Talvez aquelas lembranças fossem realmente muito divertidas.

- Ou vez que você atravessou cinco estados porque simplesmente precisava me ver.

- Essa é uma boa lembrança, nem vem. – ele afirmou apontando para ela como se a desafiasse a ousar discordar, mas apenas conseguindo fazer com que risse um pouco mais.

- Boa lembrança? – repetiu balançando a cabeça negativamente. – Eu estava morrendo de saudades. Te ver ali parado na frente de minha casa fez com que me sentisse totalmente paranoica, isso sim.

- Sei lá. – Travis admitiu dando de ombros e sorrindo de lado, daquele jeito totalmente seu. – Para mim praticamente absolutamente todas as lembranças que tenho com você são boas.

Eles sorriram um para o outro por cima da mesa, sem precisar de nem mais uma única palavra. Katie desviou os olhos distraidamente, meio envergonhada. Do que, não sabia. Mas isso não vem exatamente ao caso.

-Sabe... Eu nunca gostei muito do esquilo. – comentou pensativa, olhando fixamente para o bichinho marrom que segurava fortemente a noz como se sua vida dependesse disso.

- Por que não? – Travis devolveu num tom de voz esquisito, como se a afirmação fosse estatisticamente impossível. – Ele é o mais divertido da coisa toda.

- Sei lá... Essa coisa da noz me dá arrepios. – ela explicou vagamente, balançando o brinquedinho entre a ponta dos dedos. – Ele persegue, persegue e persegue a bendita noz com todas as suas forças, mas nunca a alcança. Ou, quando alcança, alguma coisa acontece e puf. A noz não está mais com ele, mas a uma distancia suficiente para que a perseguição continue.

- Espera... Você não gosta do esquilo... Porque sente dó dele? – ele deduziu num tom de voz estranho, tentando em vão entender o que exatamente ela queria dizer ali.

- Não, eu não sinto dele. – Katie negou dando de ombros. – Quer dizer, sinto. Mas não o odeio por causa disso. – acrescentou um pouco depois, pensativa. – Acho que eu o odeio porque me faz pensar que todo mundo tem uma noz. Alguma coisa que perseguimos com todas as nossa forças, mas que mesmo assim continua escapando por entre nosso dedos. – sorriu fracamente, girando o esquilo entre os dedos. – Então... O que é a sua noz?

- Você. – Travis respondeu imediatamente, sem nem piscar. Era meio engraçado admitir aquilo, considerando que Katie escapava por entre os seus dedos exatamente como a noz, mas nada podia soar mais certo. – O que é a sua noz?

- Eu não posso te contar isso. – Katie disse se inclinando levemente para a frente e sorrindo de uma forma que só poderia contribuir para, na opinião de Travis, deixa-la ainda mais linda. – Se colocar em palavras, minha noz pode ouvir e escapar mais uma vez.

Travis sorriu, de uma forma tão sincera e honesta que seria impossível ignorar. Ele se inclinou para frente, assim como Katie, encurtando perigosamente a pequena distancia que havia entre eles que era aquela mesa de jardim.

Katie fechou os olhos. E, ali, quando estavam a poucos milímetros um do outro, com os lábios pairando no espaço numa oferta silenciosa já aceitada, uma sensação estranha a atingiu. Não sabia dizer o que era, apenas estava lá. Ela abriu minimamente os olhos, ouvindo quase que imediatamente o som de vidro se quebrando. Pulou para trás desajeitada, derrubando a cadeira e transformando aqueles milímetros em quase metros, em quanto arregalava os olhos para as labaredas, surpresa demais para toda qualquer reação possível. Bom, menos uma reação.

- FOGO!



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Notas finais do capítulo

Hã... Que tal não matar a autora?
Ela é uma fofa!
Não dá para machucar gente fofa.
(hahaha)
O capitulo ficou maior do que eu pensei, mas whatever.
Não esqueçam dos reviews!
Eu juro que o próximo capitulo vai ser bem... Surpreendente.
Beijos,
Jojo