Seven Days a Week escrita por Jojo Almeida


Capítulo 12
Wednesday Stuck


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey, hey Honeys!
É, eu voltei. Sintam medo, hahahah.
Capitulo para começar o feriado com o pé direito, que tal? Hahahaa.
Vou dedicar a todos que deixaram reviews nos últimos capítulos. Comecei a tentar responder todos, juro, mas é totalmente impossível! Meu tempo é curto de mais, só que um dia eu chego lá.
Enfim, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/148362/chapter/12

                - Vamos logo com isso, Kay. – Travis resmungou impacientemente do lado de fora do chalé número quatro, fazendo com que a garota revirasse os olhos antes de finalmente terminar o rabo alto que estava fazendo e fechar a porta do armário que continha o espelho.

                Ela andou até a varanda calmamente, fechando a porta atrás de si ao passar e sem conseguir evitar rir dele e sua careta de bravo. Ainda mal conseguia acreditar que conseguira acordar assim tão cedo. Quer dizer, devia ser a primeira vez na semana inteira que se levantara exatamente no horário que devia, nem mais nem menos. Tivera até tempo de tomar café calmamente e conversar com Rob antes de encontrar Travis e resolver voltar até seu chalé para terminar de se arrumar para a manhã de castigo nos estábulos. O que, verdadeiramente falando, era totalmente incrível dentro de seus padrões usuais.

                - Que pressa é essa? – Katie perguntou divertida, sorrindo meio de lado ao começar a andar ao seu lado em direção aos estábulos.  Travis bufou.

                - Você vai... Vestida desse jeito? – ele perguntou parando de andar a sua frente e erguendo uma sobrancelha para ela ao analisa-la dos pés a cabeça. A filha de Demeter revirou os olhos de novo. Deuses, qual era o problema dele hoje afinal? Em sua opinião, o que usava não era nada de mais.

                Mesmo assim, seguiu a gesto dele. Estava com um short jeans escuro bem curto, uma camiseta do acampamento meio curta graças a Juliet que a cortara a uns meses atrás para diminuir a barra e sandálias prateadas do tipo grega. Nada de mais.

                - Vou. – afirmou dando de ombros e empinando levemente o nariz, irritadiça. – Algo contra, mau-humorado?

                - Katie... Você sabe que nós estamos indo limpar os estábulos, não sabe? – Travis perguntou voltando a andar ao seu lado. Katie sorriu de lado de novo, parecendo levemente maliciosa. O que Travis não compreendia ainda, era se tinha medo ou se gostava desse sorriso.

                - Sei. – ela respondeu simplesmente, sem deixar de sorrir.

                Os dois fizeram a curva na cabine 16, e passaram pela arena ainda sem dizer uma palavra. Quando chegaram no estábulo, encontraram um Quiron aparentemente feliz por não terem atrasado . O centauro passou as instruções simples de sempre, que Katie nem se preocupou de ouvir, e depois se afastou a trote resmungando algo sobre aula de arco e flecha e uma missão.

                Travis entrou nos estábulos, sendo seguido por Kay logo em seguida. Ele parou logo depois da grande porta de madeira que ficava aberta, parecendo pensativo ao olhar ao redor. Foi até um canto mais distante, pegando uma espécie de pá em forma de tridente e rodando-a na mão esquerda ao andar em direção ao um grande monte de feno. Katie nem se incomodou de segui-lo. Apenas foi até uma pequena cerca que havia próximo ao monte de feno e se acomodou em cima da cerca, se apoiando numa viga de madeira e cruzando as pernas em quanto tirava uma lixa de unha do bolso de trás do short.

                - Certo. – Travis disse com uma calma forçada, parecendo ter que calcular suas palavras. Ele apoiou o tridente no chão, arregaçando as mangas da camisa azul marinho que usava até os cotovelos. – O que você está fazendo?

                - Arrumando minhas unhas. - Katie responde dando de ombros, sem tirar a atenção de sua mão. – Tracy disse algo sobre me matar se elas não estivessem em uma condição descente. E, acredite, ela pode não ser nada agradável para uma filha de Afrodite quando quer.

                - Katie, quando dizem que temos de limpar os estábulos como castigo, nós realmente temos que limpar os estábulos como castigo. – Travis disse no mesmo tom estranho de antes.

                - Eu não fiz nada de errado. – ela afirmou distraidamente, como se o fato de ter feito ou não alguma coisa errada não lhe importasse nem um pouco.

                - Você quebrou tantas regras quanto eu. – o Stoll resmungou irritadiço.

                - Claro que não. – Kay contrapôs com um sorriso que era, sem sombra de dúvida, cem por cento malicioso. – Eu não chamaria ser sequestrada por um filho de Hermes para um shopping no subúrbio de Montauk através do teletransporte de quebrar regras.

                Connor revirou o caderno de Marie nas mãos mais uma vez. E de novo. E de novo. E de novo.

                Deuses, porque tinha de ser tão difícil? Era para ser uma escolha relativamente fácil... Não era? Ler ou não ler. Ponto. Não tinha nenhum mistério, nenhuma grande mensagem escondida nas entrelinhas. Ou ele lia e sabia o que ela estava escondendo. Ou não lia e não sabia de nada. Simples assim. Por que tinha de ser tão difícil?

                Colocou o caderno de novo na gaveta de sua cabeceira bruscamente, irritado por não conseguir decidir. Saiu do chalé número onze em passos duros e ritmados, fechando a porta atrás de si ao passar. Só quando chegou na varanda, percebeu que não sabia para onde ir. Certo, tinham as tarefas daquela manhã. Mas não sabia quais eram e, se parasse para pensar sobre isso, não ligava nem um pouco para elas. Ah, e também tinha “o plano” de Travis. Quanto mais pensava sobre esse, mais dor de cabeça tinha. O que não faria muita diferença já que, agora, o desenvolvimento do “o plano” não dependia muito da sua participação. Não, só teria que se preocupar com ele de novo no dia seguinte. E, além do mais, sua mente estava preocupada demais com certa filha de Atena cheia de enigmas para se concentrar em qualquer coisa de qualquer natureza.

                Começou a ir em direção aos bosques. Não precisava de um por que, apenas sabia que acabaria ali de uma forma ou de outra. Está só acelerando o processo, digamos assim. Já tinha passado em linha reta até mesmo pelo chalé número 13, quando viu Marie andando de um lado para o outro.

                Ela parecia preocupada. Bem preocupada. Obviamente, estava procurando por se caderno. O estranho, é que o caderno devia ser tão importante a ela que a garota parecia ter esquecido completamente que não devia andar por aí no sol forte de uma manhã de verão no acampamento. Claro, seu rosto estava coberto por uma camada grossa de creme branco, que Connor imaginou se filtro solar, e ela usava um casaco de malha cinza escuro, como se não se importasse com  o calor.

                Vê-la ali, procurando, fez com que Connor se sentisse ainda mais culpado.  Talvez não devesse ter pegado o diário. Talvez devesse ter deixado ele na grama exatamente como estava quando caiu. Marie o acharia mais tarde... Certo?

‘              - HEY! – ele chamou se virando na direção que ela estava. – MARIE!

                - Ah, hey Connor. – a filha de Athena cumprimentou quando ele parou ao seu lado, ficando muito corada por de baixo de toda aquela camada de creme. Agora que olhava mais de perto, era até meio engraçado como o creme tinha quase a mesma cor da pele dela. Connor sorriu timidamente, sem saber o que falar pela primeira vez.

                - Está tudo bem? – ele perguntou descontraidamente, como se sua mente nem estivesse gritando em alto e bom som para ele “AH, CLARO QUE NÃO ESTÁ BEM, IDIOTA! ELA NÃO ESTÁ BEM E A CULPA É INTEIRAMENTE SUA!”.

                - Está. – Marie mentiu corando ainda mais ao desviar os olhos para o chão.

                - Tem certeza? – Connor forçou, sem saber exatamente o porquê de estar fazendo isso. “DEUSES, VOCÊ AINDA QUER QUE A GAROTA ADIMITA? QUAL É SEU PROBLEMA?” – Você parece preocupada...

                - Eu perdi... Uma coisa. – A garota admitiu com o tom de voz levemente mais baixo, corando mais e mais a cada palavra, até a raiz de seus cabelos se tingirem daquele tom vermelho vivo. – Uma coisa importante. Muito importante.

                - Eu sou bom em achar coisas. – ele disse parecendo pensativo, finalmente colocando seus pensamentos no modo desligado. Tinha um plano. – Posso te ajudar. Se quiser, claro.

                - Ah, não. – Marie o impediu fortemente, quase que de imediato. Deixando bem claro que não queria que Connor achasse o caderno antes dela e o lesse. Ou isso ou... Bom, vai ver Marie era meio metida a durona. E, na opinião dele, a primeira opção soava muita mais... Possível. – Não precisa. Eu vou achar num instante.

                - Se você insiste. – Connor deu de ombros. – Me procure se mudar de ideia, okay? Vou ficar atento a... Qualquer coisa importante.

                Ele começou a se afastar. Já estava no terceiro passo, talvez no quarto, quando ela o impediu.

                - Hun, Connor... Como vai Ashley? – a garota perguntou afastando uma mecha do cabelo loiro-quase-branco do rosto. Ela corou ainda mais. Connor tinha a impressão de que ela sabia a verdade, só que queria ouvir dele.  Precisou pensar um pouco para achar as palavras certas e, em quanto isso, Marie pareceu se sentir mais e mais culpada por ter perguntado. Quase tanto quanto ele por ter roubado o caderno.

                - Você... Se lembra de quando ela saiu em uma missão no ano passado e não me deixou ir com ela, certo? – Marie assentiu, desviando os olhos para o chão e parecendo desconfortável. Ele sorriu fracamente. – Ashley nunca voltou.

                - Ah, Connor. – Marie suspirou. – Sinto muito. Queria poder te ajudar. – ela disse exatamente o que todos disseram a Connor quando... Bom, quando repararam que Ashley não voltaria. Nunca. O estranho era que, Marie já ajudava mais do que ela imaginava. – Eu te fiz uma pergunta difícil. Por que você não me faz uma pergunta difícil?

                Connor riu baixo, sem graça. O que perguntaria? Precisou pensar durante um momento antes de respondê-la.

                - Por que você estava chorando ontem? – perguntou finalmente.

                - Não é justo. – Marie respondeu baixinho, com um sorriso fraco. A cor de seu rosto estava voltando ao normal, mas a garota parecia tão sem graça quanto antes. – Você não pode me perguntar uma coisa para a qual já sabe a resposta.

                Connor abriu e fechou a boca varias vezes seguidas, sem conseguir achar as palavras. Não importa, porque achado-as ou não, Marie desaparecera rapidamente depois de proferir as ultimas palavras, deixando-o sozinho com seu cada vez mais deliciosa perfume cítrico, aquela sensação de que ela tinha mais talento para desaparecer do que imaginava e um zilhão de pensamentos passando em um turbilhão pela mente de Connor, que não sabia sequer o que pensar.

                Marie também deixara outra opção para ele. A opção de ir até o bosque, deixar o caderno onde estava antes para que ela o encontrasse, e fingir que nada tinha acontecido.

                Só que, se parasse para pensar sobre isso, Connor sabia que três opções não eram nada melhores do que duas.  Porque, verdadeiramente falando, ele tinha a impressão que nunca conseguiria descobrir o que escolher.

                - Certo, dá para você me ajudar? – Travis perguntou irritado, passando a mão pesa testa. Ele estava começando a ficar levemente vermelho pelo esforço, se você quer saber. Já tinha removido o feno sujo e já começara a demorada tarefa de repô-lo pelo limpo.

                - Nada disso, meliante. – Katie negou com um tom de voz engraçado, balançando lixa de unha entre os dedos. Ela havia ficado satisfeita com seus resultados mais ou menos ao mesmo tempo que ele terminou de tirar metade do feno sujo e, desde de então, estava só lá, sentada, observando-o trabalhar e negando seus pedidos em quanto parecia meio perdida em seus pensamentos.

                - Vamos, Kay. - Ele pediu ficando o tridente no chão, andando até ela e apoiando-se na cerca ao seu lado. – Iríamos sair daqui duas vezes mais rápido.

                - É. – a garota deu de ombros, indiferente. – E eu ficaria duas vezes mais cansada.

                - Deuses. – Travis resmungou, cruzando os braços. – E eu ainda achava que você era filha de Demeter, não de Afrodite.

                Katie riu. Em seguida, fez com que uma fina trepadeira crescesse do chão e se enrolasse na cerca, como se quisesse provar a ele o contrário. Travis sorriu de lado, sem conseguir evitar. Era estranho como Katie o chamava de imprevisível quando ela conseguia ser tão igual a ele quando queria.

                - Nah. – ela disse brincalhona, fazendo com que a trepadeira se enroscasse até o chão calmamente e sumisse de vista. – Filhas de Afrodite preferem fazer rosas crescerem a trepadeiras quando querem fazer qualquer coisa crescer.

                - Bem lembrado, florzinha. – Travis provocou, pegando o tridente de novo e voltando ao trabalho. Já tinha movido quase um terço da pilha quando mudou de ideia. – Certo. – ele disse com um tom de voz  engraçado, brandindo o tridente na direção de Kay ameaçadoramente. – Você vai vir aqui agora mesmo, moçinha.

                - E se eu não quiser? – Katie desfiou, rindo baixinho antes que conseguisse evitar.

                - Querer não é mais uma opção. – Travis respondeu, no mesmo tom de voz estranho que, agora que Katie pensava sobre isso, devia ser amedrontador. Mas era engraçado de mais para ser amedrontador. – Querer deixou de ser uma opção há muito e muito tempo.

                - Quanto tempo? – ela perguntou, se fazendo de assustada só de brincadeira.

                - Mais ou menos desde que você foi capturada e ficou presa aqui comigo. – ele disse imitando o que devia ser uma risada maligna logo em seguida, mas falhando tão abertamente que talvez nem mesmo um grilo se assustasse com ele.

                Travis arregaçou ainda mais as mangas, fincando o tridente de cabeça para baixo no chão e andando na direção dela. Kay não teve nem tempo de pensar antes dele agarra-la pela cintura como se não pesasse mais que uma pena e colocasse sobre o ombro, daquele jeito irritante que lembra uma moçinha em perigo sendo capturada. Ela riu, pensando em como deviam realmente deviam ser uma tragédia. Quer dizer, sequer conseguiam ficar de castigo juntos.

                - Me solta! – exigiu por entre as risadas, mal tendo ar para conseguir falar isso. Travis negou com a cabeça.

                - Nada disso. A senhorita foi malvada. Muito malvada. – ele negou, parecendo ter que usar todas as suas forças para conseguir falar qualquer coisa sem começar a rir tanto quanto ela. Depois começou a girar. E girar, girar e girar. Ele girava cada vez mais rápido, deixando Kay cada vez mais e mais tonta. Estava com os braços abertos em busca de equilíbrio, mas não fazia lá muita diferença. Girava tão e tão rápido que o estábulo agora não passava de uma grande massa multicolorida dançando na frente dos olhos deles.

                - Stoll! – Katie ralhou sem estar verdadeiramente irritada. Estava rindo tanto que, se estivesse irritada, seria contraditório demais. Batia os punhos fechados nas costas dele, que ria abertamente a cada soco seu.

                - Gardner! – Travis devolveu divertido, quase incompreensível pelas risadas.  Ele cabaleou levemente para a esquerda, tão levemente que não teria feito mal algum se não estivesse rodando a tanto tempo e segurando Katie sobre o ombros. Também ajudaria se, nesse mínimo cambalear, ele não tivesse se chocado contra o tridente fincado no chão e ficado tempo demais tentando descobrir o que acontecera.

                Os dois caíram no monte de feno (o limpo, graças aos deuses.) com um pesado e sonoro puf que foi logo abafado pelas risadas deles. Katie saiu da vergonhosa posição que estava, literalmente, em cima de Travis (por que ela sempre acabava assim quando eles caiam?) arfando em busca de ar. Não conseguia parar de rir. Quer dizer, nenhum dos dois conseguia. Kay sabia que devia estar completamente amarrotada naquele momento, e vermelha de tanto rir. De fato, ela estava. Assim como Travis. O pensamento estranho era que, se encontrassem os dois assim jogados numa pilha de feno e todos amarrotados, morrendo de rir, talvez não achassem que estavam  rindo.

                Ela afastou um pouco do cabelo do rosto com um sopro, tentando normalizar sua respiração. Não sabia porque, mas tudo que conseguia pensar era sobre como as coisas eram mais fáceis quando estava com Travis. Os problemas ficavam menores e menos significantes, ao mesmo tempo que coisas bobas pareciam ter toda a importância. Aquele jeito que ele tinha de transformar tudo em uma possibilidade... Era incrível. Fazia com que ela imaginasse o que seria de si sem ele. E nunca gostava do que imaginava.

                - Eu fui tão malvada assim? – Katie perguntou brincalhona, assim que notou que sua respiração tinha voltado ao normal o suficiente para que ela conseguisse formular uma frase.

                - Ah, não. – Travis respondeu rindo baixo, e arfando sonoramente em seguida. – Muito mais.

                Ficaram em silêncio. Não um tenso, ou desconfortável. Aquele silencio calmo que Travis gostava de acreditar que poucas pessoas um dia desfrutaram de um igual. Era o tipo de silêncio acolhedor, entrecortado somente pelas respirações levemente ofegantes dos dois. Poderia ter durado para sempre, e nenhum deles sequer se incomodaria com o fato. Desde que estivesse juntos.

                - Katie. – ele disse depois de um tempo, parecendo olhar além dela e do feno. – Não olha agora, mas Blackjack está rindo de nós.

                - Ele o que? – Kay repetiu rindo, enquanto se apoiava nos cotovelos para averiguar. Blackjack, o imponente pegasus preto de Percy, parecia realmente estar rindo dos dois. Ele soltava uns relinchos baixos de sua repartição, olhando para ele como se dissesse “Eu vi isso!”. A parte estranha, é que a probabilidade dele estar dizendo isso a eles era incrivelmente alta.

                - É feio rir dos outros, Blackjack. – Travis ralhou semicerrando os olhos para o cavalo alado, apesar de estar parecendo brincalhão de mais para que soasse como uma repreensão. Katie riu, observando em quanto Blackjack abaixava a cabeça e mirava longamente o chão, parecendo culpado.

                - Coitado, Travis! – ela comentou em solidariedade, rolando no feno para poder encarar o filho de Hermes aos seu lado. – Peça desculpas, vai.

                - Eu não vou pedir desculpas a um cavalo. – ele discordou como se achasse a ideia absurda. De sua repartição, Blackjack levantou a cabeça apenas para encara-lo raivosamente pelo “cavalo”. – Pagasus. – corrigiu-se.

                - Ah, você vai sim. – Kay balançou a cabeça negativamente, sorrindo daquela forma maliciosa que chegava até dar calafrios em Travis de novo. Ela sabia todos os pontos fracos dele. Todo, e mais alguns que não era nada legal alguém usar em sã consciência contra ele. E alguns que eram vergonhosos demais para serem comentados em voz alta. De qualquer jeito, ela apelou para um dos pontos mais fracos de Travis. Suas cócegas. Ele sentia muita, mas muita, cócegas. O que era bem engraçado. –Peça desculpas a Blackjack!

                Travis se contorceu, tentando segurá-la pelos pulsos e já vermelho de tanto rir. Katie continuou a fazer cócegas no indefeso Filho de Hermes, que ficava cada vez mais e mais sem ar. Ela continuava ordenando que ele pedisse desculpas, e ele continuava usando o ar que ainda tinha para responder um “Não!” no meio das risadas histéricas. No fim das contas, Travis tinha dado em jeito de imobilizar Katie ao ficar em cima dela e segurar seus dois pulsos contra o feno, mas nenhum dos dois conseguia parar de rir.

                - Hey. – Travis disse depois de um tempo, ainda rindo levemente. Kay já havia desistido de lutar contra ele para se soltar, e começado a lutar contra si mesma para parar de rir. Estava quase ganhando essa batalha.

                - O que? – perguntou com a voz fraca, sorrindo de uma forma engraçada.

                - Tem feno no seu cabelo. – ele afirmou sorrindo de lado, quase que ironicamente. Katie revirou os olhos, sem conseguir deixar de sorrir.

                - Esse é o seu jeito de dizer que eu estou um horror?

                - Não. – o sorriso se alargou. – Esse é o meu jeito de dizer que você fica linda até mesmo com feno no cabelo.

                Ela o fitou longamente, como se desejasse gravar todos os detalhes daquele momento na memória para jamais se esquecer de como tinha realmente acontecido. Os dois estavam no meio do feno, com as roupas em estado precário,  com feno se agarrando em seus cabelos e sorrindo como idiotas um para o outro. Não era exatamente nada lá muito romântico, mas, para Kay, era perfeito.

                - KATIE! – a voz de Tracy chamou por ela, do lado de fora dos estábulos, mas  aparentemente bem perto deles. Travis saiu de cima de Katie rapidamente, liberando-a por reflexo, ao mesmo tempo em que Tracy e Dana entravam pelas grandes portas de madeira.

                - Finalmente te achamos, menina. – Dana comentou revirando os olhos e apontando para Tracy em seguida. – Essa aí já estava quase me matando.

                - Deuses, você está um horror! – Tracy se lamentou quando Travis ajudou Katie a se levantar e ela ficou de pé ao seu lado. – Agradeça por eu ter resolvido começar mais cedo.

                - Começar... O que? – o filho de Hermes perguntou confuso, coçando a cabeça desleixadamente e fazendo com que um bocado de feno se desprendesse de seu cabelo sem que ele sequer notasse.

                - A arruma-la para festa, oras.  – Dana esclareceu revirando os olhos de novo, em quanto prendia o cabelo em um rabo alto. – Sinto informar, mais Katie é tão inútil que é possível que se a gente não fizesse isso ela não saberia fazer sozinha.

                - Que festa? – ele perguntou novamente confuso. Não se lembrava de nenhuma festa que teria no acampamento, o que era bem estranho.

                - A da Victorie. – Tracy respondeu sem realmente esclarecer coisa alguma. Ela deu de ombros, espanando um pouco de feno do ombro de Katie e olhando-a de forma reprendedora, como se dissesse “Se vocês dois tinham que rolar em algum lugar, porque não faziam isso bem longe do feno?”. Katie sorriu,  meio sem graça.

                - Vamos logo. – Dana exigiu enxotando-as para fora do celeiro,  em quanto Tracy tagarelava algo sobre vestidos e mascaras que Travis não entendeu muito bem.

                As três semideusas desapareceram  ao virar a esquerda na porta do celeiro, deixando-o sozinho. Travis não sabia (ainda) de que festa elas estava falando, mas com certeza ia descobrir. E bolar um plano. Ah, sim. Ele iria bolar o plano quase perfeito para estar nessa festa, junto com Katie.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, meu Deus.
Por favor, não me matem.
Eu sei que não resolvi nada no quesito Connor/Marie, mas tudo vai fazer sentido depois.
Matar é maldade!
E, se vocês me matarem, não dá para saber o próximo capitulo... Certo?
Hun, okay.
Reviews,recomendações...
Estamos aceitando de tudo por aqui, viu?
Hahaha.
Beijos,
Jojo