Giuliet Volturi - Dark Side Of The Earth escrita por G_bookreader


Capítulo 34
Poderes




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/148283/chapter/34

Eu corria, ansiosa e, ao mesmo tempo, sem querer realmente chegar ao meu destino. Era como se o vento e a chuva fina que voltava a cair me empurrassem para frente, mas, ao mesmo tempo, me impedissem de avançar. Meu corpo, a cada passo, ficava mais elétrico e eu não sabia se conseguiria voltar a ficar parada algum dia. E, com isso tudo, devo ter demorado uns vinte minutos para chegar.

Lá estava a clareira, exatamente como Andreas colocara no papel. O chão coberto de uma vegetação baixa encharcado da chuva, árvores de troncos grossos ao redor e diversas samambaias. Só faltava um ponto em questão. Jason. Comecei a entrar, sem querer ir para o centro da clareira com medo que algo pudesse simplesmente pular em cima de mim. Sim, eu estava com medo, muito. Não de Jason, não da luta. Mas eu tinha medo de perder. Eu sabia que se, por um instante que fosse, eu desviasse minha atenção ou tomasse uma decisão equivocada, seria o fim.

-Então o garoto é bom de recados. – Ouvi a voz conhecida ao meu lado direito e me virei automaticamente. Jason estava recostado em uma árvore, metros à frente. – Pelo visto ele consegue mesmo prever as coisas. – Não falei nada, só o encarei e ele começou a andar na minha direção, parando para andar para o lado um pouco depois. – E pelo visto você é boa em entender mensagem. Não achei que você fosse vir sozinha, realmente.

-Isso é entre nós dois. – Respondi mecanicamente.

-Também acho. Aqueles incompetentes não iam conseguir fazer o serviço, é difícil te matar. – Ele disse, tranqüilamente, dando de ombros.

-Aqueles incompetentes estão lutando por você. – Eu esperava um pouco mais de expectativa, ou orgulho, ou um pouco mais de qualquer coisa. Eles estavam indo morrer por ele, não estavam?

-Eu sei, mas eu estava precisando me livrar de alguns mesmo. – Ele deu de ombros novamente e o encarei sem saber que emoção sentir. – O que? Acha que sou frio? – Ele deu uma risada debochada. – Dizem que você se parece comigo, mas existe uma grande diferença entre nós dois. Eu não sofro. Se algum dos meus morrer lá, não fará a mínima diferença para mim. Mas e se um dos seus morrer? Vocês vivem como uma família certo? Você os ama. Sabe, uns anos atrás eu achei que você tinha aprendido com a morte do italiano. Sério, achei mesmo. Você andou se divertindo depois daquilo assassinando umas criancinhas para relaxar. – Deixei que ele falasse, não permitindo que minha raiva me dominasse. Minha vontade real era dividi-lo em pedaços incontáveis, mas eu tinha que manter a calma. Ainda não era o momento. – Mas não, o tempo passou e você voltou para a estupidez. Então veio aquela garota híbrida e eu achei que você ia fazer o certo, criá-la como uma vampira, ensinando-a a suprir os defeitos que ela tem por ser metade humana. – Defeitos por ser metade humana? Não era Beta que tinha defeitos aqui. – Mas não, criou-a como se fosse sua filha, como se ela fosse uma humana. E agora deve ter saído totalmente do caminho com a volta daquele cara, que é outro idiota super sensível.

-Talvez por isso que minha irmã, sem nunca ter me visto enquanto vampira, correu para o meu lado assim que pode se livrar de você. E ainda trouxe de quebra um filho seu, híbrido, que você deve ter tentado criar dessa forma.

-Elisabeth é outra fraca. Nunca entendeu os meus propósitos e se virou para você, como eu sempre soube que faria. Em se tratando dela, eu não tinha a menor chance.

-Poderia ser, se alguma vez houvesse tentado ser um pai para ela. Se alguma vez houvesse tentado ser algo bom para alguém. Mas você nunca foi muito bom em conquistar lealdade, sempre preferiu o medo. As pessoas estão sempre fugindo de você. Lizzie fugiu de você, levando Jones, Benjamin fugiu de você. – O encarei, por um momento deixando meu ódio se mostrar. – Eu fugi de você. – Ele não falou nada, só me encarou com tédio. – Jason, seja sincero comigo. Algum dia, alguma vez, você amou alguém? Qualquer pessoa? Meus avós, minha mãe, alguma das mulheres que você levou para a cama para ter aqueles filhos? Você já se importou realmente com alguma coisa.

-Essa conversa é tão filmezinho adolescente, poupe-me disso. – Dei de ombros, realmente desistindo daquela conversa.

-Tudo bem, então. Como você quer resolver isso? – Perguntei, cruzando os braços.

-Da única maneira possível, a não ser que você queira me entregar o mundo agora.

Sei a ele um sorriso sem humor e lancei meu poder, fazendo com que a névoa crescesse por trás dele. Havia um olhar estranho em seu rosto e, quando a névoa o tocou ele sorriu novamente. Havia uma coisa que me perturbava no seu modo de agir. Ele não demonstrava loucura, tudo era feito de forma sã. E, quando nada aconteceu quando ele foi tocado, eu sabia que algo estava totalmente errado. Olhei confusa para ele e ele deu de ombros, debochado.

-Então, quando duas pessoas tem o mesmo poder, são automaticamente imune umas as outras.

-Você...

-Sim, eu não apago todos os sentidos, mas eu faço um bom trabalho com a visão. Eu não posso te cegar e você não pode me apagar. – Ele começou a andar calmamente na minha direção, como se estivesse caminhando no shopping. Fiquei parada, imóvel, esperando a menor reação. Ele se aproximou e começou a andar ao meu redor. – Eu disse que não éramos tão diferentes assim. Você até tem os meus olhos. – Ele riu na última frase e eu continuei sem me mover.

Em certo momento ele se aproximou mais um pouco, seus braços passaram perto o suficiente do meu lado direito. Segurei seu pulso e tentei pular para trás de seu corpo, buscando uma torção rápida, mas ele estava preparado e jogou o corpo para trás, me impedindo de avançar. Eu havia ficado como uma idiota na frente dele, segurando seu braço e ele não perdeu tempo, encurtando a distância entre nós e jogou seu peso sobre o meu, me desequilibrando para trás. Não cheguei a cair, mas no instante seguinte ele tinha uma mão em meu pescoço, me pressionando para o chão. Tendo menos força, minha coluna cedeu e eu caí no chão, ficando presa pelo pescoço.

-Até onde me lembro, eu te dei educação. – Ele disse, calmamente, com o rosto muito próximo ao meu.

Levei minhas mãos aos seus dedos, usando um pouco de força e levando-os para trás, torcendo. Ele podia ser forte, mas seu corpo, como de todo vampiro, também tinha defeitos. Empurrando a ponta dos dedos para trás, consegui libertar meu pescoço e, com uma guinada, joguei meu corpo para a esquerda, saindo de debaixo dele. Ainda perto, dei um soco em seu rosto que ele, por muito pouco, não conseguiu defender e, com a força do impacto, rolou um pouco para o lado. Conseguiu se levantar rápido, se recompondo. Não tinha mais aquele sorriso no rosto, o que me deixou um pouco confiante. Ele voltou a avançar, tentando aplicar uma rasteira, mas desviei facilmente com uma evasiva para a direita. Ele ainda estava perto, então aproveitei sua trajetória para, com um chute, fazê-lo ir mais longe ainda. Funcionou e ele foi parar batendo de frente com uma árvore. Ele tratou logo de se levantar, mas, pelo modo como o fez, meio que curvado para frente, havia doído. Ele veio novamente, mas não ficou muito claro o que ia fazer, então fiquei parada até que se definisse. Foi apenas uma ridícula tentativa de seqüências de soco, que comecei me defendendo muito bem. Mas ele começou a ser mais rápido do que o normal e, aos poucos, fui sentindo dificuldade, mas, de certa forma, conseguindo de qualquer forma. Ele conseguiu acertar um na boca do estômago, mas eu consegui segurar a dor. O mais difícil de tudo era segurar o impacto, mas eu, com certa força de vontade, fiz isso bem. O problema que mais deles começaram a passar, acrescentando confiança na moral de Jason. Quando um acertou meu rosto e meu corpo, automaticamente, virou de lado, ele aplicou outra rasteira, dessa vez mais simples e mais bem sucedida, me derrubando de novo. Já ia me prender novamente no chão quando, rolando, fui para o lado e me levantei a tempo de pegar seu rosto ainda abaixado. Chutando eu rosto ele caiu de costas, como eu havia caído a pouco tempo. Não tentei avançar, sabia que ele estaria esperando por isso. Ele se levantou e ficou parado, esperando algo.

Estávamos os dois imundos de lama. A chuva apertava, nos limpando um pouco, mas ainda estávamos em um estado deplorável. Um trovão estourou, fazendo nossos ouvidos, com audição muito superior à humana, quase doerem. Ele aproveitou a distração e correu, mas não rápido o suficiente para que eu não o visse. Comecei a persegui-lo, mesmo estando totalmente receosa quanto a isso. Ele poderia estar me levando para um lugar que tivesse vantagem, certo? Mas eu não tinha exatamente muitas opções, por isso fui atrás dele. Eu podia perder em força, mas ele nunca me venceria em velocidade e agilidade. Enquanto ele corria, fui me aproximando aos poucos, cada passo mais perto. Quando achei que a distância estivesse suficientemente boa, tomei impulso em uma pedra e pulei em sua direção. Ele conseguiu ver a tempo, mudando de direção. Girei no ar e parei de pé metros à frente, retomando a perseguição. Eu começava a ter uma noção da direção que ele estava tomando, ele estava indo para os mesmos penhascos onde eu e Andreas havíamos conversado dias antes. O que ele queria lá? Era um penhasco, que tipo de vantagem ele ganharia nisso além do espaço limitado? Não questionei muito mais, mas sabia que, muito provavelmente, algo estava planejado.

Tentei dar o bote mais algumas vezes, mas ele desviou de todas, mostrando uma excelente percepção. Eu tinha que fazer algo para retardar essa percepção, eu só não sabia como. Como eu queria ter o meu poder por perto. Revisei tudo que Eleazar havia me ensinado, e Kratos antes dele. Apenas uma coisa me veio à mente. Eu quase podia ouvir a voz de Eleazar na minha mente.

“Quando dois poderes se anulam, por vezes, é possível reverter isso. Se sua mente for mais forte e mais bem preparada que a de seu adversário, você prevalecerá.”

Fazia sentido, nossos poderes se anularam. Mas não ajudava muito. Como eu poderia saber se minha mente era mais forte ou mais bem preparada? Pelas poucas informações que eu havia recebido a respeito da força física de Jason, ele também havia, de alguma forma, aprendido com Eleazar. E sempre fora muito mais empenhado em se tornar mais forte do que eu fui. E, além do mais, como que eu ia fazer meu poder prevalecer? Eu sabia utilizá-lo, não transformá-lo em um milagre.

Havíamos, depois de certo tempo, alcançando o penhasco. O mar estava excepcionalmente bravo, as ondas batiam violentas contra o paredão de pedra, somando seu estrondo ao dos trovões. Era uma cena verdadeiramente barulhenta, mas nada que abrandasse minha concentração. Jason ia pela borda e eu o seguia de perto. As pedras eram escorregadias e requeriam certo cuidado, mas ainda íamos mais rápido do que um humano seria capaz de acompanhar. Ele desacelerou, repentinamente, não me dando tempo para acompanhar sua queda de velocidade. Quando cheguei perto a ponto de quase bater, ele se virou e me empurrou para fora do penhasco. Tentei me segurar a ele, mas ele foi mais rápido, desviando dos meus braços. Desequilibrei e, por muito pouco não caí pedra abaixo, o que me atrasaria muito. Equilibrei o corpo parcialmente quando ele chegou e, com um chute, acabou com todas as tentativas de equilíbrio. Com o impulso para trás, meu pé saiu do penhasco e comecei a cair, com a barriga doendo pela pancada. Mas nem por um inferno que eu iria cair na água e ter que subir aquilo tudo de novo.

Agarrei-me no paredão, mais ou menos na metade dele, segurando-me através das irregularidades da rocha. Comecei a escalar de volta, praguejando. A chuva deixava a pedra instável e por vezes quase deslizei, mas consegui chegar ao topo novamente. Jason havia desaparecido. Ótimo.

Havia o rastro dele e tentei seguí-lo, mas com a minha falta de olfato a coisa se tornava impossível. Os cheiros do local, mais fortes pela água que caía, tornavam o trabalho ainda mais difícil. Porém, com força de vontade, consegui encontrar um fio de perfume e tentei seguí-lo. Ou Jason tinha tudo planejado perfeitamente ou era um grande de um covarde. Fugir ia facilitar em que a sua vida? E ele não era o todo poderoso?

Não tive exatamente muito tempo para refletir a respeito disso. Passei por debaixo de uma árvore, me afastando da beirada do penhasco e algo me acertou por cima, escondendo seus sons atrás dos sons do ambiente. Rolamos pelo chão e terminei por baixo, sem muitas chances de defesa. Ele pressionou o antebraço direito contra as minhas clavículas, impedindo que me movimentasse propriamente. Meu braço esquerdo ainda tinha certo movimento, então tentei fazer qualquer coisa com ele. Parece que isso deu uma boa ideia à ele, pois, com o braço livre, ele tentou deslocar o meu ombro.

Mas deslocar teria sido muito bom perto do que realmente aconteceu.

Meu ombro esquerdo era mais frágil que o direito desde que eu quase o perdi na noite que Andreas fora raptado. Talvez tenha sido pela minha negligência de me tratar direito, de me alimentar. Ele nunca mais foi o mesmo, mas nunca havia feito exatamente diferença, se não fosse pela cicatriz eu nem me lembraria disso. Mas meu ombro se abriu naquela hora, não tão violentamente como da primeira vez, mas no alto dele, chegando perto da axila. Não gritei na hora, no calor da luta, mas a dor irradiou e, por um momento, enxerguei tudo em vermelho. Uma parte do meu cérebro, porém, permaneceu funcionando o suficiente para que eu não me perdesse totalmente. Ao fazer isso, Jason havia abaixado a cabeça, aproximando-a do meu rosto. Instintivamente mordi seu pescoço, tentando liberar o máximo de veneno que eu conseguia. Ele grunhiu de dor e se levantou, se afastando e esfregando a mão na área onde eu havia mordido. Arrastei meu corpo para trás, tentando me afastar mais dele, mas a lama e a dor atrasavam meu movimento. Ele xingou mais um pouco e, depois da dor aliviar, ele soltou o pescoço. Havia ficado uma marca funda no lugar, mas infelizmente eu não havia conseguido arrancar nenhum pedaço. Então ele tinha o corpo inteiro dele e eu não tinha um braço, enquanto a dor me fazia sentir enjôo. Fogo ardia em seus olhos vermelhos e eu sabia que ele viria com toda a fúria que sentia.

Os poucos segundos que levariam para ele chegar até mim seriam como uma eternidade.

Enquanto ele avançava, rápido mas, de uma forma quase sobrenatural, ainda lento, foi como se tudo viesse a minha mente, como em filmes. Logo eu, que sempre debochei de quem dizia que a vida passava diante dos seus olhos antes da morte. Eu me vi criança, cuidando de Lizzie e tentando poupá-la dos castigos. Depois eu apostava corrida a cavalo com Benjamin, tentando ser mais desobediente o possível. Então Jason me obrigou a me casar e eu estava fugindo de casa. Fui transformada em vampira e eu quase que podia sentir a dor da lembrança, enquanto o veneno forçava passagem por entre minhas veias. Anos andando sozinha, aprendendo meu poder com Kratos. A Capital, a rebelião, os Volturi. Os cem anos mais felizes da minha vida. Andreas sendo morto e eu abandonando toda a minha humanidade, como única forma de sobrevivência. Eu me recompondo e meu clã chegando aos poucos, Matt, Anne, Gabi e Kronus. Forks e os lobos. Beta, ainda uma criança indefesa, com medo nos meus braços. O que eu senti quando ela me chamou de mãe pela primeira vez. Ameaças e Eleazar com seus ensinamentos. Jason vivo e tentando me matar. Andreas vivo e acabado, sendo jogado na minha frente como um saco de batatas. Lizzie, viva, crescida e vampira, me ajudando a resgatá-lo, assim como Fátima e Giacomo. Andreas se recuperando, nós nos aproximando de novo. A noite passada.

Tudo isso havia passado por mim em milésimos de segundo e soube que não era assim que iria acabar. Tudo que eu aprendi nos cinco séculos que vivi não poderiam ser jogados fora dessa forma. Jason não tinha o direito de vencer aquilo. As palavras de Eleazar preencheram novamente minha mente, agora fazendo todo o sentido do mundo.

“Quando dois poderes se anulam, por vezes, é possível reverter isso. Se sua mente for mais forte e mais bem preparada que a de seu adversário, você prevalecerá.”

Eu tinha a mente mais bem preparada, apenas pelo simples fato de que eu tinha pelo que lutar. Percebi que, se ele perdesse, não haveria ninguém que sequer se importasse verdadeiramente com isso. Ele havia sido sempre tão ruim, tão mortal para todos, que não construiu nada de verdadeiramente importante para si, apenas sua sede por poder. Sua mente não tinha em que se prender. A minha tinha coisas o suficiente para se basear.

Quando ele já quase chegava deixei que minha névoa o atingisse. Ele parou, por uns instantes, me olhando como se eu fosse idiota. Não prestei atenção, minha mente repassava todas as imagens que haviam vindo há pouco tempo. Eu tinha que me prender a elas. Fechei os olhos e me concentrei, consciente de que ele, muito em breve, voltaria de novo. Concentrada, consegui sentir o poder em casa parte do meu corpo, saindo para ir ao meu redor. Eu sempre havia visto a habilidade como uma parte secundária da minha existência, mas agora era como se fosse um terceiro braço. Eu sentia ficar mais forte, eu expandia sua energia.

Jason estava avançando novamente, mas não me importei com isso. Continuei, eu não tinha nada a perder. Eu podia sentir que ele estava muito perto, quase me tocando e tentei intensificar. Achei que não havia funcionado, até ouvir o baque surdo à minha frente.

Abri os olhos e Jason estava caído, os olhos abertos e sem foco, porém ainda vivos. Percebi que estava ofegando e minha cabeça doía, mas não parei de utilizar meu poder. A dor na cabeça era muito pequena perto da dor no ombro. Tentei me sentar e quase não consigo. Eu precisava terminar com aquilo, mas onde? Como eu ia queimar o corpo de Jason naquele terreno cheio de lama? Talvez em uma caverna no penhasco?

Eu não tinha ideia melhor do que isso. Enquanto caía tive a impressão de ver uma espécie de caverna, pequena, mas seca o suficiente. Mas aí tinha o problema número dois: como eu ia carregá-lo até lá? Utilizando muita força de vontade, me levantei e me aproximei dele, pensando nas possibilidades. Peguei-o por um dos braços e joguei seu corpo sobre meu ombro bom. O sobrepeso me deixou um pouco fora do equilíbrio, porém eu conseguiria agüentar. Andei devagar até a beirada do penhasco e, antes de descer, procurei pela caverna. Ainda estava lá, obviamente. Eu tinha que escalar e só tinha um braço para fazer isso. Considerando que Jason estava no braço bom, eu não tinha braço nenhum. Eu não estava nem um pouco contente com o que teria que fazer para ter o braço direito livre.

Xingando mentalmente, passei o corpo de Jason para o ombro esquerdo, me arrependendo logo depois. Foi como se a abertura do meu ombro gritasse, assim como eu havia acabado de fazer. Demorei um tempo me acostumando com a dor até começar a descer. Era muito difícil se equilibrar com um braço só segurando mas, com calma e aos poucos, fui me aproximando. Quando cheguei, praticamente arremessei nossos corpos para dentro.

Era apertado e não dava para ficar de pé, mas era o suficiente. Joguei-o para um pouco longe de mim e me recostei em um canto, parando um pouco e respirando fundo. A dor parecia irradiar, eu havia me esquecido de como era insuportável. Eu precisava fazer algum tipo de curativo, mas minhas reservas eram poucas. Decidi terminar com Jason primeiro.

Encarei-o de onde estava, vendo-o adormecido com toda aquela névoa dramática ao seu redor. Apesar de tudo, por alguns anos ele ainda foi o meu pai. Não que isso fosse mudar de alguma forma o que eu iria fazer em breve, mas ele ainda era meu pai, não era? Não deveria ter algo errado nessa situação? Quantas possíveis famílias a corrupção ainda iria destruir?

Arrastando-me, me aproximei de seu corpo enquanto buscava algo no bolso interno da blusa. Encontrei uma embalagem de plástico com o isqueiro dentro e, abrindo, verifiquei se estava seco. Para minha alegria, estava. Voltei-o para a embalagem plástica e para a blusa, chegando realmente em Jason. Comecei a dividir seu corpo, na minha mente transformando-o em um vampiro qualquer que tentou me matar. Quanto mais despedaçado ele ficava, mas simples era vê-lo assim. Lá fora a chuva parecia diminuir um pouco, mas estava longe de ser suave.

Quando terminei, peguei novamente o isqueiro e me afastei. Quando estava longe o suficiente, acendi e arremessei em seu corpo, que começou a queimar instantaneamente. A fumaça arroxeada subia e saía pela entrada e eu assistia as chamas arderem, eliminando-o sem volta. Encarei a chuva lá fora, sentindo que meu trabalho estava feito, mas não senti nenhum alívio com isso. Ainda havia uma batalha acontecendo lá fora.

Rasguei a parte de baixo da minha blusa, deixando minha barriga exposta e fiz uma espécie de corda com a tira arrancada. Agora era a pior parte. Toquei meu ombro esquerdo e, depois de respirar fundo, empurrei-o de volta para o lugar, grunhindo quando a dor se tornou impossível de agüentar. Virando-me de lado, pressionei o ombro contra a parede de pedra para que não cedesse e peguei a tira, enrolando-a ao meu redor e dando um nó. Quando soltei definitivamente o ombro, o resto de blusa suportou bem e eu estava bem amarrada. Agora era só esperar curar.

Fui até a beirada da caverna e, depois de um último olhar na direção da fogueira, comecei a escalar de volta. Subir foi bem mais difícil do que descer, mas eu acabei chegando lá em cima. Comecei a voltar pelo caminho que havia vindo, na esperança de encontrar a batalha ainda em andamento. A chuva começava a diminuir, bem aos poucos, e o chão estava muito molhado. Não consegui correr muito, doía demais, e em certos pontos tive que andar. Consegui chegar novamente na clareira e depois mudei a rota para o lugar que Anne havia combinado. Foram quilômetros difíceis de se vencer, a ansiedade parecia deixar o trajeto maior.

Quando estava me aproximando do local, ouvi um som de luta, um pouco fora da rota. Segui para lá, pelo menos alguém eu conseguiria encontrar de uma vez. Fui me aproximando silenciosamente do som, não querendo ser notada. Chegando cada vez mais perto, pude reparar que havia três pessoas na confusão, mas não falavam nada, portanto não podia identificá-las. Só fui reconhecê-las quando me aproximei.

Lizzie lutava com um vampiro alto, magro e de cabelos negros. Aparentemente a luta estava equilibrada, mas havia mais um detalhe. Christopher estava caído em um canto, com a perna direta solta do corpo. Se retorcia, com dor, mas não parecia conseguir tirar os olhos da luta. A pergunta era: por quem ele torcia? Como ele estava incapacitado e não poderia fazer nada de perigoso, usei meu poder apenas no vampiro desconhecido. Quando ele caiu, sem entender nada, Lizzie olhou a redor, ao mesmo tempo que eu me aproximava. Ela me olhou confusa e sinalizei para que ela terminasse o serviço, e assim ela fez. Quando terminou, deixei que a névoa se dissipasse e ela veio até mim, quase que correndo.

-Você está bem? – Ela perguntou, parecendo um pouco preocupada.

-Já estive melhor, mas também já estive pior. – Minha voz saiu um pouco agoniada, sem que eu pudesse controlar. Lizzie olhou para o meu ombro ferido, fazendo uma careta.

-Jason fez isso?

-Fez, mas eu já cuidei dele. – Ela me encarou, curiosa. – Nosso pai está morto.

-Ele já está morto há muito tempo. – Ela sussurrou, mas para ela mesma do que para mim. Encarei Christopher, que olhava para a cena quieto.

-E ele? – Perguntei, me preparando para matá-lo ou não. Ela o encarou com uma expressão indefinida no olhar.

-Ele salvou minha vida. Ele se arrependeu. – Ela sorriu carinhosamente para ele, aparentemente agradecendo. Havia mais naquele olhar do que eu jamais saberia.

-Ajude-o a se recuperar, pelo menos o suficiente para sair daqui. Eu tenho que ir terminar com isso.

-Mas você está ferida. – Ela protestou.

-Eu sei, só que eu tenho que fazer isso.

-Boa sorte. – Ela disse, me abraçando. Meu ombro doeu e gemi de dor, ela me soltou automaticamente, constrangida. – Desculpa, eu...

-Tudo bem, não tem problema. – Eu disse com um pseudo-sorriso no rosto. – Tomem cuidado, vocês dois.

Ela fez que sim com a cabeça e me virei, começando a ir o mais rápido que podia para a direção da luta. Não demorei muito para chegar ao inferno. Havia uma confusão de vampiros para tudo quanto é lado, sendo difícil reconhecer quem era quem. Depois de uma análise rápida, consegui perceber que, mesmo em melhor posição, estávamos tendo problemas. Eles ainda eram mais. E agora eu tinha outra escolha a fazer. Apagar a todos e matá-los, tomando a vitória para nós com facilidade e, posteriormente, causar mais ódio ou tentar convencê-los de que não éramos os inimigos. Minha tentação para matar todos era bem forte, mas eu tinha que pensar racionalmente. E com isso, eu já havia tomado a minha decisão.

Ninguém pareceu me notar e, me aproveitando disso, subi em uma pedra alta que dava visão para a luta quase inteira. Lá, respirei fundo e assumi a máscara de líder, que não era minha máscara favorita, mas era necessária.

-Parem com isso! – Falei alto o suficiente para que todos ouvissem, usando toda a minha voz de líder nisso. Acho que eu nunca tinha usado isso com tanta potência. Todos pararam e me encararam, o silêncio atingindo bizarramente o local. Respirei fundo e comecei. – Jason está morto, vocês não tem ninguém para obrigá-los a fazerem mais nada. Eu sei das coisas que ele disse a nosso respeito para vocês, ou pelo menos imagino. São tudo mentiras, nada daquilo nunca aconteceu. Eu não estou criando um exército de vampiros, eu não quero dominar ninguém. Agora, por favor, parem com isso e todos nós saímos felizes disso. Vocês têm liberdade para voltarem de onde vierem.

-Mentirosa! – Gritou a voz conhecida no meio da multidão. Uma voz que eu nunca esqueci realmente. Haydée, a vampira que transformou a primeira criança que matei. – Só está nos distraindo para nos matar, aposto!

-Haydée... – Suspirei. – Por que não estou surpresa? – Ela me ignorou e virou-se para as pessoas.

-Ela matou o meu filho, uma criança indefesa, sem nem sequer dar a ele chance de defesa! – Ela apontava para mim acusatoriamente, mas não perdi a postura, ouvindo em silêncio. – E depois deles, centenas de crianças. Não a ouçam, ela tem as mãos sujas de sangue! Hoje viemos aqui para vingar este banho de sangue e impedir que ocorra novamente!

-Sem querer interromper, mas já interrompendo. – Eu falei, calmamente. – Aquelas crianças foram mortas no dia em que pessoas como você as transformou. Se nós, que fomos transformados enquanto adultos, sofremos com nossa condição, imagine como se sentiriam crianças. Quem de nós nunca preferiu estar morto a viver assim? Quem de nós sente saudade dos dias de transformação? – Mudei minha atenção dela para os outros. – Mas tudo isso que ela diz é passado, e exatamente porque quero reparar os erros do passado que estou aqui. Nossa história vem sendo definida através de violência e de morte. Que espécie pode se unir quando está em guerra? Não temos que nos matar hoje. Não temos que criar mais essa cicatriz na nossa história. Agora que Jason não está mais aqui para nos atacar com seus ideais violentos, todos nós podemos ser livres novamente. E...

-Não dêem ouvidos! Ao menor sinal, todos eles irão nos atacar e...

-Cale-se, mulher! – Alguém do lado deles se irritou. Bom sinal. Ela ficou quieta após isso.

-Vocês estão livres para ir embora em paz. Nenhum de vocês será perseguido de nenhuma forma. – Tentei dar algo próximo de um sorriso, sem ter muito êxito. – E se vocês puderem nos deixar em paz, seria bom.

O silêncio continuou, sendo quebrado apenas quando, irada, Haydée começou a avançar na minha direção, sendo impedido por Giacomo e Kronus, que a seguraram e a prenderam ajoelhada, os braços bem presos. Pulei da pedra, pousando a poucos metros dela e indo na sua direção. Ela se debatia, doida para me matar. Havia mais pessoas doidas para me matar do que seria saudável.

-Você não está me deixando opções. – Falei, calmamente para ela. – Eu já te dei uma chance antes e agora você voltou para matar a minha família. Eu te dou outra chance e você tenta me atacar?

-Você matou a minha família!

-Seu filho adotivo veio até mim pedindo para parar você. Acho que nossos conceitos de família são bem diferentes. Agora, por favor, eu não quero ter que te matar. – Mentira, eu estava louca para arrancar seu pescoço lenta e dolorosamente.

-Haydée, vamos embora. – Um outro vampiro falou, afetuosamente. Ele deveria ser parceiro dela ou algo do tipo.

-Ouça ele. Vá embora. – Encorajei. Ela não pareceu mudar de ideia. – Se não for, sabe o que eu falarei para esses dois fazerem. Você está se tornando uma ameaça séria, vai chegar um ponto que não poderei deixar você ir.

-Isso, mostre para todos eles do que você é capaz!

Olhei para ela uns instantes. Ela estava completamente louca e descontrolada. Era realmente um perigo para nós. Isso ia dar uma certa cortada no meu discurso, mas acabava sendo necessário. Com muita raiva dela, mas sem demonstrar, acenei para os outros dois, que a seguravam. Acostumados com isso, os dois rapidamente a dividiram e o grito preencheu o ambiente, até que ela estava dividida o suficiente para não poder mais gritar. Eu não olhei a cena, encarei um ponto qualquer no chão, até Hecate aparecer e acender o chama. Enquanto a fogueira queimava, o silêncio continuou, desconfortável. E eu só queria que aqueles rostos desconhecidos desaparecessem da minha frente.

-Acho que não há mais nada a ser discutido. Vocês estão livres, podem ir embora. – Falei, séria e olhando para o fogo.

Nenhum deles falou nada. Alguns se viraram e começaram a ir embora, outros pareciam esperar para ver se algo a mais acontecia. Como nada acontecia, pareceram se convencer a partir também. Eu só esperava não ter que me arrepender de ter deixado eles vivos. Eu esperava não ter que matá-los no futuro.

Quando não havia mais nenhum deles por perto, nós que ficamos em silêncio. Alguns pareciam felizes, a ponto de comemorar, outros confusos. Eu estava em uma espécie de transe, sem saber como me sentir. Então eles começaram a comemorar e se abraçar, mas eu ainda estava meio paralisada. Só acordei quando senti alguém me abraçando, e, para a minha felicidade, sem machucar o meu ombro.

-Ainda bem que você está bem. Ou, pelo menos, viva. – Andreas disse, o tom realmente aliviado.

-Eu não tinha te visto ainda. – Sim, minha voz era acusatória. – Onde você estava?

-Lutando com um cara um pouco afastado do resto. Quando consegui chegar aqui você já estava falando. – Ele encarou meu ombro. – Ele fez isso?

-Fez, mas não tem problema. Eu arranquei a cabeça dele. E o resto do corpo também. – Andreas sorriu e eu me afastei, olhando ao redor. – Perdemos quem? – Torci para ouvir a palavra “Joanne”.

-Perdemos apenas quatro pessoas. O clã japonês e... bem, Ashley.

Concordei, triste, mas não surpresa. Na verdade, percebi que eu não tinha a menor esperança que ela voltasse com vida. Não havia nada que a prendesse à vida.

-Giuliet! – Chegou Fátima, tão de surpresa que achei que ela havia brotado do chão, e me abraçou. Ela não havia tido a mesma sensibilidade do irmão para perceber meu machucado, então doeu horrivelmente. Ela pulou para trás quando grunhi, assustada e, então, viu. – Ai, desculpa... – Ela pediu enquanto abraçava Andreas.

-Tudo bem, você não foi a única que fez isso. – Respondi, enquanto o resto do clã chegava, comemorando. Acho que eles não haviam se encontrado ainda, porque começaram a se abraçar e aquela coisa toda.

Kronus abraçou Fátima e a levantou, os dois rindo e comemorando. Quando ela a pôs no chão novamente, ela ficou na ponta dos pés e o beijou, não como dois loucos como haviam feito Giacomo e Hecate, mas de forma civilizada. Quando ele retribuiu e os dois se afastaram sorrindo, olhei para Giacomo e Andreas. Estavam distraídos falando um com o outro e nem sequer viram. Eu é que não ia falar nada.

E chegaram outros para nos cumprimentar. Aquele processo durou mais tempo do que eu gostaria, ficar em pé estava me deixando com mais dor. Eu nem andava, só ficava lá parada, nadar piorava. Por fim, Lizzie chegou, com Christopher, que se apoiava nela para andar. A perna estava amarrada estranhamente em seu corpo, para que se unisse novamente. Acho que eu teria que me acostumar com Christopher por perto. Não era só ele que gostava dela, ela também gostava dele. Bufei com a ideia.

-O que foi? – Andreas perguntou, já que estava ao meu lado.

-Acho que eu tenho um cunhado. – Falei, sem paciência na voz. Ele olhou na direção e sorriu.

-Giuliet, as pessoas mudam. – Ele falou como se explicasse para uma criança. Eu dei de ombros.

-Veremos.

Agradeci a todos que lutaram ao nosso lado, dizendo que o favor que eles tinham feito não seria esquecido. Eles preferiram ir embora de lá mesmo, todos estavam de certa forma ansiosos para voltar para casa. Ofereci a casa para que eles se limpassem e pudessem ir embora tranqüilamente, mas nenhum deles quis. Depois de uma batalha daquelas, eu também iria preferir ir para a minha própria casa, portanto não insisti muito. E eu queria esvaziar minha casa também, odiava ela cheia.

Quando eles partiram os lobos chegaram, pareciam não estar querendo participar muito da comemoração, ou estavam na deles próprios. Vieram em forma de lobo mesmo e, estranhamente, fiquei feliz por vê-los. Estavam bem, um pouco arranhados, mas bem. Sorri quando se aproximaram e, fazendo um pouco de esforço, me aproximei de Camily, levantando a cabeça para falar com ela.

-Obrigada, mesmo. Acho que eu julguei vocês mal no início, mas vocês até são legais. – Sorri e levantei o punho. Ela bateu o focinho nele, respondendo o estranho “high five” que havíamos acabado de criar. Meu ombro de uma fisgada, sinal que era hora de ir embora. – Acho que eu preciso ir para casa. Vamos indo?

Eles concordaram e comecei a andar, mas Andreas me parou.

-Não senhora. – Ele disse antes de me pegar no colo, de forma que meu ombro bom tocasse o peito dele e o ferido ficasse livre do outro lado. Tudo isso antes que eu pudesse protestar, é claro.

-Eu tenho plenas capacidades de ir para casa andando. – Reclamei, no fundo preferindo que ele me carregasse. Doía menos.

-Tudo bem, então fica quieta aí e não falamos mais nisso. – Ele disse começando a andar e olhei para ele enfezada, fazendo com que o resto risse.

-E assim está aberta oficialmente a temporada de teimosias sem sentido de Giuliet Volturi! – Falou Giacomo, palhaço demais para o meu gosto. Os outros riram de novo e eu tive que me controlar para não fazer o mesmo. Eu tinha um orgulho a zelar.

-Aproveita, Giacomo, enquanto eu estou machucada. Espera o meu ombro ficar bom de novo para você ver o que vai te acontecer.

-Ui, que medo! – Ele fingiu tremer as mãos, para depois e parar e me olhar com tédio.

-Eu ficaria com medo mesmo se soubesse o que eu fui capaz de fazer com um ombro machucado. – Ele me olhou, agora curioso. – Mas eu acho que prefiro manter a sua mente sã. – Ele me olhou curioso, esperando eu falar mais alguma coisa e, como o ignorei, se aproximou de mime de Andreas.

-Espera, cunhadinha, me conta isso! – Pediu, realmente curioso. Ele nunca foi muito bom em resistir a uma história violenta.

-Quando chegarmos em casa, ok?

Ele ficou quieto, mas eu sabia que não ia demorar cinco minutos para perguntar de novo. Indo para casa com eles, comecei a me sentir realmente feliz por ter acabado com aquilo tudo. Agora eu podia virar esse capítulo da minha história e, quem sabe, começar um mais feliz.

Mas, primeiro, eu precisava tomar um banho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ainda terão mais dois capítulos. Só para avisar. xD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Giuliet Volturi - Dark Side Of The Earth" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.