Na última noite da viagem a chuva resolveu dar as caras e com ela vieram os fortes trovões e relâmpagos. Devido à forte chuva, no meio da madrugada houve falta de energia e os aquecedores foram desligados, trazendo o frio para a casa. Hermione acordou assustada com o barulho do forte trovão que chegou a fazer os vidros das janelas tremerem. De imediato a castanha notou a falta de energia, devido ao frio repentino que estava em seu quarto, mas um som ensurdecedor de trovão a fez pular da cama, sair do quarto e bater na primeira porta que viu na sua frente. Relampejou algumas vezes clareando o corredor e assustando a castanha, que bateu com mais força na porta. Depois de alguns minutos a mesma se abriu e uma silhueta alta apareceu coçando os olhos.

- O quê? – bocejou Rony.

- Está chovendo. – explicou-se Hermione em voz baixa e trêmula. – E acabou a luz.

- E...? – indagou o ruivo bocejando mais um pouco.

- Ron! Está frio, trovejando e...

- O que está acontecendo!? – Harry apareceu na outra porta. – Caramba, que frio! – reclamou esfregando as mãos.

- Eu estava dizendo ao Ron, que acabou a luz, está chovendo muito e... – trovejou mais uma vez fazendo a castanha tremer e acrescentar rapidamente. – E eu não quero dormir sozinha.

- Ah, Mione é só uma chuva. – falou Rony.

- Rony! – pediu Hermione. – Eu durmo no chão! – suplicou.

- Está muito frio! – Harry estava olhando a fumaça que saia enquanto ele falava. – Vamos fazer assim, por que não descemos e dormimos na sala em frente à lareira?

- Ótima idéia! – concordou Hermione.

- Por mim... – o ruivo deu de ombros. Cada um voltou para seu quarto, pegou cobertores e travesseiros; o andar de baixo não estava tão frio por causa da lareira que Harry havia deixado acesa. Colocaram alguns cobertores sobre o tapete da sala, ajeitaram seus travesseiros e deitaram-se, com Harry na ponta direita perto da porta, Hermione no meio e Rony na ponta esquerda da sala; cobriram-se juntos. O único som que ecoava pela sala era o da chuva e os dos trovões; Hermione que olhava para o teto virou-se para a esquerda ficando de frente para Rony, que a estava olhando. A castanha corou na hora, mas não desviou o olhar, em um ato involuntário ou não, o ruivo se aproximou sem desviar o olhar e envolveu seu braço pela cintura dela, a puxando para mais perto. Harry que até o momento estava alheio a situação virou-se para Hermione, e percebeu que a amiga havia se virado de costas para ele, um cheiro de baunilha impregnou suas narinas e o moreno se arrepiou por inteiro; do nada sentiu uma vontade enorme de abraçá-la e assim o fez. Aproximou seu corpo do de Hermione e a abraçou por trás, no processo de envolver a cintura da amiga, seu braço roçou com o de Rony; ambos se arrepiaram com o contato, mas nenhum dos dois disse nada. Hermione, quando senti-se sendo abraçada por Rony, achou que seu coração fosse sair do peito e jurou que se estivesse de pé cairia, devido ao tanto que suas pernas tremiam. O momento piorou quando sentiu o braço de Harry a abraçando por trás, a castanha chegou a estremecer e fechar os olhos com o contato, ela estava extremamente confusa, não sabia o que pensar; nenhum dos três sabia o que realmente pensar sobre aquele momento.

Rony aproximou seu rosto do de Hermione até que seus narizes se encostassem, com a aproximação a castanha abriu os olhos; Harry estava sentindo algo estranho dentro de si, uma coisa que ele nunca havia sentido antes, nem com Gina, em um ato impulsivo o moreno beijou o pescoço de Hermione. A castanha soltou um gemido baixo de surpresa ao sentir os lábios de Harry em seu pescoço, mas nem pode pensar ou perguntar sobre o que estava acontecendo, pois seus lábios foram capturados pelos de Rony com avidez.

Suas línguas travavam uma verdadeira batalha, enquanto Harry sem ao menos pensar no que estava fazendo, beijava e chupava lentamente o pescoço da amiga; poderiam jurar que conseguiam ouvir os batimentos cardíacos uns dos outros. A falta de ar foi maior e eles se separaram, Harry tirou sua mão da cintura de Hermione e levou até seu queixo, virando um pouco o rosto da castanha na sua direção e a beijando logo em seguida. No início Hermione ficou meio assustada com a atitude de Harry, sem saber se retribuía o beijo ou não, mas quando sentiu os lábios de Rony indo em direção ao seu pescoço mordendo-o e a língua de Harry pedindo passagem para aprofundar o beijo, sua dúvida se esvaiu. Harry não sabia o porquê havia tomado a iniciativa de beijar Hermione, afinal ele a considerava uma irmã, mas agora que isso estava acontecendo para ele beijar a castanha era muito melhor do que beijar Gina, o beijo de Hermione era mais delicado, mais doce.

Rony, em momento algum sentiu ciúmes por seu melhor amigo estar beijando a garota que ele amava; ele sabia que deveria estar com raiva e se corroendo de ciúmes, mas não estava. Harry parou de beijar a boca de Hermione, mas seus lábios buscaram o pescoço marcado da mesma enquanto sua mão descia até a coxa da amiga, onde ele apertou com força. Rony percebendo que o amigo havia parado de beijar Hermione, subiu seus lábios pelo pescoço, depois em direção a orelha da castanha e mordeu, fazendo a menina gemer baixinho, logo depois a beijando novamente. Para eles, esse contato era algo indescritível, único, incomparável, mas agora Hermione tinha outros lábios em mente, os de Harry. Com esse pensamento, a castanha teve um momento de sanidade e sentou-se abruptamente; suas bochechas estavam coradas, seus lábios inchados e vermelhos, e em seu pescoço algumas marcas que ela tinha consciência que os donos lembraria para sempre, afinal eram seus melhores amigos.

- Acho melhor nós irmos dormir. – sem dizer qualquer outra palavra, pegou seu travesseiro e deitou-se ao contrário dos amigos. Harry e Rony não falaram nada – não tinham o que falar – viram-se um de costas para o outro e dormiram, apesar de demorar a isso acontecer. Eles ainda teriam uma longa viagem pela frente.