Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 85
Bônus final: O gran finale infernal


Notas iniciais do capítulo

O último. O que mais eu posso dizer? Aqui estou eu tremendo de emoção novamente, só que dessa vez eu tenho certeza que é o último capítulo dessa trilogia perfeita.
Bem... De novo, eu espero que gostem.



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POV Hermes

- Jenny! Amor... Eu estou te dizendo. Esquece isso! – Pedi seguindo-a, mas nada que eu disse ia mudar sua mente. Quando ela cismava com alguma coisa, não tinha ninguém no mundo que pudesse fazê-la deixar a idéia de lado.

- Eu tenho que achar! Tenho certeza que deixei em alguma das caixas de mudança da Alice, quando ela veio para Jersey. – Disse Jenny andando em direção á casa de nossa filha. Eu a segurei pelos ombros e a virei para mim.

- Tudo bem, pode procurar. Mas pensa bem. Não vai abrindo a porta da casa dela assim. Você pode perder a cabeça. – Avisei, e ela revirou os olhos.

- Hermes, eu não estou chateada... – Eu a interrompi.

- Literalmente. Desde de que a Alice teve o mau gosto de escolher o Ares como namorado, sempre que ele vai visitar ela os dois acabam brigando. – Insisti.

- Tsc. Isso não é nada demais. – Ela se soltou de mim e entrou sem bater na porta. Eu ia gritar que eles poderiam estar se matando, mas era tarde...

- Idiota!

- Pirralha!

- Cretino!

- Lesada!

- Estúpido!

Alice e Ares estavam brigando (ah, novidade, né?) e jogando coisas um no outro. Alice jogou um abajur, e Ares lançou um prato. Alice revidou com uma faca que pegara na cozinha, e ele lançou o Xbox de Scott.

Jenny passou no meio da briga completamente normal, como se nada pudesse atingi-la. Eu prendi a respiração ao ver o Xbox passar voando pelo local onde Jenny tinha acabado de passar. Alice trincou os dentes de raiva.

- Você ficou louco por acaso?! Quase acertou a minha mãe, seu animal! – Berrou ela. Ares revirou os olhos com raiva.

- Ah, era só isso que me faltava! Além de ter que aturar você, eu ainda tenho que suportar a sua mãe militar desequilibrada! – Berrou ele de volta.Eu entrei na sala fechando a porta atrás de mim e tentando controlar os dois.

- Ei, já chega... – Fui atropelado por Alice, que avançou na direção de Ares.

- Não fale mal de minha mãe! – Berrou ela – Se tem uma mãe que é desequilibrada é a sua, ouviu?!

- O que você está falando da minha mãe?! – Rugiu Ares avançando na direção dela. Ele apontou seu dedo para o rosto de Alice, e eu tive vontade de quebrá-lo. Quem ele pensa que é para tratar a minha filha desse jeito? Se bem que Alice não estava sendo nem um pouco educada – A sua mãe é uma louca varrida!

- E a sua mãe é uma psicótica! – Berrou ela.

- Chega! Alice! – Eu tive que empurrar Ares antes que ele partisse para cima dela, mas ao mesmo tempo eu tive que segurá-la, pois estava quase rasgando o pescoço dele com as unha – Parem os dois!

- A culpa é dele! – Berraram os dois juntos, enquanto continuavam a brigar. Eles só pararam (para o meu alívio profundo) quando Jenny apareceu no topo da escada.

- Achei! – Exclamou ela feliz. Seu sorriso era cheio de vida, e eu agradeci á Zeus por ela ter o poder de contagiar a todos com suas emoções. Ares e Alice pararam e olharam para ela com o cenho franzido. Eu empurrei os dois para o lado, e eles cambalearam até caírem sentados no sofá.

- O que é isso mãe? – Perguntou Alice olhando para trás. Ares virou-se também, mas não perguntou nada. Ao menos não estava com raiva.

- Isso foi um presente que eu ganhei do seu pai há um tempo. Foi um pouco antes de você nascer. – Jenny sorriu mostrando o álbum de recordações que estava em sua mão – Você quer ver?

- São fotografias? Você que tirou? – Perguntou Alice sorrindo de leve.

- São memórias. – Corrigiu Jenny, mas ela não entendeu. Eu ri. Tinha se passado muito tempo desde que Alice era criança, mas em alguns momentos ela mostrava a mesma expressão curiosa de quando tinha 6 anos – Bem... Acho que é melhor você ver para entender.

Jenny desceu a escada, e sentou-se no meio da Alice e Ares no sofá. Eu sentei do outro lado de Alice para que pudesse puxá-la caso acontecessem outras brigas. Minha filha passou de leve o dedo pela capa do álbum e eu ri.

- Calma. Ele não vai te morder. – Ri do seu lado. Alice riu também e esperou que Jenny mostrasse o álbum. Ela resolveu abri-lo em uma página aleatória, e assim que o abriu pudemos ver a página simples de um álbum de fotos.

- Não aconteceu... Wow! – Exclamou Alice assim que a mágica começou. Um tipo de holograma surgiu no ar e mostrou uma cena passada. Jenny com seus 16 anos de idade, participando do torneio de karatê da escola.

Ela deu um golpe forte em um garoto que era simplesmente o dobro dela, e depois o repetiu várias vezes. Ele caiu sem nem mesmo ter chances, e ela ganhou uma medalha.

- Esse álbum de lembranças mostra memórias do passado. Ele guarda tudo dentro dele. Basta você abrir em uma página qualquer e ele te mostra uma cena do passado. – Explicou Jenny feliz – Se quer alguma coisa mais antiga, você vai para o começo dele, como eu fiz.

- Que legal. – Disse Alice impressionada. Ela olhou para Ares, e sorriu inocente – Viu Ares? Minha mãe é campeã de Karatê. Está com medo agora?

- Tsc. Deixa de ser besta. – Esnobou ele fingindo não ter medo, mas pude notar que ele chegou um pouco para longe de Jenny. Eu ri baixo, e Jenny continuou.

- Uhm... Vejamos... Que tal algo mais novo? – Jenny folheou algumas páginas para frente e parou. Uma memória apareceu. No holograma era possível ver uma festa dos anos 70. Lá estava eu e Jenny dançando animados. Eu e ela rimos, mas quando nós começamos a nos beijar no holograma, Alice desviou o olhar.

- Ok. Eu acho que eu realmente não preciso ver isso. – Comentou ela pegando o álbum – Posso tentar?

Jenny confirmou, e Alice começou a passar várias páginas. Talvez quisesse pular para alguma cena em que aparecesse, ou talvez só não queria ver seus pais se beijando.

- Caramba... – Disse ela. Lá estava a cena nova. Alice devia ter uns seis anos de idade, estava sentada no chão do seu quarto desenhando. Suas mãos estavam completamente sujas de tinta, e milhares de folhas de papel estavam espalhadas pelo chão de seu quarto.

- Alice? – Disse Jenny entrando no quarto com uma bandeja com um lanche. Alice olhou para ela com um sorriso, mas Jenny quase infartou – Alice! O que você está fazendo?!

- Desenhando. – Respondeu ela inocentemente. Alice marcou suas duas mãos no papel e mostrou para sua mãe – Olha! Não ficou bonito?

- Ah, Alice... – Jenny suspirou. Ela arrumou um espaço para se sentar no chão, e acabou sorrindo de leve – É. Está muito bonito, Alice. O que mais você fez?

- Eu desenhei muita coisa. Mas acho que esse ficou melhor... – Alice pegou uma folha de papel e mostrou para Jenny. Como era um desenho dela era impossível saber o que estava sendo representado, mas a Alice pequena contou – É uma batalha. Olha... É o Hércules, que nem o da Disney. Ele está batendo em uma Hidra, e ela está cuspindo fogo.

- É, ficou muito legal, filha. – Sorriu Jenny, mais pela animação de Alice, do que para seu talento. Mas Alice não gostou, e ficou emburrada.

- Não! Você não está vendo tudo! – Protestou ela. Jenny não entendeu, pois ela estava olhando exatamente para o papel que Alice lhe dera. Mas nossa filha o pegou de suas mãos e o grudou na parede. Jenny foi até lá sem entender, mas aí viu uma linha fina e vermelha pela parede. Ela a seguiu indo até o corredor, e viu que no fim tinha uma chama enorme desenhada.

- Alice Kelly! Eu já te disse para não desenhar nas paredes! – Berrou ela do corredor.

Alice riu e da lembrança e nós também. Jenny revirou os olhos.

- Se você ao menos desenhasse alguma coisa bonita, mas não... Você simplesmente rabiscou o corredor inteiro de vermelho! – Queixou-se.

- Você disse que estava bonito no momento. Quer dizer que você mentiu para mim? – Perguntou Alice fingindo estar ofendida. Jenny fez uma careta para ela, e Alice riu.

- Tinha que ser uma lesada como você para desenhar pela corredor. – Zombou Ares – Mas vamos fingir que aquilo era um desenho bonito, e continuar vendo as memórias.

- Memórias? – Perguntou Apolo aparecendo na porta da sala. Ele franziu o cenho, mas quando olhou o álbum, começou a pular de alegria – Memórias! Vocês estão vendo memórias sem mim?! Eu não acredito! Abre um espaço aí no sofá, gente!

Apolo saiu correndo e sentou-se logo do lado de Ares. Scott apareceu na porta da sala, e franziu o cenho para nós também, mas nós o chamamos para olhar também. Alice virou a página, e acabou parando em uma nova memória.

- Argh. – Fez ela ao notar que não era nada agradável. Lá estava a família do Will reunida em um almoço no Alabama. Alice estava sentada na mesa também, e devia ter uns 17 anos – Olha. Até o idiota do Joe está aqui.

- Onde? – Perguntou Ares querendo saber – Quem é o tal Joe que você diz que é tão valentão assim?

Alice apontou para a pessoa no holograma. Um garoto baixo, de cabelo preto, e óculos estilo Harry Potter para mostrar que era intelectual. Ele usava um suéter e por baixo uma camisa pólo.

- Você só pode estar de sacanagem com a minha cara. – Disse Ares olhando para ela incrédulo. Ele apontou para a figura do garoto – Esse. Esse nerd retardado é o tal Joe que implica tanto com você?! É dele que você tem tanto medo?!

- Eu não tenho medo dele! – Corrigiu Alice – Eu tenho raiva dele. É diferente.

- Tá, mas ele ainda é um valentão e coisa e tal. – Ares ainda estava incrédulo, mas pela cara de nojo que Alice lançava para aquele garoto dava para ver que era verdade. Ele riu – O que o Joe fazia para implicar com você? Dizia que os suéteres dele eram mais legais que os seus?

- Cala essa boca! – Exclamou Alice.

- Ah, eu sei que é porque ele tem uma camisa pólo por debaixo do suéter e você não! Ooown, não se sinta triste, Filhinha de Hermes. Nós podemos fazer uma vaquinha e comprar umas camisas para você. – Zombou Ares. Alice lançou um olhar de raiva para ele, mas acabou levando um susto junto com todos nós.

- Eu ajudo! – Exclamou Afrodite aparecendo do nada atrás do sofá. Todos nós arregalamos os olhos para ela, mas a Deusa do amor agiu com grande naturalidade – Só acho que nenhum desses suéteres é o tipo certo para você, mas...

- De onde você veio?! – Exclamou Ares.

- Do Olimpo. Diretinho para cá. Eu soube que estavam vendo memórias, e eu simplesmente amo isso! – Exclamou ela feliz. Hefesto apareceu do lado de Scott, que sentado na nossa frente. Ele puxou a poltrona e sentou-se também para ver as memórias.

- Ok... – Disse Alice achando aquilo realmente estranho, mas resolveu ignorar. Ela voltou algumas páginas, e parou. Outra cena apareceu no ar, e essa foi bem mais engraçada.

Atena estava sentada no chão brincando com seus blocos com números. Ok... Ela não tinha a idade de hoje, é claro. Devia ter uns... O que? 100 anos? Um bebê ainda. Mas lá estava ela, montando equações com o seu sorriszinho de criança feliz, quando...

- Ei, espera. Essa sou eu? – Perguntou Atena atrás de nós – Ah, sim. São memórias.

- De onde você surgiu também?! – Exclamou Ares sem entender.

- Ah, deixa isso para lá. Junte-se a nossa festa, Atena. – Riu Scott.

Voltando... Ela estava brincando quando...

- Wow! Memórias! Elas são demais. – Sorriu Poseidon aparecendo ao lado de Atena. Nós todos olhamos surpresos, mas Afrodite e Scott fizeram “Shhh!” e a cena continuou.

Enfim... Ela estava brincando feliz, e blá blá bla, quando... Uma bola bateu em seus blocos derrubando-os no chão. Seus cabelos loiros cacheados e delicados foram para frente de seu rosto, quando ela o abaixou triste.

- Há Há! Otária! – Riu Ares. Ele devia parecer com as crianças mortais quando tem cinco anos. Ele vestia uma roupa grega de criança. Atena olhou para ele, e de repente fez biquinho – O que? Vai chorar? Há Há!

- Bobo! – Exclamou Atena, porque acho que era tudo que ela sabia dizer. A Deusa bateu palmas e os blocos começaram a voar. Eles, de algum jeito, começaram a cercar Ares no ar. Ele parou de rir e começou a correr com medo. Atena começou a rir.

- Ah... Doce infância. – Suspirou Atena feliz. Ares puxou o cabelo dela, e ela lhe deu uma cotovelada. A próxima memória foi no mesmo estilo.

- Olha! Sou eu! É o pequeno Apolo! – Sorriu Apolo animado.

- Se controla, Apolo. – Riu Alice.

Ele e Ártemis estavam deitados em um berço. Apolo só podia ser identificado, pois possuía uma mexa de cabelo dourado. Ártemis tinha cabelo castanho claro. Leto, a mãe deles, foi para perto do berço e sorriu junto de Zeus.

- Ooown, são lindos. – Disse ela feliz.

- Meus filhos... Que orgulho. – Disse Zeus. Ele olhou para Ártemis – A mais velha provavelmente vai ter que tomar conta do irmão. Segundos fazem muita diferença para Deuses.

- Viu?! Eu não disse?! – Exclamou Ártemis aparecendo na sala – Eu sou mais velha, Apolo!

- Você só aparece para isso, não é?! Isso não prova nada, fique você sabendo! Zeus não deve lembrar nem quantos anos nós temos, muitos menos que nasceu primeiro! Deve ter confundido! – Exclamou Apolo irritado, mas Ártemis riu da cara dele – Troca essa droga de página!

Alice revirou os olhos e trocou a página, mas antes que a memória pudesse começar, mais algumas pessoas surgiram.

- O que?! Não posso acreditar que vocês iam ver memórias sem nós! – Exclamou Hera ofendida. Ao seu lado estava Zeus – Esperem ao menos nós nos sentarmos.

Duas poltronas apareceram, e eles se sentaram. Hades apareceu também, e depois Deméter, o que deixou todos surpresos. Nossa, eu nem mesmo tinha avisado que iríamos ver memórias! Parentes... Humpf.

- Tem alguma memória do seu... Uhm... Trabalho Alice? – Perguntou Poseidon. Eu não entendi muito bem, mas Alice revirou os olhos enquanto Ares ria da cara dela.

- Deixa isso para depois, ok? – Respondeu ela passando as folhas.

Lá estava Hera quando era bem mais nova. Ela estava sentada ao lado de Zeus em um jardim florido. Os dois se olhavam apaixonados, o que nos fez revirar os olhos. Mas o casalzinho continuava feliz.

- Ah, pula essa parte chata! – Exclamou Ares passando de página. Afrodite deu um tapa no braço dele – Ai! O que eu fiz?!

- Deixa de ser insensível! – Exclamou ela – Estava em uma parte tão linda...

Outra memória começou.

No holograma estava a imagem de uma bicicleta completamente quebrada. Um garoto de cabelo castanho desgrenhado mexia em suas peças, enquanto uma garota estava sentada em um banco olhando para ele. Alice e Scott.

- Isso não vai dar certo. – Disse ela.

- Claro que vai. Confie em mim. – Insistiu Scott. Eles dois deviam ter seus 12 anos. O joelho de Alice estava ralado e isso explicava o estado da bicicleta.

- Scott, eu quebrei ela. Está péssima. Não dá para você... – Ela foi interrompida.

- Concertei. – Disse Scott sorrindo triunfante. Seu rosto estava sujo de alguma coisa preta, e Alice primeiro ficou impressionada, e depois riu – O que? O que foi?

- Como o seu rosto está sujo de óleo, se você está concertando uma bicicleta?

- Eu que sujei. É para fazer eu parecer um mecânico de verdade. – Riu ele.

- Moleque sem noção. – Murmurou Ares revirando os olhos. Apolo franziu o cenho para a imagem e depois riu.

- Ele parecia um nerd. Que engraçado. – Riu ele e Ares o acompanhou. Apolo obviamente não gostava muito do Scott, mas eu preferia que Alice ficasse com ele ao meu irmão irresponsável e corrompido.

- Sinto muito se eu não namorava nenhum loiro popular, ou algum jogador de futebol americano. – Rebateu Alice revirando os olhos. Eles riram sem ligar.

- Bem... Nerd ou não... Ela ficou comigo, e antes de vocês. Eu acho que isso conta. – Comentou Scott calmamente. Ares e Apolo pararam de rir, e foi a vez de todos nós rirmos deles.

- Mãe... – Alice se controlava para não rir mais – O que tem nas últimas páginas?

- São chutes. O álbum vai tentar adivinhar o que vai acontecer no futuro. Ele nunca acerta, mas é engraçado ver mesmo assim. – Riu Jenny.

POV Alice

Eu abri em uma página lá no fim e uma nova memória surgiu. Lá estava eu me casando com Ares em um salão enorme e refinado, com tudo arrumado pela Hera. Eu e Ares arregalamos os olhos para a imagem, enquanto todos soltavam suspiros.

Olhei para ele, e ele olhou para mim. Por um momento não dissemos nada, mas logo depois nós falamos a mesmo coisa. Foi tão romântico quando nossas bocas se abriram e falaram...

 - Não! Troca de página! – Berramos juntos trocando rapidamente. A outra página apareceu Poseindo e Atena segurando um bebê no colo, e eu tive que sorrir. Zeus olhou para seu irmão e genro de um modo nada agradável.

- Eu espero muito que isso aí esteja errado. – Disse Zeus trincando os dentes.

- Quem sabe? – Perguntou ele encolhendo os ombros – Er... Quero dizer. Claro! Completamente errado. Imagina.

A próxima página mostrava Scott brilhando em dourado e se tornando imortal. Eu ri. Talvez aquilo até acontecesse, pois Hefesto e meu pai iam adorar vê-lo incomodar Ares com a sua presença para toda a eternidade.

A outra página mostrava Apolo me beijando enquanto a neve caia ao nosso redor. Ares fez uma careta e quase arrancou a página do álbum. Depois foram cenas ainda mais loucas e engraçadas, como Hermes dançando “Mr Postman” dos Beatles, Hefesto e Afrodite em um encontro fofo, Dionísio (que aparecera para ver as cenas justamente quando a sua foi revelada) fazendo aulas de culinária...

- Acho que não tem como prever se essas coisas vão acontecer. – Falei.

- Não, não tem. – Respondeu minha mãe – Acho que só com o tempo.

Era verdade. Por mais que as cenas que eram mostradas ali fossem bonitas, ou engraçadas, eu não podia dizer com certeza qual delas se tornaria real ou não. Aquela imagem do casamento, ou do beijo do Apolo, ou até mesmo do Scott se tornando imortal eram possíveis, mas também incertas.

Como eu poderia saber? Bem... Quando eu me mudara para Jersey não imaginava encontrar tantos problemas, e também tantas respostas. Algumas até para perguntas que eu nem mesmo tinha formulado.

Eu conhecera Ares, Apolo, e reecontrara Scott, e tinha certeza de que se essas imagens fossem mostradas para mim antes, eu as acharia irreais. Do mesmo modo que eu as analisava naquele momento.

O que viria pela frente? Casamentos? Casos? Filhos? Amigos imortais que jogam vídeo game? Não dava para saber.

Por isso foi com um suspiro que eu entreguei o álbum novamente para minha mãe, que voltou várias páginas para rever seus momentos com Hermes, enquanto os outros Deuses tentavam remexer suas memórias também.

Sendo o futuro a coisa mais mirabolante do mundo, ou talvez a mais simples, eu preferia tirar minhas próprias conclusões. Eu não tinha um livro na mão dizendo para mim a cada folha o que iria ser do meu destino, mas eu tinha a minha imaginação. E com ela, eu tinha certeza, e tenho até hoje, que posso montar minhas próprias memórias. Futuras, ou presentes.


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Notas finais do capítulo

Vou falar mais nos "Agradecimentos e outras coisas".
Espero reviews.