Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 82
Bônus: Uma visita do Will


Notas iniciais do capítulo

Tam tam tam taaaam!
O que será do Ares nesse bônus? Veremos.



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POV Ares

- Você é completamente lesada! O que fizeram para afetar o seu cérebro desse jeito?! Te colocaram em uma escola especial para ensinar burrice?! – Exclamei com raiva. Alice trincou os dentes e olhou para mim com raiva.

- Não vou perder o meu tempo discutindo com um animal como você! – Rebateu ela virando as costas e indo em direção á porta. Eu a segui com raiva.

- Não dê as costas para mim, Filhinha de Hermes! – Berrei com raiva. Eu segurei seu ombro e virei-a para mim novamente. Estendi a mão para lhe dar um soco, mas Alice foi mais rápida do que eu e acertou meu estômago. Doeu um pouco, mas minha raiva fez com que eu segurasse seu cabelo com força e o puxasse para trás, fazendo-a inclinar a cabeça para trás dolorosamente – Eu odeio você!

- Eu te odeio mais! – Retrucou ela. Por impulso eu puxei seu rosto contra o meu e a beijei com vontade. Nossas brigas sempre acabavam assim ultimamente, e devo admitir que era mais interessante desse jeito.

Minhas mãos largaram seu cabelo e foram direto para sua cintura, a puxando contra o meu corpo. Nós continuamos nos beijando por alguns segundos, até que Alice se separou de mim. Podia ver que ela tentava esconder um sorriso. Ah, como eu gostava daquela garota!

- Corta essa. – Disse ela tentando se livrar de mim, mas eu a puxei novamente contra o meu corpo, e a beijei mais uma vez. Ela tentava não rir – Para, Ares...!

- Não escutei. O que disse? – Perguntei inocentemente. Toda vez que Alice tentava repetir a frase, eu a beijava de novo. Ela deixou escapar um riso, e me empurrou para o lado – Nem pensa em fugir de mim, Kelly.

- Saí daqui, seu idiota. – Disse ela tentando se soltar de mim, quando a abracei por trás. Alice riu e virou-se para mim. Nós nos beijamos novamente com vontade, e suas mãos abraçaram meu pescoço. Eu a levantei no ar em um abraço apertado e continuei beijando-a. Mas de repente... Uma música começou a tocar.

Alice franziu o cenho e olhou para seu bolso de trás. Eu a coloquei no chão, mas sem querer parar a minha diversão, estiquei a mão e a coloquei dentro de seu bolso de trás. Pude ver o rosto dela ficar vermelho, o que me fez rir. Adorava provocar aquele efeito.

- Ei! – Exclamou ela. Eu ri e joguei o celular no sofá dizendo para ela ignorá-lo. Logo depois joguei a própria Alice no sofá, e fui para cima dela. Voltei a beijá-la, mas ela tentou me empurrar – Ares, para. Sério.

- Eu sou demais para você? – Zombei voltando a beijá-la, mas ela virou o rosto.

- Para! Eu acho que é o meu pai no celular... – Comentou ela. Eu dei de ombros.

- E daí? Ele sabe de nós mesmo, então que se dane. – Respondi. Alice revirou os olhos e tentou me empurrar de novo.

- Não esse pai. O outro pai. – Disse ela.

- Quantos pais você pode ter, benzinho? – Ri em seu ouvido e lhe dei um beliscão na bunda. Alice soltou um pequeno grito e eu pude ver seu rosto ficar vermelho novamente, mas logo depois ela me empurrou para o lado de modo que ela caiu do sofá. Bufei irritado por ser interrompido, mas ela sentou-se no chão e revirou os olhos para mim.

- É o Will. O pai que ainda não sabe que eu estou saindo com um pervertido. – Respondeu ela fazendo uma careta de raiva para mim, e eu retribui também com raiva. Alice pegou o celular e o atendeu – Oi, Will? Tudo bem comigo, e você?

Estiquei a minha mão e tentei puxá-la novamente para o sofá, mas Alice respondeu-me com um tapa. Trinquei os dentes com um ódio enorme desse mortal inconveniente, mas resolvi ficar parado e esperar ela terminar.

- Ahm... O que? – Perguntou Alice franzindo o cenho, mas depois abriu um sorriso um pouco nervoso – Ah... Claro que não. Sim, pode sim. Ok. Até mais. Beijo. Tchau, pai.

- Até que enfim. – Disse impaciente. Alice se levantou na minha frente e eu sorri torto – Onde paramos mesmo?

- Fora. – Disse ela devagar. Franzi o cenho sem entender. Alice mostrou um pouco de nervosismo – Fora. Sério, Ares. Saí daqui. Você tem que ir embora.

- O que?! Você está tentando me expulsar?! – Exclamei com raiva.

- Ares! O Will está vindo para cá, e ele não pode te ver aqui! – Disse ela preocupada – Por favor, vai embora.

- Primeiro você me tira a paciência, depois corta toda a minha diversão por causa do seu segundo papaizinho, e agora está me expulsando da sua casa?! – Exclamei com raiva contando nos dedos. Eu peguei o controle remoto da TV e a liguei de mau humor – Eu vou ficar aqui.

- Ares, se você não levantar...! – Ameaçou ela, mas eu a interrompi.

- Vai fazer o que? Usar toda a sua força suprema para me pegar no colo e jogar para fora daqui? – Perguntei zombando dela – Quero só ver você tentar me tirar desse sofá, benzinho.

- Será que você não entende como vai ser horrível se ele te vir?! Vai ser muito complicado explicar tudo para ele, até porque vou ter que inventar uma história para explicar como nós dois ficamos juntos. Só levanta daí, e poupe o trabalho. Anda. – Pediu ela em um tom quase suplicante – Vamos, Ares. Por favor.

- Bem... Nós podemos pensar em um jeito de você me convencer... – Comentei calmamente e de um modo bem inocente. Eu toquei as pontas dos meus dedos nas minhas pernas, mas foi algo sutil demais para Alice entender. Segurei sua cintura e a puxei para meu colo, mas assim que ela entendeu a mensagem, se levantou de novo reclamando – Então esquece. Se manda daqui para eu poder ver alguma luta inapropriada para pirralhas na TV.

- Quer parar com isso?! Só vai embora! Se o Will descobrir que você está aqui...! – Eu a interrompi.

- Espera... Se ele descobrir que eu estou aqui?! Quer dizer que ele sabe alguma coisa sobre mim? – Perguntei franzindo o cenho para ela. Alice mordeu o lábio inferior, tentando prender a resposta, mas eu entendi – É por isso que ele quer vir para cá?!

- Ares... Ele... – Alice desviou o olhar, tensa – Ele não sabe exatamente sobre você. Ele só sabe que eu estou com alguém. Mas eu...

- Ah, não... – Eu a interrompi dando um pulo do sofá – Você está com vergonha de me apresentar para ele?! Você não quer que ele me veja! – Ela abriu a boca para falar alguma coisa em protesto, mas eu a interrompi – O que foi? Acha que eu não sou o tipo de cara que deveria apresentar ao seu pai? Ooown, acha que eu não sou um bom partido para você, benzinho?

Eu estava zombando dela, mas Alice respondeu de um modo sincero e raivoso.

- É. É exatamente isso. – Respondeu. Meu queixo caiu, e ela continuou – O que eu vou falar para ele? Que ao invés de ter arrumado um cara legal, que fica sempre do meu lado me apoiando, que gosta de mim e que se dá bem comigo, eu arranjei você? Um cara egoísta, briguento, e cretino que só consegue se importar com alguma coisa se ela tem a ver consigo mesmo, ou se ela estiver dentro de uma TV?!

- Engraçado. Eu não lembro de ter dito para você que eu ia me importar, ficar do seu lado em lindos passeios ao por do sol, ou escrever cartinhas românticas. – Rebati.

- Não é disso que eu estou falando! – Exclamou ela revirando os olhos – Eu só quero que me ajude. Só... Vai embora para eu não ter problemas. Por favor, Ares.

O modo como ela pediu “por favor” me fez revirar os olhos.

- Argh. Tanto faz. Eu não ia querer perder o meu tempo com o idiota daquele mortal caipira do Alabama mesmo. – Resmunguei jogando-me no sofá.

- Olha... Vamos fazer o seguinte. Eu vou tirar o carro que Apolo me deu de frente de casa, e quando eu voltar você some, certo? Só... Deixe as coisas arrumadas. – Disse ela colocando um casaco – Eu já volto, por isso tente não destruir a casa.

- Ok. Ok. Eu só vou ver a porcaria da TV. – Respondi entediado. Alice fechou a porta, e depois... Ahm... As coisas aconteceram muito rápido.

POV Alice

Assim que deixei o carro mais para o fim da rua, corri de volta para casa. Will chegaria em pouco tempo, por isso eu tinha que mandar Ares embora, e trocar de roupa.

- Ares! – Exclamei assim que abri a porta. “Lixão” era uma palavra sutil demais para descrever a situação na qual se encontrava a minha sala de estar. Pratos jogados em cima da mesinha de centro, uma bagunça de milhões de objetos pelo chão – O que foi que você fez?!

- Oi? – Perguntou ele dando pause no vídeo game e olhando para mim confuso – Ah. Isso? Eu não sei. Aconteceu tão rápido. Acho que estalei os dedos algumas vezes, e...

- Qual é o seu problema?! – Exclamei correndo para limpar tudo. Ares voltou a jogar o vídeo game de Scott, e eu o puxei da tomada. Ele começou a protestar, enquanto eu arrumava a bagunça, mas ela era tanta que eu desisti. Joguei os pratos novamente em cima da mesinha de centro e olhei para ele incrédula – Será que você não tem um pingo de consideração pelos outros?! Eu disse que meu pai vinha, e pedi para você não bagunçar nada. Agora olha para isso!

- Ah, para de falar no meu ouvido! – Exclamou ele com raiva – “Está bagunçado! Blá blá blá!”. Ninguém merece alguém tão chata assim!

- Ares, seu...! Argh. Esquece. – Lancei um olhar incomodado para ele – Você nunca me ajuda mesmo, não é? – Ele franziu o cenho para mim, sem entender se eu estava magoada, triste, ou irritada. Talvez os três – Deixa para lá. Não precisa mais. Se não vai ajudar, pelo menos não atrapalha. Só some daqui.

Eu corri para o segundo andar trocar de roupa, e Ares não me seguiu. Era exatamente aquilo que me incomodava. Ele nunca pensava em ninguém a não ser ele. Exceto em momentos de vida ou morte, mas como não era o caso...

Como eu contaria para o meu pai que foi com esse tipo de cara que eu fiquei? Eu passei a vida toda pensando que gostaria de ter alguém que se importasse comigo do meu lado. Alguém que sempre pudesse me ajudar, e eu ajudar esse alguém, mas eu duvido que isso se aplicava á Ares.

Assim que coloquei um vestido cinza, desci as escadas para arrumar a bagunça, mas ela havia desaparecido. Junto de Ares. Revirei os olhos ao pensar que ele preferia simplesmente sumir á ficar do meu lado, mas ignorei o fato, pois ouvi um barulho lá fora.

- Oi? – Perguntei olhando para fora, mas o som era de um carro estacionando na frente da minha casa. Eu fui até ele, pois reconheci que era o do Will. Meu padrasto saiu do carro, e sorriu para mim – Oi, pai. Tudo bem?

- Tudo. E quanto á você, Alice? – Perguntou ele me abraçando. Will soltou-me, sorriu para mim, e resolveu fazer uma brincadeira – Então? Cadê o cara que eu tenho que matar?

- Para com isso. – Revirei os olhos rindo, embora quisesse dar as coordenadas exatas para o trabalho ser executado. Eu caminhei com ele até a porta, pensando em uma história para explicar a ausência do meu namorado – Ahm... Ele teve que... Bem...

- Olha só! Seja bem vindo! – Disse uma pessoa feliz abrindo a porta de casa para nós dois. Meus olhos se arregalaram ao ver Ares vestindo uma camisa verde clara, calças jeans normais, e com o cabelo perfeitamente arrumado. Seu sorriso de alegria me deixou chocada – Alice, então... Não vai me apresentar ao seu pai?

-... Oi? Ah. Claro. – Falei depois de alguns minutos de choque – Pai... Esse é... O... Meu namorado... Eu acho...

- Você acha? – Perguntou Will franzindo o cenho.

- Eu acho melhor entrarmos. Desculpa. Não terminei a frase. – Ri um pouco sem graça, e ele entrou em casa. Ares sorriu abrindo espaço para ele e para mim, mas eu parei ao seu lado enquanto ele fechava a porta – O que está fazendo?

- O que? Estou só sendo gentil. – Respondeu ele como se fizesse isso todo dia. Ares sorriu doce para mim, e eu senti medo daquilo – Não é disso que o seu pai gosta? Nós vamos nos dar bem.

- Você... Está me ajudando. – Disse impressionada – E por pura e espontânea vontade. – Ares sorriu assentindo, mas então eu me toquei que estava bom demais para ser verdade – Quanto eu vou ficar te devendo?

- Ah, que isso! – Disse ele como se fosse algo completamente absurdo, mas parou de fingir quando sua mão escorregou sem querer para debaixo da minha saia me dando um beliscão – Muita coisa. Pode crer. – Ares voltou-se par ao meu pai – Mas então, senhor Kelly... O que te trás aqui? Alice disse que faria uma visita.

- Eu estava passando perto daqui e tinha um tempo livre, por isso eu resolvi ver a Alice. E o namorado dela. – Contou meu pai analisando Ares – Me desculpe, mas... Qual é o seu nome mesmo?

Nós dois ficamos mudos por um segundo, só sorrindo para o meu pai.

- Harry... Smith. – Respondeu Ares depois de pensar um pouco. Se ele falasse “Potter” eu ia rir. Will franziu o cenho ao ouvir o nome Smith, mas resolveu deixar passar – Você é William Hanks Kelly, não é?

- Na verdade... Não. Eu sou William Hanks Lewis. – Corrigiu ele. Ok... Se você conhece um nome mais caipira do que “William Hanks”, levante a mão. Não? É. Continuando a história... – Mas então, Harry. Você trabalha com o que?

Will sentou-se no sofá e nós dois fizemos o mesmo. Era muito estranho falar assim com o meu pai, mas eu resolvei me concentrar.

- Ahm... Eu... Sou militar. – Respondeu Ares sorrindo de leve.

- Jura?! – Perguntou meu pai impressionado. Se bem que nem tanto, pois os músculos de Ares gritavam isso – Isso me lembra dos meus tempos de exército.

- Ah, pronto. Vai começar. – Disse revirando os olhos – Pai, você não ficou nem um mês lá.

- Posso terminar, Alice? Estou tentando entrar no assunto. – Disse Will fazendo careta para mim.

- É, Alice. Deixa ele continuar. – Pediu Ares, simpático. Pude notar que ele estava de certo modo curioso para saber o que Will ia contar.

- Eu lembro que me alistei em 1970 e... Alguma coisa. Pelos anos 70. – Disse Will franzindo o cenho – Nós costumávamos malhar muito lá. E tinha aquele toque da alvorada. E também... Ah, lembra Alice? Aquele seu tio. Lembra que ele era militar?

- O que morreu? – Perguntei sem lembrar direito. Olhei para Ares e lancei a indireta – Ele morreu em uma guerra, sabe?

- Foi uma tragédia. – Confirmou Will – Ele tinha só 27 anos. Algum conflito no Paquistão, ou coisa parecida. Foi um choque. Não acha essas guerras terríveis?

- Ah, elas me deixam chocados! – Exclamou Ares de um modo teatral exagerado – Não é um horror o jeito como a humanidade é violenta? Tsc. Em que mundo vivemos?

Meu pai assentiu, embora eu soubesse que no fundo Ares queria responder “É assim que sobrevivemos no mundo hostil, otário. Ou você mata, ou é morto”, ou coisa parecida. Era a cara dele.

- Mas então... Como se conheceram? – Perguntou Will analisando Ares novamente. Ele ia responder que morava na casa do lado ou coisa parecida, mas eu o atropelei antes que levasse uma bronca do meu pai.

- Ele é amigo do Scott! – Respondi sorrindo – Lembra? O Scott Collins, pai. Eles jogam vídeo games juntos e tudo mais, aí o Scott me apresentou ele. Foi assim.

- Você joga vídeo game? – Perguntou Will achando aquilo estranho, e Ares assentiu me achando maluca. Se eu contasse que ele morava na casa do lado, meu pai daria um jeito de nos vigiar o tempo todo, ou nos questionar sobre possíveis visitas noturnas – Bem. Cada um com seu hobbie.

- É. Isso e as motos... – Ares foi interrompido por Will.

- Motos?! – Repetiu ele chocado. Ele e minha mãe odiavam motos, pois achavam perigosas demais. Will me encarou de modo severo, e eu sorri.

- As de miniatura, sabe? – Menti, e depois sorri para Ares – Ah, e tem aqueles aviões de guerra também, não é Harry? E alguns carros, mas essa coleção ainda está em andamento. Faltam alguns modelos.

Meu pai estreitou os olhos para Ares achando que ele era algum retardado de 2 metros que fazia coleções de motos de miniatura e jogava vídeo. Ares esticou o braço com um sorriso forçado, e o colocou discretamente atrás do meu pescoço sem que Will visse. Entendi o recado muito bem. Ares queria me enforcar por causa daquilo.

- Quantos anos você tem mesmo? – Perguntou Will e eu senti a mão de Ares apertar meu pescoço.

- Ele é só um pouco mais velho que eu. – Respondi sorrindo – Are... Er. Harry tem uns vinte e... – Ele apertou meu pescoço um pouco mais – E um. Vinte e um.

- Ah... Sim. Nossa... Nem parece. Mas deve ser pela altura. – Comentou Will espantado. Mas foi aí que a conversa ficou um pouco mais tensa – Acho que eu tenho que perguntar isso de qualquer jeito. Coisa de pai. Quais são os seus interesses com a minha filha? Por que você gosta dela?

Os interesses dele? No momento, se resumem a enforcar a sua filha até não sobrar nenhuma molécula de oxigênio em seu pulmão.

- Ah... Eu... – Ares olhou para mim e depois para o meu pai – Não sei. Mas... Eu gosto dela porque...

Ele parecia realmente confuso. Era estranho quando alguém perguntava isso. Eu mesma não sabia responder por que eu gostava do Ares. Sabia exatamente porque eu o odiava, mas porque gostava? Difícil saber.

- Para ser sincero... – Ares ficou sério – Eu amo a Alice.

Olhei surpresa para Ares. Nunca esperava que ele dissesse isso. Pelo menos não sem a ajuda de um grande copo de uísque. Mas ele disse. E parecia estar sendo realmente sincero em relação aquilo. Meu queixo caiu, e meu pai olhou para nós, impressionado.

- Sabem? Eu acredito. – Comentou ele calmamente – Vocês... Parecem combinar. Não sei por que, mas... Parecem.

Olhei para Ares, e desviei o olhar um pouco tímida. Meu rosto estava levemente vermelho, mas um sorriso bobo surgiu no meu rosto. Sem pensar muito bem, estiquei minha mão e toquei sua perna esquerda. Ares olhou para mim e sorriu do mesmo modo. Sua mão saiu do meu pescoço e foi para o meu ombro, puxando-me contra ele e aninhando-me contra seu corpo.

- Mas, é claro... – Will se levantou – Eu não me importo se você tem 2 metros ou mais. Se magoar a minha filha, vou te mostrar todos os golpes que aprendi nas minhas 2 semanas e meia no exército, ouviu? – Ares revirou os olhos, mas sorriu e assentiu. Meu pai se despediu de nós e foi embora. Assim que a porta se fechou, olhei para Ares ainda feliz por ter ouvido aquele “Eu amo a Alice”, mas esse sentimento sumiu, quando...

- Onde paramos mesmo? – Perguntou colocando-me sentada em seu colo, e passando as mãos por debaixo da minha saia. Meu queixo caiu.

- O que?! Eu não acredito que depois daquela cena de “Eu amo a Alice” você quer...! – Ele me interrompeu rindo. Ares bagunçou seu cabelo novamente e sorriu torto.

- Que? Vai dizer que você achou que eu estava falando sério? – Eu não respondi e ele começou a rir. Trinquei os dentes com raiva – Ooown, você caiu mesmo nessa, Filhinha de Hermes? Pensei que você sabia que eu estava só enganando o seu padrasto. Ah! Já entendi. Você está tão carente que precisa que eu diga isso, não é?

- Olha... Eu não preciso do seu “eu te amo”, tá bom? E quer saber de mais? Eu não pedi para você me ajudar, por isso pode esquecer qualquer tipo de dívida que eu tenha com você. – Levantei com raiva do sofá e estava prestes a subir as escadas, quando Ares girou meu ombros com raiva – O que?!

- Deixa de ser lesada, Kelly! Eu te ajudei, e tive que agüentar aquele cara chato no meu pé! Por isso é melhor você ser boazinha e me recompensar por isso! – Exclamou ele com raiva.

- Ah, porque você não vai brincar com as suas motos em miniatura?! – Rebati com raiva.

- Eu odeio você! – Exclamou ele.

- Eu também te odeio! – Exclamei com igual raiva. Em questão de segundos, nós dois estávamos nos beijando, e por uma curta fração de segundos a idéia de que, talvez, fosse por isso que nós combinávamos tanto passou pela minha mente.

Afinal... Brigando ou concordando... Não ficávamos longes um do outro.


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Notas finais do capítulo

Hahaha! Ok... O que acharam?
Espero pelos reviews. Ah! E o próximo capítulo... Inédito! POV Scott!
Alice está em perigo. Será que o filho de Hefesto consegue virar um herói?
Aguardo reviews!