Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 81
Bônus: Festa de Natal Olimpiana


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o primeiro capítulo bônus. Podem deixar que eu vou responder aos reviews. Só queria postar esse capítulo antes para não ficar tanto tempo demorando a atualizar a fic.
Espero que gostem!



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A neve caía do lado de fora de casa. Já estava na minha época do ano favorita, e um sorriso estava estampado em meu rosto, enquanto meus dedos corriam por cima de uma caixa cheia de bolas vermelhas e amarelas.

- Estou quase lá, Cooper. – Falou Pilgrim se esticando ao máximo. Quando Scott finalmente colocou a estrela e ele começou a comemorar – Isso! Há! Consegui...! Opa!

Scott tropeçou do banco e caiu para trás, mas por sorte consegui segurá-lo antes que caísse no chão. Eu estava com minhas mãos por baixo de seus braços, de modo que ele se levantou desequilibrado.

- Calma. Você está bem? – Perguntei, e ele assentiu – Tome cuidado, Pilgrim. Vai acabar se machucando um dia antes do Natal.

- Foi sem querer. – Respondeu ele ficando de pé. Scott olhou para a caixa de bolas e sorriu para mim – Aposto que você está contando os minutos para poder enfeitar a árvore, não é Cooper?

- Imagina. – Respondi mordendo o lábio e olhando para as bolas. Eu acabei não agüentando – Sim! Estou. Vamos, vamos, vamos, por favor!

Scott riu para mim, e pegou a caixa. Ele disse que eu poderia colocar as bolas vermelhas, já que eram minhas favoritas, e o meu sorriso de criança feliz aumentou ainda mais. Era dia 23 e nós tínhamos acabado de comprar a árvore de Natal. Nada poderia estragar a minha felicidade, nem mesmo...

A porta se abriu, e um vento frio bateu contra nós. Ares fechou-a atrás de si com um chute, e começou a resmungar. Olhei para Scott prendendo o riso

– E lá vem o Grinch... – Comentei em um murmuro.

- Maldita época do ano... – Resmungou Ares jogar a jaqueta cheia de neve no chão. Olhei para ele incrédula, e ele franziu o cenho para mim – O que?

- O que? – Repeti – Tira essa jaqueta do chão! Vai molhar ele todo!

- Ah, não vem me encher o saco, Kelly. – Reclamou ele bagunçando seu cabelo curto e molhando tudo ao redor. Prendi a respiração, contei até cinco e voltei a arrumar as bolas na árvore. Ele não ia me irritar – O que vocês pirralhos estão fazendo?

- Arrumando a árvore de Natal. – Respondi o óbvio – Ou você não notou?

- Desde quando vocês ligam para fazer isso? – Perguntou Ares.

- Nós temos que ligar. Afinal, o Natal começa amanhã. – Respondeu Scott.

- E daí? – Perguntou Ares. Olhei para ele realmente chocada, e Scott prendeu o riso. Ele sabia que eu ia acabar brigando com o Ares, do mesmo modo que eu brigava com todo mundo que falava mal do Natal.

- E daí?! – Exclamei incrédula, e Ares continuou olhando para mim sem entender – Como assim E daí?! É Natal!

- Tsc. Eu odeio o Natal. Ele não tem sentido nenhum! – Exclamou ele.

- O que?! Nunca mais diga isso! – Exclamei tão ofendida que Ares arregalou levemente seus olhos para mim – O Natal não é um feriado besta que nós aproveitamos só para não ir ao trabalho ou coisa do tipo. Ele é importante!

- Ele é uma data inútil para que inúteis como você saiam por aí felizes e comprem milhares de enfeites bestas que nem mesmo combinam. – Falou ele apontando para a árvore de Natal.

- Ah, cala essa boca! O Natal é muito mais do que isso. Ele tem vários significados legais. – Rebati voltando a arrumar a árvore.

- Tipo o que? – Perguntou ele cruzando os braços – É tudo mentira, você sabe, não é? Ou você é pirralha demais e ainda acredita no Papai Noel?

- Papai Noel é um símbolo, ok? Ele mostra para as pessoas que nós devemos ser bons uns com os outros, e que quem é bom merece ser presenteado, mas que o verdadeiro presente é fazer os outros felizes. – Respondi e me senti um pouco exagerada falando aquilo. Ares riu para mim.

- Isso quer dizer que você acredita nele. – Zombou Ares. Ele foi para perto de mim, e apertou minha bochecha do jeito que eu odiava – Ooown, sinto muito acabar com os seus sonhos de um mundo feliz, Filhinha de Hermes, mas aquelas cartinhas que você escreve no fim do ano e dá para o seu papai entregar, nunca chegam ao Papai Noel, porque ele não existe.

- Eu não disse que acreditava nele! Só disse que ele era um símbolo, e... Argh! Some daqui, Ares! – Exclamei quando ele começou mexer no meu cabelo. Ele desceu a escada rindo, e eu olhei para ele com raiva – Deve ser por isso que você odeia o Natal. Não consegue suportar a idéia de que em uma época do ano as pessoas se dão bem, e não arrumam brigas umas com as outras.

- Pense o que quiser. O Natal é tão ridículo quanto você. – Riu ele negando com a cabeça – Para mim isso é um saco.

- Escuta aqui... O Natal é uma época em que todo mundo se dá bem, que as pessoas resolvem ser gentis umas com as outras, nem que seja só por um dia. É a época em que todo mundo faz doações, e tudo mais. E se você acha que vai estragar isso tudo com o seu mau humor, então é melhor pensar duas vezes, porque eu não vou deixar você acabar com o meu feriado favorito! – Eu tinha me empolgado um pouco, mas só me toquei disso quando vi que tinha descido a escada e parado na frente de Ares, ameaçando-o com uma bola vermelha.

- Uuuh. Irritei a garota da guerra, é? – Zombou ele rindo de mim – Você acabou de admitir que é só um feriado, benzinho.

- Não disse isso, idiota. – Retruquei revirando os olhos. Eu coloquei a última bola na árvore, e desci as escadas novamente. Scott também terminou e sorriu olhando a árvore.

- Está bem legal. – Disse ele. Scott olhou para Ares e eu, e riu – Acho melhor você não reclamar do Natal na frente da Alice. É sério. Ela protege essa data com as unhas e os dentes.

- Eu notei isso. – Riu Ares zombando de mim.

- E eu estou errada por acaso?! Você também gosta do Natal, Scott! – Reclamei.

- Gosto. Eu acho tudo isso muito divertido, sabe? – Sorriu ele.

- É. Aposto que adora ganhar esses seus joguinhos novos todo ano. – Rebateu Ares para enfatizar que era só uma data capitalista.

- Não, não é nem por isso. – Scott deu de ombros – É que todo mundo fica junto. É mais divertido assim.

- Tanto faz... Ah! – Exclamou Ares dando de cara em um enfeite de Natal que estava perto da porta. Um Papai Noel com óculos que dançava quando você tocava nele (Scott comprou porque achou ele engraçado), furou o olho de Ares – Mas que mer...!

- Hou! Hou! Hou! Feliz Natal! – Disse o Papai Noel começando a dançar. Eu e Scott começamos a rir, enquanto os xingamentos de Ares eram censurados pelos barulhos do Papai Noel.

- Eu sabia que não ia me arrepender em comprar isso! – Exclamou Scott entre risos.

- Eu vou esfolar o seu coro, Collins! – Berrou Ares com raiva.

- Opa. Esquece o que eu disse. – Comentou ele com raiva. Scott correu para trás de mim, e quando Ares foi socá-lo eu o empurrei para trás salvando Scott – Ufa.

- Acho que isso foi uma vingança do Natal. – Comentei prendendo o riso – Papai Noel achou que você foi um garoto muito mal e reclamão, e resolveu te deixar cego por causa disso. Sem presentes para você esse ano, senhor Smith. Vai para o cantinho e pense no que você fez.

- Vai se ferrar! – Exclamou ele com raiva e com um olho um pouco irritado – Natal é para idiotas lesados!

- Não é não! – Exclamei de volta.

- Uhul! Natal! – Exclamou Apolo abrindo a porta e fazendo uma entrada triunfal. Ele estava usando um suéter com quadrados vermelhos e verdes, um gorro vermelho, luvas vermelhas... Acho que até sua cueca devia estar ao estilo natalino.

- Viu só? – Disse Ares apontando para Apolo com o dedão – Coisa de lesado. Ninguém normal anda assim pela rua.

Apolo olhou para Ares, mas ao invés de se defender ou reclamar com ele, abriu um sorriso torto e engraçado.

- Ah, não é divertido ver isso? Acho que a melhor parte do Natal é ver o Ares desapontados por todo mundo se dar bem na paz e no amor. – Comentou Apolo rindo dele.

- Viu?! Eu te disse! Sabia que eu estava certa! – Exclamei apotando para Ares, que trincou os dentes por eu ter descoberto que tinha razão.

- Abaixa esse dedo senão eu quebro ele, Kelly! – Exclamou.

- Você não passa de um velho rabugento. – Rebati fazendo uma careta para ele. Ares retribuiu e cruzou os braços com raiva. Apolo riu da cena.

- Ei, Alice. Sabe para que eu vim aqui? – Perguntou ele sorrindo. Eu encolhi os ombros e Scott fez o mesmo – Para dizer que você está oficialmente convidada para a festa olimpiana de Natal! Um dia de pura diversão com os seus 12 Deuses favoritos, incluindo á mim. E excluindo o Ares, é claro, já que ele odeia o Natal.

- Ah, você vai me excluir, é isso?! – Reclamou Ares ofendido.

- Não odeia o Natal? Não deixou isso tão claro? – Rebati.

- É, mas eu também te odeio e agüento isso! – Retrucou ele cruzando os braços.

- Wow. No... Olimpo?! – Perguntou Scott surpreso – Que demais! E onde fica isso mesmo?

- Empire States. – Respondi.

- Ah, claro. Sempre soube. – Disse Scott fingindo que sabia, mas depois sorriu animado – Por que não, não é?

Apolo sorriu um pouco mais desanimado para Scott, e pude ver que ele ainda não gostava muito do filho de Hefesto. Entretanto, sabia que eu reclamaria se ele não o convidasse, por isso...

- Ah, claro. Vai ser demais. Nós quatro juntos. – Sorriu Apolo – Eu busco vocês amanhã. Até mais Alice. Scott. Ares.

Enquanto Ares resmungava alguma coisa, Apolo aproveitou e me deu um beijo. O Deus da guerra correu atrás dele, e Apolo deu no pé rapidinho.

- Wow. – Foi tudo que Scott disse quando a porta da Sala dos Tronos se abriu para nós entrarmos. Apolo passou na nossa frente animado com a festa de Natal, mas eu e Scott andamos devagar olhando o o lugar com atenção.

Uma árvore de Natal enorme estava erguida no centro da sala, e ela estava completamente enfeitada com bolas vermelhas e douradas do tamanho da minha cabeça. Miniaturas bonitinhas dos Deuses estavam distribuídas pelos galhos. Eu vi um pequeno Hades, e do outro lado uma Atena fofinha.

Os Deuses conversavam e comiam felizes. Até Hades estava animado. Só Ares que agia como um rabugento, mas pelo modo como todos ignoravam seu mau humor, eu pude notar que isso devia acontecer todo o ano.

- Olha só o que temos aqui! – Exclamou uma voz simpática atrás de mim. Eu me virei e lá estava Poseidon com seu sorriso engraçado, suas bermudas havainas (só que desse vez vermelhas e verdes) e um drinque de com guarda-chuvinha – Alice! Você veio!

- Sim, Apolo me chamou. – Respondi sorrindo. Poseidon olhou para os lados e depois para mim.

- Mas então... Como vai o seu clube noturno? – Perguntou ele. Minha mão coçou cheia de vontade de dar um soco em Ares, mas isso podia esperar.

- Ah, vai bem. – Menti sorrindo, e Scott franziu o cenho para mim – Mas agora o meu trabalho é resumido. Sabe como é, né? Pouca gente em fim de ano.

- Sério? Pensei que fosse ao contrário. Mas se precisar de um incentivo, pode contar com o meu apoio moral. – Sorriu ele inocentemente. Prendi o riso quando Atena puxou a orelha dele, mas Scott acabou rindo.

- Ninguém merece agüentar você... – Resmungou ela revirando os olhos. Atena sorriu para mim e depois para Scott – Sejam bem vindos. E feliz Natal.

- Obrigada, Atena. Para você também. – Respondi.

- Fico impressionada de meu irmão ter deixado você vir. Ares geralmente é extremamente rabugento nesses feriados. – Comentou Atena e eu ri.

- É. Ele não teve muita escolha. Não sou de perder festas natalinas, principalmente uma festa olimpiana natalina. – Contei sorrindo feliz, mas depois me bateu uma dúvida – Espera... Mas como você é a Deusa da guerra também... Não devia odiar o Natal assim como o Ares?

- Alice, o intuito principal da guerra é trazer a paz. Quando tem paz, eu também estou feliz. – Disse ela – Meu irmão foge á essa idéia, porque ele adora ver uma pancadaria, mas ele é só um idiota cabeça dura. Mas eu amo o Natal. É realmente lindo.

- Eu também! – Exclamei encantada, e Atena sorriu – O Natal não tem uma mensagem linda?! E todo mundo junto e felizes...!

- Ei, ei, ei! Vamos parando com essa porcaria! – Exclamou Ares aparecendo do nada – Não quero que você fique fazendo lavagem cerebral na minha garota da guerra, escutou traça de livros?!

- Isso só reforça o que eu disse... Idiota e cabeça dura. – Murmurou Atena com um sorriso triunfante.

- Ah, porque você não vai se pegar com o Poseidon em algum cantinho? – Rebateu Ares com um sorriso maldoso. Atena demonstrou raiva por uma fração de segundos, mas depois sorriu do mesmo jeito que Ares. Meu Deus... Se eu odiava as brigas de Ártemis e Apolo, esses Deuses da guerra então...

- Se eu fosse você tomava conta da Alice. Nunca se sabe quando ela vai acordar, perceber que fez besteira e trocar você pelo Apolo. Ou pelo filho do Hefesto. – Atena disse a última palavra para irritar Ares, e funcionou. Nunca vi ninguém ser manipulado tão fácil – Nunca se sabe. É só um aviso.

Ares estava morrendo de raiva, mas de repente riu.

- Alice... O que é aquilo no ombro dela? – Perguntou Ares – Você também acha que é uma aranha?

Atena congelou. Ela permaneceu em sua pose superior por alguns minutos, mas logo depois seu rosto foi ficando branco. Eu tive que admitir que fiquei com medo dela desmaiar a qualquer momento, por isso fiquei preparada junto de Poseidon para segurá-la. Mas ao invés disso...

- Tira. – Disse calma e devagar, mas logo depois começou a crescer o pânico em sua voz – Tira, tira, tira! Tira de mim! Aaaaaah!

Atena começou a bater nos ombros em desespero, medo e pânico, enquanto Ares ria daquilo. Poseidon acalmou a Deusa, enquanto eu dei um chute em Ares.

- Qual é o seu problema?! – Exclamei, mas depois olhei Atena ainda em pânico – Ahm... Qual é o problema dela?

- Ela tem medinho de aranhas, desde que transformou Aracne em uma. – Contou Ares rindo da irmã.

- Ares, isso foi maldade! Não tem aranha nenhuma! Quer ajudar ela?! – Exclamei com raiva. Ele negou com a cabeça com um sorriso feliz, mas eu lhe dei um tapa no braço, fazendo-o revirar os olhos – Ah... Atena, não tem aranha. Eu só fiz isso para tirar uma com a sua cara, otária.

A Deusa parou. Atena trincou os dentes com puro ódio e fez surgir algumas facas bem afiadas. Ares arregalou os olhos e resolveu não içar perto para ver o que aconteceria. Ele saiu correndo com medo, enquanto ela o perseguia.

- Isso, Atena! Lance seu exército de corujas contra ele! – Exclamou Scott apoiando a luta. Eu ri ao imaginar corujas perseguindo Ares.

- Vamos... Eu apresento você aos outros Deuses. – Comentei.

. Nós andamos, conhecemos os outros Deuses, e os comentários de Scott eram cada vez mais malucos. Tinha que dar cotoveladas discretas nele para se tocar que estava agindo feito um maluco.

Também... Scott perguntou para Hades se ele tiraria uma foto com ele. Quando Poseidon comentou sobre pesca, ele disse que o peixinho dourado dele morreu no ano passado porque ele não deu comida. Deméter puxou a orelha dele por não comprar um sofá novo. Afrodite beijou a bochecha dele e ele quase desmaiou. Meu pai disse que ele devia ficar comigo (como sempre), Ártemis acenou para ele (o que era mais do que eu esperava), Hefesto o cumprimentou, mas o pior foi...

- Alice querida! – Exclamou Hera vindo em nossa direção. Zeus a acompanhou e permaneceu sério. Ela me abraçou e depois sorriu de leve para o Scott, escondendo todo a sua repulsa por semideuses – E... Scott Collins. Ainda bem que vieram.

- Obrigada pelo convite. – Sorri para os dois. Eles assentiram, e Hera olhou Zeus quase que mandando ele puxar assunto.

- Então... Conheceu todos os Deuses, rapaz? – Perguntou Zeus coçando a nuca, e dando um sorriso de leve.

- Ah, sim. – Assentiu Scott – Só falta Zeus, eu acho. E o Dionísio. Ah, não! Dionísio era aquele gordinho baixinho. Esquece. Então só falta Zeus.

- Scott... Ele é Zeus. – Disse olhando para ele. Scott analisou Zeus, e estreitou os olhos.

- Sério? Eu imaginava de um jeito diferente... – Aí ele tinha que fazer uma pergunta estranha – Seus olhos não brilham? Poxa, era mais emocionante no vídeo game.

- Como é? – Perguntou Zeus olhando para Scott. Zeus devia ser da mesma altura de Ares. Tinha uma expressão séria, andava sempre de terno, tinha cabelo de cinza para preto, e olhos tempestuosos. Eu não ia gostar nada de ver eles brilharem de fúria ou algo do tipo, por isso intervim.

- Ahm... Nada, senhor. Scott joga vídeo games de mais. Deixa isso. – Disse sorrindo – Acho que Poseidon está chamando para alguma coisa.

E estava mesmo. O Deus do mar reuniu os outros e todos nós nos sentamos em uma rodinha, e rimos das histórias que eram contadas.

- Não, não... – Disse Poseidon enxugando uma lágrima de riso – Mas a melhor parte é essa. Ares, você se lembra disso?

Ele mostrou uma foto que eu já tinha até esquecido que tinha sido tirada. Foi quando meu pai nocauteou Ares. Quando ele estava com bigode de leite, e avental rosa. Ares olhou para mim com ódio, e sorri sem graça e desviei o olhar.

- É... Então. – Disse enquanto todos os Deuses riam – Acho que foi ainda mais engraçado na guerra de comida. Quem concorda?

- Não. Nada bate essa foto. – Riu meu pai – Alice, eu tenho tanto orgulho de você!

- Não fui eu, não fui eu! – Exclamei ao ver Ares pegando uma faca calmamente – Foi o Poseidon! Sou inocente dessa vez!

- Dessa vez?! Quer dizer que teve outras?! – Exclamou Ares com raiva.

- Não...! Eu...! Ah, esquece. – Respondi deixando para lá. Todos riram, e contaram, mas histórias engraçadas. Rimos de Hades levando um bronca de Deméter por ter roubado maçãs de uma árvore dela quando era pequeno, e conhecemos história de quando Hera e Zeus se apaixonaram. Como Poseidon e Atena brigaram pela primeira vez, e a recente, de quando ficaram juntos.

Ali, todos juntos, parecíamos uma família mesmo. Rindo e conversando uns com os outros. Até mesmo Ares, que tanto odeia o Natal, parecia de certo modo feliz, enquanto ria de algumas coisas.

No fim, eles trocaram presentes. Eu ganhei um de Poseindon e Atena, um do meu pai, um de Apolo, um de Zeus e Hera, e de alguns outros Deuses. Por incrível que pareça, Scott também. Quando voltamos para casa na madrugada do dia 24, Apolo deu uma carona de carro. Quando descemos do carro resolvemos sentir a neve sobre nós um pouco.

- Amanhã podemos brincar na neve. – Disse ele quase que pedindo para mim. Eu ri, mas ao ver seus olhos de cão sem dono, acabei cedendo. Apolo sorriu e voltou para o carro. Mas antes de ir embora... – Feliz Natal, Alice.

Eu sorri e fui até a porta de casa. Scott já estava dentro há um tempinho, mas antes que eu pudesse entrar e me juntar á ele...

- Ei. – Disse Ares. Eu me virei e dei de cara com um embrulho um tanto mal feito de papel vermelho listrado em verde. O rosto de Ares quase tão vermelho quanto o do embrulho. Eu sorri sem conseguir me controlar e o abri. Dentro tinha um bichinho de pelúcia, parecido com o que ele tinha me dado de aniversário, só que esse... – É diferente. O outro... Era um javali macho, eu acho.

- E como você sabe que esse não macho também? – Perguntei sem entender.

- Ele é rosa. – Respondeu Ares – Dã.

- Machos não gostam de rosa? Ele pode ser um javali bem meigo. – Comentei quase rindo, e Ares fez uma careta para mim – Olha o preconceito.

- É fêmea, e pronto. – Resmungou ele – Agora eu quero ver a sua ótima capacidade de dar nome para bichinhos de pelúcia em ação.

- O que? Gordon foi um nome legal. – Disse para ele, mas Ares cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha para mim – Gordon, gordinho. Lembra. Ah... Deixa. Se eu sou tão ruim em escolher nomes assim, põem um você.

- Vou mesmo. – Disse ele fazendo careta para mim, e depois encarou o javali fêmea. Rosa e fofinho. Eu poderia chamá-la de Gordan, mas Ares ia me zoar por isso – Grace. Que nem Grace Kelly, a atriz. Pronto. Eu sou demais.

Revirei os olhos, mas acabei rindo. Ares deu passos discretos na minha direção como se não quisesse nada, e eu revirei os olhos de novo. Beijei sua bochecha, e ele deu um sorriso torto. Ares olhou para mim ainda sorrindo e eu acabei sorrindo também.

- É... Até que certas coisas que você disse estavam certas. O Natal não é só comprar e tudo mais. – Comentou ele calmamente.

- É. Beijos são de graça, por exemplo. – Concordei, mas resolvi implicar com ele – Mas não pense que vai ter mais que isso. Lembra? Você está na lista negra do Papai Noel. – Ares deixou seu queixo cair. Provavelmente pensou que ia se dar bem, mas não era o caso. Eu abri a porta, mas antes de fechar – Obrigada Ares. Mesmo. Tenha um Feliz Natal.

- É. Para você também. – Resmungou ele incomodado.


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Notas finais do capítulo

Um pouco grande, não?
Mas acho que isso compensa um pouco a fic ter acabado.
Bem... Até o próximo capítulo bônus. Adivinhem o que vai acontecer...
Ares vai conhecer seu outro sogro. Tam tam tam taaaam!
Beijos!