Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 69
Quebrando cabeças


Notas iniciais do capítulo

Tenho que avisar que essa capítulo tem uma forte emoção no fim. Espero que gostem, pois acho que faltam só mais 5 capítulos para a fic acabar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/147464/chapter/69

- Que tal um chocolate quente? – Sugeriu minha mãe entregando para mim e para Hermes uma xícara saindo fumaça. Sorri lembrando de como ela fazia isso quando morava com ela e com o Will. Doce infância.

- Então... Foi isso. – Falei assoprando o chocolate. Tinha aproveitado que estava no mesmo quarto que a minha mãe e meu pai, e expliquei tudo da história do casamento.

- Aqueles dois idiotas só fazem besteira... – Resmungou meu pai pouco feliz – Quando eu achar eles...!

- Hermes, já chega, está bem? Já teve a sua briga, e agora acabou. – Repreendeu minha mãe, mas depois sorriu para mim – Eu fico feliz de você ter só cinco dias para se casar.

- O que?! Mãe! – Exclamei incrédula.

- Desse jeito você não vai poder fugir, e vai ter que encarar os seus problemas de uma vez. Você precisa disso. – Disse ele esperando mesmo que eu fosse encarar o problema, mas depois que olhou para o meu rosto, seu sorriso sumiu – Você está pensando em um jeito de fugir de novo, não é mesmo?

- Ahm... Não. Imagina. – Menti rindo um pouco e bebendo o chocolate. Nós nos sentamos e começamos a conversar sobre eventos do passado. Fazia tanto tempo que eu não tinha momentos de família como esses, que eu tinha me esquecido de como eles eram bons. Nós rimos uns com os outros – Você gostava dos Bee Gees?! Você, mãe?!

- Todos tem suas fases, mas... Os Bee Gees são ótimos. – Confirmou ela sorrindo para o meu pai – Lembra de nós dançando aqui em Paris?

- Isso foi tão engraçado. Quer dançar agora? – Perguntou ele se levantando. Minha mãe se levantou também e eles começaram a dançar passos dos anos 70. Eu ri e desviei o olhar.

- Corta essa! Não acredito que vocês estão dançando no meio da sala e sem música! – Ri deles. Minha mãe e meu pai começaram a rir também.

- Sua mãe é tão bonita que eu dançaria com ela de qualquer jeito. – Disse Hermes olhando para ela. Minha mãe revirou os olhos e riu sem graça.

- Para com isso, seu exagerado. – Disse sentando indo colocar as xícaras dentro da pia. Meu pai a seguiu e a abraçou por trás, dando um beijo no seu pescoço. Ela riu – Lembra qual foi a primeira música que nós dançamos?

- “More than a woman” dos Bee Gees. Bons tempos. – Disse Hermes sorrindo.

- Isso sim era uma banda. – Disse minha mãe e depois olhou para mim fazendo uma careta – Melhor do que aquelas garotas rebeldes que você gosta.

- Você está reclamando das Runaways de novo?! – Perguntei incrédula.

- Claro! Só sabem xingar, e agir como vândalas. – Disse minha mãe revirando os olhos. Hermes riu e olhou para ela.

- Jenny... Você lembra que quando eu te conheci, você costumava cortar o cabelo igual ao da Joan Jett, não é? A guitarrista das Runaways. – Comentou ele calmamente. Minha mãe olhou para ele surpresa.

- O que?! Mentira! Não era nada disso! – Protestou ela.

- Era sim! – Confirmou meu pai rindo – Alice, ela até gostava de uma música delas. Aquela que tem uma Jenny.

- Rock n Roll? – Perguntei o nome da música e meu pai assentiu. Minha mãe virou-se para ele e lançou um olhar ameaçador.

- Hermes, se você cantar...! – Ele a interrompeu.

- Jenny said when she was five years old, you there’s nothing going down at all! – Cantou ele. Eu comecei a rir disso, e minha mãe cruzou os braços com o rosto um pouco vermelho.

- Vocês dois são impossíveis... Saibam que essa é a única música que elas não xingam, ok? Tem até uma letra bonitinha, por isso eu deixo passar, mas eu odeio elas. – Disse minha mãe tentando se defender.

Meu pai tentou dar um beijo nela, mas acabou sendo repelido.

- Aaah, Jenny. Não fica assim. Eu estava só contando a verdade. – Disse ele seguindo-a.

- Aham. Então conta a verdade longe de mim. – Disse ela indo para o corredor. Parecia uma cena de mim e do Apolo, o que me fez ver a ligeira semelhança entre nós duas. Meu pai disse que provavelmente ela ainda tinha músicas das Runaways no celular, e saiu correndo para o seu quarto provar isso. Minha mãe correu também reclamando com ele. Eu ri.

Estava prestes á me sentar no sofá, quando...

- Buh! – Exclamou a voz de Apolo no meu ouvido. Eu me virei e lá estava ele me abraçando – Eu disse que ia te achar, minha musa.

- Não disse não. – Neguei.

- Ah, não? Ahm... De qualquer jeito eu achei. – Disse ele franzindo o cenho e depois dando de ombros. Apolo sorriu de leve para mim e alisou minha cintura – Agora me diz... Você vai me escolher, não é? Não pode me deixar sozinho.

- Fazer essa cara de cão sem dono não vai me afetar. – Disse negando com a cabeça, mas ia acabar me afetando sim. Apolo sorriu e me beijou – Esquece... Eu não sei quem escolher, e não vou pensar em nada com essa pressão.

- Então deixa eu te ajudar á escolher. – Disse ele me beijando novamente. Dessa vez o seu beijo foi tão bom que eu acabei me distraindo. Só me toquei que estava praticamente nas nuvens, quando senti alguém me puxar para longe do Apolo - Ei! Ela estava comigo!

- Esquece, Apolo. – Disse Ares segurando a minha cintura com força – Ela vai me escolher, não é mesmo benzinho? Ela não vive sem mim.

Ares passou uma mão pelo meu cabelo bagunçando-o inteiro.

- Para com isso! – Protestei tentando afastá-lo, mas ele continuava segurando minha cintura. Apolo esticou o braço e me puxou contra seu peito, abraçando-me – Apolo...!

- Ela é minha musa. Deixa ela em paz. – Disse ele em um tom exigente. Suas mãos alisaram as minhas pernas, e meu rosto ficou vermelho – Pode deixar, Alice. Eu te protejo.

- É melhor você parar de passar a mão na minha garota da guerra. – Exigiu Ares me puxando de volta. Apolo me puxou de volta, e Ares puxou-me novamente. Eu estava cansada disso acontecendo o tempo todo, por isso dei um forte cotovelada nas costelas de Ares – Ah! Sua...!

- Isso! Viu só? Ela me escolheu! – Disse Apolo com um sorriso triunfante. Ele estendeu a mão para me puxar, mas eu lancei um olhar ameaçador para ele.

- Se me puxar, você é o próximo a levar uma cotovelada. – Ameacei. Ele cruzou os braços e revirou os olhos quando Ares começou a zoar ele – O que vocês vieram fazer aqui?

Eles iam responder, mas pararam por um segundo. Os dois se jogaram no sofá rapidamente e me puxaram junto. Eu estava sentada no meio dos dois, quando Apolo pegou o controle da TV naturalmente e a ligou.

- Eu disse que tinha essa música! – Riu meu pai saindo do corredor.

- Você é muito implicante! Já disse que eu só gosto dessa música. Não tem mais nenhuma, entendeu?! – Minha mãe parou de falar ao nos ver sentados no sofá. Meu pai estreitou os olhos para Apolo e Ares, que se viraram para poder sorrir inocentemente – Ahm... Apolo. Ares. O que fazem aqui?

- Viemos passar um tempinho com vocês três. – Respondeu Apolo.

- É. Claro. – Confirmou Ares virando-se para frente. Ele esticou a mão e puxou o meu cabelo, o que doeu um pouco, e sorriu para mim – Não vai ser divertido?

- Demais. – Confirmei em sarcasmo. Meu pai estava pronto para começar a reclamar com eles, quando minha mãe puxou ele para o balcão da cozinha para poder acalmá-lo.

- Então... Vocês querem chocolate quente? – Perguntou minha mãe. Apolo estava passando a mão na minha perna sem ninguém notar, mas ao ouvir “chocolate quente” ele parou e sorriu animado como uma criança.

- Ow! Ow! Ow! Eu quero! Eu quero! – Exclamou ele levantando a mão. Olhei para ele tentando não rir, mas não foi muito difícil, já que Ares me deu uma cotovelada. Virei meu rosto para ele sem entender, mas ele simplesmente encolheu os ombros.

- Qual é o seu problema? - Perguntei em um sussurro.

- Uma pirralha indecisa. – Respondeu ele. Passei a mão pelo braço, pois tinha doído, e Ares aproveitou para zombar de mim – Ooown, o que foi? Fez um dodói? Me escolhe, e eu não te machuco mais, ok?

- Mentira. – Respondi para ele.

- É... Eu te machuco em proporções menores. – Corrigiu ele pensando no assunto. Apolo ouviu nossa conversa, e aproveitou que minha mãe e meu pai estavam conversando para me dar um beijo na bochecha.

- Me escolhe e eu cuido dos seus dodóis. – Falou ele sorrindo para mim.

- Parem com isso. Eu não vou escolher assim! – Disse incomodada. Ares assentiu e olhou para a TV. Ele pegou o controle e apontou para a tela.

- Eu temia que dissesse isso... – Comentou ele. Franzi o cenho sem entender, mas logo duvidas maiores surgiram. Ares apertou algum botão que fez a tela inteira parecer um menu de DVD. O título do provável filme me fez gelar.

- Ah, não... Você não... – Fiquei muda, pois ele assentiu confirmando.

- Que tal uns flashbacks? – Perguntou Ares sorrindo maldoso – Aposto que tem muitas cenas legais no seu passado obscuro.

- Eu não tenho um passado obscuro! – Protestei. Meus pais pararam para olhar a tela, o que me fez ficar tensa. Tinha coisas que eu não queria que eles vissem, como as vezes que eu fugi de casa para corre por aí com o Scott sem a minha mãe saber, ou eventos similares.

- Uhm... Qual cena eu escolho primeiro? O que você acha sobre a que diz “Primeiro beijo”? – Perguntou ele com um sorriso maldoso. Meu rosto ardeu em vermelho, mas Apolo reagiu de outra maneira.

- Foi com o Scott, não foi? – Perguntou ele controlando os ciúmes – Eu quero ver isso. Põem nessa.

- Põem nessa uma ova! Me dá o controle! – Exigi para Ares, mas ele só riu e estendeu a mão para cima – Ares! Me dá essa droga de controle!

- Olha só esse rostinho vermelho! Isso vai ser tão divertido! – Zombou ele afastando o controle de mim – Que foi, Filhinha de Hermes? Tem alguma coisa a esconder?

- Primeiro beijo? Uhm... Eu quero ver essa cena. – Disse minha mãe de repente.

- Mãe! – Exclamei incrédula – Devolve, Ares! Já que disse que não!

- Acho que a maioria aqui quer ver a cena. – Comentou ele distanciando o controle de mim. Tentei pegá-lo, mas era impossível – Então... Play!

A cena começou a passar, e eu simplesmente me encolhi ignorando todos os comentários deles. Ares me zoava dizendo que eu era “uma gracinha”, minha mãe perguntava porque eu nunca contei nada para ela, Apolo perguntava se ele beijava melhor, e meu pai falava “Continue assim! Fique com o Scott!”.

Quando a cena acabou, Ares apertou minha bochecha. E eu lancei um olhar de raiva para ele.

- É assim que quer que eu te escolha?! Me humilhando?! – Perguntei em um sussurro. Ele sorriu maldoso, e encolheu os ombros.

- Vai dizer que eu sou seu favorito? – Perguntou ele.

- Você é o que eu mais odeio. – Respondi.

- Então vejamos a próxima cena... – Disse ele olhando o menu – Olha só quantos eventos interessantes! “Primeira paixão de verão”, “Primeira briga de escola”, “A despedida do Scott”, “Festa de Natal no Alabama – 2004”...

- Eu adoro flashbacks. – Comentou minha mãe.

- Mãe, não incentiva ele! – Exclamei incrédula.

- Mas é legal mesmo. – Comentou meu pai. Eu revirei os olhos e me levantei do sofá com raiva.

- Ótimo. Então vejam. Eu não vou ficar aqui para isso. – Disse saindo do quarto. Minha mãe e meu pai tentaram me fazer ficar, mas eu não os ouvi. Se fosse rápida talvez aqueles dois nem me seguissem, mas não tive essa sorte. Estava no corredor do 12º andar, quando...

- O que foi? Está estragando um lindo momento em família! – Zombou Ares.

- Eu queria poder estragar a sua cara! – Exclamei para ele. Olhei em volta e vi que Apolo não o seguiu – Onde está o Apolo?

- Ele ficou vendo a cena de quando vocês se conheceram. – Respondeu ele fazendo careta, mas depois riu para mim – Então... Já decidiu quem vai escolher?

- Sabe? Eu não teria nenhuma pena de ficar longe de você e desses momentos irritantes a minha vida toda. – Disse com raiva. Virei-me tentando ir embora, mas Ares me girou e fez com que as minhas costas grudassem na parede – O que você quer?

- Que você me escolha, não é óbvio? – Perguntou ele fazendo careta para mim, mas logo depois uma de suas mãos acariciou o meu rosto. Aquilo foi estranho, o que provocou um tipo de arrepio no meu corpo – Não vou desistir enquanto você não disser que eu ganhei.

Estava prestes a falar alguma coisa, quando ele encostou uma de suas mãos contra a parede na qual eu estava. Sua outra mão segurou o meu queixo. Ainda estava morrendo de raiva dele, mas não conseguia afastá-lo ou dizer alguma coisa.

- Eu vou conseguir. – Disse ele confiante, mas em um tipo de sussurro – Nem que eu tenha que tentar tudo. Eu não vou ser passado para trás.

Sua boca se aproximava da minha. Nós estávamos á centímetros um do outro, quando a tal parede atrás de mim se abriu. Na verdade, era uma porta, e assim que isso aconteceu, nós dois caímos para trás.

Segurei a camisa de Ares por impulso, e ele acabou caindo também (já que sua mão estava apoiada na porta). Caí por cima dele, e nossos rostos estavam bem pertos um do outro.

Eu rolei para o lado e me sentei. Ares fez o mesmo e passou a mão na cabeça, pois provavelmente devia estar doendo pela pancada.

- Mas você é uma lesada mesmo. Tinha que parar logo em uma porta?! – Reclamou ele para mim

- A culpa é sua! Quem mandou me jogar contra a parede?! – Eu me levantei e ele também. Ares avançou na minha direção com raiva.

- Fique você sabendo que...! Ah Meus Deuses! – Berrou ele de repente com os olhos arregalados. Era algo atrás de mim, mas Ares fez uma cara de choque tão grande, que acabei prestando mais atenção nele – Eu estou cego! Estou cego! Nããão!

Ares cobriu os óculos escuros e se jogou no sofá da sala. Franzi o cenho para ele e depois para a pessoa que estava atrás de mim.

- Atena... – Murmurei sem graça, pois notei que ela estava abotoando a camisa. Ares se contorcia no sofá, e a Deusa da sabedoria o fuzilava com um olhar de raiva.

- Quem mandou você entrar no meu quarto sem bater?! Suma daqui, seu imbecil! – Berrou ela com raiva.

- Sua indecente! – Exclamou ele levantando-se – Eu podia muito bem dormir sem ver isso! Vou passar toda a eternidade traumatizado! Nunca mais vou querer ver a cor azul na minha frente!

- Cala essa boca e saí daqui! – Exclamou ela com muita raiva. Ares estava pronto para sair mesmo, quando seus olhos bateram com algo no chão. Ele franziu o cenho e pegou uma peça de roupa, que de começo não vi qual era.

- Espera... Isso aqui... É seu? – Perguntou ele com um sorriso maldoso. Atena arregalou os olhos, mas respirou fundo e se manteve calma.

- Não é da sua conta. – Respondeu ela pegando o que estava nas mãos de Ares. Eu só vi rápido, mas notei que era uma cueca verde com desenhos de conchinhas. Olhei para Atena e depois para Ares.

- Ares, vamos embora. Deixa ela em paz. – Disse, mas ele não me ouviu. Ares apontou para Atena prendendo um riso.

- Sua malandra! Sempre soube que você não ia agüentar com esse juramento! Aposto que Poseindo está sorrindo de orelha á orelha agora. – Blefou Ares. Atena olhou para mim com raiva.

- Você contou para ele?! – Exclamou ela. Neguei com a cabeça, mas de repente...

- Você sabia disso?! – Exclamou Ares para mim chocado – O que?! Como assim?! Espera... Isso quer dizer... – Ele virou-se para Atena com o queixo caído, mas ao mesmo tempo achando graça – Que vocês estão se pegando!

- Não estamos nos...! – Ares apontou para a cueca na mão de Atena, e a Deusa ficou com o rosto completamente vermelho – Você é nojento! Não estamos “nos pegando”. Estamos só... Juntos. Seja delicado, seu animal!

- Uuuuh, ficou estressada, é? – Perguntou ele rindo. Ares sorriu maldoso para Atena – Atena, minha irmã favorita... Zeus sabe que você anda se agarrando com o irmão dele?

- Nem pense em...! – Protestou Atena, mas ele a interrompeu.

- Zeus! A filhinha está se agarrando com Poseidon! – Berrou ele correndo para a porta, mas Atena foi mais rápida. Ela lançou um vaso de vidro na cabeça do Ares, que caiu no chão totalmente inconsciente. Nessa Poseindo apareceu na sala vestindo um roupão de banho.

- Ei, Alice. Como vai? – Sorriu ele, mas parou ao ver o Ares caído no chão – Ahm... Quer uma ajuda outra vez?

- É... Acho que pode ser. – Respondi assentindo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Sinto muito ficar um pouco grande, e eu ainda não ter respondido os reivews.
Hoje entregaram o boletim. Tenso.
Mas tem o fim de semana por aí, por isso eu vou respondê-los.
Espero até o próximo capítulo. Vamos ver no que essa história vai dar. E se o Ares vai acordar depois dessa... Hahaha!