Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 54
Impulso


Notas iniciais do capítulo

Certo... Eu não aguentei e tive que postar.

Mas como compensação por amanhã ter provas, e eu ter postado hoje... Mande reviews bem grandes, certo?

Boa leitura!



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Ok, ok. Antes de você acabar com a imagem positiva (se já não tiver acabado) que você tem de mim, deixe eu explicar uma coisa.

O produto da cena á seguir é resultado de uma proposta muito ruim de ficar á disposição de qualquer pedido de uma pessoa cruel, bruta, violenta, e irritante que salvou o seu ex namorado, e depois te agarrou sem mais nem menos te roubando um beijo. Resumindo... A culpa é do Ares. Só para deixar claro.

Agora lá vamos nós...

- Mais uma dose? É claro que eu to afim! A noite nunca tem fim! Por que que a gente é assim? – Cantamos uma música do Cazuza no meio do bar, e por incrível que pareça, muitas pessoas cantaram juntas.

Os garçons não paravam de vir trazendo mais e mais copos de absinto, whiskey, vinho, champanhe... Tudo que tínhamos direito. Várias pessoas se juntaram ao redor de nós. Eu e Ares estávamos sentados naquele mesmo sofá, rindo um da cara do outro e cantando músicas aleatórias.

- Tá bom... Tá bom... – Disse ele tentando parar de rir – Como é que começa essa música mesmo? Eu nem lembro mais.

- Uhm... – Queria parar para pensar, mas estava afetada demais para isso. Ri um pouco e me lembrei – Você tem um segundo para aprender a me amar!

- Isso! É alguma coisa parecida... – Confirmou Ares com a cabeça. Ele parou para rir mais um pouco e eu também. Afundei meu rosto do sofá rindo, mas Ares o levantou pelo queixo e apontou para seu rosto, de modo que pudesse me olhar – Ainda bem que você me achou. Como eu ia beber até não agüentar mais sem você? Não teria graça!

- É, claro. – Confirmei rindo – Aposto que estava achando muita graça com aquela garota ruiva.

- Tsc. Não fica assim! – Fez ele me puxando para o seu colo – Você sabe que eu só gosto de você, pirralha! Eu só estava com ela, porque...

Eu o interrompi cantando uma música da época de 50 ou 60.

- Por que eu tenho que manter a minha fama de mau! Eu digo não, não, não, não! Pedir perdão para a namorada é coisa normal, mas é que eu tenho que manter a minha fama de mal! – Cantei e parei para rir no final. Ares riu também, e todo o bar riu junto. Ainda bem que eu já não lembrava nem mais o meu nome, porque eu morreria se estivesse sóbria nessa ocasião.

- Então eu sou mau, é? Engraçado ouvir isso de você. – Comentou ele rindo.

- Você é mal demais para dançar? – Perguntei rindo ao ouvir a música que estava tocando. Rabiosa da Shakira. Novamente... Ainda bem que eu estava bêbada.

- Sou, mas como eu posso dizer não para essa carinha? – Brincou ele apertando a minha bochecha. Todo bar levantou com a gente, e nós começamos a dançar encima das mesas, no palco onde as stripers se apresentavam... Todo lugar!

No meio da música, Ares me empurrou contra a parede. Ele avançou com um sorriso torto em minha direção, mas eu coloquei o pé em sua barriga e o fiz ficar parado puxando-o pela gola da camisa.

- Sua mamãe e seu papai sabem que você dançando em um lugar desses? – Perguntou ele rindo baixinho.

- Não. Mas acho que se soubessem, a minha mamãe e o meu papai iriam te chutar em um lugar especial, e você nunca mais ia conseguir vir á esses lugares. – Respondi rindo para ele – Mas e quanto á sua mamãe? Ela sabe que você está aqui?

- Se ela soubesse que você está aqui comigo, nos chamaria de depravados. – Respondeu ele rindo – Não vai perguntar se o meu papai sabe se eu estou aqui?

Pelo nível da conversa dá para ver a quantidade de álcool que nós ingerimos...

- Uhm... Não. – Respondi mordendo o lábio e segurando um riso – Por que é até capaz de eu virar para o lado e ver o seu papai dançando com algumas garotas. – Ares riu alto ao ouvir isso, e segurou o meu rosto.

- Alice Kelly, você é uma garota morta. – Disse ele insinuando que Hera iria me fuzilar com um raio. Ares se aproximou de mim, mas eu o empurrei para trás no último momento. Ele caiu no sofá novamente e riu da própria cara – Ah, qual é benzinho!

- Qual é nada! – Respondi fazendo uma careta – Não sou alguma garota fácil para você beijar desse jeito.

- Não. Mas é a minha garota. – Rebateu ele.

- Está me vendo dançar ali com elas? – Perguntei apontando para as stripers – Isso quer dizer que eu não vou ficar com você. Sinto muito, fortão.

- É você que está perdendo. – Riu ele esticando-se no sofá – Agora senta aqui para nós podermos escolher mais uma música aleatória. Opa! Espera! Eu conheço uma que é a sua cara!

Ares segurou o meu braço e me puxou, fazendo-me sentar em seu colo. Olhei para ele enquanto cantava para mim.

- Aqui! Nesse mundinho fechado ela é incrível! Com seu vestidinho preto indefectível!Eu detesto o jeito dela, mas pensando bem... Ela fecha com meus sonhos como ninguém! – Cantou uma música do Skank, e eu ri.

- Ah, que lindo. Eu também detesto você, Ares. Mesmo. – Sorri para ele.

- É, eu também te detesto. Odeio, na verdade. – Disse ele. Nós nos entreolhamos com um sorriso, pois estávamos pensando na mesma coisa. Falamos ao mesmo tempo em que erguemos nossas taças com absinto – Um brinde á isso!

Explodimos em gargalhadas, e o bar todo também. Estávamos completamente afetados pelo álcool. Fica aí a lição, crianças. Não bebam.

Nós tomamos as bebidas e jogamos as taças para trás sem nos importar se iam quebrar ao bater no chão. Nossos olhos miraram uns nos outros, e nós paramos de rir aos poucos.

- Agora eu te peguei. – Disse ele puxando meu rosto para o seu. Nós nos beijamos, e parecia que todos bateram palmas comemorando. O casal mais louco e esquisito do lugar.

- Uuuuh! Caliente! – Exclamaram algumas pessoas. Nós nos separamos do beijo, ainda rindo um pouco. Mas depois paramos e olhamos uns nos olhos do outro.

- Por que está me beijando o tempo todo? – Perguntei sem entender, mas sorrindo para ele. Ares deu uma curta risada, e colocou uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.

- Por que eu estou afim. – Respondeu naturalmente – Assim como você estava afim de receber o meu beijo.

- E eu tive escolha? – Perguntei rindo.

- Pois é. Não teve. – Concordou ele rindo feliz, mas de repente ele ficou extremamente sério, o que me fez ficar confusa. Ares segurou o meu cabelo com força impedindo-me de escapar dele e de desviar o olhar. Ele me analisou por um curto período de tempo – Mas eu aposto que você teve escolha quando você foi correndo para o Apolo... Sabe, Kelly? Quando você estava comigo!

Ares rugiu a última palavra com raiva e rancor e eu franzi o cenho. Neguei com a cabeça o melhor que pude (já que ele continuava segurando meu cabelo).

- Ares... Ele me chamou. Apolo é o meu namorado, e... Era o dia dele. – Completei, e ele riu um pouco.

- Ah, era o dia dele? – Perguntou rindo simpático de repente. Simpático demais.

Com um movimento simples para ele, Ares me lançou no chão fazendo-me cair de seu colo. Eu caí de costas para cima, e fiquei ligeiramente atordoada demais para identificar o que havia acontecido.

Só me toquei quando algumas pessoas fizeram alguns comentários nojentos em espanhol, e assoviaram para mim. “Fiu-Fiu!” foi o que me fez despertar e notar que meu vestido preto tinha subido um pouco demais.

Puxei-o para baixo novamente, olhei em volta, vi as pessoas rindo, e depois voltei a encarar Ares com uma mistura de raiva e duvida.

- Nossa... Depois de ver isso... Acho que posso deduzir que você e o seu namorado se divertiram muito, não? – Comentou ele olhando para mim com um pingo de repulsa.

- Isso foi...! Você é muito...! – Tentei falar, mas meu rosto estava vermelho demais, explicando toda a minha raiva e vergonha. Ares me interrompeu impaciente, e rindo com um pouco de irritação.

- Isso foi o que, Alice?! Eu sou o que?! – Perguntou ele para mim irritado – Bruto? Grosso? Violento? – Ele fez uma pausa para rir de mim – Esperava outra coisa?

Engoli em seco com raiva, e me pus de pé. Alguns caras pararam para me olhar melhor, mas eu não liguei.

- Não, não esperava. E nem nunca vou esperar. – Disse secamente – Adeus, Ares. Espero que se perca no caminho para o hotel.

Virei e fui direto para a porta marchando com raiva. Podia ouvir comentários como “Por favor, fica! Não vai, princesa!” ou “Me leva com você!”, mas resolvi ignorá-los. Assim que cheguei á metade do salão, Ares segurou a minha mão e tentou me puxar de volta com raiva.

- Escuta aqui, sua...! – Ele não chegou a terminar a frase. Eu lhe dei o tapa mais forte do mundo bem no meio da sua bochecha direita.

- Não me toque, cretino! Só me deixe em paz! – Reclamei voltando a andar para fora dali.

Meus passos pela rua foram completamente rápidos e apressados. Estava um pouco tonta, mas não ia deixar isso me atrapalhar. Queria chegar ao hotel, correr para o meu quarto, afundar o rosto no travesseiro e dormir até o dia seguinte. Ou até o próximo mês. Quem sabe? Seria legal.

Assim que cruzei o saguão do hotel e subi no elevador, pensei que estaria tudo bem. Tinha chegado ao meu destino, por isso não tinha como Ares me incomodar.

Mas assim que as portas do elevador se abriram e eu virei a direita para ir ao meu quarto, pude ouvir uma voz gritar no fim do corredor.

- Você é patética, Kelly! – Exclamou Ares. Virei-me e vi que ele andava em minha direção ainda cheio de raiva, e com a marca vermelho no rosto. Trinquei os dentes e voltei-me novamente para a direção do meu quarto.

- Já disse para você me deixar em paz. – Disse em um tom controlado.

- Sabe, é tudo muito fácil para você! Claro! Tem que ser já que você é a musa de Apolo. Você é a filha de Hermes! Você é a especial tão queridinha do Olimpo! – Exclamou ele ainda indo atrás de mim.

- Ares, cala a boca. Você está bêbado, idiota! – Reclamei sem me virar.

- Viu só?! Eu sou o idiota por estar bêbado, mas mesmo você estando na mesma situação que eu, você ainda tem que ser a melhor! – Exclamou ele com raiva – Mas eu não ligo para esse seu jeito de se achar o tempo todo, Alice. Não mesmo.

- Viu como você está ruim? Está até me chamando de Alice! – Exclamei me virando com raiva e parando de andar – Vai para o seu quarto e me deixa em paz!

- Não até você ouvir o que eu tenho á dizer! – Exclamou ele de volta. Ares segurou o meu braço com força, impedindo que eu voltasse a andar – Sabe o que mais me incomoda? Hein? Sabe o que eu mais odeio em você?!

- Não, agora me solta! – Exclamei.

- Eu odeio o fato de você sair com todo mundo. – Disse ele rangendo os dentes – Você é sempre assim!

- Eu não saio com todo mundo! – Protestei, mas ele me ignorou.

- Você não vê problema nenhum em ficar com qualquer pessoa doce e gentil que aparece na sua frente! Não mesmo! Para você está ótimo! – Exclamou ele. Ares me puxou com força só para me machucar e eu rangi os dentes com raiva – Você saí com o Dylan, namora o Scott, dorme com o Apolo, mas nunca, nunca mesmo para para pensar em mim!

Ares me jogou contra a parede com raiva, e colocou uma mão em cada ombro meu.

- Sabe como eu me sinto, Alice?! É isso que você quer tanto saber?! – Perguntou ele com raiva – Eu me sinto machucado!

Fiquei muda ao ouvir aquilo. Ares continuou me fitando com intensidade, cheio de raiva, ira, ódio, irritação, e tudo mais. Eu o olhava com os mesmo sentimentos, mas então eu respirei fundo e tentei tirar o álcool do controle da minha mente por um momento.

- Cala a boca... Não fala isso, tá bom? – Pedi com um tom de voz baixo, e controlado – Você daqui a pouco vai acabar falando...

- Que eu gosto de você? Que eu quero você do meu lado até por mais de 50 anos? – Perguntou ele completando a minha frase – Qual dos dois você quer que eu fale primeiro?

- Para, Ares! – Pedi franzindo o cenho – Você não está vendo? Você teve esse ataque todo depois de se afundar em bêbedas naquele bar. Só está falando isso porque está bêbado.

- É. – Confirmou ele naturalmente – Até porque, eu nunca teria coragem de falar a verdade para você se estivesse sóbrio.

Isso mexeu comigo. Ele realmente estava falando a verdade? Ele me queria do lado dele para... Sempre? Ele... Gostava de mim?!

- Eu... Gosto de você, e quero você só para mim. – Disse ele – Não quero dividir você com o Apolo, ou com o Scott, ou com qualquer imbecil que aparecer no meu caminho. Só que... Eu nunca vou dizer isso sóbrio.

Neguei com a cabeça, só que dessa vez com raiva.

- Viu só? Eu odeio isso. – Disse com raiva e empurrei-o. Ele deixou-se ir e bateu de costas na parede do outro lado do corredor – Por que você sempre faz isso?! Por que faz parecer sempre que eu sou a pessoa que ficou louca?! Você diz isso agora, mas se eu falasse com você no dia seguinte, você fingiria que nunca disse nada e ia ficar me infernizando naturalmente! Como se nada tivesse acontecido!

Ares assentiu.

- Provavelmente sim. – Confirmou.

Eu estava morrendo de raiva dele, e ele ainda sentia raiva de mim. Eu tinha a sensação de que tudo estava um pouco mexido, como se o corredor fosse um barco indo de um lado para o outro. E ele devia sentir o mesmo, provavelmente.

Mesmo assim, nada disso nos impediu.

Nós estávamos de frente um para o outro. Cada um encostado em uma parede do corredor. Como se tivéssemos movimentos sincronizados, empurramos a parede para trás ao mesmo tempo jogando nossos corpos um contra o outro.

Nossas bocas pareciam que tinham imãs. Foram atraídas uma para a outra, e nós nos beijamos com vontade. Minhas mãos seguravam seu rosto e puxavam-no para mais perto, e as deles faziam a mesma coisa.

Até que de repente, aquilo já não era o suficiente. Suas mãos largaram o meu rosto ao mesmo tempo em que as minhas fizeram o mesmo, e começamos a tatear o corpo um do outro. Nós nos separamos por milímetros para podermos respirar, e depois voltamos ao beijo. Ares me puxou com força para perto dele, e pela primeira vez eu não me incomodei com isso. Na verdade... Se ele não o fizesse, eu faria.

- Vamos para dentro? – Perguntou ele em um sussurro no meu ouvido. Meu corpo recebeu um tipo de choque.

- Vamos. – Confirmei em um tom ofegante, e nós entramos no quarto dele.

Moral da história... Não bebam absinto. Nunca.

Agora, crianças, fechem essa página, por favor, e vão ver algum desenho educativo na televisão.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Vamos fingir que nada de tenso aconteceu... Que eles só entraram lá para ver admirar a vista de Paris, ou para jogar paciência em algum computador.

Espero por reviews bem grandes, ok? (por favor, sim?)

Beijos e até o próximo capítulo!

Suspeeeeeense!