Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 52
Eu ganhei


Notas iniciais do capítulo

Ok... Capítulo EXTREMAMENTE bipolar.

Espero que gostem.



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Eu e Apolo estávamos no corredor do 12º andar, e eu ainda estava sendo carregada em seus braços. Tive que prender o riso quando ele começou a andar na ponta dos pés.

- O que esta fazendo? – Perguntei, mas então me toquei – Isso é para o meu pai não te ouvir?

- Ahm... Não. Imagina. Eu não ligo para isso. – Mentiu ele rindo um pouco, mas então assentiu – Só ligo se ele pensar que vamos fazer algo impróprio e vir reclamar comigo.

- Acho que ele já está um pouco atrasado para dizer isso. - Ri e beijei sua bochecha. Apolo riu um pouco e abriu a porta do quarto, entrando comigo. Ele me colocou no chão e eu fui até o sofá. Apolo olhou para mim e sorriu torto.

- Nem acredito que depois de tantas tentativas... Sempre sendo atrapalhado... Você simplesmente vem e consegue ficar comigo de primeira sem ninguém incomodar! – Exclamou ele quase rindo – Acho que eu não tenho sorte com você.

- Acho que essa foi a primeira vez que eu tive sorte na vida. – Comentei ligando a TV. Apolo sentou-se do meu lado no sofá e colocou o braço sobre o meu ombro me puxando para perto – Quer ver algum filme em francês?

Coloquei as flores encima da mesa, e depois olhei para ele.

- Espera... Que caixa é essa? – Perguntou apontando para a caixa de madeira com remédios na mesinha de centro.

- Ah. É que o Ares se cortou em uma discussão com a Atena, e eu dei uma de médica. Dra. Alice Kelly. – Falei rindo da idéia.

- Bem... Já que você ganhou um diploma em medicina... Acho que eu estou doente. Cuida de mim? – Perguntou ele deitando sua cabeça no meu colo. Eu ri para ele, e mexi nos seus cabelos – É. É exatamente aí que dói.

- Seu bobo. – Falei revirando os olhos, mas depois lhe dei um beijo na testa, fazendo-o rir – Eu vou sempre cuidar de você, Apolo.

Ele sorriu para mim. Seus olhos azuis eram doces e gentis, o que me fazia sentir completamente confortável. Era como se eu estivesse sempre segura com ele por perto. Como se nada de ruim pudesse acontecer comigo.

- Lembra... Lembra de quando você me deu carona pela primeira vez? – Perguntei sem graça. Ele parou de sorrir e franziu o cenho, mas logo abriu um sorriso ainda maior.

- Lembro! Nossa, aquele dia foi perfeito. – Apolo se pôs de pé em um pulo. Ele correu até o pequeno espaço que tinha entre a mesinha de centro e o sofá e olhou para mim – Eu acho que nunca te contei, não é? Naquele dia eu tinha acabado de sair do Japão, e foi uma loucura! Por que eu simplesmente esqueci como se falava algumas coisas em japonês.

Eu ri, pois parecia que ele estava pronto para encenar aquele dia.

- Aí eu resolvi dirigir até não agüentar mais. – Disse ele. Apolo fingiu estar dirigindo e eu ri – Estava á toda velocidade lembrando de uma festa que tinha acabado de ir, onde todo mundo se vestia de um jeito bem extravagante, quando... Tcha-ram! Eu vi você.

Sorri sem graça para ele, e meu rosto ficou levemente vermelho. Apolo parou e virou-se para mim.

- Não é engraçado? Eu dei a volta no mundo só para parar na calçada na sua frente. – Disse ele, e aquilo me fez sorrir – Enquanto todo mundo quer chamar atenção, você simplesmente quer se esconder e ficar no seu canto. Quando eu vi você, Alice... Tipo... Isso á uns 2 km... Eu tive que parar o carro para falar com você. Simplesmente tive.

- Apolo... Eu não sou nada demais. – Falei negando a cabeça – Você parou o carro porque deve ter pensado “Nossa! Preciso ver como aquela garota é sem graça”.

- Não. Eu parei o carro pensando “Nossa! Preciso ver como aquela garota é diferente e...”.

- E...? – Perguntei, e ele sorriu doce para mim.

- E interessante. Eu adoro você, Alice. Mesmo. – Disse ele, meu corpo relaxou no sofá. Apolo foi até mim e sentou-se do meu lado – É sério. Eu nunca gostei desses estilo romântico, e nunca fiquei falando “Eu te amo” ou “Gosto de você” o tempo todo para uma garota. Você é especial para mim.

Não consegui deixar de sorrir para ele. Apolo era tão... Lindo. Aquilo mexeu com o meu coração e eu o beijei. Nós ficamos naquele beijo por uns minutos, até que eu me afastei.

- Eu tenho muita sorte de ter você. – Disse para ele. Nós ficamos sentados lá por um tempo, conversando e rindo um com o outro. Perto de Apolo, eu me sentia quente e protegida.

- Está com sono? – Perguntou ele.

- Eu... – Ia responder, mas Apolo começou a passar a mão pelo meu cabelo. Olhei para ele pensando que ele estava brincando comigo, mas foi aí que me toquei que só Ares sabia que eu dormia com isso – Sim. Estou.

- Eu te ponho para dormir, então. – Disse em meu ouvido com um sussurro. Apolo me levantou no colo novamente, e me levou para o meu quarto. Quando me colocou deitada na cama, eu estava pronta para dormir, mas... – Toma. Vai ficar mais confortável.

Ele me entregou a camisa que estava vestindo, e eu ri para ele.

- É. Agora pode sair para eu vesti-la, Sr. Apolo Gentileza. – Falei fazendo uma careta para ele. Ele retribuiu.

- Ah, qual é? Nós dois já...! – Eu o interrompi antes que meu rosto ficasse vermelho.

- Isso não quer dizer que possa me ver trocar de roupa! Saí! – Exclamei e ele revirou os olhos rindo e foi embora. Antes que saísse... – Apolo.

- O que? – Perguntou olhando para mim.

- Boa noite para você. – Sorri para ele.

- Para você também. – Disse ele sorrindo – Ah. E sonhe comigo de noite, certo?

 Ele saiu e fechou a porta atrás de si. Eu revirei os olhos rindo, coloquei sua camisa e joguei a roupa que estava vestindo encima de uma poltrona. Meus olhos se fecharam e eu caí no sono.

- Eu te odeio. É sério. – Disse rangendo os dentes. Eu tinha caído de cabeça para baixo no sofá de sala, enquanto Ares ria da minha cara.

- Você é mesmo uma perdedora, Kelly. Vamos! Nunca vai ficar livre de mim desse jeito. – Implicou ele.

Era dia do Ares, por isso explicava muito bem o porque de eu ter sido acordada ás 7 da manhã para um treino matinal de esgrima. Teria o privilégio de voltar para descansar por mais umas 2 horas, se eu ganhasse dele. Coisa simplesmente impossível.

Levantei do sofá e segurei a espada novamente. Ares negou com a cabeça parando de rir.

- Não sei nem porque você ainda levanta. – Comentou correndo em minha direção com toda a força. Bloqueei seu golpe, mas ele conseguiu me dar uma cotovelada que me lançou contra a parede. Ares ia me cortar ao meio, mas consegui desviar – Não pense que vai fugir de mim!

Ele segurou o meu pescoço e me lançou encima de uma mesa de madeira que tinha perto da cozinha. Rolei pela sua superfície até o outro lado, e olhei para ele com raiva. Dei um chute forte na mesa fazendo-a chocar-se contra Ares.

O Deus da guerra se curvou para frente, pois tinha sentido um pouco de dor, mas logo olhou para mim com raiva de novo.

- Bela tentativa. – Disse ele. Ares deu um soco na mesa partindo-a no meio com facilidade – Você é a próxima se não pensar em algum plano melhor.

Avancei em direção á ele com raiva, mas ele me lançou de volta contra a parede. Me recompus e ele esperou o próximo ataque.

- Já está cansadinha, pirralha? – Perguntou ele rindo de mim – Nunca pensei que a grande Alice Kelly fosse tão patética.

- Cala essa boca. – Respondi com raiva e corri em direção á ele. Dessa vez eu não o ataquei. No último segundo abaixei a ponta da espada fazendo-a bater contra a de Ares, que a deixou cair no chão.

Foi um movimento simples e fácil, mas realmente deu certo. Ele se abaixou antes que eu o acertasse com a lâmina, e me derrubou no chão. Pude vê-lo tentando pegar a arma novamente, mas eu a chutei para longe, me levantei e apontei a espada para seu pescoço.

- Eu ganhei. – Disse olhando bem seus olhos – Agora... Vou descansar mais umas horas antes de ter um dia infernal com você.

Abaixei minha espada, e fui em direção ao corredor, mas antes que pudesse sequer chegar até a metade dele...

- Nunca dê as costas para um oponente. Nunca. – Disse Ares atrás de mim. Ele me deu uma rasteira e eu caí no chão. Virei-me para ele, mas o Deus da guerra chutou minha espada de longe, e apontou a dele para mim.

- Ares...?! – Fui interrompida.

- Achou mesmo que ia ser fácil assim? Aponta a espada para mim e acabou? Tsc. Eu sou o Deus da guerra! Nunca vai me ganhar desse jeito, otária! – Zombou ele. Ares colocou o pé encima de minha barriga e eu reprimi um grito de abafado de dor.

- Como assim?! Eu ganhei! – Protestei.

- Eu digo que você perdeu, e o que eu digo é que conta. – Disse Ares sem ligar para mim. Rangi os dentes com raiva, e ele apenas riu disso – Ooown, vai fazer o que? Chorar, é?

Ares tirou o pé de cima de mim, e eu me pus sentada. Ele foi até o outro lado da sala sem nenhuma preocupação.

- Você é muito idiota. Se acha que as pessoas vão ter pena de você só porque é uma garota, ou porque é uma pirralha chorona, pode esquecer. – Disse virando-se para mim – Ninguém vai nem mesmo se sentir mal quando afundar uma espada na sua barriga.

Ares pegou uma maçã na geladeira, mordeu e voltou caminhando calmamente até mim.

- Ah! E também vale lembrar que nem o seu papaizinho, nem o Apolo não vão te ajudar. Por isso anda logo e se levanta. – Disse ele deixando a maçã encima da bancada de mármore – A não ser que não consiga. O que foi? O Apolo te cansou ontem a noite?

 Levantei com raiva. Muita raiva. Cerrei meus punhos e marchei na direção dele tentando me controlar para não começar uma briga feia.

- Fique você sabendo que eu não preciso que nem você nem, ninguém tenham pena mim porque eu sou uma garota ou qualquer coisa. – Disse rangendo os dentes – E também... Eu não vou voltar a lutar com você. Não porque eu estou cansada, mas porque eu já ganhei.

- Ganhou uma ova. – Respondeu ele – Pega a espada e volte a atacar.

- Não. Você não manda em mim. – Respondi com raiva – Quer parar com essa porcaria de luta ás 7 da manhã? Se quer me infernizar espera pelo menos até uma hora razoável!

- O que? Eu ouvi bem isso? – Perguntou ele andando na minha direção com um ar ameaçador e autoritário – Você está tentando me dar ordens, é isso? Se toca, Filhinha de Hermes! Você concordou em fazer tudo que eu mandar, por isso é melhor você calar essa boca e obedecer quando eu digo para pegar aquela dorga de espada!

- Não! – Rugi em resposta, mas Ares não teve paciência. Ele estava com um humor péssimo, e eu só piorei as coisas.

Ele agarrou meu pescoço e me jogou no chão para perto da espada novamente.

- Quem disse que eu te dei opção? – Perguntou ele irritado – Não estou com nenhum pingo de paciência com você, por isso é melhor ficar quieta.

Ares virou-se como se nada tivesse acontecido e foi comer a maçã novamente, mas parou na metade do caminho ao meu ouvir reclamar novamente.

- Ares... Por quê?! – Perguntei, mas ele não responde – Qual é a dificuldade em assumir que eu realmente ganhei de você?!

- Por que é mentira. Você não ganhou. – Respondeu calmamente virando-se para mim.

- É claro que eu ganhei! – Exclamei – Eu te desarmei e ainda apontei a espada para você! Você perdeu!

- Não é o suficiente comigo. – Respondeu ele negando a cabeça. Eu estava cada vez mais próxima dele, e morrendo de raiva.

- Mas teria sido o suficiente com qualquer outra pessoa...! – Protestei, e isso o incomodou profundamente. Não sei por que, mas incomodou. Pois ele não me deixou nem mesmo terminar a frase.

 - Eu não sou qualquer outra pessoa, Alice! – Rugiu com ódio. Pensei que ele fosse me matar, pois segurou o meu pescoço com força e me empurrou contra a parede. Senti minha cabeça bater com força, e olhei para ele que estava ainda na minha frente, á poucos centímetros de mim.

Com sua outra mão ele segurou o meu cabelo, e fez algo que me surpreendeu.

Ares puxou o meu rosto para perto do seu com força, fazendo com que nossos lábios se comprensassem um contra o outro. Meus olhos ficaram abertos por alguns minutos, mas os dele se fecharam de primeira.

Eu esqueci de como se respirava, como se falava, como se andava... Tudo. Não lembrava nem mesmo o meu nome.

Meus olhos acabaram se fechando também. Enquanto ele explorava minha boca com vontade, eu fiquei completamente imóvel. Ele separou o beijo de repente, e nós abrimos os olhos ao mesmo tempo. Ficamos sem fôlego por algum tempo, e ele foi o primeiro a falar.

-... E acho que você já devia saber disso. – Completou ele a frase a qual nem mesmo lembrava mais. Eu ainda respirava de modo irregular, e podia notar que Ares também.

Parecia que por um momento ele não estava mais com raiva de mim, mas esse sentimento negativo logo voltou quando ele me lançou no sofá com força. Ares pegou a espada dele girando-a no ar e fazendo-a sumir. Antes de sair do meu quarto, ele lançou um último olhar para mim. Não sabia dizer o que ele significava, mas ao menos não estava com raiva.

- Eu ganhei. Tira o dia de folga com o seu outro namoradinho e a gente se vê depois. – Falou ele, e saiu logo depois batendo a porta com força.

Até aquele momento eu não estava com raiva, mas ao ouvi-lo dizer aquilo me irritou profundamente.

Eu ganhei. Tira o dia de folga com o seu outro namoradinho e a gente se vê depois.” Só isso?! Ele se aproveitou de mim, me beijou daquele jeito repentino e simplesmente saiu como se eu fosse nada?!

Não dava o direito á ele de me usar dessa maneira! Não dava o direito á ele de me beijar! Quem ele pensava que era?! Idiota! Imbecil! Grosso! Bruto! Narcisista nojento!

- Ares... – Deixei escapar de minha boca – Eu te odeio!

Pude ouvir uma batida muito forte e intensa. Parecia que alguém batia na porta com força, e demorei alguns minutos para me tocar que era o meu coração. Ele tinha realmente mexido comigo.

Sem forças, eu simplesmente deixei meu corpo desabar no sofá, e tive a sensação de que o mundo inteiro estava girando. De novo.

E o pior é que e não conseguia distinguir se aquilo era bom ou ruim.


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Notas finais do capítulo

Ok. O Team Ares quer me matar por um novo capítulo, não é?

Ah! E aposto que você amou essa última cena, não é Ray? Pode ser dedicada para você então. Hahahaha!

Bem... As minhas provas são amanhã (começando com 4 de umas vez), e vão até o dia 25. Maaaas... Eu posto no fim dessa semana, ok?

Espero pelos reviews de vocês!

Beijos e obrigada por estarem lendo "Minha viagem infernal".

Recomendem!