Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 41
Explicando tudo


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o próximo. Espero que o Scott explique direito sobre o video game...

Boa leitura.



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- Posso explicar? Posso? – Pediu Scott ansioso. Revirei os olhos - Portal é um jogo de ficção científica feita pela Valve Corporation. Nele você é uma personagem chamada Chell, que tem que completar uma série de testes e fases usando uma arma chamada “Aperture Science” ou só “Portal gun”.

- Que muda completamente as leis da física, tornando o jogo uma grande mentira. – Comentei para incomodá-lo.

- Você também gosta de contar para as criançinhas que o Papai Noel não existe? – Resmungou ele, mas então voltou a contar – Caso a Chell termine todas as fases com sucesso, ela ganha um bolo.

- Um... Bolo? – Repetiu Apolo franzindo o cenho – É sério mesmo?

Scott mordeu o lábio. Eu sabia que ele não queria contar aquilo para Apolo, pois estragava o final do jogo, mas ele nunca conseguia se conter, de modo que acabou falando.

- O “bolo” é uma mentira. – Contou ele com um sorriso empolgado, o que me fez sorrir também (mas virei o rosto para que ele não visse) – A GLaDOS é a segunda personagem do jogo. É uma IA.

- IA? – Repetiu Apolo.

- Inteligência Artificial. – Contou ele – Ela vai guiando e dando instruções para a Chell, tentando encorajar ela a terminar as fases, e sendo super animadora. Mas na verdade...

Ele se deteve novamente. Olhei para ele e ri.

- Scott, você pode contar. Ele não vai jogar isso mesmo! – Falei, e ele encolheu os ombros.

- A GLaDOS está guiando ela para a morte. Ela é o robô de vídeo game mais desgraçado que eu já vi. Sério... Mas mesmo assim... Ela arrasa. – Disse Scott olhando para Apolo – Bem... Quando a Chell descobre que o bolo é uma mentira, ela tem uma nova meta. Destruir a GLaDOS. Por isso ela começa a seguir exatamente as direções opostas que ela dá.

- É um robô. Não deve ser tão difícil... – Comentou Apolo, mas Scott deu um pulo de animação no sofá e o interrompeu.

- É mais difícil do que parece! Por que a GLaDOS fica tentando matar ela durante todo o percurso! A Chell passa por vários obstáculos até conseguir completar o objetivo. Ela vai quebrando e queimando pedaço por pedaço da GLaDOS. – Contou Scott animado.

- Eu senti pena dela. – Comentei com uma voz baixinha.

- Só você pode sentir pena dela. – Disse Scott rindo – A GLaDOS matou toda a equipe do centro de pesquisa liberando neurotoxinas letais. E tentou nos matar no jogo! Ela ia nos jogar em um poço com fogo, porque disse que todas as armas de Potal eram mantidas aquecidas á uma temperatura de 4000º Kelvin.

- Mas ela canta uma musiquinha no final. “Still Alive”. Dá pena quando você ouve. – Falei olhando para ele – É tão fofinha. Parece música de criança.

- Alice! – Ele agarrou meus ombros e virou-me em sua direção – Não caí nessa! É isso que ela quer que você pense! Lembre-se... O bolo é uma mentira!

Scott começou a rir, e eu também. Nós continuamos rindo um do outro, e voltamos ao normal no sofá. Apolo franziu o cenho, mas estava sorrindo (tentando não rir) para nós.

- Mas no final, depois de você queimar todos os pedaços dela... Ela não morre. – Contou Scott.

- Não! – Gritou Ares de repente. Nós dois nem mesmo tínhamos notado a presença dele. Scott sorriu para Ares, que estava do lado de Apolo.

- Você também queria que ela morresse?! – Sorriu Scott pensando ser compreendido. Ares franziu o cenho ao ver que ele estava falando com ele.

- O que? Não! Não ligo para o seu jogo sem graça. Eu gritei não, porque os idiotas da pizzaria só falam francês! – Reclamou ele. Comecei e rir, e Scott fez uma careta para mim.

- Tsc. Aposto que pelo menos o artista deve estar do meu lado. – Murmurou ele.

- É, eu também acho que ela devia morrer. Mas... Ela morre no segundo? – Perguntou Apolo. Eu franzi o cenho. Isso nem eu sabia. Olhei para Scott, que mordeu o lábio novamente – Tem uma continuação, não é? Você estava jogando o 2.

- Ela... Ela... – Ele estava se controlando, mas eu assenti para ele contar – Ela não morre de novo! É sério! Isso é muita sacanagem!

- Ei, moleque! Vem aqui e fala para eles que eu quero uma pizza de calabresa! Esses retardados não entendem uma palavra minha. – Resmungou Ares irritado e apontando o telefone para Scott.

- Sim, senhor sargento. – Confirmou ele fazendo um gesto de guerra para Ares, e indo para o telefone.

Scott falou com o cara do telefone em francês e aquilo me impressionou. Acho que Apolo notou isso, porque ele começou a resmungar.

- Tsc. Nada demais! Se eles falassem japonês, seria eu quem estaria atendendo o telefone. – Disse ele cruzando os braços.

- É, e se falassem, espanhol seria eu. – Comentei de volta.

- E as falassem a nossa língua e deixassem de ser bestas, seria eu. – Disse Ares encerrando a discussão. Scott desligou o telefone – E aí? Quanto tempo.

- Uns vinte minutos. – Respondeu ele encolhendo os ombros.

- Acho que consigo explicar para você tudo sobre os meio-sangue em vinte minutos. – Comentei voltando ao assunto original. Scott queria continuar falando do vídeo game, mas eu o impedi – Se eu deixar você continuar, é capaz de ficar o dia todo falando da mesma coisa!

- Tá bom... Fala sobre os meio-sangues então... – Murmurou ele, mas de repente olhou para mim e falou com um tom normal – Você sabe que eu conheço o meu pai, não é?

- Você conhece? E quem ele é? – Perguntei impressionada e curiosa.

- James... Alguma coisa. – Respondeu ele. Revirei os olhos.

- Estava falando do seu pai de verdade! – Exclamei, mas ele encolheu os ombros.

- Minha mãe disse que ele era o meu pai de verdade. – Respondeu ele.

- E a sua mãe é incapaz de mentira, não é? Eu tinha esquecido desse detalhe. – Comentou Ares em sarcasmo.

- Olha... Seu pai é um Deus. Provavelmente você nunca o viu. – Comentei olhando para Scott – Mas isso quer dizer que você pode atrair esses monstros. Por isso tem que tomar cuidado.

- Sério... Isso faz um enorme sentido. – Comentou ele concordando com a cabeça – Mas... E quanto aos poderes? Eu tenho poderes?

- Eu não sei quem é o seu pai. Mas... Acho que deve ter algum. – Falei franzindo o cenho na tentativa de lembrar.

- E... Como você sabe disso tudo? – Perguntou ele olhando para mim.

- Eu sou uma meio-sangue também. – Contei devagar. Ele ficou impressionado e acabou rindo.

- Mas... Espera. Eu conheço o seu pai e a sua mãe. – Disse ele.

- Novamente... Eu esqueci que eles eram incapazes de mentir. – Comentou Ares em sarcasmo.

- Deixa de ser grosso! – Reclamei com ele, e depois olhei para Scott – O pai que você conhece, não é o meu pai de verdade.

- Jura? – Falou ele ainda impressionado – Que engraçado. Você se parecia um pouco com ele. Tá. Não parecia não. Não sei como não notei antes. Mas... Quem é o seu pai?

Abri a boca para responder, mas Scott me interrompeu.

- Wow! Espera! Deixa eu adivinhar... – Disse ele. Scott estreitou os olhos para mim, e depois riu – Você é filha de Ares, não é?

- O que?! – Exclamei incrédula e pude notar que Ares tinha arregalado os olhos achando a idéia tão absurda quanto eu achava. Apolo começou a rir – Não! Claro que não! Por que você achou isso?!

- Você é bem briguenta. Ou pelo menos era. – Explicou ele.

- Briguenta?! Eu nunca fui briguenta! – Exclamei.

- Foi sim. Você se metia em brigas o tempo todo! Lembra daquela vez que você quebrou o nariz do Kurt, porque ele tinha pego a sua mochila? – Disse ele tentando não rir – E teve também a vez em que você bateu na Kim, porque ela tinha jogado o meu vídeo game no lixo. E também teve a vez que você...

- Ah, cala a boca! – Exclamei com raiva – Eu só fiz isso para m defender!

- Aham. – Concordou ele – Mas não deixa de ser uma briga. E você era boa nisso. Nunca vi uma garota chutar tão forte alguém antes. Mesmo.

Ares começou a rir achando aquilo ridículo. Senti vontade de chutar ele, mas o ignorei. Tentei dizer quem era o meu pai, mas ele me interrompeu novamente.

- Uma coisa eu sei... Você não é filha de Apolo. – Disse ele e eu franzi o cenho sem entender. Perguntei como ele tinha tanta certeza, e pude ver que Apolo também queria ouvir a explicação – Simples. Os seus dons artísticos não são os melhores, Alice. A não ser que... Bem, você pode até ser filha dele. Sabe? Artistas contemporâneos.

- Ah, desculpa. Eu esqueci que você é o artista. – Disse erguendo os braços em sinal de rendição.

- Pelo menos eu toco violão. É um começo. Agora... Eu ainda me lembro quando você fingia tocar violão. – Contou ele rindo.

- O que tinha de errado? – Perguntei sem entender.

- Nada... Era engraçado. Tipo... – Scott começou a fingir que tocava um violão invisível, mas ele mexia os dedos que ficavam nas cordas rápido demais. Como se fosse um teclado – Eu sou Alice, e toco violão.

- Oh! Desculpa. Mas eu também lembro disso... – Comecei e fingir que estava tocando bateria, mas de uma forma sem ritmo e violenta – Eu sou Scott e toco bateria!

Ele fez uma careta sem graça para mim e cruzou os braços.

- Sua chata. Eu estava brincando. Mas... Desculpa. Você até pode ser uma filha de Apolo incompreendida, que faz desenhos que ninguém entende. Lembra quando você me desenhou como um presente de aniversário para mim?

- Eu... Não lembro direito. – Comentei franzindo o cenho.

- Não lembra? Eu parecia uma ovelha! – Exclamou ele tentando não rir. Meu queixo caiu assim que me lembrei.

- Ah, seu desgraçado! Eu lembro disso! Não pense que eu te perdoei, ouviu?! Nunca mais vou ter dar um presente de aniversário! Eu passei muitos dias fazendo isso, sabia? – Falei ainda ofendida.

- Ok... Sinto muito. Mesmo. Eu digo que sinto muito por esse presente desde que eu ganhei ele. Ou seja... Uns 8 anos atrás. – Disse ele calmamente – Mas me responde agora... Você é filha de Apolo?

Olhei para Scott e vi que ele esperava pela resposta com um sorriso inocente, porque ele sabia muito bem qual seria a resposta.

- Não. Feliz?! Eu não nasci para ser uma artista! Pronto. – Falei revirando os olhos e Scott riu.

- Ok. Então... Também posso eliminar Poseidon da lista, porque você não sabe nadar. – Comentou ele – Também posso eliminar Zeus.

- Por que? – Quis saber.

- Sei lá. Eles não tem que ser líderes natos? Eu acho, pelo menos. Tipo... Ele manda em todo mundo, então... Podia ser. – Comentou ele encolhendo os ombros – Mas deixa. Eu sei quem é o sei pai. Só queria implicar um pouco com você.

- Sabe mesmo? – Perguntei cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha. Scott assentiu confirmando.

- Hermes. –Disse ele e arregalei os olhos surpresa – Acertei?

- Por que tem tanta certeza disso? – Quis saber. Ele tinha tanta certeza ao dizer que Hermes era o meu pai, que me deixou impressionada.

- Acho melhor não responder... – Comentou ele desviando o olhar. Eu insisti e ele sorriu para mim – Bem... É porque você sabe roubar. E trapacear. E também sabe enganar os outros muito bem.

- Uou. Bem observador, hein? – Comentou Ares rindo – Ele acabou de te descrever muito bem, Kelly.

- Quem te perguntou? – Reclamei e depois olhei para Scott - Eu não acredito que você acha que eu sou filha dele só por causa disso.

- E também pelo ponto mais importante. – Disse ele continuando – Você sempre corre. Eu quase nunca consegui ganhar de você em uma corrida. Você é filha dele, não é?

Acabei sorrindo, achando graça do comentário dele. Scott notara exatamente o mais importante. Que eu era boa em corrida. Acho que aquela era a minha única habilidade. A única coisa que eu fazia bem.

- Sou. – Concordei – Eu sou filha de Hermes.

- Sabia! Viu só?! Eu tinha razão! – Exclamou ele comemorando – Eu podia ser filho de Atena, não é? Inteligência e tal. Se bem que ela adora passar a perna nos outros.

- O que? De onde você tirou isso? – Perguntei.

- No “God of war” ela passa a perna em você direitinho! Tipo... Ela diz para o Kratos que você vai perder todos os pesadelos e lembranças do passado que te assombram das guerras passadas se você matar Ares. Aí você faz um percurso enorme, pega a caixa de Pandora, Ares te mata, você vai parar no Mundo Inferior, você volta daquele inferno e vai atrás dele. Vocês lutam, você perde umas duas vezes, mas finalmente consegue matar ele. – Contou Scott – Mas quando você vai falar com Atena ela diz algo como “Os Deuses perdoam os seus erros, mas eles nunca deixarão a sua mente”.

Scott sorriu sarcástico e bateu palmas devagar. Apolo e eu rimos, mas Ares ficou com raiva de saber que ele morria na história.

- Ela não é assim. Bem... Não sei se ela passaria a perna em alguém desse jeito, mas... Atena não é tão má. – Comentei rindo.

- Ok. Mas... Eu posso ser filho de... – Scott tentou imaginar quem era seu pai, e então ele arregalou os olhos para mim – Espera! Eu posso ser o seu irmão?! Caramba!

- Que?! Não! Você... Não é meu irmão! – Exclamei tensa. Apolo e Ares começaram a rir.

- Nunca se sabe, não é? – Comentou Apolo inocentemente.

- Pois é... Se for isso, eu nunca vou deixar você esquecer que namorou o seu irmão, Kelly! – Zombou Ares rindo de mim.

- Scott... Vendo as possibilidades... Você é péssimo em corrida, não consegue mentir direito, fica tenso se faz alguma coisa errada. Não pode ser filho de Hermes. – Disse para ele, tentando acalmá-lo e a mim mesma ao mesmo tempo.

- Certo. Ok. Entendi. Não. Eu não sou filho de Hermes. – Disse ele devagar – Mas... Eu sou filho de Zeus? Poseidon? Hades! Hades? É Hades, né? Ele é maneiro. Fala, Alice! De quem eu sou filho? Quem é o meu pai?

Scott fez uma pose heróica esperando pelo nome, mas eu só sorri para ele.

- Você é filho de... Alguém. – Respondi, e sua pose se desfez. Ele olhou para mim e riu sem graça.

- Não. Essa foi a melhor do dia. Jura que eu sou filho de alguém? – Perguntou ele em sarcasmo, mas então voltou ao normal – Mas você não sabe?!

- Não. Não tenho idéia de quem seja o seu pai. Só sei que não é de Hermes. – Comentei apressadamente. Ele riu e sentou-se no sofá novamente, só que a campainha tocou. Ares foi até a porta e a abriu.

O entregador da pizza deu a caixa para ele e falou algo em francês.

- Vai se ferrar você também. – Resmungou Ares batendo a porta na cara dele.

- Você sabe o que ele disse? – Perguntou Apolo – Ele te ofendeu?

- Sei lá. Mas não confio nesses franceses irritantes. – Respondeu ele dando de ombros. Apolo concordou com a cabeça.

- Capitalistas malditos. – Confirmou ele, e eu franzi o cenho sem entender. Ares falou que queria ir para o hotel comer a pizza, e Apolo disse que queria aproveitar o dia dele. Scott riu ao ouvir isso.

- Vocês dividem dias? Que engraçado. Mas... Acho que é assim que tem que ser, quando se fica com duas pessoas ao mesmo tempo. – Comentou ele. Revirei os olhos e me despedi de Scott. Disse que voltaria para falar com ele depois, e nós saímos da casa dele.

Ares foi para o hotel, e eu e Apolo andamos um pouco pela calçada. Quando paramos na frente de um cinema, ele sorriu para mim.

- Cinema. Escurinho. Distância de parentes inconvenientes... – Comentou ele consigo mesmo contando nos dedos – Ei, Alice! Quer ver um filme?

- Eu vou fingir que se entrarmos aí, você vai realmente ver o filme. – Comentei de volta rindo dele, mas acabei concordando.


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Notas finais do capítulo

Acabei de notar uma coisa... Essa fic vai ser mais longa que as outras. Mesmo.

Mas acho que isso não é nem um pouco ruim para vocês, não é?

Bem... O que acharam desse capítulo? Reviews, por favor.

Beijos e até o próximo!