Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 17
Fazendo as malas


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai fazer vocês morrerem de rir. (Espero)

Bem... Ao menos eu chorei de rir enquanto estava escrevendo.

Boa leitura!



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- Tenho que pensar em alguma inutilidade para mantê-las ocupadas. – Murmurou Ares como se elas não pudessem ouvir. Amanda levantou o braço como se estivesse em uma sala de aula.

- Ei! Ei! Será que nós podemos...? – Antes de terminar a frase, Ares a interrompeu.

- Não. – Respondeu ele.

- Por que? – Perguntou ela.

- Porque eu disse não. – Respondeu ele.

- Mas você nem ouviu...! – Interrompida de novo.

- Já disse que não, cabeça de vento! Não vou aceitar nenhuma sugestão sua! Agora fica quieta no seu canto. – Reclamou ele. Amanda fez um “Ah...” desapontado e abaixou a cabeça um pouco – Ok... Vamos ver...

- Aaaaaah-Yeah! – Fez alguma coisa. Franzi o cenho sem entender de onde tinha vindo aquele grito, mas então Mariana tirou o celular do bolso. Ele estava tocando um rock. Ela deu de ombros – Foi mal. Esqueci que estava no meu bolso.

- Você trouxe um celular?! Eu não digo o tempo todo para vocês que isso atraí monstros?! – Reclamou Ares com raiva dela. Mariana olhou para ele com a raiva.

- Por que você está gritando comigo?! Para de gritar comigo, ouviu?! – Berrou ela de volta. Arregalei os olhos. Nossa... Ela tinha coragem. Eu era mais alta que ela, mas mesmo assim pensaria umas duas vezes antes de gritar com Ares quando ele estava com raiva.

- Eu grito com você o quanto eu quiser, e você cala essa boca! – Berrou ele com mais raiva ainda.

- Já falei para parar de girtar comigo! – Berrou ela de volta – Que droga! Não sabe falar baixo não?! Humpf.

- Mariana, abaixa essa música! – Pediu Flávia com as mãos no ouvido. Parecia uma criança pedindo para pararem de contar uma história de terror. Mariana virou-se para ela ainda com raiva.

- Não! Aprende a ouvir música de verdade! Você só ouve Taylor Swift o tempo todo! Argh! – Reclamou Mariana. Ela aumentou a música – 10 miles Wilde do Escape the fate.

- Abaixa a música! – Reclamou Flávia de novo.

- Não! – Reclamou Mariana. Ela realmente me lembrava alguém... Eu forcei a minha mente ao máximo para poder lembrar de quem era, mas não foi tão difícil quanto pensava que seria.

- Ela é sua filha! – Exclamei quando me toquei disso. Olhei para Ares com os olhos arregalados, e ele fez uma careta.

- Nem me lembre. – Resmungou ele.

- Ah meu Deus... Ela é uma versão feminina de você! – Exclamei ainda me assustando com a semelhança – É sério... É muito igual!

- É nada! – Protestou Ares com raiva – Eu não sou igual á ela! Ela é totalmente rebelde, e irritante, e...!

- E igual á você! – Completei com vontade de rir. Era muito igual mesmo! Até o jeito de brigar e arrumar confusão. Se bem que deveria ser melhor conviver com aquela garota do que com Ares. Ela ao menos sabia pedir “por favor”, mesmo que fosse puxando seu braço para baixo.

- Sou igual mesmo, ham! – Falou ela – Eu sou Mariana Masson, filha de Ares! Eu brigo, bato, luto, e sou a líder desse grupo no momento.

- Ei! – Exclamaram Amanda e Flávia juntas – Líder nada!

- Tsc. Alice... – Mariana se virou para mim, e eu estava morrendo de vontade de rir. Ares me deu uma cotovelada. Mariana não notou e continuou a falar – Olha só para elas. Uma é uma cabeça de vento, e a outra é... A Flávia. Quem seria a líder desse grupo?

Não respondi, pois se abrisse a boca iria começar a rir. Desviei o olhar e respirei fundo. Assenti com a cabeça, Mariana fez uma pose triunfante e exclamou para as amigas “Há! Viram, manes?!”.

- Ok... Então você veio ajudar o seu pai em alguma coisa. – Comentei tentando voltar ao assunto principal. Ela assentiu.

- Eu vim ajudar o meu pai boladão com alguma parada aí. – Respondeu ela fazendo um sinal de “tanto faz” com a mão. Olhei para Ares e imaginei ele com uma camisa escrita “Papai boladão” e me segurei mais ainda para não rir.

- Se você rir... Eu vou quebrar todos os seus dentes. – Disse Ares chegando bem perto de mim. Eu fechei meus olhos e tampei a boca com força.

- É justo. – Comentei me controlando. Olhei novamente para as garotas e estavam esperando que nós dois falássemos alguma coisa. Assim que eu ia comentar alguma coisa, Amanda levantou a mão novamente.

- Wow! Você sabe de quem eu sou filha? – Perguntou ela com um sorriso – Tente descobrir.

- Eu... Não sei. – Falei dando de ombros. Franzi o cenho tentando imaginar com quem ela se parecia, mas não me vinha a imagem de ninguém na cabeça. Pelo menos não nítida... –Ahm... Realmente não sei.

- Não fala! – Exclamou Amanda quando Ares ia dizer alguma. Eu parei mais um pouco para pensar, mas acabei encolhendo os ombros. Amanda riu um pouco – Tsc. Eu sou irmã da Mariana, você não notou? Amanda Freitas, e filha de Ares! Rrrrrgh.

Amanda fez uma pose de forte parecida com a de Mariana, mas muito mais engraçada. Eu ri e neguei com a cabeça.

- Isso eu tenho certeza que é mentira. – Comentei. Amanda riu.

- Viu? Já é um começo! – Comentou ela. Mariana revirou os olhos.

- Tsc. Amanda é muito lesada, cara! Deixa disso, otária! Ela não vai acertar. – Reclamou Mariana olhando para ela. Flávia começou a tocar flauta de repente, e Mariana revirou os olhos – Cara... Vocês são muito manés! Uma quer fingir ser filha do Deus mais boladão, e a outra fica tocando flauta.

- Você fala isso, mas você já tentou aprender a tocar flauta. – Comentou Amanda. Mariana virou-se para ela surpresa – Não tenta mentir, não! Você fala que é coisa de mané, mas você no fundo gosta.

- Eu não preciso tocar flauta! Eu tenho força! Eu posso lutar! Você pode lutar? Eu acho que não! – Exclamou Mariana.

- Qualquer um pode lutar! – Rebateu Amanda, mas logo abriu um sorriso – Mas nem todo mundo pode fazer isso.

Amanda ergueu um celular. A filha de Ares olhou para ela com raiva.

- Quando você pegou isso?! – Exclamou Mariana.

- Há mais de 10 minutos. – Respondeu Amanda rindo. Mariana tentou pegar de volta, mas Amanda saiu correndo pela sala. Mariana a seguia, mas ela era muito mais rápida – Já era, Mariana! Perdeu.

- Perdi nada! Volta aqui! – Reclamou ela correndo atrás de Amanda.

- Não briguem! – Pediu Flávia. Ela começou a tocar uma música na flauta, mas sem querer deixou-a cair no chão. A filha de Apolo tentou pegá-la, mas sem querer a chutou com o pé – Opa. He He. – Ela tentou de novo, mas a chutou com o pé – Opa. He He. – De novo, e de novo, e de novo...

Eu já tinha visto aquela cena antes... Flávia estava agindo que nem o Apolo. Ele ficava tentando animar as pessoas, ou ser ele mesmo, mas ás vezes era bem bobo. Mariana era idêntica á Ares, querendo arrumar confusão, ou se exibir, ou bater em quem irritava ele. Mas Amanda... Parecia muito com Hermes, quando ele queria implicar, zoar, brincar ou rir da cara de alguém.

- He-Hermes? – Falei sem acreditar. Eu estava olhando para a minha meia-irmã? Amanda deu um pulo assim que Mariana se jogou contra ela, e ficou em pé no sofá – Você é filha de Hermes?

- Acertou! – Comemorou Amanda com sorriso – Sim! Amanda Freitas, a filha de Hermes! – Ela fez uma pose de herói, e acabou rindo de si mesma. Ela jogou o celular para Mariana, que o agarrou com facilidade.

- Uma cabeça de vento, e uma lesada. Vocês tem tudo a ver uma com a outra. – Resmungou Ares para mim.

- Espera... Você também é filha de Hermes?! Que legal! Você é minha meia-irmã! Eu tenho uma meia-irmã! – Amanda juntou as duas mãos e fez um movimento de onda. Eu ri daquilo. Nossa... Ela era louquinha. Ares fez uma careta para ela, e Amanda riu – Tsc. Não liga para ele. Ele finge que odeia os filhos de Hermes, mas eu sei que no fundo o titio Ares nos adora.

Amanda deu um passo para frente, mas acabou chutando o controle remoto que estava encima do sofá. Ele caiu no chão e quebrou perto dos pés de Ares. Ele ergueu os olhos do chão para ela lentamente, e Amanda se encolheu um pouco.

- Ahm... Ou não. – Comentou ela.

- Desce do meu sofá, Freitas! – Exclamou ele com raiva. Amanda obedeceu sem reclamar. Mariana foi para perto de Amanda e parou. Flávia continuava chutando a flauta sem querer. Ares pegou a flauta no chão.

- Obrigada, titio Ares. – Sorriu Flávia. Só que Ares quebrou a flauta ao meio e a entregou assim para Flávia. Meu queixo caiu. A filha de Apolo olhou para Ares com os olhos cheios d’água – Você quebrou!

- Eu sei. – Sorriu ele empurrando ela para perto das outras. Ele virou-se para mim – Escolhe qualquer porcaria para elas fazerem. Senão que nunca vou ter paz!

- Você é muito...! – Eu ia reclamar com ele por ter quebrado a flauta da Flávia, mas tive uma idéia de tortura melhor. Olhei para elas com um sorriso – Ei, garotas. Sabe que ajuda seria bem vinda agora? Por que vocês não ajudam o papai boladão da Mariana a arrumar as malas dele? Aposto que ele deixou isso para última hora, e daqui a pouco vamos viajar.

- O que?! Não! – Exclamou Ares.

- Arrumar as malas? Uhm... Ok. Acho que pode ser. – Comentou Mariana dando de ombros.

 - E você Flávia? Está tudo bem? – Perguntei morrendo de pena daquela carinha fofa chorando.

- Está... – Assentiu ela. Não resisti e acabei apertando a bochecha dela. Era mais forte que eu! Não conseguia controlar essa vontade! Flávia sorriu feliz para mim – Tá bom.

- Ótimo! Vamos arrumar as coisas do Ares! O quarto dele é logo ali. Eu mostro o caminho...! – Amanda estava pronta para correr escada acima e mexer nas coisas de Ares, mas ele segurou o capuz de seu casaco azul e a puxou para trás – Ei!

- Você não! Se deixar você tocar nas minhas coisas, você vai colocar tudo no seu bolso, sua ladra! – Exclamou Ares puxando-a para longe da escada. As outras duas correram escada acima, enquanto Amanda continuou na sala.

- E o que eu faço então? – Perguntou ela. Ares a jogou para o sofá, e Amanda olhou para ele.

- Senta aí. O seu trabalho é manter esse lugar do sofá quente. – Respondeu Ares com um sorriso – Divirta-se. E não mexa em nada!

- Eu não posso cuidar da cozinha? Tipo... Organizar as coisas e tal. – Pediu ela.

- Você quer dizer “roubar as coisas e tal”, não é? Bela tentativa. – Comentou.

- Vai deixar ela aí? – Perguntei sem acreditar – Pelo menos dá um trabalho de verdade para ela!

Ares virou-se para mim com raiva, mas então sorriu. Ele deve ter pensado em algo ruim e malévolo. Senti pena da minha meia-irmã. Ele foi até a porta e a abriu.

- Ok. Então... Acho que é melhor dar um trabalho de verdade para uma filha de Hermes especial como você, não é? – Sorriu ele gentil. Gentil até demais... – Eu perdi o meu cachorro. Pode procurar ele para mim?

- Cachorro? – Repeti olhando para ele – Você não...!

- Eu acho ele! – Amanda se pôs de pé e saiu correndo em direção a porta. Ares disse que ela só podia voltar se tivesse achado o animal, e bateu a porta com força.

- Ares! – Exclamei – Nós não temos cachorro!

- Qualquer coisa para aquela peste não ficar perto de mim. – Disse ele sem ligar – Agora eu só tenho que cuidar das duas lá encima.

- Isso foi maldade! – Exclamei ainda incrédula.

- Aaaawn, eu sou malvado, é? – Zombou ele – Estou com tanta pena daquela pirralha. Acho que eu vou dar descrição do meu cãozinho desaparecido para ela. Assim não deve demorar tanto, não é? Há Há...!

A risada de Ares foi interrompida pela campainha. Ele franziu o cenho para a porta e a abriu. Era a Amanda, e em suas mãos tinha um pequeno cachorro preto. Talvez um filhote de labrador.

- O que...?! – Ares não conseguiu terminar a frase.

- É esse o seu cachorro, né? – Falou Amanda.

- Não. – Respondeu ele – Volte a procurar.

Ares bateu a porta com força, e eu pude ouvir uns latidos. Olhei para ele sem acreditar, e Ares revirou os olhos murmurando coisas como “Aquela garota tem sérios problemas” ou “Se existisse transplante de cérebro, talvez ela não estivesse completamente perdida”.

Mas aí... A campainha tocou de novo. Ares abriu e lá estava Amanda de novo. Do seu lado estava um dálmata.

- E agora? É esse o seu cachorro? – Perguntou ela com um sorriso animado.

- Não! – Exclamou ele batendo a porta. Eu olhei incrédula novamente, e Ares olhou para mim – De onde ela tirou esses cachorros?!

Encolhi os ombros sem saber. Minutos depois a campainha tocou novamente. Era Amanda com uma cesta cheia de filhotes de várias cores diferentes. O queixo de Ares caiu.

- Um desses deve ser! – Exclamou Amanda com um sorriso.

- Não! – Exclamou Ares de volta batendo a porta mais um vez. Eu comecei a rir desesperadamente. Nunca tinha visto alguém assim! – Pare de rir!

- Ela...! Adorei ela! – Comecei a rir mais ainda. Campainha de novo. Quanto tempo ela levava para procurar?! 3 minutos?

- O que foi?! – Perguntou Ares com raiva ao abrir a porta.

- É esse aqui? – Perguntou ela apontando para um poodle cor de rosa. Ares rangeu os dentes com força de tanta raiva.

- Não! Não é nenhum! Eu não tenho cachorro! Agora entra logo! – Berrou ele apontando para dentro. Amanda fez um gesto para o cachorro ir embora, e ela entrou em casa. Eu me controlei para não rir mais ainda.

- Ok... Você deve estar com fome. Vem para a cozinha pegar alguma coisa para comer. – Falei chamando Amanda antes que Ares arrancasse a cabeça dela fora.

- Eu estou sempre com fome. – Amanda deu de ombros, e foi comigo. Nós ficamos mais ou menos umas duas horas lá conversando, e comendo um pouco, enquanto as outras duas arrumavam as malas de Ares.

- Oh paaaaaaaaaai! Acabamos! – Exclamou Mariana. Tampei os ouvidos, pois ela tinha dito aquilo em uma voz extremamente irritante.

- É normal. – Comentou Amanda dando de ombros.

Quando terminaram e pararam na sala, Amanda foi até elas. Eu fui até lá também e dei para cada uma um pacote de biscoito.

- Conseguiram? – Perguntei – O quarto dele deve ser uma zona.

- É mesmo. Mas não tem problema, Lilice. A gente arrumou a mala dele. – Disse Flávia do seu jeito doce. Ela apontou para sua bochecha, e eu entendi que era para eu apertá-la. Ares resmungava alguma coisa do sofá da sala, mas não dava para ouvir. Flávia virou-se para ele – Ah, titio Ares! Eu escolhi as suas roupas! Separei umas camisas bem bonitas, umas bermudas legais e umas cuecas bem estilosas.

Ah, eu ia morrer de rir. Ares olhou para elas com uma cara de “O que?!” misturada com “Eu mato vocês!”, e eu tive que me controlar.

- Ótimo... Acho que está tudo bem agora. Obrigada pela ajuda. – Disse abraçando elas para que Ares não pudesse jogar uma faca ou coisa parecida.

- Tudo bem, tia Alice. A gente volta outro dia. – Comentou Mariana sorrindo para mim – E foi mal se essas duas causaram algum problema. Tsc. Otárias.

- Nenhum problema. Imagina. – Disse abrindo a porta para elas irem embora. Assim que deram tchau e sumiram, eu a fechei e virei-me para Ares. Eu abri a boca, mas antes que falasse alguma coisa...

- Um comentário... Faz só um comentário e eu acabo com você! – Berrou ele com raiva. Assenti em silêncio e fui para o meu quarto.  


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

Gente... Flávia é um amor, né? E Mariana então... Hahaha!

Eu teria pena de quebrar a flauta da Flávia. Oh gosh...

Espero por reviews! Até o próximo.



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