Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 15
Um presente para mim


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que não ia postar por causa das provas, mas acabei cedendo á vontade de escrever esse capítulo e... Aqui está ele!

Ele é muito fofo. Espero que vocês gostem!



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Fomos em milhares de brinquedos, uma mais divertido que o outro. Quando o Sol começou a se por, resolvemos fazer um lanche. Estávamos sentados na lanchonete do parque, quando Apolo começou a fazer caretas com batatas fritas.

- Para com isso! – Falei rindo e olhando em volta – Tem gente normal aqui, e eles estão tentando comer!

- Eu estou atrapalhando? – Perguntou ele fingindo ser uma morsa com dentes de batata frita. Desviei o olhar tentando não rir, mas ele insistiu – Aaah, Alice! Olha para mim, vai? Não vai olhar? – Neguei com a cabeça – Então tudo bem. Vou pega as suas batatas.

- O que? Não! – Exclamei dando um tapa na mão dele no exato momento em que seus dedos tocaram uma batata frita.

- Se você vai roubar alguém, não é para avisar antes. – Comentou meu pai – Só um conselho.

- Não dê conselhos para ele sobre como me roubar! – Reclamei. Apolo riu um pouco e meu pai também. Acabei rindo também. Na minha frente estava Apolo. Do lado dele estava o meu pai, e do meu lado direito estava Ares.

- Tsc. Mané. – Falou Ares tomando um gole de refrigerante – Quer roubar as battas? Use a força então. Desse jeito, olha.

Ares me pressionou contra a parede com seu braço, tornando impossível eu mexer um músculo sequer, e começou a comer calmamente a batata.

- Ares! Saí! Me solta! – Exclamei tentando empurrá-lo, mas ele era muito mais forte e pesado – Eu ia comer isso, sabia?!

- Ia. Não vai mais. – Disse ele comendo a última batata. Ele voltou ao lugar dele, deixando-me livre. Cruzei os braços e olhei para ele incrédula – Que foi? Preferia que eu imitasse uma morsa?

Revirei os olhos, e Apolo fez uma careta para ele.

- Não era uma morsa! Era um tigre. – Corrigiu Apolo.

- Ok. Acabamos de ouvir a frase mais burra do dia. – Comentou Ares olhando para Apolo, e erguendo uma sobrancelha – Me diz que tigre normal tem esses dentes.

- Tigre dente de sabre. – Respondeu Apolo com uma pose triunfante.

- Um tigre vivo. – Falou Ares.

- Quem disse que ele precisa estar vivo? – Perguntou Apolo – Mesmo extintos eles são legais. E não são morsas.

- Morsas são mais normais. – Comentou meu pai.

- Morsas me dão nervoso. – Comentei, e os três olharam para mim sem entender – Que foi? Eu não gosto do jeito que elas se mexem e tudo mais.

- Você tem sérios problemas. – Falou Ares – A culpa de grande parte deles é do Apolo, mas o resto...

- Ei! Como assim “A culpa de grande parte deles é do Apolo”?! – Repetiu ele ofendido – Eu sou um exemplo de normalidade, fique sabendo você.

Apolo sem querer colocou o cotovelo em uma poça de katchup. Ele parou de falar, franziu o cenho, olhou para o cotovelo e fez uma cara de surpresa. Eu comecei a rir junto com meu pai.

- Não riam! – Falou Apolo levantando o cotovelo – Isso não muda nada do que eu disse antes, ouviram?

Apolo estava prestes a limpar o cotovelo, quando meu pai resolveu brincar com ele.

- Por que você não lambe? – Sugeriu tentando não rir. Apolo parou para pensar e tentou lamber o cotovelo, mas obviamente isso não deu certo – Eu estava brincando! Não tem como alguém lamber o cotovelo.

- É claro que tem. – Respondeu Apolo parando de tentar – Isso não é impossível nem nada.

- Claro que é. – Concordei.

- É mesmo. – Confirmou Ares.

- Não é não! – Protestou Apolo. Ele começou a tentar lamber o cotovelo de novo. Eu revirei os olhos rindo um pouco, enquanto Apolo se contorcia tentando fazer isso – Quase...!

- Apolo, você vai acabar quebrando o pescoço! Para com isso. – Falei.

- Eu consigo! Não se preocupe. – Disse ele voltando a sua tentativa. Eu peguei um guardanapo na mesa e limpei seu cotovelo com um movimento rápido, e ele parou de tentar e olhou para mim – Aaaaah! Alice! Eu ia conseguir! E eu ia pegar o katchup!

- Ia nada. – Falei jogando o guardanapo dentro da caixa vazia de batatas.

- Ah, mas bem que você podia deixar ele tentar. – Comentou Ares desapontado – Estava tão divertido ver ele tentar isso como um retardado.

- Invejoso. Só porque eu consigo lamber o cotovelo, você está morrendo de inveja! – Disse ele.

- Claro. Ah, como eu queria lamber o meu cotovelo! – Exclamou Ares em sarcasmo – Seria realmente muito interessante. Agora, se você terminou de imitar tigres e de tentar lamber o cotovelo, vamos embora?

- Embora? – Perguntei um pouco desapontada por ir embora do parque.

- Não. Embora para mais algum brinquedo. Não embora do parque. Nem pensar! Eu nem tentei um tiro ao alvo ou alguma coisa parecida! – Falou Ares se levantando – Vamos nessa.

- Agora ele está animado. – Comentou Hermes – Mas quando estava no sofá da sala, não queria sair de lá.

- Tsc. Sem comentários, ok? – Resmungou Ares. Nós rimos um pouco e saímos da lanchonete. Apolo e meu pai quiseram competir em um brinquedo de equilíbrio, onde você tentava ficar em pé em uma prancha de surfe que balançava o tempo todo.

Eu procurei um brinquedo para me distrair um pouco, e acabei tentando apostar a sorte em um tipo de barraca. Eu tinha que atirar em alguns patos falsos que apareciam, e caso acertasse 10, poderia pegar um prêmio.

- O que você quer querida? – Perguntou o funcionário – Pode escolher o prêmio que quiser se acertar os 10.

- Eu ainda não sei o que eu vou querer. – Comentei olhando a prateleira cheia de prêmios diferentes. A maioria eram bichinhos de pelúcia, mas eles eram tão bonitinhos que eu resolvi tentar a sorte – Eu escolho depois que acertar. Quantos tiros eu tenho?

- Isso que é determinação. As balas são falsas, não precisa se preocupar. Você tem 13. Pode tentar. Só 2 dólares. – Eu dei para ele a nota e mirei o melhor que pude. Como Apolo tinha me treinado há um tempinho atrás, eu tinha uma mira melhor do que a de muita gente.

Mas acho que isso não era o suficiente. Os patos se mexiam rápido demais, e de repente eles viravam para o lado oposto, dificultando muito o trabalho de acertá-los sem desperdiçar os tiros.

- Droga! – Exclamei ao atirar á centímetros de um dos patos.

- Sinto muito, boneca. – Disse o homem da barraca. Eu lhe entreguei a arma, e ele riu um pouco - Ah, não fique triste. Uma garota bonita como você não tem um namorado pegar o prêmio para você?

Eu ia responder que ele estava ocupado demais lambendo o cotovelo, quando...

- O que está fazendo, Kelly? – Perguntou Ares atrás de mim – Não me diga que você tentou acertar.

- Eu tentei. – Falei virando-me – Mas é mais difícil do que parece.

- Tsc. Consigo de olhos fechados. – Disse ele dando de ombros. Eu estava prestes a pedir para ele tentar, mas me interrompi quando ele falou novamente – Só que se você espera que eu ganhe alguma coisa de mão beijada para você, esqueça.

Revirei os olhos. Era o meu aniversário. Será que era tão difícil para ele fazer um favor para mim? Até nesse dia? Ótimo. Não precisava dele.

- Eu vou em outro brinquedo. – Disse dando de ombros e deixando para lá – Acho que vou naquele dos balões d’água.

Eu saí de perto de Ares sem nem notar se ele tinha me seguido ou não. Provavelmente não, porque eu consegui chegar até outra barraca e jogar tranquilamente. O desafio era jogar bolas de água em um cara que ficava fazendo caretas para você. Era tão engraçado.

- Você não acerta nada! – Zombou ele – A minha avó acabou de levar todos os prêmios. Acho que você vai ficar para trás, hein?

- Ah, é? – Perguntei rindo. Ergui uma sobrancelha e lancei o primeiro balão d’água. Acertei em cheio o seu nariz. Ele começou a rir e eu também.

- Sorte! Ainda faltam 3. – Falou ele fazendo mais uma careta.

Eu ri um pouco, mas antes de tocar no balão de água, senti alguém cutucando o meu ombro. Foram dois toques sutis, o que me surpreendeu. Eu deixei o balão encima do balcão e olhei para trás. Lá estava Ares.

- O que foi agora? – Perguntei diminuindo meu sorriso.

Ele não disse nada. Só estendeu sua mão na minha direção. Nela estava um bichinho de pelúcia. Um javali. Franzi o cenho para o animal. Tive algumas experiências ruins com ele antes, mas aquele parecia fofo e inocente. Bem diferente do que eles são de verdade.

- O que...? – Minha voz estava baixa.

- Você vai pegar ou não? – Perguntou ele olhando para um ponto invisível longe de mim. Era impressão minha ou ele estava um pouco sem graça?

- Você ganhou ele para mim? – Perguntei impressionada.

- É... O seu aniversário, não é? – Falou ele. Eu assenti e ele olhou rapidamente para mim, mas depois desviou o olhar novamente – Não se acostuma.

- Um presente seu. Estou... Impressionada. – Comentei sem palavras.

- Se você não quiser, eu vou dar para outra pessoa. – Falou ele em um tom apressado. Eu sorri sem querer, e peguei o bichinho.

- É claro que eu quero. – Disse segurando meu presente. Era engraçado receber um presente de Ares. O cara que tanto me odiava, tinha me dado algo de aniversário. E sem que ninguém o pressionasse – Obrigada.

- Tsc. Não foi nada demais. –Disse ele com o rosto um pouco vermelho – Eu só fiz isso porque senão seu pai e Apolo iam ficar enchendo o meu ouvido com coisa do tipo... “Você não deu presente para ela”, ou “Como você é insensível, Ares”. Aí eu peguei ele.

- Você que escolheu. – Comentei olhando o javali – Isso foi muito... Gentil.

Ares fez uma careta ao ouvir a palavra que tanto odiava. Ele olhou para mim.

- Espero que tenha gostado, porque eu nunca mais vou te dar nada, ouviu? – Falou ele ainda sem graça. Eu ri um pouco e assenti – E... Feliz aniversário.

Eu fiquei realmente surpresa. Abri a boca para falar alguma coisa, mas fui interrompida por uma risada. O alvo.

- Aaaaawn! Os namoradinhos vão dar uns beijinhos agora? Acho que esse não é o brinquedo de vocês. Por que não vão para o túnel do amor, hein pombinhos? – Zombou ele. Olhei para Ares só para conferir a minha hipótese. Estava certa.

Imaginei que ele estaria morrendo de raiva daquele cara, e era verdade. Seu rosto estava completamente vermelho, mas acho que agora era uma mistura de raiva com vergonha.

- O que? O que você disse? – Perguntou ele chegando perto do balcão. O alvo se assustou um pouco, mas permaneceu no lugar – Cala essa sua boca, e se mete no que é da sua conta, otário!

Ares pegou os balões de água e acertou todos no nariz dele. No fim, o alvo começou a rir um pouco.

- Ei, garota. Seu namorado deve gostar mesmo de você. Nunca vi alguém acertar com tanta precisão só porque ficou sem graça. – Comentou ele.

- Sem graça é a sua cara, seu...! – Interrompi Ares antes que ele pulasse o balcão e fosse resolver as contas com aquele cara.

- Então... O prêmio...? – Perguntei puxando ele para trás um pouco. Ele saiu de trás de um tipo de parede, e veio para o meu da barraca. Ele resolveu pegou dois algodões doces, e entregou um amarelo para mim e um rosa para Ares – Obrigada.

- Aham. – Falou Ares fingindo concordar. Eu revirei os olhos rindo um pouco e troquei com ele – É. Melhorou.

Nós dois comemos o algodão doce, enquanto procurávamos Hermes e Apolo. Depois de andar um pouco vimos que eles estavam competindo no carrinho de bate-bate. Eu ri ao ver meu pai desviar do Apolo, e depois bater no carro dele. Era tão engraçado ver Deuses olimpianos agindo como humanos normais.

- Ok... Vamos aonde agora? – Perguntou Hermes ao sair do brinquedo. Apolo olhou em volta, depois olhou para mim.

- Acho que tem um brinquedo legal ali na frente. – Apontou ele. Meu pai olhou para onde ele tinha apontado, e Apolo aproveitou a deixa para me puxar e sair correndo – Mas eu e Alice vamos para a roda gigante!

- Apolo! – Exclamou meu pai. Sendo o Deus das corridas, ele poderia ter nos alcançado facilmente, mas resolveu deixar eu e Apolo sozinhos.

Nós fomos para o brinquedo e entramos sentamos em uma daquelas cabines. Quando a roda gigante começou a girar, foi incrível. Pude ver o parque inteiro iluminado. O Sol já tinha ido embora, e metade da Lua brilhava no céu.

- Nossa... O parque é enorme. – Comentei.

- Outras garotas diriam “Que vista linda”, mas você comenta sobre o tamanho do parque. – Riu Apolo, mas acabou parando. Ele ajeitou meu cabelo para trás da orelha e sorriu para mim – Feliz aniversário, Alice.

- Obrigada. – Sorri de volta. Ainda estava segurando o javali, quando Apolo o pegou das minhas mãos. Ele olhou para o bichinho e franziu o cenho – Presente de Ares, acredita?

- Caramba... Guarda isso, porque é uma relíquia. – Comentou ele surpreso. Eu ri um pouco e peguei o javali dele. Nós estávamos no ponto mais alto da roda, quando ela parou um pouco. Apolo pôs as mãos sobre as minhas pernas, e eu senti um arrepio – Posso te dar outro presente?

- Apolo... – Fui interrompida. Ele me beijou e eu fechei os olhos. Abracei seu pescoço e ele segurou minha cintura. Nós continuamos lá por alguns minutos, nos beijando e eventualmente olhando a vista – Amanhã... Vamos á Paris.

- Ansiosa? – Perguntou ele em meu ouvido – Lembra? Nós vamos ficar juntos lá.

Eu ri um pouco. Apolo acariciou o meu rosto, e eu o beijei novamente. As mãos dele correram por toda a minha cintura e começaram a subir um pouco. Eu o impedi, mas Apolo fez uma cara de desapontado.

- Aaah... Por favor. – Pediu ele em um sussurro, bem perto de meu ouvido.

- Foi por isso que quis vir aqui? – Perguntei rindo. Apolo também um riu um pouco, mas negou com a cabeça – Eu vou fingir que acredito.

- Não pense mal de mim. – Disse ele em outro sussurro – Você quis que eu viesse para cá com você. Dá para ver isso.

- Como dá para ver isso? – Perguntei sem entender.

- É um pressentimento. – Respondeu ele deslizando a mão para o meu ombro. Apolo puxou a gola da minha camisa para o lado, e olhou para mim. A alça do meu sutiã estava a mostra naquele momento, e meu rosto ficou vermelho. Apolo beijou o meu pescoço, e eu tentei esconder um sorriso – Viu? Estava certo.

- Bobo. Você e a sua mão. – Disse empurrando ele para trás. Apolo bateu de leve contra a parede da cabine e eu ri um pouco. Ele foi voltando para perto de mim, e eu fui fugindo para trás enquanto ria – Não! Fica longe!

Assim que as minhas costas bateram contra a parede, Apolo me beijou novamente. Eu retribui o beijo, mas não ficamos nessa por muito tempo, já que a roda gigante começou a girar e nós estávamos nos aproximando do chão.

- Ah... Cedo demais... – Murmurou ele desapontado.

- A vista estava linda. – Comentei ignorando ele. Apolo riu para mim e olhou para o meu ombro novamente.

- É. Linda. – Comentou ele. Assim que a porta abriu, nós saímos do brinquedo e fomos para fora. Encontramos o meu pai e Ares, e uns minutos depois, estávamos de volta em casa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Agora vejamos como vai ser o começo da viagem da Alice...

Espero por reviews!



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